Hugo Gonçalves, presidente da Tambaú Alimentos, conversou com a Revista Algomais sobre como a empresa tem enfrentado os altos e baixos da pandemia e quais as perspectivas para 2022. Após um crescimento forte em 2020 e um avanço no faturamento ainda elevado de 12% em 2021, as previsões para este ano são mais conservadoras.
Como tem sido as operações da Tambaú em meio às incertezas - aberturas e fechamentos - da Pandemia?
A pandemia veio através de ondas. A primeira foi assustadora porque era gigantesca e desconhecida para todos, até para a ciência. Graças a Deus, nossas operações se mantêm firmes. Vamos endurecendo ou flexibilizando os protocolos, de acordo com a orientação do governo, e tudo isso tem gerado um aprendizado. A gente sabe que não é uma brincadeira e tem encarado tudo com muita seriedade, atentos aos cenários dentro e fora da empresa.
Sem ter um cenário mais preciso para o ano de 2022, como a empresa planejou o ano? A mudança dos números da Pandemia com a Ômicron mudaram em alguma coisa os planos para o ano?
Temos trabalhado de forma a não criar nenhuma expectativa de grandes crescimentos para 2022 porque a gente sabe que tanto a questão sanitária da pandemia, quanto os dados macroeconômicos demonstram que não será possível uma resolução rápida dos danos no cotidiano das pessoas, na economia e em diversos setores. Nos últimos dois anos, muitas empresas foram impactadas pelas consequências da pandemia , outras encerraram suas atividades, a taxa de desemprego está muito grande, a queda no poder de compra também. Sabemos que a economia vai encolher . Os custos de matérias-primas, insumos, subiram muito e nem sempre temos como repassar . Uma inflação de dois dígitos em 2021. A massa salarial que está empregada vem sendo afetada com os aumentos dos preços e impactando no consumo.
A nossa orientação interna aqui na Tambaú é não fazer grandes projeções, apenas manter o que já conquistamos. Em 2020 nós crescemos 35%. Em 2021, crescemos 12% e para este ano novo, diante dessas situações atuais, nos damos satisfeitos em manter nossa posição. Mas temos expectativas de crescimento através dos lançamentos de linhas e produtos.
Além das preocupações com o mercado, como a Tambaú tem trabalhado sobre a questão emocional da sua equipe de profissionais?
Temos uma equipe de aproximadamente 530 funcionários. A questão emocional é algo que nos preocupa bastante porque temos nos deparado com alguns colaboradores em situações onde é preciso um cuidado nosso. Contratação de psicólogos para dar uma assistência e acompanhá-los. Para amenizar o sofrimento deles com o isolamento, o risco iminente, as crises de ansiedade, temos buscado dar esse apoio profissional. Também criamos campanhas de saúde com uma equipe multidisciplinar para atuar no tratamento da obesidade, combater o sedentarismo e incentivar uma alimentação mais saudável. Reunimos profissionais de nutrição, psicologia e educação física com programas que foram implementados, surtiram efeitos grandes, que têm sido comemorados e que estão proporcionando um ambiente de trabalho melhor.
Como foi o desempenho da empresa em 2021? Quais as perspectivas e planos para 2022?
Este é um ano que traz pontos preocupantes como a escalada no aumento de preços dos insumos com o cenário da inflação de dois dígitos que o Brasil já vem enfrentando. Mas há também perspectivas de novas ações voltadas à população, por ser um ano de eleições, que podem contribuir para a retomada do consumo. Enfim, são perspectivas que já vêm sendo acompanhadas pela Tambaú e diante das quais já estamos nos preparando há um tempo, nas ações de redução de custo, aumento de produtividade e eficiência , além de investimentos que fizemos antes e agora já estão se consolidando, como a transferência para o nosso novo galpão de logística. Podemos dizer que somos realistas, porém otimistas. Enxergando com bons olhos este novo ano.