Arquivos Urbanismo - Página 17 De 97 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Urbanismo

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Um exemplo perto de nós e viável para nosso povo

*Por Débora Almeida A minha experiência na Colômbia, conhecendo as cidades de Bogotá e Medellín, mostra a importância e o bom exemplo da gestão pública atuando na qualidade de vida das pessoas. Fica claro a existência da preocupação com a segurança, mas sem esquecer social. Um dos lemas mais falados por lá é que o “o melhor deve ser para os mais pobres” e que se não se consegue acabar com a pobreza os gestores devem focar em dar mais dignidade para as pessoas. Conhecemos uma série de iniciativas com que visam diminuir a violência e garantir uma vida melhor para as pessoas, chamou a atenção os complexos estruturados que são repletos de atividades culturais e esportivas, tudo isso integrado a um sistema de transporte público eficiente com teleféricos, BRTs, metrô e ônibus. Ficou claro, nas nossas reuniões com os gestores públicos colombianos, que a diminuição dos índices de violência é resultado dessas ações voltadas para o social, educação e segurança. Tudo isso gera uma sensação de pertencimento das pessoas e cuidam dos equipamentos instalados nas cidades. A insegurança pode ser combatida com o estímulo à convivência social, pois quanto maior o número de pessoas na rua, mais segura a cidade se torna. Por isso, uma das medidas de combate à violência adotadas na Colômbia foram, justamente, a criação de espaços de convivência e não o aumento do policiamento. Portanto, a pacificação se deu também por meio do urbanismo social, que propôs intervenções a fim de fomentar o convívio entre as pessoas e mudar a relação da população com a cidade. A partir disso, foi possível criar um ambiente seguro para todos os moradores de locais antes considerados violentos e perigosos. Graças às mudanças, Medellín é um exemplo dos resultados alcançados com o número de homicídios na cidade despencando com o passar dos anos. No início dos anos 1990, a taxa de homicídio era de 360 por 100 mil habitantes. Caindo para 160 por 100 mil habitantes em 2000 para 35,3 em 2005. Manteve-se nesse patamar nos três anos seguintes, mas em 2009 voltou a crescer, chegando a 94 mortes por 100 mil habitantes. Nos quatro anos seguintes, caiu novamente: 86 (em 2010), 69,6 (em 2011), 52 (em 2012) e 38 (em 2013). E seguiu reduzindo, com 14 mortes em 2020. Por trás das soluções implementadas nas favelas da cidade, há também importantes acordos com a população, com as empresas envolvidas e com o terceiro setor. Para definir esses pactos de convivência, de uso e de cidadania, todos esses atores são reunidos e, assim, dialogam e formalizam o comprometimento. Além disso, para lembrar os moradores desses pactos, frases relacionadas ficam expostas em diversos lugares da comunidade. Essa ação tem o intuito de provocar uma verdadeira transformação da cultura do local e, consequentemente, fomentar a transformação social. Ficou a lição que precisamos parar de olhar o mapa da cidade para aplicar políticas baseadas em áreas. É importante ver os indicadores por bairro e ouvir suas necessidades. É preciso reconhecer, valorizar e potencializar o que há em cada território. Quais são os bairros mais violentos? O que eles precisam? A transformação lá não foi só urbana, mas cultural. Qualificar o serviço público não é só uma questão estética, mas também ética. Ficamos muito felizes com que vimos e com as nossas conversas com a população. Na nossa bagagem de volta ao Brasil ficou que é possível atuar com foco nas pessoas, todos que interagiram comigo comentavam o espanto e a falta de conhecimento desta realidade. Tudo é possível se trabalharmos com força, foco e vontade. Vamos juntos mudar essa realidade. Por Debora Almeida, deputada estadual (PSDB) e duas vezes prefeita de São Bento do Una

