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priscila seixas

Cultura como motor de transformação: a trajetória do Instituto Burburinho

Em entrevista, Priscila Seixas fala sobre desafios, aprendizados e o papel estratégico da cultura nas periferias brasileiras Fundado em 2006, o Instituto Burburinho Cultural surgiu no contexto de fortalecimento das políticas públicas para a cultura e se consolidou como uma referência nacional em projetos voltados para territórios periféricos. Hoje presidido por Priscila Seixas, o instituto aposta na escuta ativa, na formação em rede e em parcerias estratégicas com universidades e órgãos públicos para promover cultura como ferramenta de desenvolvimento social. Nesta entrevista, Priscila compartilha os desafios de atuar com cultura e educação em diferentes territórios, os aprendizados do livro Método Burburinho de Produzir Cultura, e os avanços do curso Criar Jogos, que já ultrapassou 6 mil alunos e agora inclui temas como desinformação, letramento midiático e inteligência artificial. Uma conversa inspiradora sobre persistência, reinvenção e a potência transformadora da cultura brasileira. O que te motivou a fundar a Burburinho Cultural? A Burburinho foi fundada em 2006, logo depois que eu terminei a faculdade, impulsionada por um contexto muito favorável de fortalecimento das políticas públicas para a cultura. Naquele momento, havia uma abertura interessante para editais e para as leis de incentivo fiscal, especialmente a lei federal. Então, a fundação do instituto nasceu desse encontro entre um momento contemporâneo de efervescência cultural e a possibilidade concreta de viabilizar projetos por meio dessas ferramentas. Há quatro anos, assumi a presidência do instituto. Isso também reflete uma virada: passamos a trabalhar com ainda mais foco na cultura como motor de desenvolvimento econômico e transformação social, em diálogo direto com as políticas públicas e com a universidade. Essa possibilidade de atuar de forma estruturada na criação e implementação de políticas públicas por meio da cultura só é viável graças à existência de institutos e organizações sociais. Por isso, assumir a presidência da ONG — que nasceu em Brasília e agora tem sua sede no Rio de Janeiro — foi também um passo estratégico dentro desse movimento de fortalecimento institucional. Qual o maior desafio ao trabalhar com cultura e educação em territórios periféricos? Lidar com territórios é trabalhar em conjunto. Os projetos da Burburinho Cultural buscam contratar equipes locais que conheçam sobre o espaço em que será implementado as nossas iniciativas. Para conseguir a capilaridade alcançada através das ações culturais, a escuta é uma das ferramentas mais importantes. A equipe da sede da Burburinho Cultural mantém contato com as produções locais e organiza as ações a partir dos retornos das localidades. Nossos projetos se adaptam às diferentes realidades por conta dessa sensibilidade que é exercida através da escuta e parceria com os locais atendidos. Quais os principais aprendizados que você extraiu ao escrever o livro “Método Burburinho de Produzir Cultura”? Acredito que a continuidade em ações culturais, algo que é complexo no setor. É comum que, na cultura, as ações fiquem restritas a poucas edições. Nós estamos investindo em processos de reinvenção de nós mesmos. Por exemplo, o Criar Jogos nasce de uma demanda de um de nossos parceiros e hoje já contou com mais de 6 mil alunos inscritos. O curso vem se aperfeiçoando através da metodologia design thinking, com os pilares de construção de uma ideia, sua execução e sua remodelação através de dados coletados para sua sofisticação. Nesse processo, leva-se em consideração como devemos atuar nos diferentes territórios em que atuamos. Assim, estamos conseguindo novas parcerias, como o termo de cooperação com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), uma vez que, hoje, o Criar Jogos é um curso de extensão da Escola Nacional de Informação (Enacin). O que esperar da parceria com o IBICT e a ENACIN? A parceria estabelecida com o Ibict, por meio do projeto Enacin, levou o Criar Jogos para Ceilândia, cidade satélite localizada na região periférica de Brasília-DF. Além de ser a primeira vez que o Criar Jogos chega, com um laboratório social, no Centro-Oeste, foi uma oportunidade incrível em atuar em um novo local, com suas peculiaridades. Através desse compromisso com o Ibict, desenvolvemos um novo módulo que discute sobre Integridade da Informação, que chamamos de "Quem é você nas redes?". A ideia é trabalhar com temas como desinformação, a utilização de ferramentas de pesquisa, fake news, uso de inteligência artificial, temas que tangenciam a realidade vivida pelos alunos beneficiados. É mais uma avanço no curso que agora se consolida como uma ferramenta que estimula o letramento midiático-informacional, oferecendo a oportunidade de refletirem de maneira crítica através de seus próprios meios. O que te inspira a continuar empreendendo na área cultural? Que conselho daria para quem está começando? A inspiração tem uma relação direta com a cultura como esse lugar de solução para os problemas do mundo. Eu entendo que, mesmo com todos os avanços — com a gente operando, trabalhando, produzindo cultura nesses últimos 20 anos — ainda existe, no Brasil, uma visão muito limitada da cultura, como se fosse apenas entretenimento. Muitas vezes, o campo cultural é tratado com um certo olhar vira-lata. A Burburinho, pra mim, entra justamente como uma ferramenta de informação, de compreensão da centralidade da cultura. De como a cultura pode ocupar esse lugar estratégico, potente, capaz de propor saídas para questões complexas. E, pra quem está começando, eu sempre falo sobre a importância da informação e dos filtros que a gente aplica sobre ela. Existe uma ideia de que os recursos para a cultura não existem — mas eles existem. Talvez ainda sejam insuficientes, mas eles estão aí. Só que é preciso estar atualizado: acompanhar o que está sendo proposto pelas secretarias de cultura, tanto estaduais quanto municipais, e pelo Ministério da Cultura. Também é essencial compreender a dimensão transversal da cultura, suas relações com a educação, com a tecnologia — e, principalmente, com as pessoas. Porque a cultura se faz em rede. Não é um caminho solitário, é um trabalho de conexão constante. A gente precisa estar sempre se conectando com pessoas diferentes, o tempo todo, para conseguir operar e realmente atuar nessa área.

