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Solidão atinge uma em cada seis pessoas no mundo, alerta novo estudo da OMS

Relatório destaca impactos econômicos e sociais da desconexão e propõe ações globais para enfrentá-la A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que a solidão afeta uma em cada seis pessoas no planeta, segundo relatório da Comissão sobre Conexão Social. A condição, que tem efeitos severos sobre a saúde física e mental, está associada a mais de 871 mil mortes por ano — o equivalente a cerca de 100 óbitos por hora. A entidade reforça a importância da conexão social como fator protetor da saúde e do bem-estar, ao passo que o isolamento eleva o risco de doenças graves e morte prematura. Embora a era digital ofereça inúmeras possibilidades de interação, o sentimento de desconexão só aumenta. “Nesta era em que as possibilidades de conexão são infinitas, cada vez mais pessoas se sentem isoladas e solitárias”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ele alerta que o impacto da solidão vai além da esfera individual: se não for enfrentado, também gerará prejuízos bilionários para a saúde pública, a educação e o mercado de trabalho. Entre os grupos mais vulneráveis estão jovens de 13 a 29 anos, especialmente adolescentes, e pessoas de países de baixa renda, onde os índices de solidão chegam a 24% — mais que o dobro dos registrados em países de alta renda. Refugiados, pessoas com deficiência, LGBTQIA+, indígenas e minorias étnicas também enfrentam maiores obstáculos à conexão social, muitas vezes por causa da discriminação. A OMS relaciona a solidão e o isolamento a múltiplos fatores, como problemas de saúde, baixo nível educacional, morar sozinho, falta de infraestrutura comunitária e uso excessivo de telas. Além de prejudicar a saúde mental, a desconexão interfere na educação e no emprego. Jovens solitários têm mais chances de obter notas baixas, e adultos isolados tendem a ter menor renda ao longo da vida. Como resposta, o relatório propõe um plano global focado em cinco frentes: políticas públicas, pesquisa, intervenções, métricas e engajamento social. A OMS sugere ações simples e cotidianas, como “entrar em contato com um amigo necessitado, deixar o celular de lado para estar totalmente presente na conversa, cumprimentar um vizinho, participar de um grupo local ou se voluntariar”. Em casos mais graves, recomenda buscar apoio profissional e serviços disponíveis.

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Julho Amarelo: alimentação equilibrada ajuda a proteger o fígado e prevenir hepatites

Nutrólogo alerta para os riscos dos maus hábitos alimentares e destaca dieta como aliada na saúde hepática Durante o Julho Amarelo, campanha nacional de prevenção das hepatites virais, especialistas chamam atenção para um aspecto muitas vezes negligenciado: a alimentação como ferramenta de proteção ao fígado. Segundo o Dr. Vinícius Valença, nutrólogo pela USP, o que comemos impacta diretamente a saúde hepática. “O fígado é um verdadeiro laboratório bioquímico do nosso corpo. Tudo o que comemos, bebemos ou tomamos em forma de medicamentos passa por ele”, destaca. No Brasil, já foram registrados mais de 700 mil casos de hepatite C e mais de 260 mil de hepatite B nos últimos anos, muitas vezes de forma silenciosa. Dietas ricas em ultraprocessados, açúcares refinados e álcool favorecem inflamações no fígado e dificultam sua regeneração. “Uma alimentação desequilibrada pode acelerar a sobrecarga hepática, favorecer inflamações e dificultar a regeneração do órgão”, alerta o especialista. A ingestão indiscriminada de suplementos também é um fator de risco. Por outro lado, adotar uma dieta rica em vegetais crucíferos, frutas cítricas, alimentos com ômega-3, cúrcuma, chá verde, alho e oleaginosas pode fortalecer a função hepática. “O conceito de ‘dieta detox’ muitas vezes é mal interpretado. Não se trata de sucos milagrosos, mas de construir uma rotina alimentar que dê suporte ao fígado”, afirma o Dr. Vinícius. Ele ressalta a importância de manter exames em dia e seguir as orientações médicas como parte de uma abordagem integrada. A nutrologia contribui não apenas na prevenção, mas também no acompanhamento de pacientes com hepatites virais ou sobrecarga hepática. Além da alimentação, o acompanhamento com exames laboratoriais e a vacinação contra hepatite B são fundamentais. “Informação, equilíbrio e constância são os verdadeiros pilares da saúde hepática”, conclui o nutrólogo.

