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Rafael Dantas

Ricardo Brennand recebe Título de Cidadão Recifense

Dono de um complexo cultural que abrange o Castelo São João, uma galeria, uma biblioteca, o Parque de Esculturas dos Jardins e a Capela Nossa Senhora das Graças, o empresário e engenheiro Ricardo Coimbra de Almeida Brennand agora é cidadão recifense. Aos 92 anos, o colecionador considerado “patrono das artes”, natural de Cabo de Santo Agostinho (PE), realizou o sonho de ser conterrâneo de todos os moradores da capital pernambucana por iniciativa do vereador André Régis (PSDB), em reunião solene, realizada na manhã desta sexta-feira (07). “É uma honra fazer esta homenagem a alguém da dimensão de Ricardo Brennand. A regra diz que o orador proponente deve utilizar a tribuna para demonstrar que o agraciado merece a homenagem, mas essa é uma tarefa desnecessária”, afirmou Régis.

Num clima de congratulações, a solenidade reuniu empresários, líderes políticos e pessoas da chamada alta sociedade. Foi presidida pelo vereador Eduardo Marques (PSB), presidente da Câmara Municipal do Recife, que formou a mesa com o vice-prefeito Luciano Siqueira; o secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto, representante do governador Paulo Câmara; o deputado federal Luciano Bivar; a deputada estadual Priscila Krause; a presidente da Academia Pernambucana de Letras (APL), Margarida Cantarelli, além do homenageado e do vereador proponente do requerimento. Na abertura da solenidade, a Banda do Exército executou o Hino Nacional.

Antes do discurso de saudação, houve uma apresentação de um vídeo que foi produzido pela assessoria de Ricardo Brennand, contando a história desse pernambucano que ganhou fama internacional. No vídeo, o empresário e engenheiro recebe o convite, e aceita, do vereador André Régis, para a entrega do Título de Cidadão Recifense. Após a apresentação, o vereador afirmou que estava prestando homenagem a um “homem apaixonado pela sua terra, pelo seu povo, um patriota, uma personalidade que em todas as dimensões é extraordinária”. O vereador lembrou, ainda, que Ricardo Brennand transformou a vida de muitas pessoas, “não só dos funcionários de suas empresas, qualificando a todos, mas a de muitas famílias. Somente um supercomputador da Nasa pode dizer quantas vidas o senhor transformou enquanto arquiteto do futuro”.

Uma das principais qualidades do agraciado, disse o vereador, é a generosidade. “Desde que informei que iria fazer esta homenagem a Ricardo Brennand tenho ouvido histórias sobre a capacidade deste homem de produzir o bem. Do ex-governador Joaquim Francisco, por exemplo, escutei que o empresário é uma pessoa que colocou o bem em tudo o que fez. Além disso, é um homem de sentimentos positivos. Em vez de reclamar, produziu”, afirmou. Depois do discurso, André Régis entregou ao empresário o diploma e a medalha que compõem a comenda do Título de Cidadão Recifense.

Em seu discurso de agradecimento, que durou seis minutos, Ricardo Brennand disse que “o honroso título que recebo nesta manhã não vem na prorrogação de minha longevidade, mas é um reconhecimento do meu engajamento por toda a minha trajetória, significa, sobretudo para mim mais estímulo para continuar me dedicando ao meu Recife. Aos 92 anos, continuo com força e sonho pelo Recife”. Ele afirmou que continua produzindo, “com força e fé nas atividades em diferentes setores” , garantindo a manutenção da sede de suas empresas na cidade. Também falou das atividades do grupo empresarial de sua propriedade, nas áreas de saúde, sociais, culturais e de educação e de sua relação com a cidade natal, o Cabo de Santo Agostinho. “Guardo boas lembranças de passagens significativas de minha vida, no Cabo, onde estou construindo um bairro de referência em todo o País. Agora estou feliz em ter essa dupla cidadania”.