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Yedo Leonel Secom

Governo do Estado anuncia investimento de mais de R$ 80 milhões em estradas

A governadora Raquel Lyra anunciou investimentos significativos para a recuperação de estradas nas regiões, totalizando mais de R$ 80 milhões em recursos. Um dos principais projetos inclui a restauração completa de um trecho de dez quilômetros da PE-089, que se estende desde a PE-074, no distrito de Siriji, até o município de São Vicente Férrer. Essa iniciativa receberá um investimento de R$ 17 milhões, com previsão de conclusão das obras até o final do segundo semestre de 2024. Além disso, a governadora também realizou uma visita às obras de requalificação da PE-091, que conecta o município de Macaparana ao distrito de Pirauá, localizado na divisa com o estado da Paraíba. Para essa rodovia, estão destinados recursos no valor de R$ 16 milhões. As obras estão sendo executadas pela Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), através do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). "As máquinas estão nas estradas para garantir à população o direito de ir e vir, facilitando o acesso à Zona da Mata e ao Agreste, fazendo a economia girar e contribuindo para a criação de empregos nas regiões", destacou Raquel Lyra, que realizou ainda uma vistoria na PE-075, que tem obras de requalificação orçadas em R$ 50 milhões, com prazo de conclusão para março de 2024. O trecho tem 39,5 quilômetros de extensão, e liga Goiana ao distrito de Ibiranga, na Mata Norte. A governadora também formalizou a autorização para o início das obras de restauração da APE-062, que serve como acesso ao distrito de Caueiras, situado no município de Aliança, na região da Zona da Mata. Essa via abrange uma extensão de 2,78 quilômetros e receberá um investimento de R$ 4,1 milhões. A expectativa é de que as obras sejam finalizadas em até quatro meses, trazendo benefícios para mais de 38 mil moradores da região.

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Divulgacao SEMOBI

Governo de Pernambuco entrega trecho duplicado da BR-104

O Governo do Estado de Pernambuco entregou um trecho duplicado de oito quilômetros na BR-104, entre Toritama e Pão de Açúcar (distrito de Santa Cruz do Capibaribe), nesta quarta-feira (25). A entrega é uma notícia muito aguardada pelo Agreste Setentrional. Após a abertura do trecho, outros 5,2 quilômetros receberão serviços de terraplenagem, pavimentação, drenagem, sinalização, barreiras de proteção e paisagismo. Esse próximo trecho vai do entroncamento com a PE-160, em Pão de Açúcar, até a entrada da PE-145, que leva ao distrito de Fazenda Nova. A obra cobre um trecho total de 13,2 quilômetros. O governo estadual, através do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), forneceu sinalização vertical e horizontal para garantir a segurança dos usuários da via. As obras de duplicação e restauração da BR-104 receberam um investimento total de R$ 106,3 milhões e foram retomadas em setembro. A previsão de conclusão é de 18 meses. “Essa importante obra vai melhorar bastante a fluidez da via, além de fortalecer a mobilidade urbana e a acessibilidade dos usuários. A retomada dessa obra é resultado de grande esforço do Governo de Pernambuco e vai fortalecer ainda mais a economia e o turismo dessa região, que tem o segundo maior polo de confecções do país", afirma o secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Diogo Bezerra.