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MOSTRA JUNINA DE CINEMA CARUARUENSE

Mostra Junina de Cinema valoriza produções caruaruenses no São João

De 25 a 28 de junho, Estação Ferroviária exibe gratuitamente filmes, clipes e animações feitos por artistas da região A 3ª Mostra Junina de Cinema Caruaruense ocupará a Sala do Cinema, na Estação Ferroviária de Caruaru, entre os dias 25 e 28 de junho, sempre às 19h, com sessões gratuitas. O evento destaca o audiovisual produzido na cidade e promove a troca entre realizadores locais e o público, em uma programação diversa que vai do documentário à ficção, incluindo animações desenvolvidas por estudantes da rede pública. Idealizada pelo cineasta Túlio Beat, a Mostra tem como proposta fortalecer a cena cultural local durante o período do São João, utilizando um dos espaços mais emblemáticos da cidade como ponto de encontro para o cinema regional. “A ideia é ocupar com arte um espaço simbólico e abrir caminhos para novas narrativas feitas por quem vive e cria em Caruaru”, afirma Beat. A programação contempla quatro dias de exibições com curtas-metragens, videoclipes e debates ao final de cada sessão. Entre os destaques estão o documentário Infâncias Roubadas, que aborda o trabalho infantil, e a animação Quero Brincar, criada por estudantes sob direção da professora Camila Haydee. Também serão exibidas obras de realizadores como Carol Machado, Monique Morais, Iago Lopes e Ana Carolina. Além de Túlio Beat, a Mostra conta com produção de Paulo Conceição, assistência de Camila Haydee, Isa Feitosa, apoio de Deusdete Maria e Poliana Cataline, mediação de Eduarda Macedo e comunicação assinada por Smael Brandão. O evento reforça o papel do cinema como instrumento de expressão e reflexão sobre realidades locais. Serviço3ª Mostra Junina de Cinema Caruaruense📅 De 25 a 28 de junho, sempre às 19h📍 Sala do Cinema – Estação Ferroviária de Caruaru🎟 Entrada gratuita

