Arquivos Manuel Bandeira - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Manuel Bandeira

419ª Reunião do Seminário de Tropicologia fala sobre poesia de Manuel Bandeira

O fidelizado Seminário de Tropicologia da Fundação Joaquim Nabuco chega a sua 419ª edição, no próximo dia 27 de agosto, com o tema: “Manuel Bandeira e Gilberto Freyre: um encontro singular”. Desta vez, o palestrante será o sociólogo e escritor, José Almino de Alencar e Silva Neto. A programação acontecerá no campus de Casa Forte, na Sala Gilberto Freyre, às 14h30. “Já estamos focando em Gilberto Freyre para homenageá-lo pelo seu aniversário de 120 anos que acontece em março do próximo ano”, destacou Fátima Quintas, coordenadora do Seminário de Tropicologia. Na vida adulta de Manuel Bandeira, Gilberto Freyre o convidou para escrever um poema sobre o Recife. Foi aí que o poeta produziu a obra: “Evocação do Recife”, falando sobre sua infância na cidade. Esse contato entre os dois influenciou as produções futuras deles. “Nesse sentido, vou falar da importância do encontro para o material e sobre como o diálogo entre escritores, no geral, ajuda na criatividade dos mesmos”, afirmou José Almino. Para escolher o palestrante convidado, foram levados em conta a maneira de expor os conteúdos e a linguagem clara usada pelo mesmo. “Ele procura entender a sociologia e a antropologia por meio de uma visão humanista e subjetiva, sem rigidez nesse processo. A compreensão dele é ampla e aberta”, afirmou Fátima Quintas.

419ª Reunião do Seminário de Tropicologia fala sobre poesia de Manuel Bandeira Read More »

Semana Manuel Bandeira celebra os 132 anos do poeta modernista

Uma década. 3.500 pessoas alcançadas. E uma série de ações em torno da obra de Manuel Bandeira. É com esse espírito festivo que o Espaço Pasárgada, equipamento cultural gerenciado pela Secult-PE/Fundarpe, promove, entre os dias 16 e 20 de abril, a 10ª edição da Semana Manuel Bandeira. O evento, que já está incorporado ao calendário cultural da cidade, marca as comemorações do aniversário do modernista, patrono do Espaço Pasárgada (antiga casa de seu avô e onde Bandeira passou parte da infância), e visa despertar o interesse do público pela literatura e também pela vasta obra do poeta. Neste ano, a Semana Manuel Bandeira tem como tema Belo Belo, e na programação estão previstas, além da presença de artistas e escritores convidados, várias atividades educativas e culturais em torno da poesia. “Cada dia de atividade será regido por um verso de Bandeira. A ideia é valorizar vários aspectos de sua obra e, ao trazer artistas de outras áreas, como a música e o teatro, evidenciar como seu lirismo se resvala nas mais diversas linguagens artísticas”, adianta Marília Mendes, gestora do equipamento cultural. Segundo ela, “este é um período importante para o espaço, uma vez que, além de celebrar os 132 anos de aniversário de Manuel Bandeira, reafirma a missão do Pasárgada em divulgar a cultura literária pernambucana”. Divulgação As atividades começam na segunda (16) e na terça-feira (17), com uma série de visitas guiadas ao Espaço Pasárgada, agendadas previamente com as escolas da rede pública e privada do Estado. Para a Presidente da Fundarpe, Márcia Souto, “o evento ao longo desses últimos 10 anos tem reverenciado o legado de Bandeira, com uma programação de qualidade, que, articulada com a rede escolar, com poetas contemporâneos e também artistas de outras linguagens, revela a intenção da nossa gestão em ocupar/valorizar cada vez mais os equipamentos culturais e espaços da cidade”. Na quarta-feira (18), às 15h, haverá o lançamento do livro O Brasil nas Crônicas de Manuel Bandeira (André Cervinskis), e a mesa temática Bandeira e a Cidade, com pesquisadores André Cervinskis, Ângelo Monteiro e Maria José Luna. Já às 19h, terá um bate-papo entre Daniela Galdino (BA, poeta, performer e docente da UNEB) e Cida Pedrosa (PE, poeta e performer) sobre as Desobediências na gira do mundo: poesia erótica escrita por mulheres. Otávio de Souza O grupo Bacantes de Poesia, formado por Anaclaudia Vieira, Daniella Miranda, Eduardo Godoy e Fernanda Spíndola, também marcará presença na programação, com a performance “Belo Belo, meu Belo”, que acontecerá na quinta-feira (19), às 19h. Nesse mesmo dia, às 20h, o músico e pesquisador Lucas Oliveira apresenta o espetáculo poético-musical Bandeira de Canções, em que mescla canções populares com poemas de Manuel Bandeira. No último dia, sexta-feira (20), às 19h, haverá Sarau Belo, Belas! – Das Sardas de Adalgisa à Saliva de Bela, que reunirá as poetisas Ana Rosa Wanderley, Bel Puã, Luna Vitrolira e Patrícia Naia em torno dos poemas em que Bandeira louva as mulheres. O encontro terá intervenção musical de VJ Craw. Confira abaixo a programação completa da 10ª Semana Manuel Bandeira, que é inteiramente gratuita: 10ª SEMANA MANUEL BANDEIRA De 16 a 20 de abril | Espaço Pasárgada (Rua da União, 263 – Boa Vista | Recife) Terça-feira (17) A água da fonte escondida 9h – Visita guiada ao Espaço Pasárgada com escolas 15h – Visita guiada ao Espaço Pasárgada com escolas Quarta-feira (18) A volta ao mundo só num barquinho de vela 15h – Lançamento do livro “O Brasil nas Crônicas de Manuel Bandeira”, de autoria André Cervinskis, e uma conversa temática “Bandeira e a Cidade”, com pesquisadores André Cervinskis, Ângelo Monteiro e Maria José Luna 19h – Desobediências na gira do mundo: poesia erótica escrita por mulheres – bate-papo com Daniela Galdino (BA, poeta, performer e docente da UNEB) e Cida Pedrosa (PE, poeta e performer) Quinta-feira (19) Belo Belo, meu Belo 15h – Visita guiada ao Espaço Pasárgada com escolas 19h – Belo Belo, meu Belo: performance do grupo Bacantes de Poesia (com Anaclaudia Vieira, Daniella Miranda, Eduardo Godoy e Fernanda Spíndola) 20h – Bandeira de Canções: apresentação poético-musical da obra de Bandeira com Lucas Oliveira (músico e pesquisador) Sexta-feira (20) Belo, Belas! 19h – Sarau Belo, Belas! – Das Sardas de Adalgisa à Saliva de Bela. Participação de Ana Rosa Wanderley, Bel Puã, Luna Vitrolira e Patrícia Naia, e intervenção musical de VJ Craw.