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Julho Verde alerta para prevenção do câncer de cabeça e pescoço

Campanha do Hospital de Câncer de Pernambuco destaca a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura Durante todo o mês de julho, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) promove a campanha Julho Verde, voltada à conscientização sobre os cânceres que acometem a região da cabeça e pescoço. Com o tema “Câncer de Cabeça e Pescoço: diagnóstico precoce, maior chance de cura”, a iniciativa reforça o compromisso do HCP com a educação em saúde e a importância da detecção precoce como ferramenta essencial na redução da mortalidade causada por esse tipo de tumor. Esses cânceres incluem tumores que surgem na boca, língua, laringe, faringe, glândulas salivares e tireoide, sendo comuns a partir dos 40 anos, especialmente entre homens. Os sintomas iniciais costumam ser confundidos com problemas menores, como dor de garganta persistente, feridas que não cicatrizam, alterações na voz, dificuldade para engolir e nódulos no pescoço. “O diagnóstico precoce aumenta consideravelmente as chances de cura. Ter atenção aos sintomas e a realização de consultas médicas e odontológicas regulares são essenciais”, afirma o cirurgião Dr. Paulo Bentes, coordenador do serviço de cabeça e pescoço do HCP. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esses tumores ocupam a quinta posição entre os tipos mais frequentes no Brasil, com cerca de 41 mil novos casos ao ano. O principal desafio segue sendo o diagnóstico tardio: cerca de 76% dos pacientes descobrem a doença em estágio avançado, o que reduz as chances de sucesso no tratamento. Os principais fatores de risco são o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, a má higiene bucal, a exposição solar sem proteção e o contágio pelo papilomavírus humano (HPV), cuja vacinação é oferecida gratuitamente pelo SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos. O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia, sendo frequente a necessidade de acompanhamento multidisciplinar para reabilitação funcional. A campanha Julho Verde dissemina conteúdos informativos sobre prevenção, sinais de alerta e cuidados com a saúde nos canais oficiais do HCP.

