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Fernando de Noronha é patrimônio Cultural do Brasil

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, reunido na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, aprovou, nesta quinta-feira, por unanimidade, o tombamento do Conjunto Histórico do Arquipélago Fernando de Noronha. É reconhecimento ao seu valor histórico e cultural. Com a decisão, as fortificações e o conjunto urbano da Vila dos Remédios, incluindo algumas de suas edificações históricas, passam a ser Patrimônio Cultural do Brasil. Dotado de atributos naturais excepcionais, Fernando de Noronha, em Pernambuco, permeia o imaginário de turistas em todo o mundo. Considerado um paraíso brasileiro, o arquipélago, além de ser destino de viagens, também é abrigo das memórias, das histórias, das tradições e das narrativas que contribuem para formação da identidade cultural do País. Fazem parte do Conjunto Histórico do Arquipélago de Fernando de Noronha o Sistema Fortificado, composto pelos Fortins de Santo Antônio, de Nossa Senhora da Conceição, de São Pedro do Boldró e o Reduto de Santana; o Conjunto Urbano da Vila dos Remédios, incluindo a vila ou colônia prisional e o centro urbano do povoamento da ilha; além dos seguintes bens isolados: a Vila da Quixabá, a capela de São Pedro dos Pescadores, o prédio da Air France e um testemunho da presença Americana na Ilha (“iglu” da Vila dos Americanos). Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

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Maior premiação do Patrimônio Cultural brasileiro lança edital renovado

Para estimular o envolvimento da sociedade civil na busca pela salvaguarda e proteção dos bens culturais do país, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está com edital aberto para a 30ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Nesta edição, o edital do prêmio, que celebra seus 30 anos e também os 80 anos do Iphan, traz algumas novidades. O concurso selecionará oito trabalhos representativos de ações preservacionistas relativas ao Patrimônio Cultural, divididos em quatro categorias. Assim, o prêmio será atribuído a dois projetos por categoria, no valor de R$ 30 mil, para cada ação premiada. Poderão concorrer ao Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2017 pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que tenham desenvolvido ou estejam desenvolvendo ações voltadas para a preservação do patrimônio cultural brasileiro em qualquer lugar do território nacional e que tenham tido ao menos uma de suas etapas concluídas em 2016. Os projetos participantes deverão ter relevância para a identidade, a ação e a memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira e ter como objeto os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, nos quais se incluem as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico e científico. Os trabalhos inscritos deverão ser entregues nas superintendências do Iphan nos Estados, até o dia 23 de maio de 2017. O resultado final do concurso será proferido pela Comissão Nacional até o dia 10 de agosto de 2017, mediante divulgação da ata de reunião no endereço eletrônico do Iphan. 30ª edição do PRMFA traz novidades em seu edital Rodrigo Melo Franco de Andrade, presidente do Iphan em 1937-1967. Desde sua criação, o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade vem se aperfeiçoando e, ao longo dos anos, estabelece novas propostas que refletem a evolução das políticas de valorização e proteção dos bens culturais, destacando, principalmente, o envolvimento da sociedade civil e entidades públicas ou privadas na promoção e preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. No ano em que celebra 30 anos de criação, a premiação selecionará oito projetos, divididos em quatro grandes categorias: Categoria I - Iniciativas de excelência em técnicas de preservação do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas de excelência em preservação do patrimônio cultural material envolvendo ações de identificação, estudos e pesquisas, projetos, obras e medidas de conservação e restauro. Categoria II - Iniciativas de excelência em processos de salvaguarda do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas de excelência em salvaguarda do patrimônio cultural imaterial, envolvendo ações de identificação, documentação, estudos e pesquisas, reconhecimento e valorização. Categoria III - Iniciativas de excelência em promoção do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas referenciais que objetivem comunicar, interpretar, divulgar, difundir, e educar para o patrimônio cultural, material e/ou imaterial, para as atuais gerações. Categoria IV - Iniciativas de excelência em gestão compartilhada do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas referenciais que demonstrem o compromisso e a responsabilidade compartilhada para com a preservação e/ou salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro. Iphan 80 anos: Projetando os próximos 80 anos Preservar e proteger o rico Patrimônio Cultural Brasileiro faz parte das diretrizes primordiais do Iphan desde sua criação. São 80 anos construindo políticas voltadas à promoção e preservação das memórias, das tradições, das manifestações culturais, dos ofícios, das artes e das edificações históricas, destacando a relevância desses elementos para formação da identidade cultural do povo brasileiro. Criado em 1987, ainda pelo antigo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, completa 30 anos em 2017, homenageando a instituição que celebra oito décadas de atuação, mas já projetando os próximos 80 anos. Para estimular o envolvimento da sociedade civil na busca pela salvaguarda e proteção dos bens culturais do país, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está com edital aberto para a 30ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Nesta edição, o edital do prêmio, que celebra seus 30 anos e também os 80 anos do Iphan, traz algumas novidades. O concurso selecionará oito trabalhos representativos de ações preservacionistas relativas ao Patrimônio Cultural, divididos em quatro categorias. Assim, o prêmio será atribuído a dois projetos por categoria, no valor de R$ 30 mil, para cada ação premiada. Poderão concorrer ao Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2017 pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que tenham desenvolvido ou estejam desenvolvendo ações voltadas para a preservação do patrimônio cultural brasileiro em qualquer lugar do território nacional e que tenham tido ao menos uma de suas etapas concluídas em 2016. Os projetos participantes deverão ter relevância para a identidade, a ação e a memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira e ter como objeto os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, nos quais se incluem as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico e científico. Os trabalhos inscritos deverão ser entregues nas superintendências do Iphan nos Estados, até o dia 23 de maio de 2017. O resultado final do concurso será proferido pela Comissão Nacional até o dia 10 de agosto de 2017, mediante divulgação da ata de reunião no endereço eletrônico do Iphan. 30ª edição do PRMFA traz novidades em seu edital Rodrigo Melo Franco de Andrade, presidente do Iphan em 1937-1967. Desde sua criação, o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade vem se aperfeiçoando e, ao longo dos anos, estabelece novas propostas que refletem a evolução das políticas de valorização e proteção dos bens culturais, destacando, principalmente, o envolvimento da sociedade civil e entidades públicas ou privadas na promoção e preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. No ano em que celebra 30 anos de criação, a premiação selecionará

