Estudo da Worldpanel by Numerator mostra queda de 316 milhões de CRP e reforça impacto de preocupações com saúde e mudanças nos canais de compra
A categoria de refrigerantes foi a que mais perdeu espaço no carrinho dos consumidores latino-americanos em 2024, com uma retração de 316 milhões de Consumer Reach Points (CRP), métrica que combina penetração e frequência de compra. Os dados fazem parte do Brand Footprint Latam 2025, levantamento da Worldpanel by Numerator que revela como questões ligadas à saúde e transformações no varejo estão moldando novos hábitos de consumo na região.
Segundo o estudo, 89% dos consumidores percebem as bebidas açucaradas de forma negativa e 38% afirmam que pretendem reduzir o consumo nos próximos três meses. “A queda no número de visitas ao comércio tradicional, somada a tendências de saúde e bem-estar, contribuíram para essa retração significativa na categoria de refrigerantes”, afirma Marcela Botana, Growth & Commercial Excellence Director Latam da Worldpanel by Numerator. Apesar do cenário, a Coca-Cola segue como a marca mais escolhida da América Latina em 2024, com 2,873 bilhões de CRP, à frente de Colgate, Pepsi, Lala e Bimbo.
O levantamento também indica uma fragmentação crescente no consumo. No ano passado, os latino-americanos realizaram 52 bilhões de decisões de compra de marcas, o que equivale a pelo menos duas escolhas por dia. Cada pessoa visitou, em média, 8,9 canais diferentes e comprou produtos de 86 empresas. Ainda assim, 61% das marcas foram escolhidas com menos frequência do que em 2023, sendo que as Super Brands foram as mais impactadas, com queda em 66% dos casos. Já as marcas menores foram as únicas a sustentar a frequência, registrando crescimento de 0,7%.
O estudo aponta que ampliar a penetração segue como a estratégia mais eficaz de crescimento: 86% das marcas que ganharam relevância em 2024 cresceram expandindo sua base de compradores, sendo que quase metade (47%) fez isso exclusivamente dessa forma. Além disso, o papel dos canais aparece como fator decisivo na jornada de compra. No Brasil, por exemplo, os consumidores se mostraram 4,2 vezes mais propensos a trocar de empresa do que de canal quando o produto em questão eram biscoitos.