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Epidemia da Solidao

Solidão: um problema de saúde pública que afeta multidões

Segundo a OMS, ela se tornou uma epidemia global, provocada pelo modo de vida contemporânea que afeta de adolescentes a idosos e pode atingir não só a mente, como também influenciar no surgimento de doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras. Esta é a primeira reportagem da série Epidemias Contemporâneas. *Por Rafael Dantas A solidão foi classificada desde 2023 pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma epidemia global. No Brasil, apesar de toda a imagem de um País alegre e dançante, 38% das pessoas entrevistadas pela pesquisa Gallup-Meta State of Social Connections afirmam sentir-se solitárias com frequência e 5% disseram estar completamente isoladas socialmente. Sejam jovens ou idosos, o avanço desse tipo de sentimento tem múltiplas raízes contemporâneas e traz prejuízos reais para o organismo e o bem-estar de pessoas de todo o mundo. Rayssa Figueiredo, 33 anos, convive há quase 10 anos com o sentimento de solidão. Moradora da cidade de Olinda, a publicitária é casada e tem uma filha. Por muito tempo frequentou igrejas. Mas mesmo com a família e com o convívio em comunidades religiosas, ela luta contra essa sensação que começou com um momento de luto e de várias transições na vida. “A solidão começou no período da morte do meu pai, que coincide com o fim da faculdade, mudança de cidade e tomada da responsabilidade da casa”, explica. As dores desse sentimento mexem com seu estado emocional. “Hoje isso afeta meu humor de forma sufocante. O silêncio da solidão, mesmo que rodeada de pessoas, é constrangedor”. Apesar dessa dor ainda permanecer no seu cotidiano, ela já foi pior. Rayssa revela que houve uma época em que o silêncio era um gatilho para crises suicidas. Ela procurou ajuda com terapia, quando percebeu que se aproximaria uma nova tentativa de suicídio. “A solidão é a minha pedra amarrada na perna. Tem dias que consigo desamarrar a corda e deixar a pedra na cama, em outros momentos ela me afunda em um poço de melancolia” Além do acompanhamento profissional, ela afirma procurar não ficar sozinha fisicamente. E segue enfrentando dia a dia esse sentimento, buscando manter o contato com outras pessoas, mesmo que o ciclo se repita. Amaury Cantilino ressalta os impactos das grandes cidades, que impõem rotinas exaustivas, deslocamentos longos, jornadas competitivas e uma vida vivida em função do trabalho. “Nessa lógica, perdemos a convivência mais cotidiana com a família, com os vizinhos, com os amigos de infância.” RAÍZES DA SOLIDÃO A luta de Rayssa é vivida também por várias pessoas e já é considerada um desafio para a saúde pública. A própria OMS criou uma Comissão Internacional para Conexão Social para enfrentar essa nova pandemia. Após todos os traumas da Covid-19, o termo parece ser um exagero. Mas, segundo o psiquiatra e psicoterapeuta Amaury Cantilino, não é. “Podemos falar em uma verdadeira epidemia da solidão. O termo pode parecer exagerado à primeira vista, mas reflete um fenômeno crescente e silencioso que tem se espalhado em diferentes faixas etárias e classes sociais. Apesar dos avanços tecnológicos, do aumento da expectativa de vida e de vivermos em sociedades mais conectadas do que nunca, nunca estivemos tão sozinhos”, revelou o psiquiatra. As transições acentuadas no estilo de vida contemporâneo estariam relacionadas ao avanço da solidão. A migração de muitas pessoas para os grandes centros urbanos, distantes das suas famílias de origem, seria uma das razões apontadas pelo médico. Além da desconexão com os laços de parentescos, a própria dinâmica das metrópoles obriga a uma rotina com menor interação social e humanizada. “As grandes cidades oferecem muitas oportunidades, mas também impõem rotinas exaustivas, deslocamentos longos, jornadas competitivas e, frequentemente, uma vida vivida em função do trabalho. Nessa lógica, perdemos a convivência mais cotidiana com a família, com os vizinhos, com os amigos de infância. A informalidade das relações – aquele café sem pressa, a conversa na calçada ou o papo que surge do nada – foi sendo substituída por encontros marcados com antecedência e agendas lotadas. Estamos cercados de conhecidos, mas com cada vez menos amigos”, explicou Cantilino. As relações foram ficando cada vez mais profissionais ou mediadas por ferramentas digitais. Conhecer pessoas virou uma experiência de criar um networking. A conversa, a afetividade e o tempo juntos se transformou em uma troca de mensagens de texto ou o envio de emojis numa rede social. Um contexto mais distante que conduz a uma sensação de não pertencimento dos grupos sociais e, também, de não ter alguém por perto para compartilhar o cotidiano. Vários institutos de pesquisa apontam o Brasil nos primeiros lugares no ranking do uso das redes sociais. Porém, os milhares de amigos no Facebook, seguidores no Instagram ou conexões no Linkedin não se refletem em relacionamentos. O próprio WhatsApp, que é uma ferramenta muito relevante para aproximar as famílias e amigos distantes, com as chamadas de vídeo e a facilidade no compartilhamento de mensagens, acaba contribuindo também para o isolamento. Um estudo publicado em 2024 pela We Are Social e da Meltwater revelou que os brasileiros passam 9 horas e 13 minutos por dia na internet. EFEITOS NOCIVOS PARA A SAÚDE (NÃO APENAS MENTAL) A solidão é uma experiência comum e pode até ser positiva em certos momentos, mas merece atenção quando começa a provocar sofrimento e comprometer a qualidade de vida, alerta o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo. “A solidão faz parte da vida de todo mundo em algum momento e às vezes é até bom para o nosso autoconhecimento estar só. Mas ela passa a ser um problema quando se torna constante e começa a afetar o bem-estar. Se uma pessoa se sente sozinha com frequência, mesmo estando cercado de outras pessoas, está sempre triste, desanimada e perde interesse em coisas que antes eram prazerosas, pode ser um sinal de que algo não vai bem”. Além do sofrimento das pessoas que se sentem sozinhas, os efeitos na saúde são múltiplos e já comprovados cientificamente. “Diversos estudos mostram que essas pessoas têm mais risco de desenvolver depressão e ansiedade. Ela desorganiza o sono, afeta