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festival vermighlio cinema italiano

Festa do Cinema Italiano exibe pré-estreias e clássicos de Fellini no Recife

Festival retorna à capital pernambucana com programação de 11 filmes inéditos, cópias restauradas e homenagem a Marcello Mastroianni, de 25 de junho a 2 de julho, no Moviemax Rosa e Silva A 8 ½ Festa do Cinema Italiano volta ao Recife entre os dias 25 de junho e 2 de julho com uma seleção inédita de 11 filmes contemporâneos e cópias restauradas de clássicos de Federico Fellini. A edição 2025 celebra também o centenário de Marcello Mastroianni, ícone do cinema italiano, com exibições especiais de A Doce Vida e 8 ½. O festival será realizado exclusivamente no Moviemax Rosa e Silva, com ingressos a R$ 20 (meia-entrada para todos). A abertura oficial acontece no dia 25 com a exibição do premiado Gloria!, de Margherita Vicario, após coquetel para o público às 20h20. Entre os destaques da mostra estão Vermiglio – A Noiva da Montanha, indicado ao Oscar e vencedor do Leão de Prata em Veneza; La vita accanto, de Marco Tullio Giordana; e Berlinguer – La grande ambizione, protagonizado por Elio Germano. Os filmes abordam temas como liberdade feminina, política, memória e superação pessoal. Além das obras contemporâneas, o evento conta com a presença do montador Jacopo Quadri e homenageia o legado de diretores e intérpretes marcantes. A curadoria inclui ainda títulos como Felicità, O Último Chefão, La coda del diavolo, Dieci Minuti e a comédia O Barbeiro Conspiracionista. A seleção evidencia o protagonismo feminino e o vigor da produção italiana atual, equilibrando cinema autoral e narrativas populares. Com realização do Ministério da Cultura e apoio da Embaixada da Itália, o festival chega à sua 12ª edição no Brasil. Desde 2020, conta com o patrocínio da Generali Seguros. A programação completa está disponível no site oficial do evento. Serviço:🗓️ De 25 de junho a 2 de julho📍 Moviemax Rosa e Silva (Av. Conselheiro Rosa e Silva, 1460 – Aflitos, Recife)🎟️ Ingressos a R$ 20 (meia para todos)🔗 Mais informações: www.festadocinemaitaliano.com.br

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Blow Up 2 Credito Analia Franco

Exposição “Blow Up” transforma o Shopping Recife em universo lúdico inflável

Mostra multissensorial estreia em 27 de junho e promete encantar todas as idades com cores, luzes e interatividade. Foto: Analia Franco Depois de atrair mais de 600 mil visitantes em capitais como São Paulo, Salvador e Porto Alegre, a exposição interativa “Blow Up: Um Sopro de Diversão” chega ao Shopping Recife a partir do dia 27 de junho, em temporada limitada. Com uma proposta lúdica e imersiva, a mostra convida o público a mergulhar no universo dos infláveis por meio de cenários vibrantes, luzes coloridas e experiências sensoriais que despertam a imaginação de crianças, jovens e adultos. Logo na entrada, os visitantes se deparam com um labirinto de espelhos iluminado por tentáculos que conduz a um circuito de atrações interativas: flores gigantes, coelhos animados, ouriços coloridos, balanços, castelo pula-pula, uma enorme piscina de bolinhas cercada por planetas infláveis e até uma serpente gigante. Inspirada em exposições internacionais de Madri e Paris, a experiência vem conquistando o Brasil com sua proposta de lazer leve e criativo. “Blow Up” traduz uma tendência crescente em países como Espanha, França e Estados Unidos, onde espaços artísticos imersivos conquistam públicos de todas as idades. “Inspirada em exposições de sucesso em Madri e Paris, a mostra oferece uma experiência lúdica e imersiva que transforma adultos em crianças novamente”, reforça a organização do evento. O passeio multissensorial proporciona uma pausa divertida da rotina e estimula o encantamento coletivo em família. ServiçoExposição “Blow Up: Um Sopro de Diversão”📍 Shopping Recife (Terraço de Eventos, próximo ao Coco Bambu)📅 A partir de 27 de junho🎟️ Ingressos: R$ 25 a R$ 70 (gratuito para crianças até 2 anos e 11 meses)🕑 Horários:

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Cinema pernambucano em destaque: “O Último Azul” abrirá o Festival de Gramado

Filme de Gabriel Mascaro, premiado em Berlim e Guadalajara, estreia no Brasil em agosto e já tem distribuição em 15 países Com trajetória marcada por prêmios internacionais, o longa-metragem O Último Azul, de Gabriel Mascaro, foi escolhido para abrir a 53ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que acontece de 13 a 23 de agosto, no Rio Grande do Sul. A produção protagonizada por Denise Weinberg, com Rodrigo Santoro, Adanilo e a cubana Miriam Socarrás, terá sua estreia nacional na Serra Gaúcha antes de chegar aos cinemas brasileiros em 28 de agosto, sob distribuição da Vitrine Filmes. Premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim, o filme também conquistou reconhecimento no Festival de Guadalajara, no México, levando os troféus de Melhor Filme Ibero-Americano de Ficção e de Melhor Interpretação para Denise Weinberg. Com roteiro ambientado em um Brasil amazônico e distópico, a obra narra a jornada de Tereza, uma idosa que desafia seu destino de exílio compulsório para realizar um último desejo. "Quando fazemos filme brasileiro, o que mais queremos é mostrá-lo para o Brasil", afirma Gabriel Mascaro. Desde sua estreia na Berlinale, O Último Azul vem percorrendo os principais festivais de cinema do mundo, incluindo Sydney, Cartagena, Buenos Aires, Istambul, Lisboa e agora Xangai. O longa, que entrelaça elementos de ficção científica e fábula, tem recebido elogios da crítica internacional por sua sensibilidade, potência visual e densidade temática. A atuação de Denise Weinberg tem sido amplamente destacada por sua entrega e nuances emocionais. O filme é uma produção da Desvia Produções com coproduções do México, Chile, Países Baixos e Brasil, incluindo parcerias com a Globo Filmes e a Vitrine Filmes. Com distribuição internacional já garantida em mais de 15 mercados — entre eles Alemanha, França, México, Austrália e Israel —, O Último Azul se consolida como um dos maiores expoentes recentes do cinema brasileiro contemporâneo no cenário global.

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Filme sobre sanfona de 8 baixos terá pré-estreia gratuita em Caruaru

Curta “Dois 8 Baixos” resgata a memória de um dos instrumentos mais emblemáticos do Nordeste e será exibido no Polo Comercial de Caruaru, com debate e shows de forró No dia 17 de junho, o Polo Comercial de Caruaru será palco da pré-estreia do filme Dois 8 Baixos, dirigido pelos professores da Universidade de Pernambuco (UPE) Alex Borges e Paula Gonçalves. A sessão gratuita, marcada para as 19h, contará também com debate com os realizadores e apresentações musicais de Ivison e Arthur – Na casa de Januário – e do mestre Luizinho Calixto, referência nacional do instrumento. O documentário surgiu da preocupação dos diretores com o esquecimento da sanfona de 8 baixos, um símbolo da cultura nordestina que embala ritmos como forró, xote e baião. A produção busca registrar a história dos mestres remanescentes e despertar o interesse das novas gerações pela sonoridade única desse instrumento tradicional. “A ideia da realização do filme partiu de uma preocupação dos professores da Universidade de Pernambuco Alex Borges e Paula Gonçalves com o paulatino esquecimento de um dos instrumentos que mais representa o Nordeste: a Sanfona de 8 Baixos (Fole de 8 Baixos). Este instrumento representa as tradições do Nordeste e toda a sua musicalidade exemplificada no forró, no xote e no baião.” O curta tem como protagonistas o veterano Luizinho Calixto, de Campina Grande, e o jovem caruaruense Ivison Santos. Calixto é reconhecido nacionalmente por seu domínio técnico e por desenvolver um método próprio de ensino. Já Ivison explora o instrumento em novas experimentações sonoras, conectando tradição e inovação. Com incentivo do Funcultura (Governo do Estado de Pernambuco), o projeto é uma realização do Programa Saberes Diversos (Fcap/UPE) e do Lamie (UPE Caruaru), com apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UPE e do Polo Caruaru. Serviço:Pré-estreia do filme Dois 8 Baixos📅 17 de junho de 2025 (terça-feira)🕖 19h📍 Polo Caruaru🎟️ Gratuito🎵 Shows: Ivison e Arthur – Na casa de Januário e Luizinho Calixto🧩 Incentivo: Funcultura | Apoio: UPE e Polo Caruaru | Produção: Saberes Diversos e Lamie

