Arquivos crise - Página 2 de 4 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Para complementar renda, 64% dos brasileiros recorreram a bicos no primeiro semestre, apontam SPC Brasil e CNDL

Embora o país tenha superado, ao menos tecnicamente, a recessão econômica, as consequências da crise ainda se mostram presentes em diversos aspectos do dia a dia da população. Um estudo realizado em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que passou de 57% para 64% o percentual de consumidores que recorreram a alguma forma de trabalho extra ou bicos para complementar a renda no primeiro semestre deste ano. Nas classes C, D e E, a proporção salta para 70% dos entrevistados. Segundo o levantamento, em cada dez consumidores, cinco (51%) acreditam que as condições gerais da economia pioraram ao longo deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado – o que configura um aumento de 12 pontos percentuais em relação à pesquisa de 2017. Quando avaliam a própria condição financeira, 44% garantem que também houve piora em relação ao último ano, um aumento de oito pontos percentuais. Outros 34% falam em condições financeiras iguais, ao passo que apenas 19% pensam que a situação está melhor que antes. “A recuperação da economia ainda é bastante lenta e surte pouco efeito prático na realidade dos brasileiros. O momento mais crítico da crise ficou para trás, mas isso não significa que a vida das pessoas tenha melhorado substancialmente. A renda das famílias segue achatada e o consumo melhora a passos lentos porque o desemprego segue alto e a confiança abalada”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. No primeiro semestre, 83% dos consumidores fizeram cortes para driblar crise; 77% não sentem efeitos da melhora da economia Para muitos brasileiros, o primeiro semestre deste ano foi um período marcado por dificuldades que exigiram sacrifício e capacidade de adaptar a vida financeira. Reflexo do cenário ainda complicado para as finanças, 83% dos brasileiros tiveram de fazer cortes no orçamento para driblar as consequências da crise ao longo de 2018. Entre os que contingenciaram gastos, 61% cortaram ou reduziram refeições fora de casa – comportamento que apareceu com mais frequência entre os brasileiros de mais alta renda, com 74% de citações. Outros cortes comuns no período foram os de roupas, calçados e acessórios (57%), itens que não são de primeira necessidade em supermercados, como carnes nobres, congelados, iogurtes e bebidas (55%) e gastos de lazer, como cinema e teatro (53%). Há ainda, 30% de entrevistados que para conseguir algum dinheiro tiveram de vender algum bem. De modo geral, 77% dos brasileiros declaram que ainda não sentem os efeitos da melhora da economia no seu cotidiano, seja nos preços dos bens e serviços, juros, emprego ou consumo. Segundo apurou a pesquisa, entre esses entrevistados 77% consideram que os preços continuam aumentando, ao mesmo tempo em que 56% pensam que as taxas de juros estão muito elevadas e 54% argumentam que o mercado de trabalho segue sem contratar. Além disso, 57% das pessoas ouvidas disseram que ficaram desempregados ou tiveram algum membro da família que perdeu o emprego nos últimos meses. Em sentido oposto, 23% dos entrevistados relataram já sentir no próprio bolso os efeitos de melhora na economia. Nesse caso, 47% justificam sua posição dizendo que as pessoas voltaram a consumir, enquanto 36% consideram que a criação de novas vagas está aumentando. “O Brasil passou por uma das recessões mais longas de sua história, com 11 trimestres consecutivos de retração no produto interno bruto. Hoje, mesmo com a inflação controlada, fica a impressão de que a economia do país está emperrada e isso só vai mudar quando o ritmo de crescimento se tornar mais vigoroso e a confiança for recuperada” explica a economista Marcela Kawauti. 69% acham que não vão conseguir concretizar algum plano traçado para 2018; para 51%, eleições presidenciais vão influenciar comportamento da economia A crise econômica fez com que apenas 17% dos entrevistados conseguissem realizar algum sonho de consumo no primeiro semestre deste ano. E as perspectivas para o futuro não são boas. Sete (69%) em cada dez brasileiros acreditam que será difícil concretizar projetos planejados para o ano de 2018, sendo a formação de uma reserva financeira (51%), realizar uma grande viagem (33%), comprar um carro (33%) e reformar a casa (32%) os mais afetados. Na opinião dessas pessoas, os principais empecilhos para realizar os projetos são a falta de dinheiro (61%) e o preço elevado dos bens e serviços (56%). Outro dado é que mais da metade (53%) dos consumidores admitiu ter ficado várias vezes ao longo deste ano com as contas no vermelho e 37% tiveram de recorrer a empréstimo em bancos ou até mesmo com familiares para organizar o orçamento. Para colocar a vida financeira nos eixos, 28% dos brasileiros desejam aumentar a renda no segundo semestre fazendo algum trabalho extra ou bico. Outras estratégias que os consumidores idealizam praticar no dia a dia para economizar são organizar as contas de casa (26%), realizar mais pagamentos à vista (25%) e cortar gastos com lazer (21%). Desse modo, 42% dos entrevistados têm a expectativa de que a vida financeira será melhor no segundo semestre do que no primeiro. Outros 29% consideram que será igual, ao passo que 12% aguardam uma piora. Questionados sobre o cenário futuro da economia, a pesquisa aponta opiniões divididas: 39% acham que a situação será melhor no segundo semestre, enquanto 29% acham que a situação continuará a mesma. Os que aguardam piora nas condições somam 15% da amostra. Considerado um dos principais acontecimentos deste ano, 51% dos consumidores acreditam que as eleições presidenciais vão interferir de algum modo no andamento da economia. Outros 27% pensam que não, enquanto 23% não sabem dizer. Metodologia A pesquisa ouviu 886 consumidores de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais do país. A margem de erro é de no máximo 3,3 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%. Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas

