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Joao Galamba Divulgacao

Sísifo veste farda: a escala 6x1 como o castigo do trabalhador atual

João Galamba* Imagine acordar todos os dias, de segunda a sábado, repetindo uma jornada exaustiva que consome corpo, mente e alma. Ao final da semana, um único dia é concedido como “descanso”, onde o trabalhador não repousa, ele apenas se prepara para sobreviver à semana seguinte. Agora, imagine que isso se repete indefinidamente, como um ciclo sem fim. Assim vive o trabalhador submetido à escala 6x1. Quem vive sob essa lógica sabe: o domingo não é repouso, é manutenção. Lava-se a roupa, compra-se comida, arruma-se a casa, visita-se a família. Prepara-se o corpo para mais seis dias. E quando o corpo não responde, é culpa do cansaço? Não do sistema! No mito grego, Sísifo foi condenado pelos deuses a empurrar uma pedra até o topo da montanha, apenas para vê-la rolar de volta, num ciclo eterno, sem propósito ou recompensa. O esforço contínuo que não leva a lugar algum. Hoje, milhões de trabalhadores brasileiros vivem uma versão moderna desse castigo, disfarçada de legalidade: a jornada 6x1. No Brasil, Sísifo veste uniforme e bate ponto. Sua pedra é o turno de trabalho. Seu castigo é a repetição constante, sua liberdade é ficção. A cada semana vencida, não há vitória: há apenas o reinício do ciclo. A pedra rola de novo. O trabalhador acredita que está descansando, mas está apenas se preparando para recomeçar. Ele acorda cedo, enfrenta transporte precário, jornadas intensas e metas inalcançáveis. Quando finalmente chega o domingo, ele não vive: sobrevive. Tal como Sísifo, que via sua pedra rolar sempre de volta, o trabalhador vê a semana reiniciar, ainda mais pesada. E o mais perverso: acredita que isso é normal. Afinal, “sempre foi assim”. Mas naturalizar o excesso é aceitar a desumanização. É urgente discutir a redefinição da jornada de trabalho. Reduzir o tempo de labuta, garantir folgas reais e combater abusos que transformam o descanso em ficção. O trabalho não pode ocupar todos os espaços da vida. Se o tempo de viver se resume ao tempo de produzir, então não há liberdade e sim uma condenação. Sísifo não teve escolha. Mas o trabalhador tem. É hora de parar de empurrar a pedra. Repensar a escala 6x1 não é apenas uma questão de legislação. É uma questão de humanidade. *João Galamba é advogado especialista em direito do trabalho e sócio do escritório Galamba & Félix

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Nova gestão do Centro de Convenções de Pernambuco aposta no turismo de negócios

Durante a Fenearte, consórcio apresenta primeiros resultados e plano estratégico para reposicionar o CECON como referência no setor. Na imagem acima: Thiago Resende (Diretor de Operações), Antônio Peçanha (Diretor-executivo), Alexandre Manata (Acionista), Nenety Cristiano (Acionista), Wesley Rodrigues (Acionista). Durante a 25ª Fenearte, maior feira de artesanato da América Latina, o Consórcio CID Convenções Pernambuco apresentou a nova gestão do Centro de Convenções (CECON), equipamento estratégico para o turismo de negócios no Estado. Em apenas 60 dias à frente da administração, o grupo mineiro — formado por Conata Engenharia, Infracon Engenharia e Dezembro Eventos — já implementou ações de modernização e anunciou um plano estratégico voltado à eficiência operacional e ao reposicionamento do espaço como polo de grandes eventos. Estrutura e diferenciais do CECON Com um pavilhão de 20 mil m² — o maior do Nordeste —, teatro para quase 2,4 mil pessoas, amplo estacionamento e localização estratégica, o CECON oferece infraestrutura para sediar feiras, congressos e espetáculos simultaneamente. “Assumimos o compromisso de requalificar o Pernambuco Centro de Convenções para oferecer aos clientes e visitantes um equipamento moderno, versátil e competitivo”, afirmou o Diretor de Operações, Thiago Soares. Entre os primeiros avanços estão melhorias no sistema de climatização, iluminação, paisagismo e reestruturação de equipes. Liderança técnica e parcerias estratégicas A gestão é comandada por Antônio Peçanha (CEO), Thiago Soares (Operações) e Gabriela Diaz (Comercial), profissionais com vasta experiência em concessões, infraestrutura e captação de eventos. A nova equipe atua em articulação com o Governo do Estado e o Recife Convention Bureau para fortalecer a presença de Pernambuco no circuito nacional e internacional de feiras e encontros corporativos. Roadshows e feiras especializadas fazem parte da estratégia de divulgação. Turismo de negócios movimenta a economia De acordo com a Empetur, o turismo de negócios segue como uma das atividades mais relevantes para a economia pernambucana, impulsionando setores como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio. A nova gestão reforça o papel do CECON como motor desse segmento, com infraestrutura moderna e flexível, capaz de atender demandas de grandes promotores e agentes de turismo corporativo.