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Se você é mulher, certamente está exausta

*Por Manu Siqueira Este não é um texto fofinho. É um texto-desabafo. E se você é mulher, assim como eu, vem cá me abraçar! Eu também estou exausta. Assim como a maior parte das mulheres que me rodeia. Um dia, eu já fui aquela mulher que se orgulhava de trabalhar no sábado, no domingo ou no feriado. Aliás, toda a minha geração foi educada com base no trabalho duro e árduo e, de preferência, sem reclamações. Mas confesso que, de uns tempos para cá, venho repensando tudo isso. A gente chega a uma certa idade em que não precisa mais provar nada para ninguém — nem para si mesma. Quem trabalha de forma autônoma, como eu, vive sonhando com a possibilidade de tirar uma semaninha de férias. Só uma. Sete dias, apenas. Pois bem, algo razoavelmente simples, às vezes, se torna difícil demais de realizar. Tenho amigas que viajam de férias e continuam trabalhando remotamente. Admiro porque eu, sinceramente, não conseguiria mais, embora já tenha feito isso também. Aliás, há mulheres que não têm outra escolha senão viajar e trabalhar ao mesmo tempo. Que isso fique bem claro, pois aqui não há julgamentos. Penso que o mundo pós-pandemia está mais difícil. Em todos os sentidos. Todo mundo está cansado. E, com as redes sociais, a nossa bateria social parece se esgotar antes mesmo do pôr do sol. Relacionar-se afetivamente virou um fardo. Ninguém está mais disposto a entrar na gangorra emocional que é se envolver com alguém. No trabalho, cada vez mais remoto, idem. Com a polarização política, essa exaustão chegou também aos almoços de família. No São João, me dei o direito de passar alguns dias sem fazer absolutamente nada. Nem preparar almoço, nem limpar a casa, nem ligar para ninguém. Um ócio maravilhoso. Chuva, filme, livro, silêncio e pipoca. Poderia ter passado a semana inteira assim. Mas acabou rapidinho. Quem tiver uma fórmula para a mulher exausta, por favor, compartilhe. Afinal, a mulher que trabalha fora, treina, faz dieta, cuida da casa, dos filhos (quando os tem), dos pais idosos, do marido (que, muitas vezes, não divide as tarefas domésticas) e ainda precisa estar magra e maquiada para ser "atraente", a fim de que ele não vá para a cama com outra... está, definitivamente, vivendo errado. Ah! E, se for empreendedora, ainda precisa arranjar tempo para produzir conteúdo digital. Vem cá! Me abraça de novo. Vamos impor limites. Ressignificar o que não foi tão bom. Recomeçar. Refazer. Isso pode nos ajudar. *Manu Siqueira é jornalista

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Paulo Saunders e oftalmologista especialista em doencas da retina cirurgia de catarata e a laser e e socio diretor do Hospital de Olhos Oftalmax. credito Gleyson Ramos 1