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rio tejipio 2023

Rio Tejipió: entre águas, sonhos e pesadelos

Série "3 Rios, 3 Comunidades, 3 Desafios" apresenta os problemas ambientais e sociais que se entrelaçam na Região Metropolitana do Recife. A produção é apoiada pelo Programa Acelerando a Transformação Digital, desenvolvido pelo International Center for Journalism (ICFJ) e Meta, em parceria com associações brasileiras de mídia. Na reportagem desta edição destacamos o Rio Tejipió. *Reportagem: Rafael Dantas*Fotos: Thally Santos | Instituto Solidade Apoio Poluído e com suas margens densamente povoadas, o Tejipió repete a história dos muitos rios urbanos que cortam as grandes cidades brasileiras. As populações vizinhas às suas águas têm uma vida quase anfíbia, adaptadas às enchentes que há décadas assolam durante o inverno esse território que um dia se tornou lar. Nos últimos anos, no entanto, a agressividade das cheias assustou. Intensidade e frequências maiores são sintomas de uma dura sintonia com as mudanças climáticas. Um cenário de muita tensão que terá nos próximos anos a chance de ser enfrentado com muitos investimentos que foram captados pelo poder público. Enquanto ainda não enxergam os projetos e as obras, a ansiedade permanece nas comunidades ribeirinhas e além delas. Carla Suzart, 46 anos, mora exatamente ao lado do Rio Tejipió há quase 29 anos. Ela vivia com quatro irmãos e um filho no bairro de Areias, quando sua mãe faleceu. Com os poucos recursos que conseguiu com o pai, comprou o espaço, no bairro de Coqueiral, onde vive desde então. “Quando minha mãe faleceu, eu fiquei desesperada. Disse ao meu pai que precisava de uma casa. Ele mandou uma quantia de dinheiro que não dava para comprar lá. Aqui era o canto mais barato que encontrei. Ou eu comprava ou ficava sem casa. Precisava de uma base para recomeçar a vida”. Ela já sabia que o lugar era vulnerável à subida do rio. Mas, mesmo assim, surpreendeu-se no primeiro inverno. “Foi desesperador. Sabia que enchia, mas não tinha noção na altura. Perdi tudo. Só deu tempo de enrolar meu filho e correr. Quando voltei para buscar as outras pessoas, a água já estava na metade da casa”. Com os anos de convívio com as enchentes, Carla aprendeu com a experiência. Ela conta que eram seis meses de casa arrumada e seis meses com os móveis todos suspensos em cavaletes, bancos ou no que pudesse prender nas paredes. Todos os cômodos da sua casa têm janela voltada para observar o nível das águas que, por muitos anos, invadiram sua residência. Com muita luta, ela conseguiu com aterramento subir em um metro o primeiro piso da moradia. “Pensei que iria ter sossego. Amenizou um bocado. Foi muito sacrifício. Refiz a casa umas duas vezes” Mesmo tendo uma casa muito elevada e adaptada, com sofá, cama, guarda-roupas, raque, construídos de alvenaria e cerâmica, a força das águas levou Carla e sua família a deixarem o lar às pressas mais uma vez. As intensas tempestades do ano passado foram as piores dos seus quase 30 anos em Coqueiral, a comunidade mais afetada. “Tem um nível da ponte que quando a água atinge eu já saio. Deixo todas as coisas aí e vou para casa da minha cunhada. Fica uma agonia porque ficam os animais e a vida da gente aqui. Mas a minha vida e a da minha família estão em primeiro lugar. Pra gente vale mais isso. Aqui está a história e a vida da gente”, conta a moradora. Ao atravessar a ponte e seguir a sua rota de fuga, a água estava na cintura. Para ter esse monitoramento, ela afirma que se reveza com o marido: durante a noite nos períodos chuvosos, enquanto um dorme, o outro observa a subida da altura das águas. Mesmo morando a uns 300 metros do Rio Tejipió, Fabiana Chagas, 40 anos, correu risco de vida nas cheias do ano passado. Sem estar tão acostumada com a chegada das águas com tanta força, como ocorre nas residências dos moradores ribeirinhos, ela perdeu praticamente tudo no ano passado. Fabiana mora há 40 anos no mesmo local, também em Coqueiral. A família está nessa habitação há quase um século. Ela guarda uma lembrança saudosa da sua infância, de um convívio agradável com o rio. “Minha lembrança do rio começa com 12 ou 13 anos. Lembro das lavadeiras do Rio Tejipió. Elas ganhavam dinheiro lavando roupa, era um rio muito limpo. São aí 25 anos ou 27 anos para, de repente, ele ser destruído tão rapidamente e virar uma ameaça pra gente. É um período muito curto. Não tem a ver só com a questão climática, mas com a postura humana, de jogar lixo, de invadir a margem, mas também de saneamento básico. Tem a ver com moradia”, analisa Fabiana. A primeira enchente que ela lembra no bairro faz pouco mais de 20 anos, mas não passou perto da sua casa. Porém, os problemas das cheias começaram a se aproximar cada vez mais, até se tornarem recorrentes. Ela conta que se não tivesse casa própria, já teria deixado o local pelo trauma da enchente de 2022. “Ano passado, quando a água chegou aqui, sabíamos que ao redor estava uma situação de guerra. Foi algo sobrenatural, muito rápido. Houve uma elevação de 50 centímetros em uma hora. Todo mundo se apavorou e quis somente sair de casa. Ficamos sem energia, sem 4G, o bombeiro disse que não poderia entrar nessa rua por causa das ondas formadas pelo rio que eram perigosas”, conta a moradora, que saiu de casa amarrada em cordas para não ser levada pelas águas. As águas se foram, mas o medo de novos episódios permaneceu. O filho de Fabiana, John Chagas, de 12 anos, não quer ir para a escola quando começa a chover mais forte. A mãe conta que o adolescente foi diagnosticado com Síndrome do Pânico, estresse pós-traumático e ansiedade. Ele, que chega a vomitar com o nível de estresse elevado, foi uma das crianças que quase morreu no resgate, atingido por uma manilha que rolou na força das águas. Se os danos materiais são visíveis e contáveis, os danos psicológicos não são.