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Navegando em Águas Turbulentas

Entre avanços tecnológicos e riscos invisíveis, o desafio é garantir que a IA sirva à justiça, à diversidade e ao bem comum *Por Rafael Toscano Toda nova tecnologia traz promessas. Mas também traz riscos. A inteligência artificial, com seu poder de decidir, prever e aprender, nos obriga a fazer uma pausa — olhar para os lados, olhar para trás e olhar para dentro. Não basta perguntar o que podemos fazer com ela. É preciso perguntar: o que devemos fazer com ela? A história está cheia de lições. A Revolução Industrial gerou crescimento, mas também desigualdade. O progresso científico trouxe curas, mas também armas. Agora, com a IA, vivemos outro ponto de inflexão. Uma ferramenta poderosa está em nossas mãos — e como vamos usá-la depende de escolhas éticas. Já falamos sobre viés, privacidade, responsabilidade. Mas existe uma camada mais profunda: a da justiça social. Quem se beneficia da IA? Quem é deixado para trás? Algoritmos que distribuem crédito, indicam candidatos a vagas de emprego, preveem comportamentos criminais — todos podem reforçar estruturas de desigualdade se forem construídos sem diversidade, sem escuta, sem crítica. O problema não está na tecnologia em si, mas na forma como ela é desenvolvida, treinada e usada. Dados refletem a realidade. E a realidade, infelizmente, ainda carrega muitos preconceitos. Se a IA aprende com isso, ela perpetua. E às vezes, amplifica. Por isso, precisamos de transparência. Não podemos viver em um mundo governado por algoritmos que ninguém entende. É necessário saber como as decisões são tomadas, que critérios foram usados, de onde vieram os dados. Só assim podemos confiar — e corrigir o que estiver errado. Precisamos também de inclusão. As vozes que historicamente foram silenciadas precisam participar da construção desse futuro. Não podemos aceitar que uma tecnologia que molda o mundo seja decidida por um grupo pequeno e homogêneo. A IA não é um luxo técnico; é uma questão de cidadania. E há uma questão internacional: a governança global da IA. Diferentes países têm valores distintos, prioridades diferentes. Como criar um conjunto de princípios éticos que respeitem a diversidade cultural, mas que também protejam direitos universais como liberdade, dignidade, igualdade? Alguns já começaram. A Declaração de Montreal, as diretrizes da Unesco, as discussões no Fórum Econômico Mundial e em consórcios de empresas e universidades. Mas o caminho ainda é longo. E o ritmo da tecnologia é mais rápido que o da legislação. Precisamos de pontes entre esses mundos: entre ética e inovação, entre academia e mercado, entre ciência e sociedade. Em meio a tudo isso, há outro risco: o da superficialidade ética. Criar comitês, selos, códigos de conduta pode parecer suficiente — mas só faz sentido se vier acompanhado de ação real. Ética não é um adereço. É uma prática. É um compromisso. E talvez a maior responsabilidade seja nossa, como sociedade. Não podemos delegar tudo à tecnologia. Precisamos formar cidadãos capazes de questionar, analisar, participar. A alfabetização ética e digital tem que começar na escola, seguir nas universidades, nas empresas, nos governos. Uma IA justa exige uma sociedade vigilante e ativa. O futuro será moldado por decisões que estão sendo tomadas agora. Cada sistema implantado, cada dado coletado, cada algoritmo rodando em silêncio: todos têm consequências. Podemos optar por uma IA que sirva ao lucro, à vigilância, à exclusão. Ou podemos lutar por uma IA que amplifique o que temos de melhor: empatia, solidariedade, justiça. Não será fácil. Navegar em águas turbulentas exige firmeza no leme e clareza no horizonte. Mas temos referências. A luta por direitos civis. A Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os movimentos por igualdade, por diversidade, por sustentabilidade. Todos eles nos ensinam que o progresso verdadeiro é aquele que inclui, que respeita, que escuta. Se a IA é a grande revolução do nosso tempo, que ela venha acompanhada de uma revolução ética — silenciosa, mas profunda. Que cada linha de código carregue não apenas lógica, mas cuidado. Que cada decisão algorítmica reflita não só eficiência, mas equidade. E que, ao final, possamos olhar para essa tecnologia não com medo, mas com orgulho — como algo que construímos juntos, com inteligência, mas sobretudo com humanidade. *Rafael Toscano é escritor, pesquisador e professor na CESAR School, engenheiro na Companhia Brasileira de Trens Urbanos e ocupa o cargo de Secretário Executivo de Ciência, Tecnologia e Negócios na Secretaria de Transformação Digital, Ciência e Tecnologia (SECTI) da Prefeitura do Recife. Formado em Engenharia da Computação pela UFPE, é Mestre e Doutor pela Universidade de Pernambuco. **Esse Texto integra o livro IA Transformação das Humanidades