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País à beira de um ataque de nervos (por Francisco Cunha)

A greve dos caminhoneiros mostrou a cara de um país neurastênico, como se dizia há muito tempo atrás. Estressada por uma inédita confluência de crises (econômica, política, social, ética) que parece configurar algo como uma “tempestade perfeita”, quatro meses antes das eleições presidenciais mais incertas desde a redemocratização, a sociedade reage com altas doses de histerismo e inúmeros boatos cabeludos pelas redes sociais. Defendeu-se de tudo pela internet. Desde “Intervenção Militar, Já!”, até uma “desobediência” tributária do tipo “não pague nenhum imposto até que todos os políticos corruptos sejam varridos no mapa”. Noves fora os delírios, esse comportamento parece denunciar uma espécie de exaustão da ampla maioria com o estado de coisas no qual o País mergulhou caracterizado por uma profunda descrença na classe política que não consegue mais, como se passou a dizer muito por aí, “nos representar”. Há quem diga que estamos vivendo no Brasil o fim de um longo ciclo político/econômico de 30 anos que começou, justamente, com a Nova República e caracterizou-se pelo predomínio das soluções “políticas” e pela expansão fiscal que hoje já compromete cerca de 35% do PIB de carga tributária (era de 24% quando o ciclo começou em 1987) e, com o déficit fiscal de cerca de 6% do PIB, pela apropriação de mais de 40% do PIB pelo setor público contra a prestação de serviços de qualidade que vai de ruim a muito ruim. Se esta interpretação está correta (e as indicações são cada vez mais que sim), estamos naquela situação já descrita como a pior possível, ou seja, no limbo político: momento em que todos estão insatisfeitos já que a necessária mudança ainda não se fez, o novo não surgiu, e o antigo resiste ferozmente a acabar. Seja como for, a hora é muito delicada pois as demandas e carências são maiores do que a atual capacidade política e econômica de revolvê-las. E nervos esgotados, neurastenia, estresse e raiva não são bons conselheiros para nada, em especial para resolver problemas econômicos, políticos e sociais históricos complexos, típicos do final de um ciclo longo que muito prometeu e pouco cumpriu. É preciso muita calma nesta hora. Em menos de quatro meses teremos as eleições gerais, o remédio democrático para a incerteza política. Além disso, também muito cuidado na hora de votar pois a eleição de um populista turbinará a crise com certeza absoluta.

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Técnicos voltam a discutir amortecimento de preços dos combustíveis