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Moda Junina istockphoto

A estética das festas juninas: tradição, história e reinvenção nas vestimentas típicas 

Do xadrez à customização: como as roupas de São João refletem a história, a cultura nordestina e a criatividade da moda contemporânea. Coloridas, quadriculadas, criativas. As roupas das festas juninas vão muito além da estética divertida e simbólica que se vê nos arraiais espalhados pelo país. A tradição das vestimentas tem raízes históricas profundas e revela um processo de transformação cultural que une influências europeias, práticas religiosas e expressões regionais brasileiras.  Originalmente, as festas juninas celebravam os santos populares, especialmente São João e Santo Antônio, em um contexto rural ligado ao ciclo da colheita. No Brasil Colônia, segundo relatos do padre Fernão Cardim, jesuíta do século XVI, essas celebrações foram incorporadas às aldeias indígenas como estratégia de catequização. As festas juninas eram dançadas nas aldeias, como parte de um processo de aproximação e ensino religioso aos povos originários.  Neste cenário de religiosidade, cultura e território, surgem os trajes típicos. O figurino dos homens — calça, camisa quadriculada, colete e chapéu de palha — remete à figura do trabalhador rural europeu, posteriormente adaptada ao sertanejo brasileiro. As mulheres vestem saias rodadas, vestidos estampados, laços no cabelo, rendas e babados. “A tradição das vestimentas de São João, na verdade, vem de uma mistura de influências”, explica Paulo Medeiros, coordenador de Moda do centro universitário UniFBV Wyden. “Originalmente, ela está ligada ao contexto rural. Por isso essa estética caipira, com o uso do xadrez, do jeans, do chapéu de palha e dos vestidos mais rodados. É uma representação — ainda que romantizada — da vida no campo”, explica.  Com o tempo, essas peças se consolidaram como símbolos da cultura popular e passaram a ser reinterpretadas ano após ano. “Elas ganharam força como ‘fantasias juninas’, mas também abriram espaço para releituras mais contemporâneas”, afirma Medeiros. “Hoje, a moda para o São João acompanha movimentos mais amplos como sustentabilidade, reaproveitamento de tecidos e uma forte valorização da identidade regional”, destaca.  Segundo o especialista, elementos como renda, crochê, chita, bordados e aplicações manuais continuam presentes, mas agora se misturam a propostas urbanas e criativas. Camisas jeans são combinadas com saias estampadas, acessórios como chapéus, lenços, flores e brincos ganham protagonismo e as sobreposições se tornaram tendência. “É possível montar um look com o que já se tem em casa, repensando o uso das peças, customizando com retalhos, e compondo produções que dialogam com o espírito junino sem a necessidade de comprar algo novo”, exemplifica o coordenador.  Mais do que se vestir para uma festa, o São João se torna uma oportunidade de expressão. “A gente não precisa se prender ao ‘fantasiado’”, destaca Medeiros. “O importante é montar um look que respeite a simbologia da festa, claro, mas que também traga a identidade da pessoa. São João é celebração, é cultura, mas também é um convite à criatividade e ao afeto no ato de vestir”, e afirma, “Entre traços históricos e tendências atuais, o que permanece é a essência da festa: um encontro entre tradição e reinvenção, entre o campo e a cidade, entre o passado e o presente — tudo costurado com muita cor, alegria e personalidade”, finaliza.  Já para a professora do curso de Moda da Wyden, Sabrina Nascimento, houve, naturalmente, uma modernização nos estilos de roupas para a época junina, mas, segundo ela, é preciso não deixar as transformações acabar com as tradições.  “As festividades e roupas juninas mexem com a memória afetiva e de pertencimento cultural dos nordestinos. Como a moda acompanha a sociedade e suas transformações, hoje é possível observar mudanças significativas nas roupas tradicionais. Atualmente, temos looks que se adequam à personalidade de cada pessoa, mantendo elementos simbólicos da tradição, mas incorporando tendências contemporâneas, novas modelagens, materiais e interpretações estilísticas. Essas releituras revelam não apenas a criatividade dos criadores locais, mas também uma demanda crescente por individualização e representatividade nas peças, mesmo dentro de contextos culturais marcadamente coletivos como o São João. Assim, o vestuário junino deixa de ser apenas uma reprodução de trajes típicos e passa a ser também um meio de expressão pessoal, refletindo a diversidade de corpos, estilos e identidades presentes na sociedade atual. Contudo, é importante que, mesmo com essas transformações, a essência da tradição não se perca”, conclui. 