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condominio caruaru

Reserva Portugal inaugura condomínio de alto padrão com impacto urbano em Caruaru

Empreendimento reúne infraestrutura de lazer, soluções ambientais e melhorias para mobilidade e saneamento no Agreste de Pernambuco Com 100% dos lotes comercializados e Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 140 milhões, o Reserva Portugal inaugura é um marco no mercado imobiliário de Caruaru. Primeiro condomínio de alto padrão dentro da cidade, o empreendimento será entregue neste sábado, 12 de julho. São 346 lotes, estrutura de clube com rooftop panorâmico, spa, coworking, capela e o Bosque Clarice Gomes — uma área verde preservada de 1 km, integrada ao condomínio e ao curso natural de um riacho. O Reserva Portugal vai além do conceito residencial ao promover melhorias estruturais em bairros vizinhos como Salgado, São João da Escócia e Fernando Lyra. Entre os legados estão a construção de uma praça pública com 13 mil m², a duplicação da Avenida Brasil e a criação da Avenida Cristiano Gomes, que facilita o acesso à região. A principal entrega social foi a construção de um emissário que saneou todo o bairro Fernando Lyra e tratou 40% do esgoto do populoso bairro do Salgado. “São atitudes que provocam mudanças expressivas nas comunidades que ficam no entorno do Reserva Portugal”, afirma o sócio administrador, André Melo Gomes.

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Medicas Donna Pelle foto Gleyson Ramos

Donna Pelle amplia atuação no Recife com nova unidade no RioMar Trade Center

Clínica referência em dermatologia e estética inaugura espaço moderno com mais de 400 m² e reforça protagonismo feminino na saúde. Foto: Gleyson Ramos A Donna Pelle acaba de inaugurar uma nova unidade na Torre 4 do RioMar Trade Center, no Recife. Com mais de 400 metros quadrados, o novo espaço foi projetado para proporcionar conforto e inovação no atendimento. Composta por uma equipe majoritariamente feminina — 90% do quadro —, a clínica conta com 12 médicas, sendo 11 dermatologistas e uma ginecologista especializada em saúde íntima. A empresa tem a liderança das médicas e sócias fundadoras Juliana Fontan e Mecleine Dantas. A nova unidade amplia a capacidade de atendimento da clínica, que já atua na Torre 3 do mesmo complexo empresarial. “A inauguração deste novo espaço é resultado do crescimento sólido da Donna Pelle ao longo dos últimos anos e da confiança dos nossos pacientes. É um marco que reflete nosso compromisso com a qualidade, inovação e excelência no atendimento”, destaca a Dra. Mecleine Dantas. “A Donna Pelle nasceu de um sonho nosso e vem crescendo graças à confiança dos pacientes e à dedicação do nosso time. Estamos em constante evolução, tendo o desejo de entregar sempre o melhor em saúde e estética”, afirma a Dra. Juliana Fontan.

