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Governo mapeia projetos para Mobilidade Urbana nas grandes metrópoles
Estudo aponta necessidade de R$ 600 bilhões em investimentos para transporte público de alta e média capacidade (Com informações da Agência Brasil) O governo federal, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério das Cidades, identificou 400 projetos de mobilidade urbana nas 21 maiores regiões metropolitanas do país. O levantamento preliminar, divulgado no terceiro boletim do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), aponta a necessidade de mais de R$ 600 bilhões em investimentos para ampliar e modernizar transportes de alta e média capacidade, como metrôs, trens, veículos leves sobre trilhos (VLT) e sistemas de BRT. A iniciativa busca estruturar a Estratégia Nacional de Mobilidade Urbana e criar um banco de projetos prioritários, garantindo investimentos alinhados às demandas das cidades para os próximos 30 anos. “Quando concluirmos esse estudo, teremos um mapa que vai orientar nossas cidades na direção de um futuro mais verde e sustentável”, afirmou Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES. O levantamento revelou que apenas três regiões metropolitanas – Goiânia, Grande Vitória e Recife – operam com transporte público integrado entre estado e municípios. Já São Paulo e Belo Horizonte se destacam pela transparência na divulgação de dados operacionais, enquanto o Rio de Janeiro é a única metrópole onde mais de 30% da população reside a menos de um quilômetro de uma estação de transporte de alta capacidade. A conclusão do estudo está prevista para dezembro, trazendo um panorama detalhado dos projetos e da metodologia de priorização. A expectativa do governo é que as melhorias reduzam o tempo de deslocamento da população e contribuam para a sustentabilidade, com menor emissão de gases poluentes.

II Simpósio de Estudos sobre o Recife: Dinâmicas Urbanas Ontem e Hoje
Evento promove debates sobre a história, cultura e urbanização da capital pernambucana em sua região metropolitana. Foto: Renaldo Segundo Em comemoração ao aniversário do Recife, o II Simpósio de Estudos sobre o Recife já começou e acontece até o dia 13 de março, promovido pelo Laboratório de Estudos e Ensino sobre o Recife (RecLab), vinculado ao Departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Com o tema central "Dinâmicas Urbanas Ontem e Hoje", o evento busca criar um espaço para debate e troca de conhecimentos sobre a cidade e sua região metropolitana, além de promover conexões com outras metrópoles. O simpósio é estruturado em quatro eixos temáticos: Histórias do Recife e seus arrabaldes; Dinâmicas contemporâneas metropolitanas; Espaço, cultura e patrimônio; e Diálogos Urbanos. O caráter multidisciplinar do evento reunirá pesquisadores de diversas áreas, como história, geografia, ciências sociais, museologia, arquitetura, urbanismo e arqueologia, que compartilharão seus estudos sobre o Recife e suas articulações com outras metrópoles. Os participantes poderão refletir sobre as temáticas sociais, culturais, paisagísticas, históricas e territoriais da cidade, por meio de diálogos, reflexões e debates. O objetivo é criar um espaço contínuo para o compartilhamento de pesquisas e experiências relacionadas às dinâmicas urbanas, analisando criticamente os dilemas enfrentados pelo Recife e sua região metropolitana. Dentre as palestras programadas, destacam-se temas relevantes como "O Recife e Maconha: Proibicionismo e Controle sobre Espaços e Sociabilidades da Cidade (1970-1974)", "Carnaval e Modernidade: Transformações Urbanas e Culturais no Recife (1880-1930)", e "O Papel da Malha Cicloviaría na Mobilidade Urbana do Recife: Desafios e Perspectivas". Além disso, discussões sobre a condição socioespacial das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) e a urbanização de João Pessoa (PB) em contracorrente às demais capitais litorâneas brasileiras também fazem parte da programação. O II Simpósio de Estudos sobre o Recife visa, ainda, promover o intercâmbio de saberes entre diversos agentes que moldam as dinâmicas urbanas, incluindo pesquisadores, educadores, movimentos sociais e a sociedade civil. Ao analisar o Recife sob diferentes perspectivas, o evento se propõe a contribuir para a superação das desigualdades e injustiças territoriais, refletindo sobre a cidade tanto no passado quanto no presente. O Laboratório de Estudos e Ensino sobre o Recife (RecLab), vinculado ao Departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), é especializado