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Teatro de Santa Isabel de portas abertas para visitantes

Eleito pela segunda vez o melhor teatro do Brasil, pelo Cenym 2016, o Teatro de Santa Isabel, equipamento cultural da Prefeitura do Recife, está iniciando o calendário 2017 de atividades educativas. De portas abertas para recifenses e turistas, o equipamento oferece dois tipos de visitas regulares para os interessados em conhecer suas instalações e histórias. O primeiro e mais expressivo exemplar de Arquitetura Neoclássica em Pernambuco pode ser explorado por meio de visitas espontâneas ou agendadas. As Visitas Guiadas são oferecidas aos domingos e não exigem agendamento prévio. São três os horários disponibilizados pela administração do teatro, para grupos de, no máximo, 25 pessoas: 14h, 15h e 16h. O outro modelo de visita é chamado Educação Patrimonial e destina-se a estudantes, grupos artísticos, centros comunitários e ONGs. Disponível nas terças-feiras à tarde, precisa de agendamento prévio pelo e-mail teatrodesantaisabel.educativo@gmail.com. Os dois formatos de visitas contemplam todos os espaços do teatro, desde o saguão de entrada ao salão nobre, cômodos que receberam importantes nomes da política e das artes do Brasil, tais como o imperador Dom Pedro II, Castro Alves e Tobias Barreto. O Teatro de Santa Isabel, cujo nome é uma homenagem à Princesa Isabel, foi inaugurado em 18 de maio de 1850, inserindo a então província de Pernambuco numa nova fase cultural. Idealizado pelo Barão da Boa Vista, teve o projeto dirigido pelo engenheiro francês Louis Léger Vauthier, que inovou na época, não utilizando o trabalho escravo na construção de arquitetura neoclássica. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 31 de outubro de 1949, o equipamento foi mais tarde eleito um dos 14 teatros-monumentos do país. Com as visitas guiadas, toda essa história pode ser conferida de perto pelos recifenses e turistas. Serviço: Educação Patrimonial: Terças-feiras (programação sujeita a alteração quando houver espetáculos) Agendamento para grupos de até 40 pessoas pelo e-mail: teatrodesantaisabel.educativo@gmail.com Visita Guiada: Domingos (programação sujeita a alteração quando houver espetáculos) Horários: 14h, 15h e 16h Grupos de até 25 pessoas A entrada é gratuita e não precisa agendar

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Forte das Cinco Pontas sedia seminário internacional do Iphan