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david corenswet como o protagonista de superman 2025

Novo Superman chega aos cinemas

Segundo Hegel, filósofo alemão do século XIX, a arte reflete o espírito de uma época, expressando ideias e valores de determinado período histórico. Vemos isso nas artes plásticas, na literatura e, claro, no cinema. No que tange à sétima arte, a ideia alcança tanto o cinema cult (daqueles pra crítico ver), quanto os barulhentos blockbusters. Incorporado desse espírito, chega aos cinemas o tão aguardado Superman de James Gunn, com muito bom humor e crítica certeira à atual política americana.   O Superman de James Gunn inspira bondade e esperança, bem diferente da vibe sombria proposta por Zack Snyder nos filmes anteriores. David Corenswet encarna muito bem esse papel. Nos minutos iniciais, nada de nave cruzando a tela e pousando com bebê kryptoniano sobre um milharal. Desnecessário revisitar em detalhes os primeiros anos de uma história tão conhecida quanto a do Superman. O filme começa com a celebrada cena em que o supercão, Krypto, aparece para resgatar o herói que se encontra bastante ferido em alguma região do Ártico.  Por sinal, o cão rouba a cena em boa parte do filme. Um Super bondoso, beirando o exagero, como na cena em que o herói, em meio ao combate, voa para resgatar um esquilo. Outro artifício do roteiro é contrapor as ações responsáveis do Superman às táticas nada cuidadosas da Gangue da Justiça. Formada por Guy Gardner (Nathan Fillion), a Mulher gavião (Isabela Merced), o Senhor Incrível (Edi Gathegi) e o Metamorfo (Anthony Carrigan), a equipe é responsável por boa parte dos momentos de alívio cômico. Destaque para Nathan Fillion na pele de Guy Gardner, o lanterna verde mais arrogante e mal-humorado do universo. Para quem, como eu, acompanhou as HQs da Liga da Justiça Internacional na década de 90, a presença do herói foi, sem dúvida, uma escolha acertada.   O novo trabalho do diretor de “Guardiões da Galáxia” e “Esquadrão Suicida” não se limita às sacadas engraçadas, tão comuns aos filmes que costuma dirigir. A crítica política aparece como fator que dá liga e consistência à trama. Na história, Lex Luthor, interpretado por Nicholas Hoult, acusa o Superman de interferir na política externa americana ao tomar partido no conflito entre as nações fictícias Borávia e Jarhanpur. Ao impedir a Borávia, aliada dos EUA, de invadir o país vizinho, o kryptoniano atrapalhou os negócios de Luthor, único fornecedor de armas à Borávia. Pergunto: viram algo semelhante na história recente de algum país do ocidente?   O roteiro também reflete sobre a atual política imigratória americana. Em entrevista ao jornal britânico The Times, James Gunn afirmou que “... Superman é a história da América. Um imigrante que veio de outro lugar e se instalou no país. (...) uma história sobre como perdemos noções básicas da gentileza humana”. Alfinetada certeira na política cruel de “tolerância zero” adotada por Donald Trump contra imigrantes. A arte imitando a vida.

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Exportações brasileiras sob ameaça: Amcham Brasil critica tarifa de 50% imposta pelos EUA