Técnicos dos ministério de Minas e Energia (MME) e da Fazenda reúnem-se hoje (4) para discutir a criação de uma política de amortecimento de preços dos combustíveis que chegue ao bolso do consumidor. Esta é a segunda reunião do grupo de trabalho criado para esse fim. A discussão inclui derivados do petróleo, como a gasolina. O acordo firmado com os caminhoneiros para o fim do movimento grevista define a redução de R$ 0,46 no preço do diesel. Agora, a intenção é incluir também na discussão os demais combustíveis, criando um mecanismo que proteja o consumidor da volatilidade dos preços finais. Segundo o MME, o grupo vai convidar especialistas no assunto para ajudar a buscar uma solução que permita, por um lado, a continuidade da prática de preços livres ao produtor e importador e, por outro, o amortecimento dos preços ao consumidor. A primeira foi na última sexta-feira (1º), com técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Política de preços Desde 2016, a Petrobras segue uma política de variação do preço dos combustíveis que acompanha a valorização do dólar e o encarecimento do petróleo no mercado internacional. Em nota, o MME diz que a política de liberdade de preços da Petrobras, assim como das demais empresas de petróleo que atuam no país, "é uma política de governo. A Petrobras teve e tem total autonomia para definir sua própria política de preços". Com os reajustes, no início de maio, a Petrobras anunciou um crescimento do lucro líquido de 56,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 6,96 bilhões. O crescimento expressivo surge depois de quatro anos seguidos de prejuízos e de um processo de reestruturação e de redução do endividamento da companhia, que teve início após as denúncias da Operação Lavo Jato. Este foi, segundo a estatal, o melhor resultado trimestral desde o início de 2013, quando a empresa havia lucrado R$ 7,69 bilhões, e terminou o trimestre com resultados positivos em sua métrica de segurança. Flutuações As flutuações, no entanto, causam impacto para o consumidor. Nesse fim de semana, a Petrobras aumentou em 2,25% o preço da gasolina em suas refinarias. Com isso, o litro do combustível ficou 4 centavos mais caro, passando de R$ 1,9671 para R$ 2,0113, de acordo com a estatal. Em um mês, o combustível acumula alta de preço de 11,29%, ou seja, de 20 centavos por litro, já que em 1º de maio, ele era negociado nas refinarias a R$ 1,8072. O preço do diesel, que recuou 30 centavos desde o dia 23 de maio, no ápice da greve dos caminhoneiros, será mantido em R$ 2,0316 por 60 dias. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) diz, em nota técnica, que a política de presos resultou, entre o final de abril e maio, em 16 reajustes do preço da gasolina e do diesel nas refinarias. Para o consumidor final, os preços médios nas bombas de combustíveis subiram, considerando os impostos federais e estaduais, de R$ 3,40 para R$ 5, no caso do litro de gasolina (crescimento de 47%), e de R$ 2,89 para R$ 4, para o litro do óleo diesel (alta de 38,4%). (Da Agência Brasil)

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Congresso mantêm nesta semana atenção sobre caminhoneiros

Após uma semana com a pauta dominada pelas demandas dos caminhoneiros, Câmara e Senado devem manter ainda as atenções voltadas para a categoria. A partir desta terça-feira (5), os deputados federais se preparam para votar o projeto de lei que regulamenta o transporte rodoviário de cargas no país (PL4860/16). No texto do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), aprovado pela comissão especial sobre o tema, são estabelecidas formas de contratação dos transportadores autônomos, de cooperativas ou empresas, regras para segurança nas estradas e normas para contratação de seguros em caso de acidentes, perda de mercadoria e até furtos e assaltos. Marzquezelli propõe ainda a criação do vale-pedágio, mecanismo de pagamento automatizado que será obrigatório. Além disso, torna obrigatória a inspeção de segurança veicular de todos os veículos de carga, com maior frequência quanto mais velho o veículo. Acordo As seis medidas provisórias (MPs) editadas como parte do acordo firmado entre o governo federal e caminhoneiros também devem ter instaladas suas respectivas comissões mistas de deputados e senadores. Na relação de medidas está a 832/18,que institui a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. Editada sob o argumento de promover condições razoáveis à realização de fretes no território nacional, ela já enfrenta resistência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Há ainda a 833/18, que altera a Lei dos Motoristas (Lei 13.103/15) para estender para as rodovias estaduais, distritais e municipais a dispensa de pagamento de pedágio do eixo suspenso de caminhões, uma das principais reivindicações dos grevistas. As medidas provisórias 836, 838 e 839/18 também aguardam votação. Com elas, o governo pretende compensar os gastos que serão gerados pelo acordo, que inclui a redução dos tributos sobre o óleo diesel. Após serem discutidas nas respectivas comissões mistas, as medidas provisórias precisam ser apreciadas pelo plenário da Câmara e depois pelo do Senado. O prazo de vigência de uma medida provisória é de 60 dias, prorrogáveis uma vez por igual período. Se não for aprovada no prazo de 45 dias, contados da sua publicação, ela passa a trancara pauta do plenário da Casa em que se encontrar (Câmara ou Senado) até que seja votada. *Da Agência Brasil, com informações da Agência Câmara

