Reforma Tributária Entra Em Vigor Em 2026, Mas Impacto No Bolso Do Pernambucano Será Gradual - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco
Reforma Tributária entra em vigor em 2026, mas impacto no bolso do pernambucano será gradual

A Reforma Tributária aprovada pelo Congresso Nacional começa a ser implementada em 2026, mas os efeitos diretos para o consumidor pernambucano tendem a ser limitados no curto prazo. O próximo ano será marcado por um período de transição, no qual o sistema atual continuará coexistindo com o novo modelo, exigindo ajustes operacionais das empresas e resultando em impactos indiretos sobre a economia.

A avaliação é da pós-doutora em Direito Tributário Mary Elbe Queiroz, presidente do Centro Nacional para a Prevenção e Resolução de Conflitos Tributários (Cenapret). Segundo a especialista, não há expectativa de alívio imediato para o contribuinte. “Não haverá redução de carga tributária nem simplificação imediata. O sistema antigo continuará coexistindo com o novo”, explica. Em 2026, entram em fase de testes o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), enquanto as alíquotas ainda serão ajustadas ao longo do tempo.

Nesse processo de adaptação, as empresas precisarão investir em tecnologia, capacitação de equipes e atualização de sistemas fiscais para operar dois modelos tributários simultaneamente. Esses custos adicionais tendem a pressionar os preços, especialmente no setor de serviços. Academias, escolas particulares, planos de saúde, telecomunicações e transporte por aplicativo estão entre os segmentos que podem registrar reajustes já no início da transição. “Esse aumento não vem do novo imposto em si, mas do custo de adaptação das empresas. É um efeito colateral da transição”, pontua Mary Elbe.

Micro e pequenas empresas também acompanham o processo com atenção. Comerciantes do Centro do Recife demonstram preocupação com a formação de preços e com as novas obrigações fiscais, diante das incertezas sobre o funcionamento prático do IBS e da CBS. Em setores com margens mais apertadas, o desafio será manter competitividade enquanto os custos operacionais aumentam durante o período de convivência entre os dois sistemas.

No caso da cesta básica, a reforma prevê isenção ou redução de impostos para alimentos essenciais, como arroz, feijão, macarrão, carnes e farinha, mas parte da regulamentação ainda está em debate. O impacto efetivo nos preços dependerá da definição das alíquotas e da implementação do novo modelo. Para a especialista, os benefícios prometidos, como simplificação e eventual redução da carga tributária, só devem se tornar perceptíveis no longo prazo. “Não é algo que o consumidor vai perceber de forma imediata. Os ajustes serão graduais”, conclui Mary Elbe Queiroz.

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