Outrora fundamentais no desenho das fronteiras nacionais, os fortes brasileiros hoje são salvaguarda da história e da cultura do país. E para que esses equipamentos sigam cada vez mais vivos, atraindo e não mais expulsando visitantes, o Recife sedia até a sexta-feira (7), no Museu da Cidade do Recife, o Seminário Internacional Fortificações Brasileiras – Patrimônio Mundial: estudos para análise de modelos de gestão e valoração turístico-cultural, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Um dos principais pontos da pauta do encontro, que reunirá gestores de fortificações e agentes públicos do Brasil, da América Latina e da Europa, será a confirmação da candidatura de 19 fortes do país ao título de Patrimônio Cultural Mundial, conferido pela Unesco. O Forte das Cinco Pontas é um dos integrantes desse grupo de equipamentos históricos prioritários do país, que o Iphan classificou como Conjunto de Fortificações do Brasil, e que esperam o reconhecimento da Unesco. Outros dois equipamentos pernambucanos estão nessa lista: o Forte do Brum e o Forte Orange. O grupo é formado ainda por fortes localizados no Amapá, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Todos, de acordo com o Iphan, são produtos da ocupação marítima portuguesa e holandesa, representando com a máxima fidelidade as construções defensivas implantadas àquela altura nos pontos que serviram para definir as fronteiras marítimas e fluviais do Brasil, que mais tarde viria a ser considerado o maior país da América Latina. "A inclusão do Forte das Cinco Pontas na rede de dezenove fortes construídos no Brasil no período colonial que são candidatos a patrimônio do mundo é um marco na vida do equipamento. Sua capacidade de resistência, sua presença na vida do Recife metropolitano, seu capital simbólico acumulado ao longo da história, sua marca que resistiu além da forma, serão certamente fortalecidos com o reconhecimento da Unesco. Mas, a nossa responsabilidade como conservadores e difusores desse patrimônio cresce e exige de nós uma nova percepção da importância desse bem para a história do mundo", afirma a diretora do Museu da Cidade do Recife, Betânia Correa de Araújo. Segundo o Iphan, a proposta é que, ao final do evento desta semana, seja assinada a Carta do Recife, documento com diretrizes para o estabelecimento de parcerias público-privadas e para a certificação de destinos patrimoniais, visando acordos específicos para cada fortificação com a definição de diretrizes de trabalho que deverão nortear o desenvolvimento das ações de cada um deles. Para este encerramento, estão previstas as presenças do ministros Roberto Freire (Cultura), Defesa (Raul Jungmann), Mendonça Filho (Educação) e Marx Beltrão (Turismo). Durante o seminário, serão ainda apresentados alguns cases de sucesso de modelos de governança de fortificações, considerados referências para o resto do mundo, como Fortaleza de Tapirandú, no Morro de São Paulo (BA) e o Forte de Nossa Senhora Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ). O trabalho de reuso das instalações históricas desenvolvido no Forte das Cinco Pontas também será apresentado por Betânia Correa de Araújo. Segue a lista completa das 19 edificações brasileiras que compõem o Conjunto de Fortificações do Brasil e são candidatas à certificação da Unesco, com destaque para os três equipamentos pernambucanos contemplados: Forte São Tiago das Cinco Pontas O Forte das Cinco Pontas foi erguido em 1630 por ordem de Frederik Hendrik (1584-1647), primo de Maurício de Nassau. A fortaleza foi batizada com o nome do príncipe, mas, devido à forma pentagonal, passou a ser denominada de Forte das Cinco Pontas. Com a tomada pelos portugueses, em 1654, foi feita a primeira grande reforma na edificação, reconstruída em pedra e cal e apenas com quatro pontas. A obra foi concluída em 1684 e rebatizada de Forte de São Tiago. Com a expansão da cidade, a fortaleza perdeu seu sentido de defesa e passou a ter novos usos: entre os séculos 18 e 19, funcionou como depósito geral e prisão; no início do século 20, foi quartel militar e, em 1938, foi tombado patrimônio nacional. Durante o final da década de 1970, sofreu outra grande reestruturação, dessa vez para sediar as instalações do Museu da Cidade do Recife. Forte de Santa Cruz (Orange) Com nome oficial de Forte de Santa Cruz, o Orange é um dos testemunhos da ação portuguesa e holandesa em Pernambuco durante o período colonial. O monumento foi construído em 1630 por militares holandeses, da Companhia das Índias Orientais, e sofreu diversas mudanças em sua estrutura desde a restauração portuguesa de 1654, mudando seu nome para Forte de Santa Cruz. Em pedra calcária e alvenaria de cal, foi tombado pelo Iphan em 1938 e é gerido pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco. Forte São João do Brum A origem do Forte São João Batista do Brum remonta a 1595, quando foi erguido por corsários ingleses, sob o comando de James Lancaster. Mais tarde, o Forte passaria por várias expansões e modificações. Uma delas, que marcou a sua história, foi conduzida pelos holandeses, sob o comando de Schans de Bruyne, e transformou a edificação num dos principais pontos de resistência para o cerco das forças luso-brasileiras, entre os anos de 1630 e 1635. Tombado pelo Iphan desde 1938, o Forte pertence ao Exército Brasileiro e abriga atualmente o Museu Militar. Fortaleza de São José, em Macapá (AP) Forte Coimbra, em Corumbá (MS) Forte de Príncipe da Beira, em Costa Marques (RO) Fortaleza dos Reis Magos, em Natal (RN) Forte de Santa Catarina, em Cabedelo (PB) Forte de Santo Antônio da Barra, em Salvador (BA) Forte São Diogo, em Salvador (BA) Forte São Marcelo, em Salvador (BA) Forte de Santa Maria, em Salvador (BA) Forte de N. S. de Mont Serrat, em Salvador (BA) Fortaleza de Santa Cruz da Barra, em Niterói (RJ) Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro (RJ) Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, em Guarujá (SP) Forte São João, em Bertioga (SP) Fortaleza de Santa Cruz de Anhantomirim, em Governador Celso Ramos (SC) Forte de Santo Antônio