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Reflexos da crise econômica devem persistir até 2020 no turismo

Depois de três dias de debates sobre os caminhos para que o setor hoteleiro retome os trilhos do crescimento após três anos de perda de receitas, o 60º Congresso Nacional de Hotéis (Conotel) foi encerrado na última sexta-feira (18) com a análise de números que indicam um cenário pouco alentador para o segmento em curto prazo. Chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o economista Fábio Bentes afirmou que o segmento de serviços, em especial o turismo, ainda não conseguiu superar a crise econômica que teve início em 2014. Pelos cálculos de Bentes, após ter registrado uma queda de 6% da receita real no ano passado, o setor este ano deve enfrentar uma nova redução das receitas, da ordem de 4%. “O que podemos constatar a partir do desempenho recente é que a crise ainda não acabou. Ainda existe muito terreno para ser recuperado após a fortíssima queda [da atividade] dos últimos anos”, declarou o economista. Segundo ele, entre 2015 e fevereiro de 2018, a perda de faturamento do turismo no Brasil chegou a R$ 157 bilhões. Para Bentes, apesar da lenta retomada, o cenário para 2018 é um pouco menos desalentador que o de anos recentes. Pelos cálculos da entidade, “neste ritmo, o setor de turismo só vai conseguir ultrapassar a atual situação em 2020”. Além de incertezas políticas e problemas econômicos, outro problema que ajuda a retardar a retomada do crescimento verificado até 2014 está o aumento da sensação de insegurança. Um recente estudo da CNC concluiu que só o Rio de Janeiro, no ano passado, perdeu R$ 1 bilhão com os impactos negativos da violência. Após lembrar que o turismo responde por 8% do emprego formal no país, Bentes demonstrou que, entre 2015 e 2017, cerca de 7 mil estabelecimentos de hospedagem fecharam as portas em todo o país, encerrando milhares de postos de trabalho formal. Não fosse pela recente crise, o setor de turismo só teria motivos para comemorar. Descontados os últimos resultados (2014-2017), o setor cresceu, em média, 22% ao longo de uma década (2006-2016), com destaque para as regiões Norte e Nordeste. Otimismo Já a chefe da Divisão de Inteligência Competitiva da Embratur, Angela Baltazar, procurou devolver o otimismo aos empresários que permaneciam no Centro de Eventos. Representante da autarquia federal responsável por promover os destinos turísticos nacionais, ela defendeu que a hotelaria tem muito potencial para continuar crescendo, já que a América Latina é “a bola da vez” e até mesmo a desvalorização do Real pode ser positiva para o turismo, já que torna o país mais barato e atraente para os turistas estrangeiros. “Baseados nos dados da OMT [Organização Mundial do Turismo], o que podemos dizer é que o turismo vai continuar crescendo em todo o mundo. Os europeus, os chineses, e tantos outros vão continuar viajando. O que precisamos é saber nos promover. E superar as muitas pautas negativas, já que, quando nos visitam, os turistas estrangeiros se surpreendem positivamente”, disse Angela, destacando que os brasileiros também continuam viajando. "Os aeroportos estão lotados." (Agência Brasil)

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Açai Concept: de Pernambuco para o mundo