Semana Manuel Bandeira celebra os 132 anos do poeta modernista Read More »

Olha!Recife Literário homenageia Manuel Bandeira

Vários locais do Recife lembram o renomado poeta pernambucano, Manuel Bandeira. Sua obra falou de fatos cotidianos, por vezes com humor e ironia e os seus poemas marcaram época. O poeta, inclusive, foi considerado o precursor do Movimento Modernista no Brasil. Por esses e tantos motivos, o artista foi escolhido para o novo roteiro literário de ônibus do Olha!Recife deste sábado (26). São 70 vagas gratuitas e as inscrições acontecem hoje(25), a partir das 9h no site www.olharecife.com.br. A iniciativa é da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer. O passeio passará pela estátua do poeta na Rua da Aurora, pertencente ao Circuito da Poesia, pelo Espaço Pasárgada, centro cultural onde residiu o avó de Bandeira, pela Casa Manuel Bandeira, local onde nasceu o poeta, pelo Jardim do Baobá, à beira do Rio Capibaribe que delineou muitas de suas obras e será finalizado na Academia Pernambucana de Letras, onde os participantes poderão assistir a declamações dos principais poemas do artista. Relógios - Algumas antigas edificações são verdadeiros marcos da paisagem recifenss. Muitas possuem nas torres ou no alto das fachadas alguns relógios, que lembravam aos passantes a hora de seus compromissos, do próximo trem ou mesmo da próxima refeição. Os relógios do Recife são verdadeiras relíquias do tempo e por isso, o Olha Recife a pé fará uma caminhada para observar essas antigas peças. Entre as paradas, estão a Torre Malakoff e a Antiga Sede do Diário de Pernambuco. O passeio acontece no domingo (27), às 9h, com 70 vagas. Inscrições amanhã (25), no site do Olha!Recife. Basílica da Penha - O roteiro da próxima quarta-feira (30), conhecerá a imponente Basílica da Penha, construída pelos capuchinhos no século XVII. Ao longo do tempo, a igreja passou por várias transformações e no século XIX, foi ampliada e ganhou o seu aspecto atual. No templo, o destaque são as colunas e altares em mármore italiano, o douramento nas talhas de estuque e os grandes capitéis e afrescos de Murillo La Greca e Domenico Botazzi. O valioso conjunto de esculturas sacras do local serão apresentados em visita guiada ao templo, que é também sede da tradicional Bênção de São Félix. O passeio sai às 14h, com 70 vagas. Inscrições amanhã (25), no site do Olha!Recife. Serviço: Olha! Recife de Ônibus Dia: 26/08/2017 Hora: 14h Saída: Praça do Arsenal da Marinha Locais: · Estátua de Manuel Bandeira · Espaço Pasárgada · Casa de Manuel Bandeira · Rio Capibaribe (Jardim do Baobá) · Academia Pernambucana de Letras Olha! Recife a Pé (Domingo) Dia: 27/08 Hora: 9h Saída: Praça do Arsenal da Marinha Locais: Relógio da Torre Malakoff Antiga Sede do Diário de Pernambuco Convento Franciscano do Recife Antiga Estação Central Agência Central dos Correios Matriz da Boa Vista Faculdade de Direito Olha! Recife a Pé (Quarta) Dia: 30/08 Hora: 14h Saída: Praça do Arsenal Local: Basílica da Penha, São José (PCR)