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antonio vaz recife santo antonio

Oficina do Recentro, sobre a Ilha de Antônio Vaz, acontece hoje no Rec'n'Play

A oficina RECIFE CIDADE PARQUE / Recentro – construindo uma visão urbanística integradora da Ilha de Antônio Vaz acontece no Rec’n’Play, na Escola Técnica Porto Digital (Av. Rio Branco, 193) hoje, dia 18 (quarta-feira). Serão sete horas de atividades, realizadas das 10h às 17h, destinadas a urbanistas, arquitetos, paisagistas, engenheiros, geógrafos, historiadores, entre outros. Organizada pelo Recentro e pelo Recife Cidade Parque - Plano de Qualidade da Paisagem (projeto de pesquisa desenvolvido por meio de um convênio entre a UFPE e a Prefeitura do Recife), a oficina tem o objetivo de promover uma visão urbanística integrada dos bairros que compõem a Ilha de Antônio Vaz: São José, Santo Antônio, Cabanga e ilha Joana Bezerra no Centro Histórico. A oficina terá como curador Francisco Cunha (consultor da TGI e presidente do Conselho de Administração da Agência Recife para Inovação e Estratégia – Aries) e terá como coordenadores os professores da UFPE Roberto Montezuma, Luiz Vieira e Fabiano Diniz e os pesquisadores Evandro José (UFPE), Milla Avellar Montezuma (Instituto para Educação das Águas - Unesco/Governo Holandês), Alexandre Campello (UFPE), Marta Roca (UFPE), Patrícia Menezes (UFPE) e outros convidados. A participação é aberta ao público interessado. E a capacidade é para 20 participantes - as vagas serão preenchidas por ordem chegada. A Ilha de Antônio Vaz pode ser interpretada como uma “Ilha de todos os tempos” da arquitetura e do urbanismo do Recife – desde o século XVI até o século XXI. Para entender a proposta da oficina é preciso conhecer um pouco da história do Recife. A Ilha de Antônio Vaz faz parte da antiga Cidade Maurícia, erguida durante a dominação holandesa. A área foi arrasada pela Guerra de Restauração. Ao ser reerguida transformou-se com as construções sacras, destacando-se as características Barroca e Rococó. Uma estética que se manteve até metade do século XX, quando os bairros centrais foram impactados com a construção das avenidas Guararapes e Dantas Barreto. “Os bairros de Santo Antônio e São José foram objeto de uma espécie de esquartejamento. O resultado dessas intervenções esquartejadoras foi um território desconectado que não consegue ser ‘lido’ pelo transeunte, inclusive com a perda de articulação do extraordinário patrimônio Barroco/Rococó”, explica Francisco Cunha. Em 2019 o Workshop Internacional Recife Exchange Holland (RXN), realizado por pesquisadores pernambucanos e holandeses, lançou uma visão urbanística contemporânea para a Ilha de Antônio Vaz. Essa visão deve se integrar ao atual convênio de pesquisa e inovação entre a PCR e a UFPE, o RECIFE CIDADE PARQUE – Plano de Qualidade da Paisagem. Projeto que tem como objetivo a reinvenção do Recife a partir da estrutura hídrica da cidade, composta pelas bacias dos rios Capibaribe, Beberibe e Tejipió e pela frente marinha. O resultado da oficina servirá de importante insumo para os estudos prospectivos que estão sendo elaborados para construção do plano estratégico Recentro na Rota do Futuro, desenvolvido sob a coordenação do Recentro. Serviço: A oficina RECIFE CIDADE PARQUE / Recentro – construindo uma visão urbanística integradora da Ilha de Antônio Vaz Onde: Rec’n’Play, na Escola Técnica Porto Digital (Av. Rio Branco, 193) Quando: 18 de outubro (quarta-feira), das 10h às 17h Gratuita *A capacidade é para 20 participantes - as vagas serão preenchidas por ordem chegada.