Em meio aos dissabores da crise econômica, a empresa pernambucana Açaí Concept investiu nas delícias dos frutos da região Norte para se firmar como uma das franquias que mais cresce no País. Em apenas quatro anos são mais de 200 unidades espalhadas pelo Brasil e até no exterior, tendo alcançado o faturamento de R$ 80 milhões em 2017. Para este ano, a empresa que já trabalha com açaí, cupuaçu e a estrangeira pitaya, deve trazer novos produtos e seguir num processo mais acelerado de internacionalização. A empresa vive um crescimento exponencial desde o seu lançamento. Entre 2015 e 2016 o faturamento cresceu em 70%. De 2016 para 2017 o avanço no desempenho foi em torno de 35%. E sobre essa performance, a marca projeta crescer 33% em 2018. “Acreditamos que as lojas irão faturar mais e a confiança dos empreendedores tende a melhorar com a recuperação econômica. Podemos alcançar números ainda mais positivos. A franquia é um caminho tanto para quem perdeu o emprego e deseja se recolocar no mercado como para quem pretende fazer um investimento em vez de colocar o dinheiro na poupança”, afirma o sócio Rodrigo Melo. Além das frutas da Amazônia terem caído no gosto dos brasileiros, o segredo do sucesso da franquia tem outros ingredientes. “Somos um fast food saudável. Não existe no mercado de franquias uma empresa que tenha crescido tão rápido em abertura de lojas nos últimos anos. Mas isso tem alguns motivos: valor do investimento reduzido, boa taxa de rentabilidade e a simplicidade do modelo de negócios”, destaca o sócio. Ele explica que uma unidade funciona com poucos funcionários, pois o preparo dos produtos é simples, e destaca que o investimento para abrir uma loja – entre R$ 80 e R$ 150 mil – é baixo para o praticado no mundo do franchising. Isso está promovendo um crescimento orgânico da marca: vários franqueados após abrirem a primeira loja ou quiosque se animam para investir em outras unidades. A inovação é um dos traços de atuação da empresa. Desde aspectos simples, como o uso do copo em vez das tradicionais tigelas para o consumo do açaí até a inserção de novas frutas no mercado. A pitaya, originária do México, é o mais novo produto da moda no mundo fitness e se espalhou pelo País quando a empresa decidiu introduzi-la no seu cardápio. Para 2018 duas inovações chegaram nas unidades da Açaí Concept. Nos próximos meses os cardápios terão o creme de abacate, fruta bastante conhecida pelos pernambucanos, e a golden berry, típica dos andes e bastante saudável. Ambos oferecidos no mesmo formato que é vendido o açaí atualmente. EXPANSÃO Entre os planos da Açaí Concept para 2019 está alcançar a meta de 400 unidades franqueadas pelo mundo. Com quase 10 lojas em Portugal e com as primeiras unidades em funcionamento na Espanha (Barcelona) e Estados Unidos (Boca Raton, na Flórida), os projetos da empresa são audaciosos. Já com contratos assinados no Canadá, Chile e Argentina, a marca projeta ganhar o mundo nos próximos anos. “O açaí está ganhando muitas recomendações médicas, por ser um produto saudável. Isso tem chamado atenção para essa fruta no mundo. Mais cedo ou mais tarde boa parte dos países terão o açaí inserido no seu consumo”, avalia. Os indicadores dos consumidores portugueses, por exemplo, apontam que 82,5% dos que experimentam o produto voltam para consumir com amigos e familiares. Até 2020 a projeção da Açaí Concept é de ter 100 estabelecimentos em Portugal e 300 na Espanha, para depois expandir para os vizinhos europeus. Entre os lusitanos, as lojas estão vendendo também a tradicional tapioca, com grande aceitação do público. Com a média de abertura de 100 lojas no Brasil por ano e o início do processo de internacionalização da marca, a expectativa do empresário é de alcançar a mil unidades franqueadas em um horizonte de quatro anos. Com o sucesso do Açaí Concept, um outro braço de atuação do grupo é o Concept Franchising, uma consultoria para marcas que pretendem se lançar no mercado de franquias. “Muitas pessoas que têm uma operação e querem que seu negócio se torne franquias estão nos procurando”. A Nuts, que trabalha com crepes e waffles, e o Sanduba do Careca, de Maceió, são duas marcas que se transformaram recentemente em franquias com o apoio do grupo. Com o espírito da inovação e na onda do consumo de produtos saudáveis, a marca pernambucana tende a se consolidar como principal nome da venda de açaí no mundo nos próximos anos.  

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Após crescimento no auge da crise, inadimplência com contas de água e luz recua no país