Medida norte-americana pode afetar empregos, investimentos e cadeias produtivas; entidade pede retomada do diálogo bilateral A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, a partir de 1º de agosto, acendeu um alerta no setor produtivo. A medida, que pode impactar diretamente empregos, investimentos e cadeias produtivas entre os dois países, foi duramente criticada pela Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio). A entidade defende uma resposta rápida e diplomática para preservar a parceria estratégica e econômica com os norte-americanos. Com mais de 100 anos de atuação em defesa da integração econômica entre Brasil e EUA, a Amcham alerta que a decisão pode comprometer a confiança construída ao longo de décadas. "A relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos sempre se pautou pelo respeito, pela confiança mútua e pelo compromisso com o crescimento conjunto", destaca a nota da entidade, que também lembra que o comércio entre as nações tem sido vantajoso para ambos os lados — especialmente para os norte-americanos, com superávit de US$ 29,2 bilhões apenas em 2024. A Câmara conclama os governos a restabelecerem um canal de diálogo imediato, priorizando uma solução negociada e equilibrada. Segundo a entidade, apenas a previsibilidade e a racionalidade nas decisões podem garantir um ambiente favorável aos negócios e à cooperação internacional. O aumento da tarifa pode desorganizar setores inteiros da economia brasileira, além de abalar cadeias de produção integradas e investimentos de longo prazo. Diante do cenário de incerteza, a Amcham reforça sua missão de estimular a integração comercial e empresarial. “Reiteramos a importância de uma solução negociada, fundamentada na racionalidade, previsibilidade e estabilidade, que preserve os vínculos econômicos e promova uma prosperidade compartilhada”, afirma a entidade. 📄 Nota da Amcham Brasil na íntegraSão Paulo, 9 de julho de 2025 A Amcham Brasil manifesta profunda preocupação com a decisão anunciada pelo governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, com vigência a partir de 1º de agosto. Trata-se de uma medida com potencial para causar impactos severos sobre empregos, produção, investimentos e cadeias produtivas integradas entre os dois países. A relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos sempre se pautou pelo respeito, pela confiança mútua e pelo compromisso com o crescimento conjunto. O comércio de bens e serviços entre as duas nações é fortemente complementar e tem gerado benefícios concretos para ambos os lados, sendo superavitário para os Estados Unidos ao longo dos últimos 15 anos — com saldo de US$ 29,2 bilhões em 2024, segundo dados oficiais norte-americanos. A Amcham Brasil — que há mais de um século atua pelo fortalecimento dos laços econômicos entre os dois países — conclama os governos a retomarem, com urgência, um diálogo construtivo. Reiteramos a importância de uma solução negociada, fundamentada na racionalidade, previsibilidade e estabilidade, que preserve os vínculos econômicos e promova uma prosperidade compartilhada.

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Nova gestão do Sinapro-PE aposta em criatividade e expansão do mercado

Encontro reuniu agências e discutiu o futuro do mercado publicitário pernambucano O mercado publicitário de Pernambuco se reuniu no Novotel Marina, no Recife, para a posse da nova diretoria do Sinapro-PE — Sindicato das Agências de Propaganda do Estado — e o lançamento do Movimento Cria PE 2025. Lelê Carvalho, da Trio Comunicação, assumiu a presidência ao lado de Ricardinho Lira, da Avesso Propaganda, como vice. Eles sucedem Daniel Queiroz, da Ampla, reforçando o compromisso com a valorização da criatividade, da ética e da sustentabilidade econômica do setor. Setor criativo resiste à crise Mesmo diante de um cenário econômico desafiador, o setor publicitário pernambucano encerrou 2024 com desempenho positivo, movimentando cerca de R$ 450 milhões em investimentos anuais. O bom resultado é atribuído à diversidade de formatos — entre mídia tradicional, digital e ativações — e ao fortalecimento de práticas como compliance, inclusão e qualificação profissional. A relevância econômica da Publicidade A nova presidente também trouxe à tona a relevância econômica da publicidade no Brasil, que movimenta mais de R$ 6 bilhões anualmente e representa cerca de 6% do PIB nacional, gerando mais de 400 mil empregos diretos e indiretos, de acordo com um estudo da Deloitte para o Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP). “A propaganda não é despesa, é investimento. Ela informa, orienta, estimula o consumo e promove o bem-estar social”, defendeu. Fortalecimento do ecossistema local Com mais de 50 agências associadas responsáveis por 80% do faturamento do mercado formal, o Sinapro-PE reafirma sua missão de representar o setor e aproximá-lo de ecossistemas criativos nacionais e internacionais. A nova gestão pretende ampliar o diálogo com os anunciantes e fomentar a capacitação contínua das agências, ampliando a competitividade do mercado local. Festival de Cannes em pauta Durante o evento, um dos destaques foi o debate sobre o Festival de Cannes 2025, com a participação de Ricardo Moreira — vencedor de 11 Leões nesta edição — e Karan Novas, da Tulom. O bate-papo trouxe reflexões sobre as tendências globais da publicidade e inspiração para o mercado regional, em sintonia com os objetivos do recém-lançado Movimento Cria PE 2025. Apresentação da nova diretoria Lelê, na cerimônia de posse, também apresentou os novos membros da diretoria, que a acompanharão nesta missão de representação e impulsionamento do setor. Entre eles estão Ricardinho Lira como vice-presidente, Josival Júnior como diretor tesoureiro, Elmo do Val como vice-tesoureiro, e Miguel Melo como diretor-secretário, além dos conselheiros fiscais João de Souza Leão, Lorena Leal, Danilo França, Gustavo Queiroz, Fernando Monteiro e Moema Duarte.