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Farjardo Recife 2023

"Fundamental é repovoar o Centro do Recife com moradores"

Washington Fajardo, ex-secretário municipal de Planejamento Urbano do Rio de Janeiro, aborda os desafios de atrair moradias para a região central da capital pernambucana, elogia as iniciativas do Recentro e defende ações como a instalação de instituições de ensino na área para cativar a juventude. Estimular a moradia no Centro do Recife tem sido uma estratégia defendida por estudiosos e até pela prefeitura para revitalizar a região. O arquiteto e urbanista Washington Fajardo é um desses especialistas que acreditam que nenhum processo de reabilitação urbana tem sustentabilidade se não tiver pessoas morando no espaço a ser revitalizado. Fajardo é ex-secretário municipal de Planejamento Urbano do Rio de Janeiro, responsável pelo projeto Reviver Centro elaborado para atrair moradores para a região central da Cidade Maravilhosa. O sucesso do programa o levou a ser convidado a ser consultor do planejamento estratégico do Centro do Recife - Recentro na Rota do Futuro. O urbanista ressalta, no entanto, que seduzir a população a morar no Centro é uma tarefa complexa. Nesta entrevista a Rafael Dantas, ele fala dessas dificuldades como, por exemplo, a percepção de segurança que as pessoas têm do Centro, a oferta de moradias no local e o fato de a região não ser mais vista como uma centralidade, onde os moradores resolviam coisas, estudavam, faziam compras e atividades culturais. Mas ressalva que a proposta de se ter uma governança local, a partir do Recentro, é um passo importante para a recuperação da região, assim como a decisão do gabinete de ouvir a população sobre o Centro, a partir de uma consulta pública. Quais as diretrizes para que o Recife possa promover uma recuperação do Centro da cidade? O ponto fundamental é repovoar o Centro do Recife com moradores. Ou seja, nenhum processo de reabilitação urbana tem sustentabilidade se não tiver pessoas morando. Esse é o princípio. É muito sintético e objetivo, mas implementar isso é muito complexo. Porque, assim como outras cidades brasileiras, o Recife cresceu horizontalmente nas últimas décadas, numa velocidade muito intensa. A gente está falando de um Centro Histórico de toda uma região metropolitana, que é onde as pessoas estão morando. Esse modelo de crescimento da cidade acabou criando uma economia imobiliária que sabe pegar terrenos e fazer prédios. Mas hoje temos essa tendência de investir em retrofits também. Esse é um fenômeno recente brasileiro. No Brasil desaprendemos a reocupar, reformar. A palavra hoje é o retrofit. É importante entender que essa área central está em direta competição com essas outras áreas, onde encontramos uma cultura técnica que passa pela economia, mas vai até a arquitetura e a engenharia. Os próprios órgãos públicos dos municípios aprenderam a criar uma normativa urbanística que favorece essa expansão da ocupação. O resultado disso é que as áreas centrais ganharam uma ociosidade do ponto de vista de moradia, mas conseguiram manter uma função comercial ou de centralidade dos empregos. Aí veio segundo um fenômeno, um pouco de nossa época, que tem a ver com digitalização da economia. Então, além do problema histórico de ocupação, a economia digital já está afetando os centros urbanos também? Tanto o emprego, quantos hábitos de consumo estão muito organizados em função das facilidades que a internet nos proporciona. Esses novos hábitos, que têm a ver com a digitalização da vida da cidade, também têm impactado diretamente a relevância do varejo. Por exemplo: comprar algo não significa mais a necessidade de ter que ir à rua. E isso tem tido um crescimento exponencial, especialmente a partir da pandemia da Covid-19. É um fenômeno que ganhou uma proporção planetária, quando fomos obrigados a aprender novos hábitos. Passamos a fazer reuniões online, pedir comida em casa, fazer compras pela internet. Algo que era incipiente ainda, ganhou relevância e está presente em diferentes gerações. Antes era mais concentrado na juventude, mas com pandemia mesmo as gerações mais maduras ganharam novos hábitos. Ou seja, os centros urbanos têm situação histórica, de longo prazo, muito brasileira. E tem também o contexto novo, um pouco mais global, que tem a ver com digitalização. Isso aumentou mais ainda os esvaziamentos das áreas centrais. Estão correndo certo risco de ficarem irrelevantes. Nesse contexto, como o senhor avalia a experiência do Recife? O Recife é um caso interessante. Teve uma posição de vanguarda, quando algumas décadas atrás tomou decisão de implantar o Porto Digital em sua área central. Observe que o Recife tomou uma decisão muito avançada para época, em dois sentidos: priorizar o Centro da cidade e priorizar a nova economia. Uma reflexão que trago é que apesar desse vanguardismo, não se constituiu, de fato, uma nova camada social morando no Centro. Apesar do sucesso do Porto Digital, a população continua a não morar na região. Isso mostra como essa produção habitacional nas áreas centrais é muito complexa. A prioridade é trazer pessoas para morar, mas não é simples. Como modificar esse cenário para incentivar a moradia no Centro do Recife? Temos que ter visão de mercado. Ou seja, a produção habitacional tem que acontecer com as próprias pernas. Ao mesmo tempo, é necessário ter estímulo público. Que tipo de estímulo? Incentivos fiscais e subsídios, com regulação urbanística própria. É fundamental também que as pessoas passem a desejar mais o Centro. Isso significa que as famílias que hoje estão tomando decisão de moradia deveriam considerar área central como opção. Para isso é fundamental que existam alternativas no Centro para incentivar a decisão de comprar ou alugar uma moradia. Será que a população pensa em morar no Centro? E se pensar, será que conseguirá encontrar algo? Essas questões precisam ser resolvidas. Opções para quem queira e ter o desejo de povoar os bairros centrais. É um desafio que está tanto na demanda como na oferta. Para ter desejo, a população precisa se sentir bem no Centro. Ser um lugar seguro, organizado. Um bom parâmetro é pensar a cidade tomando as crianças como referência. Você viveria com seus filhos no Centro do Recife? A população percebe na área central da cidade um lugar para educar seus filhos