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Novo filme de Kleber Mendonça Filho, “O Agente Secreto”, estreia em novembro nos cinemas

Thriller político com Wagner Moura chega às telonas após conquistar quatro prêmios em Cannes e circular por mais de 20 festivais internacionais “O Agente Secreto”, novo longa de Kleber Mendonça Filho, já tem data para chegar aos cinemas brasileiros: 6 de novembro. A informação foi anunciada por Silvia Cruz, diretora da Vitrine Filmes, durante o Show de Inverno, evento que reúne representantes do mercado audiovisual nacional em Campos do Jordão. Antes da estreia oficial, o público poderá conferir sessões especiais em setembro e outubro, com destaque para o protagonismo de Wagner Moura e a direção consagrada de Mendonça Filho. Ambientado no Recife de 1977, o filme retrata Marcelo, personagem de Moura, um especialista em tecnologia que retorna à sua cidade natal para tentar apagar vestígios de um passado misterioso. No entanto, o reencontro com o Recife revela que a cidade está longe de ser o refúgio que ele imaginava. Com forte carga política e estética autoral, o longa tem no elenco nomes como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Hermila Guedes e Carlos Francisco. “O Agente Secreto” já soma uma trajetória internacional expressiva. Selecionado para mais de 20 festivais, o filme segue em competição e será exibido na próxima semana no Festival de Cinema de Sydney, na Austrália. “Uma coisa muito bonita nessa edição da competição é que desses dez filmes do mundo inteiro, que é uma seleção super extensa para muito pouco filme, ‘O Agente Secreto’ está em competição com ‘O Último Azul’, do Gabriel Mascaro. Então, dois dos dez filmes são de Pernambuco”, destacou Kleber Mendonça Filho. O longa estreou mundialmente na 78ª edição do Festival de Cannes, onde foi agraciado com quatro prêmios: Melhor Direção, Melhor Ator (Wagner Moura), Prêmio FIPRESCI da crítica internacional e o “Art et Essai”, da associação francesa AFCAE. O reconhecimento da crítica especializada também é refletido no índice de aprovação de 100% no site Rotten Tomatoes. Coproduzido por Brasil, França, Holanda e Alemanha, o filme tem produção de Emilie Lesclaux e distribuição nacional da Vitrine Filmes. No exterior, será lançado por distribuidoras de prestígio como a NEON (EUA e Canadá) e a MUBI (Reino Unido, Irlanda, Índia e América Latina, com exceção do Brasil). Serviço“O Agente Secreto”Estreia nacional: 6 de novembro de 2025Distribuição: Vitrine Filmes

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Orquestra Criança Cidadã leva música clássica gratuita ao Compaz