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FW Italo e Emilia Capa

Especialistas garantem: corrida também é coisa de criança 

Há benefícios cardiovasculares, na coordenação motora, no controle da ansiedade e afugenta a meninada das telas e do sedentarismo Correr é uma ação natural para a maioria das crianças e já faz parte de muitas de suas brincadeiras. Já experimentou aproveitar toda a energia que elas têm em uma corrida? Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o esporte auxilia em muitos aspectos no desenvolvimento dos pequenos: flexibilidade, resistência, aperfeiçoamento de coordenação motora, estímulo do metabolismo ósseo, aumento da capacidade respiratória e cardíaca, melhora do humor e do apetite, diminuição do risco de hipertensão, diabetes, cardiopatia e prevenção da obesidade.  O profissional de Tecnologia e Inovação Ítalo Simões, de 46 anos, começou a correr há 13 anos. Já fez 35 maratonas e, este ano, fará novas três. A filha Emília, de seis anos, sempre o viu treinando e nas corridas, por isso, virou fã e o acompanha nas competições. “Minha esposa gosta muito de nadar. Sabemos que atividade física é hábito e é isto que queremos criar nela, sermos exemplo”, explica.  Aos papais e mamães que nunca apresentaram a corrida aos filhos, o profissional de educação física Deco Nonato, que tem mais de 20 anos de experiência no assunto, alivia os corações. “É um dos melhores exercícios cardiovasculares existentes. Também auxilia na manutenção do peso, melhora a resistência e consciência corporal.  Ajuda a aumentar a confiança, além de controlar a ansiedade. Mas é importante que seja prazeroso e que a criança possa guardar na memória a sensação de diversão”, explica.  Segundo a expectativa do mercado, as corridas de rua no Brasil devem registrar alta de 25% em 2025. E parte delas já vem se dedicando ao público infantil. A mais famosa dentre elas é a São Silvestrinha, em São Paulo. A edição de 2025 está prevista para o dia 14 de dezembro, na pista de atletismo do Centro Olímpico. “Corridas infantis, embora sejam curtas, são motivadoras. Enquanto quem as acompanha do lado de fora fica entusiasmado com os atletinhas, quem participa delas começa a tomar gosto pelo esporte”, avalia Deco.  Para quem se animou, já pode ir preparando as pernocas da meninada. Nas férias escolares, uma grande aventura está por vir ao Recife: a Smurf Run, no dia 27 de julho, no Shopping Recife. Diversão e movimento para várias idades, com direito a correr com os pequenos (em dupla ou trio), 5Km para os adultos, além de poder colocar o cãozinho para esticar as patinhas. Uma corrida para integrar e divertir toda a família - com a presença do Papai Smurf e da Smurfette! Lembra da Emília, filha do Ítalo, que falamos lá no começo? Então, ela soube da corrida dos Smurfs, ficou super animada e está treinando com o papai. “Pensamos em fazer uma rotina de treinos. Como moramos próximo ao Parque da Jaqueira, estamos correndo 100 metros e andando outros 100m. E ela já chamou logo as amigas da escola pra correr também. Vai ser uma grande festa…. Vai ser massa!”, completa Ítalo.  