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Ana Moura e Ana Higino

Ana Moura e Ana Higino Iluminam a Casacor PE 2023 com o Espaço NO.ABRAÇO

As arquitetas Ana Moura e Ana Higino estão trazendo à CASACOR PE 2023 o ambiente "NO.ABRAÇO". Este espaço serve como um convite à interação e à celebração da magia da arquitetura e do design, alinhando-se com o tema geral da mostra de decoração de 2023: "Corpo e Morada". Neste contexto, a casa é vista como uma extensão do corpo, e o ambiente NO.ABRAÇO oferece um refúgio da agitação da vida diária, proporcionando momentos de jogos, leitura e relaxamento. "Entrar no espaço NO.ABRAÇO é como ser envolvido por um abraço caloroso e convidativo, onde os conceitos de conforto, aconchego, paz e tranquilidade ganham vida", afirmam as arquitetas. Elas projetaram este ambiente como uma sala de jogos versátil, destinada a transmitir o verdadeiro significado da interação humana, com conforto e funcionalidade. Este espaço multifuncional foi concebido para permitir que as pessoas vivam experiências memoráveis longe das distrações das telas e se desconectem da correria do cotidiano. O ambiente apresenta um painel que se estende do teto ao chão, capturando a atenção dos visitantes e convidando-os a explorar. A versatilidade é uma característica marcante do projeto, criado para incentivar a imaginação e oferecer um ambiente acolhedor que ajuda a reforçar a importância da interação pessoal. Além do design, o mobiliário também contribui para a sensação de conforto, com peças cuidadosamente escolhidas. A paleta de cores do ambiente, centrada no branco, é um traço característico dos projetos de Ana Moura e Ana Higino, mas desta vez, o teto de tom chocolate foi adicionado para criar uma atmosfera relaxante. O projeto inclui várias áreas de estar, proporcionando um ambiente convidativo para várias atividades simultâneas. Além disso, o espaço conta com elementos colecionáveis, obras de arte intrigantes e inusitadas, como um quadro de José Patrício e uma tela de Marcelo Solá, que trazem ainda mais profundidade e alma ao ambiente. Esta é a terceira participação de Ana Moura e Ana Higino na CasaCor PE, que se soma a outras mostras de decoração que já assinaram no estado. A CasaCor PE segue até 5 de novembro. O evento acontece no Edifício Chanteclair, com acesso pela Rua Vigário Tenório, no Bairro do Recife.