Filho da Sra. Dulce e do Sr. Antônio Luiz Brennand e nascido na Usina Santo Inácio, em 27 de maio de 1927, Ricardo Brennand é casado com Graça Maria Monteiro Brennand, com quem teve 8 filhos, 20 netos e 32 bisnetos. Ele fez estudos primários e secundários nos colégios Marista e Oswaldo Cruz, no Recife, e os concluiu no ano de 1945. Posteriormente, formou-se em Engenharia Industrial pela Universidade de Pernambuco em 1949, ano em que iniciou sua vida profissional trabalhando ao lado do seu pai, Antônio, e do seu tio, Ricardo, à frente de empresas açucareiras e de fábricas de produtos cerâmicos e refratários, de louça e porcelana de mesa.

Já na direção do Grupo Brennand, Ricardo Brennand foi responsável por projetar e modernizar 19 fábricas: Indústria de Azulejos S.A. - IASA (1954), Vidraria Norte do Brasil e a Companhia Industrial de Vidros S.A. - CIV (1958), Céramus Bahia (1961), IASA - Bahia (1962), Mineração Geral do Nordeste S.A. (1962), Aço Norte Recife (1963), Azulejos do Pará - AZPA (1967), Azulejos do Ceará (1968), Cimento Atol Alagoas (1972), Usina Trapiche (1975), CIV - Ceará (1977), CIV - Bahia (1977), INOVISA - Indústria de Vidros S.A. (Vitória de Santo Antão - 1978), Cimepar Paraíba (1982), Companhia de Cimentos Goiás (1991), Usina Petribú Paulista (2004) e Companhia Nacional de Cimentos (2006), construída em Sete Lagoas, Minas Gerais, e sua congênere, Brennand Cimentos Pitimbu da Paraíba.

Nos últimos anos, Ricardo Brennand tem colaborado e inspirado atitudes empresariais dos seus filhos, tendo participado da implantação e da operação de inúmeros projetos na área da geração hidrelétrica e eólica, na produção de cimento e no ramo imobiliário, com as holdings: Brennand Energia, Brennand Cimentos (que inclui indústria cimenteira de grande porte em Sete Lagoas/MG), Brennand Investimentos e Terrenos e Construções S.A.

Paralelamente às suas atividades mais recentes, concebeu e implantou grandes projetos na área cultural e social no Recife, quais sejam: o Instituto Ricardo Brennand (2002), o Instituto do Fígado de Pernambuco e o Educandário Nossa Senhora do Rosário. Além disso, tem sido um grande aliado do IMIP, referência nacional no atendimento pediátrico e de saúde da mulher, e um grande incentivador do Hospital do Câncer de Pernambuco, também referência do atendimento oncológico no país.

Fundador do Instituto Ricardo Brennand, cujas atividades foram iniciadas em setembro de 2002, Ricardo Brennand dedica-se incansavelmente à sua administração. Construído em uma área de 77.680 metros quadrados e encravado em terras do engenho São João da Várzea, o museu é considerado um dos mais importantes da América do Sul, tendo registrado nos últimos 15 anos uma frequência de 2.550.000 visitantes.

Erguido sobre uma colina terciária, cercado por árvores frutíferas e da Mata Atlântica, o instituto é composto por prédios reunindo o Castelo de São João, a pinacoteca, a biblioteca, a galeria, a capela e o restaurante e ostenta na sua entrada uma aleia de 1.400 metros de palmeiras imperiais. Sua alameda é finalizada por uma imponente portada em cantaria, originária de um castelo francês, ladeada por dois monumentais leões esculpidos em pedra, procedentes do Palácio Monroe (Rio de Janeiro).

Nos seus jardins, os visitantes se deparam com uma réplica em mármore de Carrara da estátua de David de Michelangelo (1504), cujo original encontra-se na cidade italiana de Florença, com 7,15 metros de altura, sete toneladas, apoiada numa base do mesmo material. O instituto ainda tem como acervo a maior coleção privada de pinturas do artista holandês Frans Post e uma das mais importantes coleções particulares de armas brancas raras do Brasil, além de já ter contado com a presença do príncipe herdeiro da Dinamarca (2002) e da rainha da Holanda (2003) em duas das suas exposições.

(Do site da Câmara dos Vereadores)

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