Apresentações nos dias 4 e 5 de junho aproximam a música de concerto da comunidade em ações de inclusão cultural no Recife. Foto: Augusto Cataldi/Ascom OCC A Orquestra Criança Cidadã realiza mais uma edição dos seus “Concertos para a Comunidade” nos dias 4 e 5 de junho, em unidades do Compaz no Recife. Gratuitas e abertas ao público, as apresentações buscam democratizar o acesso à música erudita e fortalecer os laços sociais por meio da arte, com foco nas regiões do Cordeiro e da Cohab. No dia 4, terça-feira, às 10h, o Compaz Ariano Suassuna recebe a Orquestra Sinfônica Infantojuvenil Criança Cidadã. Já na quarta-feira, dia 5, às 15h, será a vez do Compaz Paulo Freire, na Zona Sul, acolher a Orquestra Infantil Criança Cidadã e o Grupo de Sopros. As atividades são voltadas aos frequentadores locais e às famílias da região. As apresentações terão regência dos maestros Jadson Dias, à frente da Orquestra Infantojuvenil e do Grupo de Sopros, e Karolayne Santos, que conduz a Orquestra Infantil. O repertório, pensado especialmente para o projeto, combina obras clássicas e populares, promovendo uma vivência musical educativa e acessível a todas as idades. “A ideia dos Concertos para a Comunidade é fazer uma aula-espetáculo com o público. Interagir com a plateia, apresentar-lhe os diversos instrumentos que compõem uma orquestra, enfim, mostrar de maneira leve todo o universo da música clássica”, explica o maestro Jadson. A iniciativa reforça o compromisso da OCC com a inclusão, a formação de público e a valorização dos espaços de cidadania. O projeto é uma realização da Funarte com patrocínio da Caixa e do Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O calendário completo está disponível no site orquestracriancacidada.org.br/concertos. SERVIÇOOrquestra Criança Cidadã — Concertos para a Comunidade 2025📅 4 e 5 de junho de 2025⏰ 10h (dia 4) e 15h (dia 5)📍 Compaz Ariano Suassuna (Cordeiro) e Compaz Paulo Freire (Cohab/Ibura)🎟 Entrada gratuita | Classificação livre

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Cinema São Luiz exibe filmes gratuitos sobre meio ambiente durante dois domingos

Semana de Meio Ambiente de Pernambuco promove sessões educativas com roda de conversa e programação para todas as idades Como parte da programação da Semana de Meio Ambiente de Pernambuco, o Cinema São Luiz, no Centro do Recife, será palco de exibições gratuitas de filmes com temáticas ambientais. Em dois domingos consecutivos — 1º e 8 de junho — o público poderá assistir a longas, médias e curtas-metragens que abordam questões como conservação da biodiversidade, justiça ambiental e sustentabilidade. As sessões incluem debates ao final, promovendo o diálogo entre cultura e educação ambiental. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha (Semas-PE) e a Secretaria de Cultura de Pernambuco, por meio da Fundarpe. “O cinema é uma ferramenta muito potente de educação ambiental e uma forma de inspirar atitudes mais conscientes. Queremos sensibilizar o público para questões urgentes que afetam o planeta e, consequentemente, nossas vidas...”, afirma Rosália Vasconcelos, gerente geral de Educação Ambiental da Semas-PE. A programação começou no domingo (1º), com o longa de animação Placa Mãe (2023), de Igor Bastos, e com o documentário Mulheres na Conservação (2023). No próximo domingo (8), a sessão infantil exibe às 11h o filme Teca e Tuti: Uma noite na biblioteca (2024), que combina literatura e consciência ambiental com linguagem lúdica. Já o encerramento será marcado pela estreia do documentário Nordeste Água e Óleo, de Luiz Gustavo Betanin, sobre o derramamento de petróleo que afetou o litoral nordestino em 2019. As exibições no Cinema São Luiz têm entrada gratuita, e a bilheteria abre 30 minutos antes de cada sessão. Além do cinema, o Parque Estadual Dois Irmãos realiza no sábado (7), às 14h, uma sessão especial com curtas-metragens ambientais em seu auditório, dividida em duas partes. A programação completa da Semana de Meio Ambiente está disponível no site e nas redes sociais da Semas-PE.

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