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tatuoca

Suape investe em nova praça para a Comunidade da Vila Nova Tatuoca

A comunidade da Vila Nova Tatuoca, localizada no Cabo de Santo Agostinho, está prestes a receber uma nova praça repleta de recursos para o lazer e a prática de exercícios. Esse projeto, desenvolvido em colaboração com os moradores da região, visa beneficiar 75 famílias, proporcionando uma área pública revitalizada com brinquedos diversos, bancos em concreto, pista de cooper, equipamentos para exercícios, mesas de jogos e iluminação especial. Obras A responsabilidade pela requalificação desse espaço antes destinado ao entretenimento cabe ao Complexo de Suape. A iniciativa é o resultado de um amplo diálogo com os residentes locais, que acompanharam todo o processo de desenvolvimento do projeto. Além disso, eles terão participação ativa na gestão do espaço público, promovendo um maior senso de pertencimento à comunidade. A Vila Nova Tatuoca foi construída pela estatal portuária e entregue em 2014. As obras do "Parque Comunidade Vila Tatuoca" estão previstas para serem concluídas em seis meses, com o canteiro de obras sendo instalado em breve pela empresa vencedora da licitação, Guerra Construções Ltda. Para atender às demandas dos moradores, Suape está investindo R$ 859.976,48 na construção da nova área de lazer, que beneficiará diversas faixas etárias. O espaço abrange 1.400,12 metros quadrados. Diretor-presidente de Suape, Marcio Guiot “Nossos colaboradores da área socioambiental realizaram várias reuniões com a comunidade e o projeto foi desenvolvido pela Diretoria de Infraestrutura a partir dessa escuta. Os moradores acompanharam todas as etapas do processo e participarão da gestão do espaço público, para fortalecer o sentimento de pertencismo entre eles. Será mais uma entrega de Suape com o intuito de melhorar a qualidade de vida nas comunidade do território”

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Um dos dias mais importantes de minha vida (por Francisco Cunha)