Retinopatia diabética é uma das principais causas de cegueira

No dia 26 de junho é celebrado o Dia Nacional do Diabetes, uma data voltada à conscientização sobre a prevenção e os impactos da doença que já atinge mais de 20 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Entre os vários órgãos afetados pelo diabetes, muitos apresentam sinais de alerta sentidos pelos pacientes ao longo do tempo. Mas com os olhos, o processo costuma ser diferente, o dano pode se instalar de forma silenciosa e só dar sinais quando a visão já está seriamente comprometida. É o caso da retinopatia diabética e do edema macular diabético, que estão entre as principais causas de cegueira em adultos. “A hiperglicemia produz várias alterações no organismo e, entre elas, está a disfunção dos vasos da retina. A retinopatia diabética é considerada uma doença silenciosa, pois, nos estágios iniciais, os pacientes não costumam apresentar nenhum sintoma e procuram um oftalmologista apenas quando a doença já está comprometendo a visão central, em um estágio bem mais avançado. O edema macular diabético é uma consequência da retinopatia e ocorre quando a retinopatia atinge a região da mácula, causando vazamento de fluidos e inchaço”, enfatiza Paulo Saunders, médico oftalmologista especialista em retina e sócio-diretor da Oftalmax. Entre os sintomas mais comuns das fases moderadas e avançadas da doença estão a visão embaçada, manchas na visão, distorção e perda da visão periférica e central. Geralmente, a patologia atinge os dois olhos, podendo levar à cegueira irreversível, mas o avanço e a progressão da retinopatia diabética podem ser evitados a partir do controle da diabetes e com a realização de exames oftalmológicos regulares. Envelhecimento da população e aumento dos casos de diabetes acende um alerta para a retinopatia diabética e o edema macular diabéticoCom o envelhecimento da população e o aumento dos casos de diabetes, as doenças da retina se tornaram uma preocupação crescente no Brasil. Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV CPDOC), em parceria com a Retina Brasil e apoio da Roche Farma Brasil, revelou dados alarmantes: mais de 1,4 milhão de brasileiros já são afetados por condições graves, e entre elas está o Edema Macular Diabético (EMD). A projeção é que esse número alcance 1,7 milhão nos próximos cinco anos. Entre as informações mais preocupantes, o estudo apontou que 29% dos pacientes abandonam o tratamento, aumentando o risco de perda irreversível da visão. Além disso, 45% dos entrevistados relataram ter sofrido perda severa da visão, o que reforça a necessidade de diagnóstico precoce e adesão rigorosa ao tratamento. O oftalmologista Paulo Saunders, destaca a urgência em ampliar o acesso à informação e aos cuidados oftalmológicos. “Esses números mostram que precisamos falar mais sobre a saúde da retina e alertar a população sobre a importância da prevenção e do acompanhamento regular”, afirma. Como tratar a retinopatia e o edema macular diabético?Existem diversas formas de tratar a doença que variam de acordo com o estágio da doença. Na maioria dos casos é indicado o controle rigoroso da diabetes por meio de dieta, uso de pílulas hipoglicemiantes e insulina. Para os casos moderados e graves, o tratamento  é feito com lasers, injeções intraoculares de medicamentos e cirurgia vitreorretiniana para tratar as formas mais avançadas da doença, quando pode ocorrer hemorragia vítrea ou descolamento da retina. “É essencial que todo paciente diabético faça acompanhamento regular com um retinólogo, especialista em doenças da retina. Detectar precocemente as complicações oculares e iniciar o tratamento adequado pode fazer toda a diferença para preservar a visão”, ressalta o médico oftalmologista Paulo Saunders, especialista em doenças da retina.

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O segredo que muitos corredores ignoram: o poder do treino de força contra lesões