A crise econômica dos últimos anos fez com que muitas famílias brasileiras deixassem de pagar não apenas prestações de compras realizadas no comércio e faturas do cartão de crédito, mas também atrasassem o pagamento de serviços básicos da casa, como contas de água, luz e gás de cozinha. Passado o auge da crise, no entanto, o volume de atrasos com esse tipo de compromisso começa a recuar. Dados detalhados por setor do Indicador de Inadimplência apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que no último mês de fevereiro, o volume de atrasos com essas contas caiu -4,25% na comparação com o mesmo período do ano passado. Ao final de 2017, ano que marcou o início da retomada econômica, o número total dessas pendências recuou -4,32%. Com exceção do ano passado, desde 2014 o volume de atrasos com as contas de água e luz vinham crescendo ano após ano. Em 2014, a alta fora de 7,74%, seguida de 4,79% em 2015 e uma expansão ainda maior em 2016, com alta de 13,62% na quantidade de atrasos. “Gradativamente, a economia brasileira começa a melhorar e os números menores da inadimplência com serviços básicos é um reflexo positivo desse cenário. No entanto, o impacto sobre a inadimplência de maneira geral ainda é tímido e isso ocorre porque o retorno aos níveis de renda e emprego que tínhamos em uma fase anterior à crise ainda demandará mais algum tempo e esforço”, pondera a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Para o SPC Brasil, apesar do recuo do número de atrasos com contas básicas, o estoque de inadimplentes no país ainda é elevado e rompe a marca dos 61,7 milhões de pessoas com o CPF restrito. Do total de pendências registradas nos cadastros de devedores, aproximadamente 8% são devidas ao setor de Água e Luz. Além do impacto da crise nas finanças do brasileiro, o crescimento expressivo desses atrasos nos últimos anos estimulou as companhias dos setores de água e luz a utilizarem a negativação de CPFs como forma de acelerar o recebimento atrasado antes de realizarem o corte no fornecimento. Dívidas em atraso com água e luz são mais frequentes entre pessoas acima de 30 anos e no Nordeste Os dados por gênero do indicador mostram que do total de pendências com serviços básicos de água e luz, 52% estão em nome de mulheres e 48% no nome de homens. Quanto a faixa etária, a proporção de devedores aumenta conforme a idade: do total de inadimplentes com idade superior a 30 anos, 10% deles devem para companhias de água e luz, ao passo que esse percentual cai para apenas 3% entre os de 18 a 29 anos. Outro dado é que o Nordeste é a região que apresenta a maior proporção de dívidas em atraso com contas de água em luz: em fevereiro de 2018, o número chegou a 14% nessa região. Em seguida, aparece o Norte (9%); o Centro-Oeste (7%); o Sudeste (7%) e o Sul (2%).

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72% dos brasileiros mudaram seus hábitos financeiros por causa da crise econômica

Baixa atividade econômica, dificuldade para encontrar emprego, renda per capta reduzida... Nos últimos anos os brasileiros foram obrigados a enfrentar um cenário bastante adverso. A recessão tomou conta das conversas no dia a dia das pessoas, mas quais têm sido, de fato, as consequências para o consumidor? Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que sete em cada dez brasileiros (72%) mudaram seus hábitos em relação ao dinheiro por causa da crise econômica. Somente 19% garantem não ter feito mudanças. O orçamento mais curto fez com que muitas famílias modificassem a rotina de compras, além de repensar algumas de suas prioridades. Assim, 55% passaram a evitar compras de bens supérfluos, aumentando para 68% entre os mais velhos e 69% entre os pertencentes às classes A e B. Outros 55% reduziram os gastos com lazer, enquanto 54% passaram a fazer pesquisas de preço antes de adquirir um produto e 52% ficaram mais atentos às promoções, buscando preços menores. De modo geral, estabelecer estratégias a fim de diminuir as despesas em casa passou a ser comum para boa parte dos entrevistados: considerando os consumidores que afirmaram ter mudado seus hábitos financeiros, 51% buscaram economizar nos serviços de luz, água e telefone, pensando no valor da conta, 46% adotaram a substituição de produtos por marcas similares mais baratas, 44% passaram a controlar os gastos pessoais e/ou da família e 43% passaram a evitar parcelamentos muito longos. Por outro lado, observa-se que a atitude menos adotada a partir da crise econômica foi o hábito de poupar ao menos uma parte dos rendimentos, mencionada por apenas 26%. De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, de fato, em momentos de aperto financeiro é mais difícil para o consumidor constituir reserva financeira quando a prioridade é pagar as contas e manter demais compromissos em dia. “Cada família encontrou um jeito de lidar com a situação, sempre com o mesmo objetivo: fazer as despesas caberem no orçamento. Em momentos de sufoco financeiro é importante os consumidores ficarem mais atentos aos gastos com itens supérfluos ou desnecessários e controlarem os gastos pessoais, mas atitudes como estas são recomendáveis em qualquer contexto para uma prosperidade financeira. Além disso, ter uma reserva financeira te ajuda a passar por momentos de crise com segurança e tranquilidade”, destaca a economista. Em 2018, 83% pretendem manter os hábitos financeiros que adquiriram durante a crise A pesquisa do SPC Brasil e da CNDL indica que, em relação aos sentimentos vivenciados com a mudança de hábitos decorrente da crise, quatro em cada dez entrevistados sentiram alívio e tranquilidade por não estourar o orçamento (42%), enquanto 36% relatam alegria por conseguir manter pelo menos o essencial. Em contrapartida, 32% mencionam frustração por deixar de comprar certos produtos que gostam e 31% falam na limitação por querer e não poder comprar. Além disso, um em cada cinco consumidores se sente constrangido por não poder dar para família o que eles desejam (21%). De qualquer forma, as mudanças proporcionadas por todo esse contexto parecem ter sido bem assimiladas pela grande maioria dos entrevistados: supondo que a situação do país melhore em 2018, 83% pretendem manter os hábitos que adquiriram durante a crise e somente 8% pretendem abandoná-los. Essa disposição para manter atitudes adotadas no período de adversidades está relacionada a efeitos claramente positivos nas finanças pessoais: 52% poderiam dar continuidade aos hábitos adotados por terem conseguido administrar melhor o orçamento, enquanto 51% dizem ter aprendido a economizar dinheiro, 50% passaram a controlar o impulso por compras e 47% aprenderam a fazer compras melhores. Por outro lado, o desejo de recuperar o antigo padrão de consumo levaria parte dos entrevistados a abandonar as práticas adquiridas no período de adversidades. Dentre aqueles que mudaram seus hábitos em relação ao dinheiro durante a crise, mas voltariam ao antigo padrão de comportamento em caso de melhora do cenário econômico, 44% fariam isso porque querem voltar ao tipo de vida que tinham antes, ao passo em que 26% não se sentiriam mais inseguros em relação ao futuro e por isso não precisariam mais se controlar. “Foram quase três anos consecutivos de recessão, que se estendeu de meados de 2014 ao final de 2016, mas a economia brasileira voltou a crescer em 2017, ainda que em ritmo bastante lento. Esse início de recuperação conta também com alguma retomada do consumo das famílias, estimulado tanto pela medida que liberou o FGTS no primeiro semestre do ano passado quanto pela queda da inflação e dos juros”, afirma Marcela Kawauti. “Por outro lado, o quadro geral da economia ainda é ruim, com poucos reflexos positivos diretos no dia a dia do consumidor. Portanto, é importante que as pessoas mantenham a prudência nos gastos e priorizem o planejamento e o controle do orçamento”, indica.

