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Recife vai receber os maiores especialistas mundiais em hanseníase

A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) realiza, de 15 a 18 de outubro, o 10° Simpósio Brasileiro de Hansenologia, na capital pernambucana, Recife. O evento reunirá os maiores especialistas mundiais para falar sobre as últimas pesquisas, tratamentos, políticas de combate à doença, mapeamento da hanseníase no país e direitos humanos. O Brasil ainda ocupa o segundo lugar no ranking mundial da hanseníase, e concentra 90% dos casos notificados nas Américas. São cerca de 30 mil novos casos por ano da doença – número próximo aos casos novos de HIV e AIDS. A Índia é o país com mais casos, mas os dados de diversos países, apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), têm sido questionados pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). Este cenário é resultado de uma série de problemas que vão desde a necessidade de capacitação de profissionais de saúde para o diagnóstico, até o desenvolvimento e implantação de estratégias de enfrentamento que consigam conscientizar a população – de pacientes até autoridades – e diagnosticar precocemente a doença para evitar sequelas e quebrar a cadeia de transmissão do bacilo causador da hanseníase. “A heterogeneidade dos casos no país, o número preocupante de crianças com até 15 anos com a doença, o número baixo de diagnósticos nos estágios iniciais contrastando com o número alto de diagnósticos em pacientes com sequelas e em estágio avançado da doença apontam para uma endemia oculta no Brasil. A doença não está sendo percebida”, alerta Salgado. Por este motivo, o tema do simpósio deste ano em Recife está focado na hanseníase como uma doença primariamente neural e que, portanto, deve ser diagnosticada precocemente, logo no surgimento dos primeiros sintomas, como dormências e outras alterações de sensibilidade na pele, mesmo antes do surgimento de manchas na pele. 10° Simpósio Brasileiro de Hansenologia Data: 15 a 18/10/2019 Realização: Sociedade Brasileira de Hansenologia Local: Mar Hotel Conventions Recife Endereço: Rua Barão de Souza Leao 451 Informações e inscrições: www.sbhansenologia.org.br

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Dia Mundial de Luta contra Hanseníase é comemorado dia 28 de janeiro

O Dia Mundial de Luta contra Hanseníase é celebrado sempre no último domingo de janeiro de cada ano. A data tem como objetivo esclarecer a população sobre as causas, os sintomas e o tratamento da doença que ainda gera muito preconceito. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2017, houve uma redução de 34,1% no número de casos novos diagnosticados no Brasil, passando de 43.652, em 2006, para 28.761 no ano de 2015. A redução está associada à queda de 39,7% da taxa de detecção geral do País, que passou de 23,37 por 100 mil habitantes, em 2006, para 14,07/100 mil habitantes em 2015. A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é uma doença infecciosa, transmissível e curável que atinge principalmente a pele e os nervos periféricos, mas também pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos. O dermatologista do Hospital São Marcos – Rede D’Or São Luiz, Dr. Marcos Miranda, explica que a doença é causada por um micróbio que ataca a pele e a mucosa nasal e sua transmissão acontece através das vias respiratórias, caso o portador não esteja sendo tratado. Ainda de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a maior parte da população é resistente ao micróbio e não desenvolve a doença. Os principais sintomas na pele são manchas avermelhadas ou esbranquiçadas em regiões que perdem a sensibilidade, perda de pêlos na região afetada, nódulos, dores, cãibras formigamento de mãos e pés. Já nos nervos, há a perda de movimento de pés e mãos, diminuição da força muscular, ressecamento dos olhos, atrofia dos dedos. A hanseníase tem uma evolução lenta e, em média, 95% dos bacilos são eliminados na primeira dose do tratamento, ficando incapaz de transmitir a doença a outras pessoas. O médico esclarece que a manifestação da doença depende muito do sistema imunológico do individuo. “O diagnóstico, em sua grande maioria, é feito através de avaliação clínica, através dos sinais e sintomas detectados. Mas, em alguns casos, exames laboratoriais como biopsia, podem ser necessários”, explica Dr. Marcos. Seu tratamento, chamado de Poliquimioterapia (PQT), é ambulatorial e consiste na associação de antibióticos. “Ele pode durar de 6 a 24 meses, vai depender da gravidade das manifestações e da resposta de cada paciente ao tratamento”, diz o médico. Durante o período de tratamento, o paciente não precisa ficar isolado, como se imaginava antes. “Ele pode realizar suas atividades normalmente, sem restrições”, afirma o especialista. A hanseníase não é transmitida através de: - Copos, pratos, talheres, portanto não há necessidade de separar utensílios domésticos da pessoa com hanseníase; - Assentos, como cadeiras, bancos; - Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos em transporte coletivos ou serviços de saúde; - Picada de inseto; - Relação sexual; - Aleitamento materno; - Doação de sangue; - Herança genética ou congênita (gravidez). O tratamento da hanseníase é gratuito e está disponível para toda a população em todos os postos de saúde. “É importante lembrar que após iniciar o tratamento, o paciente hanseniano deixa de transmitir a doença. É preciso também acabar com o preconceito que ainda existe com relação à hanseníase”, finaliza Dr. Marcos Miranda.

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