A transformação digital vem cada vez mais afetando nossas atividades. Mas nem sempre percebemos a velocidade desse impacto. Produtos e serviços que usávamos regularmente há poucos anos estão sendo fortemente afetados. Levando em conta a classe social e a faixa etária dos seus consumidores, alguns deles vão perder totalmente a sua função e outros tendem a ser reduzidos a um mercado mínimo. Vejam essa lista que preparei com alguns exemplos:
1.Rádio – Fortemente impactado pela função de rádio do smartphone e pela digitalização do sinal, os “radinhos de pilha”, como eram conhecidos, estão desaparecendo até dos estádios de futebol. Em 2014, a produção tinha caído 81,13%, em relação aos anos anteriores. Tende a se transformar em peça de museu.
2.Câmera digitais – Com a evolução do smartphone, cada vez menos se vê câmeras fotográficas digitais, nem mesmo com turistas. Para se ter uma ideia, em 2017 a fabricação desse equipamento se reduziu a 1/6 do que era em 2010. A tendência é que esse mercado fique restrito aos fotógrafos profissionais, com os modelos DSLR.
3.Telefone fixo – A rápida popularização das mensagens, como o Whatsapp, tem diminuído o uso dos telefones de uma maneira geral, inclusive o móvel. Em 2017, houve redução de 1.144.657 linhas fixas no Brasil, maior parte no mercado residencial. Dois sinais claros dessa tendência: sucateamento dos orelhões e recuperação judicial da OI com dívida de R$ 65 bilhões. Tende a continuar existindo apenas no mercado corporativo.
4.Carteira – Com a implantação das versões digitais dos documentos (habilitação, título de eleitor e CPF já oferecem essa opção), a necessidade do uso de carteira será cada vez menor daqui pra frente. A restrição da aceitação de cédulas, como nos ônibus, e a digitalização dos cartões de crédito e débito reforçam ainda mais essa tendência. O smartphone vai reunir recursos de identificação e pagamento ao mesmo tempo.
5.Chave – A biometria - que permite o uso da impressão, da íris e da voz para a autorização de entrada e ligação de aparelhos – já é comum nas empresas. O baixo custo dessa tecnologia já está chegando também aos modelos para residências. Não dá para decretar o fim ainda, pois a base instalada é gigantesca, mas o uso de chaves metálicas será cada vez menor.
6.Jornal impresso – Não dá para competir com a velocidade das notícias na internet. Somente em 2016 os jornais brasileiros perderam 124 mil assinantes, sobretudo entre as gerações mais novas. O anunciante também tem fugido dos jornais e preferido as mídias digitais, que são mais baratas e geram mais retorno. A tendência que jornais existam apenas nos meios digitais.
*Bruno Queiroz é presidente da Abradi e diretor da Cartello