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O risco político para a retomada econômica

Sim, é certo que a retomada econômica pós-recessão já se iniciou e que, em alguma medida, ela está descolada da crise política. Porém não de todo. Do ponto de vista econômico, existe ainda um importante obstáculo de ordem fiscal a ser removido no meio do caminho da retomada: um déficit orçamentário federal expressivo somado à necessidade de um superávit primário vultoso. Trata-se, no conjunto (um mais o outro), da necessidade de um ajuste fiscal de mais de R$ 300 bilhões, sem o qual o teto da dívida pública não se estabiliza e, por conseguinte, a credibilidade das contas nacionais perante o mercado e os credores (inclusive internacionais) fica comprometida, comprometendo, por sua vez, a retomada. Embora esse seja um obstáculo de natureza econômica, para ser removido requer ação de natureza política, o que confere grande importância ao resultado da próxima eleição presidencial. Se tivermos o azar de eleger um presidente populista que não esteja comprometido com esse ajuste fiscal essencial, vamos ver a partir de 2019, novamente, o filme da deterioração das contas públicas, junto com a retomada da inflação e a da subsequente recessão para baixá-la. Um déjà vu totalmente desnecessário. Um complicador para uma escolha sensata de alguém comprometido com a arrumação das contas públicas, sem a qual a retomada econômica será comprometida, é o clima de radicalismo que se instalou no Brasil nos últimos anos. Um verdadeiro Fla x Flu político, jogo em que os envolvidos se xingam, não se ouvem e todos perdem, o País muito mais... Nunca vi nada nem sequer parecido mesmo tendo entrado na faculdade em 1976, em plena ditadura militar. Fiz passeata e corri da polícia, mas assisti a muitos debates minimamente civilizados em que uma parte ouvia a outra. Discordava, mas ouvia. Hoje, a impressão que tenho é que ninguém mais ouve ninguém e cada um diz (e escreve!) o que lhe vem à cabeça, sem se preocupar minimamente com a manutenção das condições do diálogo... Neste ano que se inicia, de retomada da economia e de eleições presidenciais, faço votos que os ânimos se apaziguem um pouco mais e possamos ter um pleito o menos radicalizado possível, com a eleição de um presidente comprometido com o indispensável ajuste das contas públicas. Que assim seja! *Artigo do consultor Francisco Cunha, publicado na Última Página na edição de janeiro da Revista Algomais 

