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Tite saberá aprender com os erros

Claudia Santos

*Por Houldine Nascimento

A participação do Brasil na Copa do Mundo terminou antes do esperado. Na busca pelo hexa, a seleção brasileira teve o sonho interrompido pela Bélgica – eliminada pela França na semifinal – ao perder por 2 a 1, em partida válida pelas quartas de final, em Kazan, na Rússia. Na primeira etapa, os belgas foram bem superiores e aproveitaram as falhas do time liderado por Tite. Duas delas foram cruciais para a eliminação: o gol contra de Fernandinho, atrapalhado por Gabriel Jesus, e o escanteio brasileiro que culminou num contra-ataque bem puxado por Lukaku da intermediária belga.

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Nenhum jogador de verde e amarelo foi capaz de pará-lo. Assim como na humilhante derrota de 7 a 1 para a Alemanha na Copa passada, o escrete canarinho acusou o golpe. Emocionalmente, alguns atletas foram afetados. Não é difícil imaginar o que passou na cabeça de Fernandinho, remanescente e pior em campo no vexame, após o desvio involuntário no braço para a meta de Alisson. Visto como um dos melhores laterais do mundo, Marcelo também foi personagem de 2014 e seu comportamento como jogador da seleção não é sombra pálida do que faz no Real Madrid.

No intervalo, Tite promoveu uma alteração: Willian deu lugar a Roberto Firmino. Durante o segundo tempo, Douglas Costa entrou na vaga de Gabriel Jesus, centroavante que passou em branco nesta Copa. O meia-atacante da Juventus pôs fogo na partida e praticamente ganhou todas do lado direito. Em um duelo decisivo, esperava-se bem mais do principal nome do time. No maior confronto da seleção brasileira no Mundial da Rússia, Neymar foi apático.

No mano a mano com marcadores belgas, fez escolhas erradas. Mais uma vez, tentou cavar faltas, dando show de simulações e por isso sai marcado da Copa do Mundo com fama de cai cai e piada internacional. A expectativa também era grande em cima de Philippe Coutinho, que vinha sendo um atleta decisivo. Seus melhores lances foram a assistência do solitário gol brasileiro e outro passe para Renato Augusto, que desperdiçou a chance do empate.

Coutinho, no entanto, demonstrou personalidade fora de campo. Após a derrota, deu entrevista na zona mista. Já Neymar... Do comando técnico, é necessário algumas reflexões. Tite não fez nesta Copa o que sempre pregou: escalar quem estivesse melhor. Gabriel Jesus, de talento inquestionável, sentiu o peso da competição. Seu suplente era Firmino, que em poucos minutos marcou contra o México.

Outro ponto foi a lateral-esquerda. Filipe Luís entrou após Marcelo sentir um incômodo nas costas e foi bem. Mesmo com as boas atuações, não foi mantido no posto. Sem falar no meio-campo, que inexistiu contra a Bélgica, com grosseiras falhas de marcação. O combo Paulinho-Fernandinho comprometeu. Com isso, fica evidente que a fidelidade de Tite a certos jogadores pesou em detrimento do desempenho. Além disso, fez escolhas nulas na convocação. Apesar de tudo, o técnico da seleção brasileira não deixa a Copa do Mundo com imagem arranhada e não há outro nome melhor para seguir na condução. Sábio, Tite saberá aprender com os erros.

*Houldine Nascimento é jornalista

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