Projeto Raízes em Movimento busca realocar comunidade quilombola de forma inclusiva e sustentável
O Complexo Industrial Portuário de Suape e a Universidade de Pernambuco (UPE) assinaram o contrato do projeto "Raízes em Movimento". A iniciativa tem como objetivo a realocação sustentável e a preservação cultural dos remanescentes do Quilombo Ilha de Mercês, em um processo que se estenderá por dois anos. Com a participação ativa da comunidade, o projeto visa equilibrar o desenvolvimento da região com a proteção dos direitos culturais e sociais da comunidade quilombola.
O projeto, que será conduzido com o apoio do Instituto de Apoio à Universidade de Pernambuco (IAUPE), foi dividido em cinco fases, incluindo diagnóstico inicial, análises socioeconômicas e culturais, além de um planejamento estratégico para a realocação. "Estamos comprometidos em garantir uma transição sustentável e inclusiva, preservando a cultura, a ancestralidade e os modos de vida tradicionais da comunidade", afirmou Marcio Guiot, diretor-presidente de Suape.
A iniciativa também busca promover a participação de jovens e mulheres na gestão de negócios, além de estimular práticas regenerativas e preservar marcos históricos da comunidade, como a antiga senzala e o baobá. O projeto será finalizado com a publicação de um livro memorial e eventos celebrando a história da comunidade.
O Quilombo Ilha de Mercês, que foi certificado pela Fundação Palmares em 2016, está em processo de titulação pelo Incra. A área foi desapropriada pelo Governo de Pernambuco em 1992 e é atualmente classificada como zona industrial pelo complexo de Suape. A preservação cultural e a realocação sustentável são vistas como fundamentais para garantir os direitos quilombolas e a continuidade de suas tradições.