em pesquisa, ensino e extensão sobre Recife e seu território metropolitano. Apresenta uma perspectiva interdisciplinar, com bases na Geografia, que se articula com História, Ciências Sociais, Arqueologia, Educação, Ciências, Arquitetura e Urbanismo, entre tantas outras áreas que venham a colaborar com a proposta de pensar o Recife, suas potencialidades, processos, conflitos e desafios. O RecLab visa a consolidação de uma rede de pesquisadores e colaboradores para pensar seu território, com o intuito de difusão e divulgação do conhecimento produzido, ampliando a articulação entre universidade e sociedade. Mais informações no site oficial do evento: https://doity.com.br/ii-simposio-de-estudos-sobre-o-recife

Governo de Pernambuco retoma obras da Barragem de Gatos para prevenir enchentes na Mata Sul
Com investimento de R$ 45,8 milhões, projeto integra o Novo PAC e visa a segurança hídrica da região. Foto: Yacy Ribeiro/Secom A governadora Raquel Lyra assinou a ordem de serviço para a retomada das obras da Barragem de Gatos, na Mata Sul de Pernambuco. A construção, que estava paralisada desde 2014 com apenas 20% concluída, receberá um aporte de R$ 45,8 milhões através de uma parceria entre os governos estadual e federal. O equipamento terá papel essencial na contenção de cheias do Riacho dos Gatos, beneficiando cerca de 138 mil moradores de municípios como Lagoa dos Gatos, Belém de Maria, Catende, Palmares e Água Preta. "A nossa alegria é poder garantir proteção para quem precisa, pois chuva precisa ser bênção, e não angústia para quem vive às margens dos rios", destacou Raquel Lyra. A barragem faz parte do programa Águas de Pernambuco e do Novo PAC, que priorizam a segurança hídrica e o controle de enchentes. Segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, a retomada do projeto representa a "reparação de uma dívida histórica" com a população da Zona da Mata Sul, constantemente afetada por enchentes. Além de conter as cheias, a barragem terá capacidade de armazenar até 5,93 milhões de metros cúbicos de água, que poderá futuramente ser utilizada no abastecimento rural. Antes da assinatura da ordem de serviço, a governadora vistoriou as obras da Barragem Panelas II, no município de Cupira. O projeto, que ficou parado por dez anos, tem previsão de conclusão até junho de 2025 e já atingiu 75% de execução. No total, o Governo de Pernambuco está investindo R$ 358 milhões para finalizar as barragens do sistema de controle de enchentes da bacia dos rios Una e Sirinhaém, cuja construção começou após a tragédia de 2010, quando fortes chuvas afetaram 67 municípios. 🔹 ServiçoA Barragem de Gatos será construída pelo consórcio Cinzel/Esse, composto pelas empresas Cinzel Engenharia Ltda e Esse Engenharia, Sinalização e Serviços Especiais Ltda. O prazo de execução é de 12 meses.

Comércio no Centro do Recife busca revitalização com apoio da Sudene
Empresários da Rua da Imperatriz apresentam demandas para impulsionar negócios e atrair consumidores. Foto: Elvis Aleluia (Ascom/Sudene) Empreendedores da Rua da Imperatriz, no centro do Recife, se reuniram com a Sudene para discutir estratégias de revitalização da área comercial. A principal demanda do grupo envolve melhorias em infraestrutura, segurança e incentivos financeiros, com o objetivo de tornar a região mais atrativa para consumidores e investidores. A iniciativa se alinha ao recente lançamento do FNE Retrofit, linha de crédito voltada à recuperação de imóveis históricos para moradia e serviços. Durante o encontro, representantes da Prefeitura do Recife, do Recentro e do Banco do Nordeste debateram a viabilidade de um estudo que mapeie novas oportunidades para a rua, integrando a modernização do espaço às tendências de consumo. A expectativa é que a pesquisa seja realizada em parceria com a Sudene e o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene). O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, enfatizou a importância de um planejamento estratégico para fortalecer o comércio local. "O desafio agora é estruturar a vocação da rua que aponte o seu futuro. E isso se dá através de um estudo”, afirmou. Segundo ele, o processo pode impactar não apenas a Rua da Imperatriz, mas outras áreas do centro, consolidando a região como um polo econômico e cultural. Com a articulação entre setor público e privado, novos encontros devem ser realizados para definir os próximos passos do projeto. A revitalização da Rua da Imperatriz promete requalificar a área, estimular o comércio e fomentar a economia criativa no coração da cidade.

