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Rafael Dantas

Resíduos que geram negócios

Especializada no tratamento de resíduos do segmento de saúde, a empresa pernambucana Brascon Gestão Ambiental em apenas dois anos praticamente quadruplicou o faturamento e aumentou em 10 vezes o número de pontos de coleta. A chegada dos novos sócios com experiência em uma multinacional do segmento, Miguel Gastão e Clarice Ludmer, e o investimento de R$ 10 milhões mudaram o patamar da então pequena empresa que se tornou a segunda do País em cobertura geográfica.

De uma atuação mais tímida entre 2010 e 2016, quando contava com poucos clientes de Pernambuco e de Sergipe, hoje a Brascon tem clientes públicos e privados em quase toda a região Nordeste. A operação da empresa já está presente na Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia, além de prospectar a entrada, em breve, no mercado cearense.

“Nosso setor não teve queda no período da crise. Além do mercado de saúde estar em expansão, nosso crescimento aconteceu também pelo aumento da regulamentação da coleta nos hospitais e clínicas”, afirma Clarice Ludmer, sócia e diretora comercial e administrativa da empresa. Hoje todas as unidades de saúde precisam contratar serviços especializados de coleta, transporte, tratamento e destinação dos seus resíduos.

Além dos hospitais e postos de saúde, na cartela de clientes da Brascon estão laboratórios, clínicas, veterinários, salões de beleza, estúdios de tatuagem e consultórios. “Qualquer estabelecimento que gere resíduos potencialmente contaminados (com sangue, pele ou de medicamentos vencidos, por exemplo) necessitam de tratamento”, afirma o sócio e diretor operacional e financeiro, Miguel Gastão, que também é presidente da Câmara Setorial de Resíduos Especiais da AD Diper.

Os maiores clientes da empresa são a Prefeitura do Recife, o Imip e o Hospital Santa Joana. Os novos clientes captados nos últimos dois anos fizeram a empresa saltar de aproximadamente 400 pontos de coleta em 2016 para cerca de 4 mil pontos em 2018. Com mais clientes, a empresa ampliou também a quantidade de funcionários, passando de 30 empregados em 2016 para fechar este ano com 100 pessoas trabalhando.

A empresa possui hoje cinco unidades de tratamento, sendo três em funcionamento, uma em construção e uma aguardando a licença para operação. Além disso, foram adquiridos 22 caminhões nos últimos dois anos para atender o crescimento da demanda de serviços. “Após um período de estruturação e investimento, agora o foco é fechar novos negócios. Temos a expectativa de dobrar o faturamento em 2019”, declara Clarice.

Atualmente a Brascon responde por 60% da fatia desse mercado em Pernambuco e 50% em Sergipe. Além do investimento robusto em infraestrutura e pessoal e do trabalho forte do setor comercial, o crescimento da empresa na participação do mercado regional se deu em razão da expertise desenvolvida para atender alguns problemas da prestação de serviços do setor. “Conhecíamos os gargalos do mercado e atuamos para ter excelência nessas áreas. Promovemos um atendimento personalizado, próximo dos clientes, com qualidade na prestação dos serviços, precisão dos controles e atrelado a 100% das legislações vigentes”, declarou Miguel.

DIFERENCIAL
Outro diferencial oferecido pela Brascon é oferecer treinamento para melhorar a segregação dos resíduos nos grandes clientes e evitar acidentes de trabalho, com capacitação mais técnica. Para os de menor porte, a empresa oferece um suporte imediato para necessidades mais urgentes. “Ter rapidez no atendimento é um grande diferencial do nosso trabalho”, aponta Clarice.
Uma das novidades da empresa para o início de 2019 será oferecer um aplicativo de controle da coleta dentro do Portal do Cliente. No app eles poderão rastrear os processos, acompanhar a quantidade de material coletado e o acesso a documentação e faturamentos.

Além do trabalho profissional interno, o cenário externo também é promissor para a Brascon. Com o aumento da fiscalização das irregularidades e a própria ampliação do conhecimento das empresas sobre a necessidade desse serviço, há um horizonte de oportunidades de expansão para as poucas corporações que conseguiram desenvolver o know-how para atuar neste segmento.

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

 

 

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