À frente da organização técnica da Smurf Run, Deco Nonato lembra que o evento se  propõe como um ambiente lúdico, que não estimula a competição, mas para fazer os pequenos brincarem com novos e velhos amigos. “Quanto maior a variedade de atividades físicas a criança fizer, mais fácil será para ela se dedicar aos esportes quando adultos, livrando-as das telas e do sedentarismo, naturalmente. O importante é colocar o corpo em movimento, desde cedo. Agora, caso ela mostre o desejo de correr regularmente, aí, a atividade pode ser inserida, gradativamente, e com acompanhamento profissional”, orienta o especialista.  Para cada faixa etária, um esporte pra chamar de seu Em maio deste ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria lançou um documento científico (https://encr.pw/I1X1T) sobre a prática de esportes entre crianças e adolescentes. O texto faz recomendações gerais de atividades físicas por faixa etária: De 0 a 2 anos: crianças que conseguem andar sozinhas devem permanecer fisicamente ativas todos os dias, durante pelo menos 180 minutos, em atividades leves (ficar de pé, mover-se, rolar e brincar) e atividades mais energéticas (saltar, pular e correr). Recomenda-se que o tempo de tela (TV, tablet, celular, jogos eletrônicos) seja zero; De 3 a 5 anos: devem acumular pelo menos 180 minutos de atividade física de qualquer intensidade distribuída ao longo do dia. Brincadeiras ativas, andar de bicicleta, atividades na água, jogos de perseguir e jogos com bola são as melhores maneiras para essa faixa etária se movimentar; De 6 a 19 anos: devem acumular pelo menos 60 minutos diários de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa, aquelas que fazem a respiração acelerar e o coração bater mais rápido, tais como: pedalar, nadar, brincar em um playground, correr, saltar e outras que tenham, no mínimo, a intensidade de uma caminhada. Atividades de flexibilidade e de intensidade vigorosa, incluindo aquelas que são capazes de fortalecer músculos e ossos, devem ser realizadas pelo menos três dias por semana. Smurf Run, uma experiência para toda a família No dia 27 de julho, a garotada vai estar em peso na Smurf Run, saindo do Shopping Recife, na Zona Sul da cidade. A concentração será às 5h30, com largadas a partir das 7h da manhã. Será uma jornada para toda a família, de (quase) todas as idades e habilidades! Tem percursos desde o de 0,5 Km até o de 2 Km, podendo participar crianças dos dois aos 13 anos.  A experiência pode até ser vivida juntinhos! Para quem quiser acompanhar seus pequenos, pode correr em dupla (01 adulto + 01 criança) ou em trio (01 adulto + 02 crianças). A Smurf Run ainda contempla a Dog Run (2.5 Km), com os pets, e corrida de 5 Km, para os adultos.  A diversão é estar em movimento, mas, claro, terá lazer para todos os gostos. Papai Smurf e Smurfette estarão à disposição dos fãs para sessão de fotos. Também haverá áreas para os aumigos da família e, claro, espaço fun para as crianças, com brinquedos infláveis, pipoca, pinturinha e muito mais!  As inscrições custam a partir