Fortalecer o corpo é tão essencial quanto correr. Especialistas e corredores revelam como o treino de força e neuromuscular impactam a performance e diminuem os riscos de lesão. Conversamos com o Professor Elton Alves sobre o assunto. A base invisível que sustenta cada passo Colocar o tênis, ativar o relógio e sair correndo. Para milhões de brasileiros, a corrida é liberdade, saúde e superação. Mas o que parece simples exige do corpo uma complexidade muscular, articular e neurológica que vai muito além do movimento de correr. E é aí que mora um erro comum: deixar de lado o fortalecimento físico, o que pode custar caro para o corredor, seja ele amador ou experiente. “Evitar lesões de forma absoluta é impossível. Mas conseguimos reduzir muito os riscos com estratégias bem aplicadas. E o treino de força e neuromuscular é uma delas, talvez a principal”, afirma o Profissional de Educação Física Elton Alves. Corrida cresce, mas lesões também O Brasil é hoje o segundo país com mais corredores do mundo. Segundo dados do Strava, são mais de 19 milhões de praticantes, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2024, o país registrou mais de 2.800 eventos de corrida de rua. O esporte atrai cada vez mais adeptos por ser acessível, prazeroso e transformador. Mas há um alerta. Um estudo de 2021 revelou que 80% dos corredores de longa distância já tiveram ao menos uma lesão. Entre os corredores de curta distância, a taxa foi de 44%. A explicação está na sobrecarga dos tecidos corporais — músculos, tendões, ligamentos e ossos — que, sem o preparo adequado, cedem à repetição de impacto. “A corrida é repetitiva, exige demais do corpo e provoca microtraumas. Se o corpo não estiver preparado para suportar essa demanda, as lesões são uma consequência esperada”, reforça Elton. Força e controle: o que o treino específico entrega ao corredor O treino de força envolve muito mais que levantar pesos. Para corredores, ele trabalha pilares como força máxima, potência, resistência muscular e isometria. Já o treinamento neuromuscular ativa o sistema nervoso para melhorar o controle motor, equilíbrio, estabilidade articular e coordenação. Esses dois tipos de treino: “A ideia não é transformar o corredor em uma escultura de academia. O foco é preparar seu corpo para performar melhor e com mais segurança”, destaca Elton. Cada corpo, uma pisada. E cada pisada, uma exigência Outro fator determinante para a individualização do treino é o tipo de pisada: “Sem avaliação, o treino pode gerar mais lesão do que benefício. O corredor precisa entender como pisa, quais músculos estão fracos e o que deve ser fortalecido para que a corrida seja sustentável a longo prazo”, diz Elton Alves. Três trajetórias que mostram como a força transforma a corrida Juliana Souza Leão: força que sustenta a leveza A microempreendedora Juliana Souza Leão, 42 anos, já corre há nove anos. Mas foi só nos últimos dois que percebeu uma verdadeira transformação no corpo e na performance. “Antes, eu corria só correndo. Mas depois que comecei o treino de força voltado para a corrida, tudo mudou. Me sinto mais forte, mais estável. Até quando dou meu máximo numa prova, meu corpo responde bem e se recupera rápido”, conta. Juliana já correu mais de 50 provas, incluindo meias e maratonas. Em 2024, concluiu uma meia em 1h37 e, em 2025, cravou sua maratona em 3h36. “Hoje, não tenho ambição por grandes distâncias. Quero qualidade e saúde para correr bem por muitos anos. E sei que isso só é possível fortalecendo meu corpo com orientação profissional”, afirma. Álvaro Nascimento: potência que vence subidas Com apenas três anos de corrida, o representante comercial Álvaro Nascimento, 32 anos, já surpreende nos resultados. Ele realizou mais de 25 provas e alcançou 1h29 na meia maratona, correndo a 4:14/km. “Antes dos treinos específicos, sofria em provas com subidas. Perdida potência, perdia tempo. Mas com o treino de força voltado para corrida, me transformei. Em Vitória de Santo Antão, que tem um percurso duríssimo, consegui manter um ritmo de 3:57/km por 7 km”, celebra. Além do desempenho, ele sentiu melhora na recuperação: “Fiz 28 km num dia e, no seguinte, estava 100%. Isso nunca tinha acontecido. Hoje me sinto completo, seguro e pronto para enfrentar qualquer percurso. Meu sonho é correr uma maratona sub3h, e sei que estou no caminho certo.” Manoel Messias de Lima: veterano que se reinventou Com 46 anos e mais de 400 provas no currículo, o promotor de vendas Manoel Messias de Lima é um apaixonado pela corrida. Mas, após tantos anos, percebeu que só correr não era mais suficiente. “Comecei a sentir o corpo falhar nos treinos mais longos. Faltava força. Foi aí que busquei ajuda para fazer um trabalho de base, e foi um divisor de águas. O treino de força me deu sustentação, e hoje consigo treinar com mais segurança e buscar novos desafios”, diz. Sonha em correr uma maratona sub3h e não tem dúvida de que o caminho passa pelo treino fora das pistas: “Mais do que números, quero correr com saúde. E sei que, sem força, o corpo cobra a conta. Hoje me sinto mais forte, mais resistente e mais confiante.” Avaliação funcional: o começo de tudo A preparação deve começar com uma avaliação funcional do movimento. Existem tecnologias acessíveis, como apps validados cientificamente, além de análises presenciais detalhadas que observam desde o pé até o core. “Corpo é sistema. Se uma parte falha, outra compensa. Por isso precisamos avaliar tudo: tornozelo, joelho, quadril, core, padrão de pisada. E só depois planejar um treino verdadeiramente individualizado”, explica Elton. Benefícios do treino de força e neuromuscular para corredores Melhora a economia de corridaAumenta resistência à fadigaPrevine lesões musculares e articularesCorrige desequilíbriosMelhora biomecânica e posturaRecuperação mais rápidaMais segurança e confiança nas provas Correr bem é correr com inteligência Treinar a corrida é importante. Mas treinar o corpo para correr é fundamental. A trajetória de Juliana, Álvaro e Manoel mostra que não há idade, nível ou distância que dispense o fortalecimento. “O corredor precisa investir em si, como

