“Se todos estiverem vacinados e sem sintomas, pode-se tirar a máscara nos pequenos grupos familiares no Natal”

Após quase dois anos de pandemia e com o avanço da vacinação, o que se pode ou não fazer para evitar o contágio da Covid? Como se comportar nas reuniões familiares de fim de ano? E nas viagens de avião? Para esclarecer essas dúvidas, Cláudia Santos conversou com a infectologista Millena Pinheiro, supervisora médica da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Português. A especialista também comenta o que se sabe até agora sobre a nova variante Ômicron, analisa o ressurgimento de casos e mortes pelo coronavírus na Europa e ressalta que os casos da doença que chegam hoje ao hospital são, em sua maioria, mais brandos. “As formas, mesmo as graves, estão ficando mais leves, por causa da vacina. E sempre que alguém se interna e é grave, é uma pessoa que não se vacinou”.

Como a senhora analisa o cenário da Covid no Brasil e em Pernambuco?

Em Pernambuco, estamos numa estabilidade de casos graves, agudos, leves e também de óbitos. Há uma quantidade baixa de casos, que não deixam de surgir, mas não estão acarretando sobrecarga aos hospitais. Mas existe o viés de que testamos menos que os países da Europa, porém, se há vírus circulando, ele deve ser responsável por casos muito leves ou assintomáticos que não estão chegando ao sistema de saúde.

Temos quase 74% da população de Pernambuco vacinada (dado referente ao dia 29/11), então, provavelmente, isso seja um bloqueio para a disseminação do vírus. Acho que o Brasil vem acompanhando a mesma média. Muitos Estados estão liberando a circulação de pessoas. Essa é a grande questão do momento: o que vai acontecer com esse aumento de circulação de pessoas em ambientes fechados, como shows? Isso está causando uma grande polêmica, com as entidades se posicionando contra, como o Cremepe e o Sindicatos dos Médicos em Pernambuco.

Diante desse novo momento da pandemia, o que se pode e não se pode fazer?

O que se deve fazer: continuar usando máscaras, principalmente quando você sai de casa. Na sua residência, em reuniões familiares com um grupo pequeno de pessoas, estando todos vacinados, sem queixas ou sintomas, você pode tirar a máscara. Agora, num local onde você não conhece as pessoas, não sabe se elas estão vacinadas completamente, ou estão com algum sintoma, a melhor maneira de controlar essa situação é o uso de máscara.

As pessoas devem se vacinar, oferecer ajuda, orientação para quem não se vacinou completamente, ponderar bastante o impacto que possa ter ao participar desses eventos divulgados na mídia: você tem grupo de risco em casa? Você está completamente vacinado? Esse show ou evento vai pedir comprovante de vacinação com pré-requisito para a entrada? Sei que as pessoas estão cansadas, muitas estão depressivas, querem voltar a ter um convívio social, porém chegamos até aqui e a nossa tendência é não regredir. Se a gente regredir, em alguma medida será um impacto ruim para todos. É um momento de muita precaução.

Quais os cuidados que se deve tomar nos encontros de final de ano, como o Natal?

Esse questionamento foi muito discutido no ano passado, quando estávamos com uma circulação maior do vírus, começando a subir o número de casos e, por isso, recomendamos que fossem feitos pequenos grupos, no máximo 10 pessoas, que estivessem sem sintomas, que preferencialmente se evitasse a presença de grupos de risco e idosos, mas caso estivessem presentes, tivessem distanciamento das demais pessoas. Todos deveriam usar máscaras, porque ainda não estávamos vacinados.

Este ano o que pode mudar: agora que estamos vacinados, podemos aumentar o nosso grupo familiar que vai participar dessas reuniões para um pouco acima de 10 pessoas, e tirar a máscara, desde que todos estejam vacinados, sem sintoma, mas mantendo os cuidados de higienização das mãos. As crianças presentes devem estar bem de saúde, sem queixas. Às vezes, desconsideramos uma coriza, “é só o narizinho escorrendo”. Se tiver mesmo um sintoma leve, coriza, tosse mais persistente, espirro, elas devem evitar o contato com os idosos e pessoas do grupo de risco, porque as crianças abaixo de 12 anos não foram vacinadas. Os idosos devem, de preferência, ficar em ambientes mais ventilados.

As pessoas podem se cumprimentar?

Sim, mas, principalmente, idosos muito frágeis ou alguém que seja do grupo de risco, como um paciente oncológico, devem ser cumprimentados de uma forma mais distante ou passar álcool nas mãos antes de cumprimentá-los. Deve-se evitar falar muito próximo do outro, se for um idoso muito frágil ou um paciente em tratamento quimioterápico evitar beijar no rosto. Beije no ombro. O ideal é ficar próximo, mas sem precisar tocar.

Leia a entrevista completa na edição 189.1 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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