Do Complexo de Suape
O Engenho Massangana, localizado no território do Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca, ganhou um espaço especial. Trata-se do segundo laboratório vivo de ecotecnologias implantado na região pelo Serta (Serviço de Tecnologia Alternativa), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) reconhecida internacionalmente. A entidade foi contratada por Suape para levar a comunidades consolidadas no território metodologias sustentáveis, inovadoras e de baixo custo que promovem a segurança alimentar e geram renda.
O projeto Comunidades Ecoprodutivas, lançado em março, precisou ter o formato reajustado, devido a pandemia da Covid-19, para garantir o distanciamento social. Em vez do mutirão utilizado no primeiro laboratório, implantado no Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete, o de Massangana contou com apenas dois técnicos e cerca de três moradores por dia.
“Levamos mais tempo, mas o importante é garantir a segurança de todos, ao mesmo tempo em que capacitamos essas famílias, contribuindo para que elas tirem o alimento e o sustento do próprio quintal, o que se tornou ainda mais relevante no momento atual, já que muitos são trabalhadores informais e estão sem fonte de renda”, declara Germano de Barros, diretor da Escola Técnica do Serta.
O laboratório foi instalado em um terreno de 77,8 metros quadrados da Associação de Moradores de Massangana, que ganhou dez tecnologias: aquaponia, cisterna de ferro e cimento, sistema de captação de água, minhocário, compoteira caseira em balde, fechamento automático da porteira, farmácia viva, horta vertical em pallet, hidroponia de milho e o sistema agroflorestal, que já tem plantadas várias hortaliças, como alface, coentro, cebolinha, couve, berinjela e hortelã. Tudo para consumo próprio ou revenda das famílias do Engenho Massangana. O ambiente também recebeu pintura lúdica e plaquinhas indicativas.
“Os próprios moradores escolheram as ecotecnologias que queriam implantar no terreno. Eles participaram de oficinas e ações pedagógicas de consciência ambiental em unidade do Serta, em Gloria de Goitá, no início do ano, onde puderam compreender a proposta e participar ativamente de todo esse processo, que é inspirador e desperta neles a vontade de cuidar do lugar onde moram”, observa o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti. “
“É a primeira vez que temos uma oportunidade como essa. Antes, plantávamos no chão, sem estrutura. E hoje estamos muito satisfeitos e felizes com o quintal produtivo. Com apenas 30 dias, poderemos colher alimentos livres de agrotóxicos. Isso será a nossa mesa, o nosso almoço”, comemorou Vicente Luiz Aguiar, vice-presidente da Associação de Moradores do Engenho Massangana e morador do local há 45 anos.
O próximo laboratório a ser inaugurado será no Assentamento Sacambu, no próximo dia 30. O programa tem investimento de R$ 1 milhão e alcançará dez comunidades, no período de um ano.