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Suape lança projeto de quintais produtivos para beneficiar 300 famílias

Revista algomais

Do Complexo de Suape

A oportunidade de implementar um negócio sustentável, inclusivo e que gere renda se tornará realidade para 300 famílias em situação de vulnerabilidade social de diversas comunidades localizadas no território do Complexo Industrial Portuário de Suape e em sua área de influência, totalizando 8 municípios: Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Escada, Moreno, Rio Formoso, Sirinhaém e Ribeirão. Ontem (19), a empresa lançou o projeto Quintais Ecoprodutivos, que será desenvolvido em parceria com a Cáritas Nordeste 2, instituição vinculada à Igreja Católica, para fomentar e desenvolver pequenos espaços de agricultura familiar nas proximidades das residências dos futuros beneficiados pelo programa.

Agenda TGI

O lançamento aconteceu às 10h, na área externa do edifício-sede da estatal portuária. O programa terá duração de 18 meses, com a implantação de 100 quintais por semestre. O investimento total é de R$ 2,7 milhões. Haverá um processo prévio de identificação das famílias a serem beneficiadas com as 24 oficinas de capacitação técnica e, posteriormente, com a criação dos espaços produtivos.

O projeto Quintais Ecoprodutivos é fruto de duas ações bem-sucedidas implementadas por Suape nos últimos anos: o Tô na Feira e os Laboratórios de Ecotecnologia. O primeiro, lançado em 2017 e que já acumula 11 edições, foi criado para fortalecer a relação da empresa com as comunidades locais e dar oportunidade para os agricultores e artesãos produzir, divulgar e comercializar seus produtos. Em 2020, sete Laboratórios de Ecotecnologia foram instalados nas comunidades da Praia de Gaibu, Nova Vila Claudete, Massangana, Assentamentos Bruno Maranhão (Sacambu) e Ximenes. Nesses locais, as famílias vêm aprendendo a cultivar diversos alimentos, como hortaliças e frutas, e a comercializar produtos derivados de sua produção.

Durante o lançamento do projeto, os convidados receberam sacolas ecológicas e puderam selecionar alguns alimentos orgânicos e experimentar algumas iguarias produzidas nessas comunidades. Para isso, vários bancos de feira foram estrategicamente instalados no pátio externo da empresa. Vários agricultores participaram da iniciativa. Banana, tomate, laranja, alface, batata doce, rúcula, abacaxi, maracujá, entre outros alimentos, deram um colorido especial ao evento.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Julio, o projeto terá forte impacto na vida das comunidades e poderá ser ampliado para outras 150 famílias. “Os Quintais Ecoprodutivos ajudarão as pessoas a desenvolver e a utilizar os pequenos espaços no entorno das residências para a produção de alimentos de maneira sustentável. Esperamos contribuir para a segurança alimentar e para a inclusão socioprodutiva dessas famílias, gerando oportunidades de renda e trabalho para aqueles em situação de vulnerabilidade social”, explicou o secretário.

Para o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão, o projeto está alinhado com a visão estratégica da empresa de fomento à sustentabilidade ambiental e de desenvolvimento das comunidades existentes na área do seu território. “É uma grande alegria podermos iniciar uma ação tão transformadora, baseada na inclusão social e geração de oportunidades, em sintonia com a governança implementada na empresa. Em Suape, acreditamos que essa é a base do desenvolvimento”, pontuou Gusmão.

De acordo com o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti, o projeto está inserido dentro da estratégia socioambiental do complexo. “Na primeira fase, montamos os laboratórios de ecotecnologias. Nessa segunda etapa, expandimos para 300 famílias esse processo de produção de alimentos. Pelo contrato, vamos implantar os quintais ecoprodutivos até o final de 2022, possibilitando a criação de uma rede de produção local de alimentos, de maneira sustentável, com foco na agricultura orgânica. Dessa maneira, será possível viabilizar a comercialização dessa produção”, explica o diretor.

CONVÊNIO

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacêdo Antonio, também participou da assinatura do convênio, cuja solenidade contou com a presença do secretário Geraldo Julio; do diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão; políticos e representantes dos municípios e diretores da estatal portuária. “É uma grande alegria para nós, da Igreja, participarmos de um projeto tão importante, que ajude essas famílias a ter comida na mesa e renda mensal. Trabalharemos todos juntos para que a iniciativa seja um sucesso e possa beneficiar ainda mais outras famílias”, salientou religioso.

“A segurança nutricional é uma das áreas de atuação da Cáritas Nordeste 2. Os projetos desenvolvidos priorizam a construção de sistemas coletivos para a promoção da autonomia alimentar e de produção para as famílias. Nessa perspectiva, esse projeto, por meio da implantação dos quintais e dos processos formativos como oficinas e capacitações, será de grande importância, considerando o contexto da fome, que se tornou atualmente um problema grave no Brasil. Essa parceria contribuirá para a garantia do direito dessas famílias a ter acesso a alimentos de qualidade e às políticas públicas em curso em Pernambuco”, salientou Neilda Pereira, secretária-executiva da Cáritas Brasileira Nordeste 2.

CÁRITAS

A Cáritas Internacional é uma confederação com mais de 170 organizações-membro. Está presente nos cinco continentes. Tem sede em Roma (capital italiana), de onde coordena operações de emergência e propõe políticas para corrigir as desigualdades. A Cáritas Brasileira foi fundada em 12 de novembro de 1956 e sua origem está na ação mobilizadora de Dom Hélder Câmara, então secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O religioso, que faleceu em 1999, é arcebispo emérito de Olinda e Recife.

As áreas de atuação representam a diversidade de atividades que a Cáritas realiza no país. São cinco áreas prioritárias: Economia Popular Solidária (EPS), Convivência com Biomas, Programa de Infância, Adolescência e Juventude (Piaj), Meio Ambiente, Gestão de Riscos e Emergências (Magre) e Migração e Refúgio. Na instituição, a Economia Popular Solidária (EPS) é uma importante articulação que integra campo, floresta e cidade na construção de alternativas que gerem processos coletivos e autogestionários, visando a inclusão social e produtiva de pessoas e famílias vulneráveis afetadas pela pobreza e difícil acesso mercado de trabalho.

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