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Caboclinho pode se tornar Patrimônio Cultural do Brasil

O Caboclinho pernambucano pode se tornar Patrimônio Cultura do Brasil. O pedido de registro como patrimônio e o resultado da pesquisa e documentação sobre essa manifestação cultural serão analisados pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, reunido em Brasília, na próxima quinta-feira ( dia 24). O pedido de Registro para o Caboclinho ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi apresentado pela Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, com a anuência dos representantes e membros da comunidade desse bem cultural. A manifestação cultural dos grupos de Caboclos, ou Caboclinho – conhecida principalmente por suas atividades no Carnaval pernambucano – e datada desde o final do século 19, simboliza a memória do encontro cultural e da resistência sobretudo das populações indígenas e também dos povos africanos escravizados, que reverberam profundamente na história do Nordeste rural brasileiro. As estruturas dramáticas em sua performance artística, que reúnem elementos de dança e música, reelaboram narrativas de guerreiros e heróis, sendo capazes de conectar a vida cotidiana ao elemento mítico do caboclo brasileiro. A prática marcada por uma forte presença religiosa afro-indígena-brasileiras está ancorada principalmente no culto à Jurema, com entidades espirituais denominadas Caboclos. Os instrumentos musicais são outra singularidade da expressão cultural, sendo o Caracaxá e a Preaca, por exemplo, exclusivos dos Caboclinhos. A geografia do Caboclinho compreende uma área que vai de Pernambuco ao Rio Grande do Norte. A ocorrência dos Caboclinhos se estende pelos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, ficando como referência para proposta de Registro a Região Metropolitana de Recife e a Zona da Mata Norte de Pernambuco. Como entre tantas expressões da cultura popular, a transmissão de saberes no Caboclinho está atrelada à observação e à prática, orientada pela transmissão oral de conhecimentos dos mais antigos na manifestação para os mais jovens. A performance dos caboclinhos ocorre geralmente nas ruas com indumentária específica e sendo composta por dança e música características e singulares e, em alguns grupos, um recitativo ou drama, podendo essa estrutura variar a partir do tipo de apresentação – no desfile carnavalesco, nos ensaios, ou nos palcos e apresentações públicas. A dança, cujo movimento básico se denomina "manobra", é executada pelos participantes, que se apresentam, geralmente, em duas filas, cada um deles portando uma preaca (adereço/instrumento musical, em forma de arco e flecha), também denominado brecha ou flecha. A música apresenta uma sonoridade singular, tanto pelos instrumentos empregados – alguns exclusivos do Caboclinho – quanto pelos aspectos musicais (ritmos, melodias etc), propriamente ditos. A indumentária e os adereços dos caboclinhos são emplumados e ornamentados com muito brilho. O aspecto religioso dos Caboclinhos está muito vinculado aos fundamentos do culto da Jurema, e sua identidade associada às entidades espirituais dos "caboclos". Para a Superintendente do Iphan em Pernambuco, Renata Duarte Borba, os grupos de Caboclinhos integram um importante conjunto de formas de expressão características da Zona da Mata de Pernambuco, juntamente com o Frevo, o Maracatu Nação, o Maracatu de Baque Solto e o Cavalo-Marinho – estes já registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

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