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Bernardo Braga: “Precisamos priorizar o ônibus para salvar nossas cidades”

Coordenador Técnico da Urbana-PE, Bernardo Braga defende prioridade viária, segurança jurídica e novos modelos de financiamento como caminhos para resgatar o transporte público na Região Metropolitana do Recife. Nos últimos 12 anos, o transporte coletivo por ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR) perdeu quase metade dos seus passageiros. A queda na demanda, somada à falta de prioridade viária, ao envelhecimento da frota e à insegurança contratual, comprometeu a qualidade do serviço e acelerou a migração para meios de transporte individuais, como motocicletas e carros. Para o coordenador técnico da Urbana-PE, Bernardo Braga, é urgente reverter esse cenário com políticas públicas claras, financiamento inteligente e foco na eficiência do sistema. Nesta entrevista, ele analisa os gargalos atuais do setor, avalia o fracasso da implementação dos BRTs e aponta alternativas para uma mobilidade mais sustentável e acessível. Hoje quais são os principais desafios do serviço de transporte de ônibus na RMR? Um dos principais desafios para a mobilidade da RMR é a priorização do transporte por ônibus no sistema viário e nas políticas públicas, de forma a qualificar o serviço e recuperar parte da demanda perdida ao longo dos últimos anos. Soluções como faixas e corredores exclusivos são eficazes, compatíveis com a capacidade de investimento do poder público e entregam justamente aquilo que buscam os passageiros: maior regularidade e menor tempo de viagem. Temos exemplos muito expressivos aqui na RMR como a Faixa Azul da Av. Domingos Ferreira, que reduziu o tempo de viagem em até 22 minutos apenas naquele corredor. Uma pesquisa recente da CNT apontou que 63,5% dos passageiros que deixaram de usar os ônibus retornariam se os seus desejos fossem atendidos. Essa é uma sinalização clara de que a prioridade ao transporte público deve ser ampliada. Os ônibus perderam 48% dos passageiros nos últimos 12 anos e entendemos que uma parte significativa da demanda migrou para modos com externalidades negativas bastante nocivas para as cidades como o transporte individual motorizado e, especialmente nos últimos anos, para a moto e o mototáxi. Já é possível perceber os impactos dessa migração no sistema de saúde com os sinistros envolvendo motos, no aumento do conflito no ambiente urbano, entre outros. O uso excessivo do transporte individual motorizado penaliza gradativamente a população, elevando os seus custos e o tempo gasto nos deslocamentos e restringindo acesso às oportunidades geradas nas cidades. Assim, esse desafio não se limita ao serviço de transporte por ônibus, mas é um desafio para as cidades, para os governos e para toda a sociedade. Outros desafios relevantes são a consolidação de um modelo de custeio adequado, que traduza bem a realidade financeira do setor sem limitar a qualidade do serviço, e o estabelecimento de um ambiente com segurança contratual e jurídica que permita às empresas fazer os investimentos necessários e ao poder concedente implantar melhorias no serviço. De acordo com uma matéria publicada no Jornal do Commercio mais de 50% está acima dos sete anos, que seria considerado elevado. Por que a frota de ônibus local envelheceu?  Historicamente a frota da RMR sempre foi uma das mais novas do país. Entretanto, atualmente, encontramos dois cenários distintos em nosso setor que repercutem na composição da frota de ônibus. Cerca de 25% do nosso sistema foi licitado e conta com as garantias contratuais necessárias para manter a regularidade no investimento para a renovação dos ônibus. Tanto é que nessas empresas a idade média da frota é bem menor do que a média nacional e tivemos a entrada de uma quantidade expressiva de veículos nos últimos anos, incluindo BRTs, que são equipamentos mais caros e que exigem manutenção diferenciada. Os outros 75% do sistema ainda operam como permissionários, sem segurança contratual e com planilhas de custos defasadas, cujas últimas atualizações feitas pelo governo do estado sequer previram investimentos em renovação da frota. É uma situação indesejável porque postergar esses investimentos impacta a qualidade do serviço, o que pode afastar ainda mais a demanda, e apenas transfere obrigações incontornáveis para o futuro, que inevitavelmente pressionarão o fluxo de caixa e a capacidade de financiamento do setor. Uma das promessas anos atrás de melhoria do serviço na RMR eram os BRTs. Temos a expectativa de ver a retomada desse sistema de forma robusta? O que levou a crise? O BRT é um sistema que tem potencial para o transporte de alta capacidade em um serviço de ótima qualidade. Há centenas de BRTs implantados no mundo que comprovam a sua eficiência. O nosso projeto local ainda precisa ser concluído. Infelizmente, parte da estrutura está deteriorada e carece de manutenção e fiscalização. E o ponto de maior comprometimento é que o sistema não conta com prioridade viária em toda a sua extensão, o que é um atributo fundamental para a sua performance. Nossa expectativa é que o BRT seja requalificado e ampliado. O projeto inicial contratado pela Urbana-PE ao escritório de Jaime Lerner e apresentado ao governo do estado previa um corredor BRT de Abreu e Lima até Cajueiro Seco, passando pela Av. Agamenon Magalhães e por Boa Viagem. Também seria possível implantar BRTs em outros corredores importantes da RMR, como a Av. Norte e a BR-101, para os quais a Urbana-PE também já realizou estudos.   Quais as alternativas que o setor propõe para que haja sustentabilidade econômica da atividade e uma melhoria na qualidade do serviço? Em primeiro lugar, é fundamental criar um ambiente com previsibilidade, com segurança jurídica e com as garantias contratuais para que o serviço seja prestado conforme as especificações do poder concedente. Assim, é muito importante concluir a licitação do sistema de transporte público da RMR. Também é indispensável que o custeio do serviço e os investimentos para a sua requalificação não sobrecarreguem o passageiro pagante. Dessa forma, além dos subsídios vindos dos recursos orçamentários próprios do governo, é possível adotar outras fontes extratarifárias, especialmente aquelas oriundas do transporte individual motorizado.   Outro ponto indispensável é garantir a prioridade viária para os ônibus, reduzindo o tempo de viagem e também os custos operacionais. Segundo um levantamento da NTU, o aumento de

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