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Casos graves de gripe crescem entre idosos e reforçam importância da prevenção

Influenza já supera a Covid-19 como principal causa de SRAG em pessoas com mais de 60 anos; vacinação, higiene e fisioterapia respiratória são aliados fundamentais no enfrentamento A gripe voltou a preocupar especialistas em saúde pública, especialmente no que diz respeito à população idosa. Segundo o boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado em maio, o vírus influenza já ultrapassou o coronavírus como principal causa de morte por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre pessoas com 60 anos ou mais. O dado acende um alerta para a importância da imunização e de cuidados preventivos durante os meses mais frios do ano, quando o vírus costuma circular com mais intensidade. A baixa cobertura vacinal tem dificultado o controle da doença, mesmo com a vacina disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O vírus influenza pode evoluir rapidamente para quadros de insuficiência respiratória, infecções pulmonares e internações prolongadas, especialmente em idosos e pacientes com doenças crônicas. A vacinação anual é a forma mais eficaz de reduzir esse risco”, alerta a médica infectologista Silvia Fonseca, do IDOMED. A composição da vacina muda a cada ano, de acordo com as variantes em circulação no hemisfério sul, tornando a atualização da caderneta vacinal indispensável. Além da vacinação, medidas simples de higiene e cuidado pessoal são fundamentais para conter o avanço da gripe. A professora Tauana Mattar, do curso de Enfermagem da Wyden, lembra que os sintomas podem se apresentar de forma atípica em idosos e que o risco de complicações é alto. “Em idosos, a principal complicação são as pneumonias, responsáveis por muitas internações hospitalares no país”, explica. Ela destaca ainda a importância de lavar as mãos com frequência, manter os ambientes ventilados, evitar aglomerações e adotar uma alimentação saudável e hidratação constante. A recuperação também pode ser otimizada com o apoio da fisioterapia respiratória. “A Influenza compromete a função pulmonar ao causar o aumento na produção de secreções e inflamação das vias respiratórias. A fisioterapia respiratória busca restaurar e otimizar a função pulmonar por meio de técnicas como a higiene brônquica, a reexpansão pulmonar e exercícios respiratórios”, explica Alice Lisboa, professora do curso de Fisioterapia da Wyden. A prática ajuda a evitar complicações como sinusites, pneumonias e insuficiência respiratória, além de melhorar a resposta imunológica em idosos com comorbidades. O acompanhamento profissional torna-se essencial nos casos em que há secreção densa, febre persistente ou dificuldade para respirar. “A influenza pode causar sintomas severos, como fadiga extrema e desidratação, que podem impactar a capacidade do idoso de realizar atividades básicas”, pontua Alice. O cuidado contínuo da família ou de cuidadores especializados pode fazer a diferença na recuperação e na qualidade de vida da pessoa idosa durante e após o quadro gripal.

