Surge um cronista

* Paulo Caldas

Gênero híbrido, ora ficção ora fato verdade, a crônica ao longo do tempo seduz talentos nesta terra dos altos coqueiros. No palco em que se exibiram Antônio Maria, Paulo Couto Malta, Mário Sette, Pena Filho, as cortinas se abrem e os refletores iluminam Romero Falcão trazendo nas mãos o seu “Asas das Horas”, um voo sobre a cidade dos flamboyants que sangram, das chuvas de caju (conforme Alceu), da praça de Clarice e do morro da Santa.

Com uma visão abrangente, no texto predomina um intimismo cativante, onde o autor, arruando pelo Recife, pontua ligações metafóricas suaves: “olhando o domingo passar pela janela” quando não, contundentes a traduzirem a miséria cotidiana: “quantas tristezas adormecem debaixo dessas marquises”.

Em palavras enfileiradas concebe ainda símiles preciosos: “Um monge franciscano lança água benta sobre a cabeça dos devotos e me alcança como gota de esperança”, ou “Sigo como um rio pela Rua Direita e deságuo no Mercado de São José, paro os olhos e a memória em um tempo distante”.

A publicação traz o prefácio do escritor José Nivaldo Júnior, obedece ao conceito editorial de Natanael Lima Júnior, projeto visual de Marcos Santana, revisão de Luanda Calado e impressão da Lucy Artes gráfica Limitada. Os exemplares podem ser adquiridos na loja Passa Discos, Rua da Hora, 345.  Fone (81) 3268-0888. Espinheiro.

*Paulo Caldas é Escritor

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