Nível de instrução e anos de estudo aumentaram e taxa de analfabetismo é de 11,9% no estado
Em Pernambuco, a taxa de analfabetismo entre a população de 15 anos ou mais foi de 11,9% em 2019, mesmo percentual do ano anterior. Esse indicador aponta que 898 mil pessoas no estado não sabem ler nem escrever um recado ou bilhete simples. Proporcionalmente, essa taxa é quase o dobro da média brasileira, de 6,6%. É o que revela o módulo de Educação da Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2019, divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira. O levantamento também mostra que nível de instrução e anos de estudo aumentaram no estado e que a taxa de adolescentes que frequentam o Ensino Médio na idade adequada aumentou 5,6 pontos percentuais em 2019. O estudo também mostra que, quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Em Pernambuco, quase um terço (32,9%) dos habitantes de 60 anos ou mais, ou seja, 458 mil pessoas, não sabiam ler nem escrever em 2019. Houve, inclusive, um aumento de 2,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior, já que, em 2018, 30,2% da população dessa faixa etária era analfabeta. A pesquisa também dispõe desse indicador para a Região Metropolitana do Recife: na localidade, 5,5% da população de 15 anos ou mais era analfabeta em 2019; o número aumenta para 15,9% quando se trata de pessoas acima de 60 anos. No recorte por cor ou raça, tanto em 2019 quanto no ano anterior, 9% das pessoas de 15 anos ou mais de cor branca eram analfabetas, percentual que se eleva para 13,3% entre pessoas de cor preta ou parda. No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo das pessoas de cor branca alcança 24% e, entre as pessoas pretas ou pardas, amplia-se para 37,3%. O Nordeste tem as maiores taxas de analfabetismo entre as regiões brasileiras, chegando a 13,9%. Essa também foi a única região na qual os índices de analfabetismo não caíram em 2019. Na verdade, houve um pequeno aumento, de 0,03%, interrompendo uma tendência de queda verificada em 2016, 2017 e 2018. Pernambuco, por sua vez, tem a menor taxa de analfabetismo entre os estados nordestinos e a nona pior do país. O número médio de anos de estudo dos pernambucanos, por, sua vez, aumentou 0,1 ano entre 2018 e 2019, ainda que essa subida tenha sido menos acentuada que em anos anteriores. Em Pernambuco, a população de 15 anos ou mais passou de 8,9 para 9 anos de estudo, enquanto a população de 25 anos ou mais passou de 8,5 para 8,6 anos de estudo. Entre 2017 e 2018, o avanço tinha sido de 0,3 anos de estudo para ambos. Na RMR, por sua vez, a quantidade de anos de estudo era superior: 10,2 anos para a população de 25 anos ou mais. No Recife, a média aumenta ainda mais, chegando a 10,9 anos de estudo para para a população de 25 anos ou mais. Nível de instrução e anos de estudo aumentaram em 2019 no estado A pesquisa também detectou que, em Pernambuco, as mulheres permaneciam mais escolarizadas do que os homens e pessoas brancas tiveram indicadores educacionais melhores que os das pessoas pretas ou pardas. Entre as mulheres de 25 anos ou mais, o número médio de anos de estudo foi de 8,9 anos, enquanto para os homens da mesma faixa etária, 8,3 anos. Com relação à cor ou raça, mais uma vez, a diferença foi considerável, com 9,7 anos de estudo para as pessoas brancas de 25 anos ou mais e 8,1 anos para as pessoas pretas ou pardas da mesma faixa de idade. Os indicadores de nível de instrução em Pernambuco também aumentaram, seguindo a tendência do país. A quantidade de pessoas de 25 anos ou mais sem instrução e fundamental incompleto caiu 0,7 ponto percentuais entre 2018 e 2019, diminuindo de 45,9% para 45,2%, enquanto o número de pessoas com ensino médio completo ou superior incompleto e superior completo aumentou 0,3 ponto percentual, saindo de 30% para 30,3% e 13,6% para 13,9% respectivamente. A proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que finalizaram a educação básica obrigatória, ou seja, concluíram, no mínimo, o ensino médio, foi maior entre brancos (53,7%) do que entre pretos ou pardos (39,7%), e entre mulheres (46,9%) do que entre homens (40,9%). Em Pernambuco, das seis milhões de pessoas acima dos 25 anos em Pernambuco, 2,5 milhões, ou seja, 44,2% da população com essa faixa etária, concluíram o Ensino Médio. É a maior proporção entre todos os estados nordestinos, mas essa média ainda é inferior à nacional. No Brasil, menos da metade (48,8%) das pessoas com mais de 25 anos completou a Educação Básica. O percentual do Nordeste é ainda menor, de 39,9%, ou seja, praticamente quatro em cada dez habitantes da região não terminaram seus estudos. A rede pública de ensino tem atendido a maior parte dos estudantes pernambucanos desde a creche até o ensino médio, sendo, em 2019, responsável por 54,8% dos alunos na creche e pré-escola, 74,1% dos estudantes do ensino fundamental regular e 88,7% do ensino médio regular. Por outro lado, a rede privada atendeu a maior parte dos estudantes de cursos de ensino superior, especialização, mestrado e doutorado. Em 2019, 73,1% dos estudantes de graduação frequentavam uma instituição de ensino privada. Nos cursos de pós-graduação, a rede privada foi responsável por 75% dos alunos. Aproximadamente dois terços das crianças pernambucanas de 0 a 3 anos não frequentam creche Em Pernambuco, no ano passado, 2,57 milhões de pessoas frequentavam escola ou creche. Entre as crianças de 0 a 5 anos, a taxa de escolarização, que retrata a proporção de estudantes de determinado intervalo de idade em relação ao total de pessoas dessa mesma faixa etária, foi de 53,7% em 2019, contra 52% em relação a 2018. Entre estas crianças, houve um avanço ainda maior em sua inserção no ambiente escolar desde 2016, quando 48,1% delas estavam na escola. Essa taxa, no entanto, é puxada para cima pelas crianças de 4 a 5 anos, quando a matrícula