A flexibilização das medidas de isolamento social começa a surtir algum efeito positivo nas indústrias de Pernambuco. Em pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), 77% dos empresários disseram que enxergam as recentes medidas como positivas e que elas trazem mais confiança em relação à recuperação e ao futuro de suas empresas.
O estudo foi feito com 164 negócios no período de 11 a 18 de junho deste ano, e trata-se da terceira edição de uma série de pesquisas que a Fiepe vem realizando para monitorar os impactos sofridos pela atividade produtiva desde o início da pandemia.
Essa nova perspectiva, no entanto, não anima totalmente o mercado, pois o controle da Covid-19 é uma incógnita visto que não há uma medida resolutiva para a doença e, tampouco, uma demanda por parte da população que seja capaz de recuperar o que se perdeu nos últimos três meses de quarentena.
“Seguimos para a terceira semana de flexibilização das atividades e ainda é cedo para falar de retomada acelerada, mas acreditamos que a resposta desses empresários com relação ao cenário atual significa um ponto de esperança em meio a tudo que vivemos nos últimos tempos”, analisou o gerente de Relações Industriais da FIEPE, Maurício Laranjeira, frisando que este percentual não deve ser comemorado, mas acompanhado à medida em que a conjuntura evolui.
Ainda de acordo com o levantamento, a FIEPE identificou que questões como férias para os colaboradores do setor, queda no faturamento e acesso a crédito permanecem estáveis desde a última pesquisa, realizada em maio.
Do total de participantes, 60,48% dos respondentes optaram por antecipar as férias dos seus colaboradores, sendo a construção civil o setor que mais recorreu à alternativa, representando 31% dos respondentes, seguido das indústrias de alimentos, com 14%, e das metalúrgicas, com 8%.
Já o faturamento, segundo eles, apresentou queda para 83,23% dos industriais. Para 46,71% dos respondentes, a retração foi acima dos 50%. Dentre os setores que registraram queda superior a 50%, destacam-se a construção civil, representando 24,7% dos impactados, seguido das indústrias de reparação de automóveis e das indústrias mecânicas, com 11,7% e 7,8%, respectivamente.
Quanto ao crédito, um dos maiores impasses para as empresas durante a pandemia, pouco mais de 46% revelou ter buscado alguma linha de crédito, sendo as dos setores da construção civil e as de alimentos as que mais solicitaram, com 22,4% e 15,8% dos respondentes.
DEMISSÃO
Também segue mais baixo o número de empresas que pretendem demitir. Do total de participantes, 66,47% disseram que não pretendem recorrer à solução, enquanto que 33,53%, acreditam que sim. “Isso pode ser porque as empresas precisaram usar todas as alternativas de socorro (como as férias, a redução de salário e de jornada com base na MP 936) no início, deixando para agora apenas as medidas mais drásticas”, afirmou Laranjeira.
(Do Sistema Fiepe)