Olha!Recife Literário homenageia Manuel Bandeira Read More »

Sonho meu (por Joca Souza Leão)

Manuel Bandeira disse que queria ir-se embora pra Pasárgada porque lá, entre outras coisas, tinha telefone automático. Bandeira vivia (e viveu a vida quase toda) no Rio. Início dos anos 20, quando escreveu o poema, tinha-se que girar uma manivela, que ficava na lateral do telefone, para pedir à telefonista da central telefônica para conectar com quem se desejava falar. Nos anos 50, na casa da minha vó Carmem, aqui, na Rua José de Alencar, tinha um telefone desses de manivela. Já aposentado. E como não era, ainda, considerado antiguidade, não tava lá como peça de decoração. Vai ver, instalaram o automático e esqueceram o velho na parede. Servia pra gente brincar de telefonar, girando a manivela. Desde que me entendo por gente, telefone é automático no Recife. Só fiquei sabendo que era analógico quando virou digital. A gente discava. Agora, digita. Às vezes, demorava um segundinho para dar linha. Raramente, dava linha cruzada. E, mais raramente ainda, ficava mudo. Ligação errada, qu’eu lembre, só se a pessoa tivesse discado um dos quatro números errado. O da minha casa era 2448. Quem atendia dizia “alô”. Quem ligava, confirmava o número que havia ligado em tom de pergunta. Em seguida, dizia com quem desejava falar. Quem atendia, não perguntava “quem gostaria”. Pedia “um momentinho” para chamar a pessoa ou dizia que ela não estava e perguntava se queria deixar recado. Se a gente ligasse para uma empresa grande, quem atendia não era uma gravação, mas uma telefonista. Um ser humano, quase sempre do sexo feminino. Se você estivesse querendo falar com um funcionário, ela passava a ligação no ato. Se fosse com um diretor, ela dizia “um momentinho” e passava para a secretária que perguntava “quem quer falar” (jamais “quem gostaria”) e transferia para o chefe ou anotava seu telefone para retornar a ligação. Ninguém levava um tempão para falar com ninguém. Nunca liguei pro papa, mas, se tivesse ligado, quem sabe, ele teria atendido. Não sei na sua casa, leitora, leitor, mas, na minha, o telefone toca não sei quantas vezes por dia e quando eu atendo a ligação não conclui. Fica mudo. “Alô, alô...” e nada. Agora, tem uma novidade. “Se o senhor ou senhora conhece fulano de tal, digite um; se não conhece, digite dois.” Não digito por...caria nenhuma. Desligo. Mas, na terceira, quarta ligação, não resisto, xingo a mãe. Sei que computador é surdo. E não tem mãe. Mas xingo. Bem, não vou aqui falar do inferno dos call centers, com suas musiquinhas infames, textos (da pior qualidade) gravados e ramais e mais ramais pra gente digitar até ser atendido por alguém que não resolve nada. Nem vou falar das ligações dos famigerados telemarketings. (Depois que vi uma reportagem sobre os pobres coitados que trabalham nessas empresas, ganhando uma ninharia e trabalhando até 12 horas por dia, não xingo mais ninguém. Ao contrário. Independente do calendário, desejo feliz Natal e próspero Ano Novo). Everardo Maciel me disse outro dia que computador sonha. Acordado, deve ser. E tem sonhos digitais, por certo. Porque o cérebro humano continua, como sempre, analógico. E os meus sonhos, também. “(...) Vai buscar quem mora longe / Sonho meu / Vai mostrar esta saudade / Sonho meu / Com a sua liberdade / Sonho meu.”

Sonho meu (por Joca Souza Leão) Read More »