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Autismo em Pernambuco é caso de CPI

*Por Bruno Moury Fernandes Imagine um Estado que simplesmente ignora o sofrimento de milhares de crianças. Imagine mães que percorrem quilômetros em busca de uma avaliação médica. Imagine a frustração, o luto silencioso, o cansaço de uma batalha diária que poderia ser suavizada – não por milagres, mas por políticas públicas. Esse Estado tem nome: Pernambuco. O Tribunal de Contas do Estado escancarou a tragédia. Não é exagero, é diagnóstico técnico. Um relatório recente sobre os serviços públicos voltados ao TEA (Transtorno do Espectro Autista) revelou o que as famílias já sabiam – e sofriam na pele: a rede pública de saúde para pessoas com autismo está em colapso! Na verdade, ela nunca existiu. A radiografia é chocante: A esmagadora maioria dos municípios não oferece nem mesmo o básico – uma equipe mínima com psicólogo, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo. E mesmo quando existentes esses profissionais, apenas uma minoria é capacitada para lidar com TEA: 9,45% possuem capacitação para atender essa complexa demanda. Apenas 25 municípios realizaram treinamentos com os profissionais para aplicação do protocolo para detecção do autismo em crianças de 0 a 30 meses. Somente 15 municípios realizaram treinamento relacionado ao TEA direcionado aos pais. Dentre todos os municípios do Estado, 6 possuem equipamento de saúde exclusivo para o público autista. Mais de 45 mil pessoas estão na fila para diagnóstico. O Governo do Estado tinha orçamento de R$ 27 milhões para gastar com esse público em 2024, mas apenas R$ 70 mil foram investidos. Um escárnio! Um escândalo! Se fosse apenas descuido, já seria grave. Mas não. É omissão sistemática, institucional e persistente. A Secretaria Estadual de Saúde foi diversas vezes provocada. Recebeu relatórios, alertas, dados, recomendações. Nada fez. Ou melhor, fez o que o Estado brasileiro, infelizmente, faz tão bem: ignorou, engavetou, arrastou. Essa omissão não é técnica, é política. O desenvolvimento cerebral de uma criança autista não se congela até que a máquina pública funcione. E quando a política falha nesse grau, estamos diante de algo que ultrapassa a fronteira da incompetência. Estamos no território da negligência institucionalizada. Pernambuco precisa de uma CPI. Sim, uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa. Que convoque gestores, revele documentos, exponha as entranhas da negligência. Não para fazer espetáculo. Mas para produzir consequências. *Bruno Moury Fernandes é advogado

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Reflexão sobre o luto destaca importância do acolhimento emocional

Data nacional convida à conscientização sobre perdas e reforça a necessidade de escuta e apoio aos enlutados O Dia Nacional do Luto, lembrado em 19 de junho, propõe uma reflexão coletiva sobre a morte, a dor das perdas e a importância de lidar com esses temas de forma empática. A data busca romper com os tabus sociais que ainda cercam o fim da vida e valorizar o tempo e os sentimentos de quem enfrenta a ausência de vínculos afetivos — sejam eles pessoas, lugares ou experiências. De acordo com a psicóloga Simône Lira, especialista em luto do Grupo Morada, o sofrimento não está restrito à morte de entes queridos. “Quando falamos em luto, estamos falando do rompimento de um vínculo importante para alguém. Pode ser pela morte de um ente querido, mas também por outras perdas: de um lar, de um emprego, de um relacionamento, de um animal de estimação... Tudo aquilo que carrega afeto e significado em nossas vidas pode gerar um processo de luto”, esclarece. Ela explica que não há uma trajetória única nesse processo. “Não existe uma fórmula. O importante é permitir-se oscilar entre momentos de conexão com a perda e de retomada da vida. Essa alternância favorece a elaboração do luto e a adaptação a uma nova realidade, sem a presença física da pessoa ou do vínculo que foi rompido.” Situações de luto não reconhecido, como perdas que não recebem validação social, também merecem atenção especial. “Às vezes, a pessoa não se sente autorizada a viver sua dor porque a sociedade não reconhece aquela perda como legítima. Mas negar esse sentimento pode intensificá-lo e torná-lo adoecedor.” Por isso, a psicóloga reforça: “Permitir-se sentir e expressar as emoções é essencial. Cada um encontra seu modo de atravessar esse momento. E quando as dificuldades se tornam intensas a ponto de interferirem na rotina e no bem-estar, é importante buscar ajuda especializada.”

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