BNB disponibiliza R$ 2 bilhões para revitalização do Centro do Recife
Financiamento do Banco do Nordeste incentiva recuperação de imóveis para moradia e comércio na região central da capital. Foto: FOTOS: Izabele Brito/Recentro O Banco do Nordeste (BNB) anunciou um fundo de R$ 2 bilhões para financiar a revitalização do Centro do Recife, com foco em complexos multiusos que reúnem moradias e espaços comerciais. O incentivo foi apresentado durante o Conexão Recentro, evento promovido pela Prefeitura do Recife em parceria com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o banco estatal. A iniciativa busca atrair empresários, incorporadoras e investidores interessados em utilizar os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para retrofit e novas ocupações na região. Com prazos de pagamento de até 12 anos e carência de quatro anos, o financiamento pode cobrir de 50% a 100% do valor do investimento, dependendo do porte da empresa e da localização do empreendimento. Segundo o superintendente do BNB em Pernambuco, Hugo Queiroz, projetos de parcerias público-privadas (PPPs) e coliving também estão contemplados, facilitando a reocupação dos imóveis e reduzindo o déficit habitacional. "Além dos incentivos fiscais que a Prefeitura do Recife já oferece de ITBI, ISS e IPTU, agora, com esta parceria com a Sudene e com o BNB, estamos oferecendo financiamento para moradias, comércio e serviços", destacou a chefe do Gabinete do Centro, Ana Paula Vilaça. O evento reuniu mais de 100 empresários e investidores no auditório do BNB, localizado na avenida Conde da Boa Vista, reforçando o interesse do setor produtivo na recuperação da área central. O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, ressaltou que a ação conjunta cria "uma janela de oportunidades" para o desenvolvimento urbano e social da região. Entre os projetos apresentados, há propostas para transformar depósitos subutilizados em moradias, flats para turismo e centros comerciais. “O financiamento, sem dúvida, vai ajudar muito”, afirmou o empresário Amaury Rezende. Os interessados no financiamento podem procurar qualquer uma das 40 agências do BNB para apresentar seus projetos. O processo inclui entrevistas, visitas técnicas e entrega da documentação necessária para a liberação dos recursos.

"A atual situação hídrica em Pernambuco é grave"
Antonio Miranda, Engenheiro do Comitê Tecnológico Permanente do Crea-PE, analisa o impacto da escassez de chuvas no abastecimento hídrico no Estado e as perspectivas com a influência das mudanças climáticas. Também alerta para possibilidade de salinização da água de poços em bairros como Boa Viagem e levanta preocupações com o modelo de concessão da Compesa. Nesta semana o Governo do Estado decretou situação de emergência em 118 dos 184 municípios pernambucanos em razão da escassez de chuvas. Especialista em gestão de serviços de saneamento, o engenheiro civil Antonio da Costa Miranda Neto alerta que a situação do abastecimento hídrico em Pernambuco é grave, com 18 reservatórios em colapso, segundo dados da Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima). Nesta entrevista a Cláudia Santos, Miranda, que é integrante do Comitê Tecnológico Permanente do Crea-PE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco), analisa esse cenário e o impacto futuro das mudanças climáticas no agravamento da redução das chuvas. Para enfrentar a crise, ele afirma ser necessário atualizar, com maior frequência, o planejamento da gestão hídrica, principalmente em relação à elevação média da temperatura e da quantidade de ondas de calor em Pernambuco. “Essa elevação traz duas consequências ruins, simultaneamente: o aumento da evaporação dos mananciais superficiais e do consumo hídrico, combinação que agrava a escassez de água de abastecimento”, alerta. Diante da gravidade da situação, o engenheiro afirma que medidas, como o reuso da água e um melhor armazenamento de águas de chuva, passaram de recomendáveis a imperativas. O especialista enfatizou ainda sua preocupação com o modelo de concessão da Compesa, no qual a estatal permanece responsável pela produção de água tratada e a distribuição fica a cargo de concessionárias. “A depender de como ficará a modelagem, caso a Compesa não produza em quantidade suficiente, as empresas privadas poderão acioná-la no sentido de serem indenizadas pela falta de água para venda. Nesta hipótese, teríamos