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Juros pagos pelas famílias brasileiras aumentaram 36% entre 2013 e 2016

Os efeitos da crise econômica foram fortemente sentidos pelo mercado de crédito. Entre 2013 e 2016, o saldo das operações de crédito com recursos livres para pessoa física (PF) recuou 13% em termos reais, ao passar de R$ 943 bilhões para R$ 820,3 bilhões, ou seja, uma perda de R$ 123 bilhões em apenas três anos. Embora o volume de empréstimos tenha caído nesse período, a taxa média efetiva de juros cobrada cresceu mais de 16 pontos porcentuais (p.p.), ao passar de 42,9% em 2013 para 59,2% em 2016. Como consequência, o valor pago pelas famílias anualmente apenas a título de juros passou de R$ 212 bilhões em 2013 para mais de R$ 288 bilhões em 2016, um aumento de 36% em termos reais, e que corresponde a um dispêndio extra de R$ 76,3 bilhões. Com juros elevados e menor oferta de crédito, as famílias brasileiras viram sua capacidade de consumo diminuir drasticamente. É o que mostra o estudo "Juros e Inadimplência no Brasil 2014-2016", realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Banco Central contemplando apenas as operações formais de empréstimo e desconsiderando operações lastreadas em recursos direcionados. O volume de juros pagos pelas famílias em 2014 foi de R$ 251,2 bilhões, alcançando seu maior valor em 2015 (R$ 293,2 bilhões) e apresentando leve recuo em 2016, atingindo R$ 288,3 bilhões, o que representa 4,46% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e 9,2% da renda anual das famílias. Isso significa que o pagamento de juros, em termos individuais, representou um dos maiores itens de despesa das famílias, superando o dispêndio total por ano com grupos de itens como os de saúde, educação e vestuário. Mesmo diante dessas circunstâncias, as famílias brasileiras mostraram forte disposição para cortar gastos e controlar sua inadimplência no período. A taxa de inadimplência das famílias inicialmente apresentou comportamento de crescimento, saltando de 5,3% em dezembro de 2014 para 6,2% no fim de 2015 e praticamente se estabilizando em dezembro de 2016 (6,1%). Em termos de valores em atraso, nota-se claramente um forte ajuste por parte das famílias, que conseguiram reduzir em 8% o volume real das dívidas com mais de 90 dias de atraso, cujo montante caiu de R$ 53,9 bilhões em dezembro de 2013 para R$ 49,6 bilhões no fim de 2016, retração de R$ 4,3 bilhões no período. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, embora a inadimplência das pessoas físicas seja uma das questões mais preocupantes nos tempos atuais, isso se dá muito mais em decorrência da sua alta disseminação em termos do grande conjunto de famílias inadimplentes do que propriamente de seu volume agregado. Para a Federação, o custo elevado do crédito no Brasil é decorrente, obviamente, das altas taxas de juros praticadas no País, consequência direta do descontrole das contas públicas, que se refletem em uma dívida gigantesca que, em meio a crescente perda de confiança dos agentes econômicos, necessita ser financiada diariamente no mercado, com juros elevados pelo risco de descontrole. Isso também torna o setor público o maior tomador de crédito, de acordo com a Entidade, no qual os recursos são escassos, colaborando para fixação de um piso elevado para todos os demais tomadores. Em junho de 2017, a dívida pública bruta atingiu R$ 4,7 trilhões, correspondentes a 73% do PIB. Em apenas três anos e meio, essa dívida cresceu quase 70%, acrescentando quase R$ 2 trilhões ao montante do início de 2014, sendo que R$ 747 bilhões foram gerados nos últimos 18 meses, período em que a sua taxa em relação ao PIB saltou de 65% para os atuais 73%. Nesse ritmo, e com os imensos déficits públicos estimados para os próximos meses, o passivo público deve atingir, antes do fim de 2018, o delicado patamar de 80% do PIB. Para a Federação, fica evidente a pressão que uma dívida pública dessa dimensão exerce na fixação dos juros na economia. Na avaliação da FecomercioSP, seria lógico supor que com uma dívida significativamente menor, a taxa de juros necessária para seu financiamento também seria proporcionalmente inferior ao dos patamares atuais.

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