sérios problemas econômicos”, adverte. No início de janeiro, a Compesa divulgou um calendário emergencial de abastecimento de água diante da ausência de chuvas e das altas temperaturas no Estado. E, nesta semana, foi decretada situação de emergência. Como o senhor avalia a situação hídrica em Pernambuco e o impacto no abastecimento de água? A atual situação é grave, com 18 reservatórios em colapso, segundo a Apac. Desses, 14 ficam no Sertão, zona mais atingida pela estiagem, mas há também reservatórios vazios no Agreste, Mata Norte e até na Região Metropolitana do Recife. Sabemos que o Agreste pernambucano é a região de menor disponibilidade de água por habitante do Brasil, o que já por si só mostra o tamanho da nossa vulnerabilidade e justifica todos os investimentos na transposição do São Francisco, fazendo com que uma parte dessa água chegue nessa região. Também não é novidade para ninguém que as secas são cíclicas, então o que enfrentamos hoje é o agravamento desses ciclos. A tendência é o aumento de temperatura e das ondas de calor. O ano de 2024 esteve 1,5°C acima da média da Terra em relação aos níveis pré-industriais, o que é uma tragédia. Estamos, portanto, com uma frequência maior na ocorrência desses problemas. É óbvio que isso tudo repercute no abastecimento de água. É também verdade que a Compesa, historicamente, não conseguiu eliminar os seus problemas de produção e de distribuição de água. Salvo engano, foi em 1982 que a empresa institucionalizou os rodízios de abastecimento, para nunca mais deixar de tê-los. Por isso a Região Metropolitana já foi, e talvez continue sendo, a que apresenta maior consumo per capita de água mineral engarrafada no País. Outro reflexo disso é a quantidade de poços perfurados para abastecer os prédios, em diversos bairros, para não ficar dependendo da Compesa. Com a perspectiva de acirramento dos períodos de estiagem, em razão das mudanças climáticas, essas dificuldades no abastecimento de água em Pernambuco tendem a aumentar? A mudança climática está agravando a situação. Entretanto, as projeções neste momento são muito imprecisas, não conseguimos estimar ainda aonde isso vai parar. Se você perguntar hoje aos maiores especialistas da hidrologia, da climatologia, sobre uma perspectiva para 2030, eles não são capazes de informar com segurança, porque estamos ainda em processo de transformação. Por isso, é necessário elaborar revisões frequentes do planejamento da gestão de recursos hídricos que levem em conta as últimas atualizações científicas. Os estudos de hoje não indicam para Pernambuco nenhuma situação calamitosa. Haverá o agravamento das secas e das chuvas, mas não temos razões objetivas para esperar a transformação de zonas do semiárido em áridas, como já existem no Norte da Bahia. Da mesma forma não há previsão de que aconteçam em Pernambuco as tragédias que assolaram o Rio Grande do Sul. Agora, provavelmente, teremos uma frequência maior de ondas de calor. O aquecimento geral do planeta, que causa a elevação do nível do mar, também é uma preocupação muito grande que todos nós devemos ter, principalmente no Recife. O que poderia ser feito para enfrentar os impactos do aumento da temperatura e da escassez hídrica no abastecimento de água? É necessário passar a atualizar, com maior frequência, o planejamento da gestão hídrica, com especial atenção ao aumento médio da temperatura e da quantidade de ondas de calor em Pernambuco. Esses aumentos trazem duas consequências ruins, simultaneamente: o aumento da evaporação dos mananciais superficiais e do consumo hídrico, combinação que agrava a escassez de água de abastecimento. É igualmente prudente considerar a ocorrência de períodos mais severos e prolongados de estiagem no Estado. Mas insisto, será indispensável realizar atualizações frequentes dos cenários, utilizando o que de melhor se dispõe em termos científicos, para estabelecer as medidas necessárias à gestão hídrica, muitas delas urgentes, desde o manejo dos mananciais até medidas de redução das perdas de água e do consumo médio em todas as categorias de consumidores. Nesse contexto, o reuso da água e o melhor aproveitamento de águas de chuva passaram de recomendáveis a imperativos. Em relação à situação dos bairros situados na faixa litorânea do Recife, a grande quantidade de poços aliada à impermeabilidade do
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