Foi o que tive oportunidade de dizer quando falei, na condição de presidente do Conselho de Administração da Aries – Agência Recife para Inovação e Estratégia, no lançamento do projeto Recentro na Rota do Futuro que será responsável pela formulação do planejamento estratégico de longo prazo para o Centro do Recife. Disse ainda que achava ser um dia muito importante para a cidade do Recife também. Afinal, nas últimas seis décadas, nossas trajetórias estiveram entrelaçadas. Estudei os antigos ginásio e colegial no Colégio de Aplicação da UFPE que ficava no Centro. Assisti todos os filmes da juventude nos cinemas do Centro (São Luiz, Trianon, Art Palácio, Moderno, Veneza, Parque, Astor e Ritz). Consultei médicos e dentistas, ganhei meus presentes, fiz minhas compras (antes da existência de qualquer shopping center na cidade), tomei minhas primeiras cervejas no Centro do Recife. Por ironia do destino, fui testemunha ocular cotidiana da plena decadência do Bairro do Recife pois trabalhei lá no início de minha vida profissional e, nos mais de 40 anos de carreira, presenciei também a sua recuperação, ao mesmo tempo em que via desolado a dolorosa decadência dos Bairros de Santo Antônio e São José. Hoje, todavia, não é despropositado dizer que o Bairro do Recife, depois de quatro décadas em processo de recuperação e de ter tido sua vocação redirecionada, já “passa por média” (com uma hipotética “nota 7”), enquanto Santo Antônio e São José estão no fundo do fundo do poço (com uma nota que, com muita benevolência, não passaria de 2 ou 3), como, aliás, se encontrava o Bairro do Recife 40 anos atrás. E digo isso com a experiência de ter dedicado metade de minha vida profissional (mais de 20 anos) à tentativa obstinada de recuperação de Santo Antônio e São José na condição de consultor da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL Recife). Nesse tempo, pela CDL, tentamos de tudo até compreender que a coordenação dos esforços teria que vir do setor público, mais especificamente da Prefeitura do Recife, mais precisamente, ainda, do compromisso pessoal do prefeito. Afortunadamente para a cidade e para o seu centro histórico, o prefeito João Campos comprou a briga e colocou no seu programa de governo a recuperação do Centro do Recife. Então, criou o programa Recentro e o Gabinete do Centro com dois enfoques: um, de curto prazo; e, outro, de médio e longo prazos. Ou seja, estruturou a atenção do Poder Executivo Municipal às ações do dia a dia, sem perder de vista a essencialidade do médio/longo prazos com, pelo menos, um horizonte determinado que é o ano de 2037 quando o Recife será a primeira capital brasileira a completar 500 anos. Ambos os enfoques carecem de planejamento. Tanto o de curto prazo, de caráter operacional, que gosto de chamar de “farol baixo”, responsável por iluminar o que está logo à frente, quanto o de caráter tático e estratégico, que eu gosto de chamar de “farol alto”, responsável por iluminar o que está mais à frente. Os dois planejamentos são indispensáveis à ação consequente, um para evitar que caiamos nos “buracos” do caminho e, o outro, para evitar que atropelemos a “vaca” que resolveu atravessar a pista lá mais adiante. O planejamento de longo prazo tem também a importância fundamental de definir com clareza o que (o objetivo) se pretende atingir e contornar as dificuldades, bem como aproveitar as oportunidades para isto. Afinal, como já bem sabiam os romanos, “não há vento favorável para quem não sabe para aonde vai”. Então, com o planejamento operacional estruturado em relação ao Recentro, chegou a hora de estruturar também, o planejamento estratégico em relação ao Centro como um todo. Daí que, além da competente atuação operacional do Gabinete do Centro, a Aries, organização social que coordenou a elaboração do Plano Recife 500 Anos, foi convocada para coordenar também a elaboração do Plano Estratégico (a Rota de Futuro) do Centro que ora se inicia. Para isso, foram mobilizados dois dos mais competentes planejadores do Brasil: Sérgio Buarque (coordenador do Plano Recife 500 Anos) e Washington Fajardo (ex-secretário de planejamento urbano da cidade do Rio de Janeiro). Quis também o destino que este momento especial para a cidade me encontrasse presidente do Conselho de Administração da Aries e, por isso, a importância do dia do lançamento para minha vida. Afinal, não só pude presenciar a importância do ato como, também, fazer parte dele em condições de prestar uma contribuição direta, ainda que modesta. Vamos lá, então, desenhar a Rota do Futuro do Centro para com ela poder direcionar as ações capazes de fazer com que o Centro (em especial os Bairros de Santo Antônio e São José) possa, no horizonte do aniversário dos 500 Anos do Recife, ter revertido o seu processo de decadência, com sua vocação redirecionada e a sua recuperação como centro histórico de uma das regiões metropolitanas mais importantes do Brasil em pleno andamento. Isso é o que o Centro requer, o que a cidade precisa e o que nós, envolvidos no processo, temos a obrigação de fazer. Tudo isso aproveitando o raro "alinhamento astral" de vontades e condições favoráveis, em benefício desta cidade tão especial onde resolvemos viver nossas vidas e temos a obrigação de fazer o que estiver ao nosso alcance para deixá- la, para nossos sucessores, em estado melhor do que o atual. Daí, a vital importância do dia do lançamento da busca do desenho do longo prazo do Centro, para mim e para a cidade. No que depender de nós, essa Rota do Futuro será traçada da melhor forma que for possível.

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capa 237

Qual o Centro do Recife que precisamos? Participe da pesquisa

Qual o Centro do Recife que precisamos? Essa é a provocação da Aries (Agência Recife para Inovação e Estratégia) para entender os anseios dos moradores da cidade sobre a região central da capital pernambucana. A organização está realizando uma pesquisa de percepção com o objetivo de orientar a reabilitação urbana, dinamização econômica, conservação ambiental e melhoria da qualidade de vida nos bairros centrais. Embora abrigue monumentos e prédios históricos, muita atividade comercial e tecnológica, o Centro viveu um drástico esvaziamento de moradias e passa por um avançado processo de degradação urbana. Um quebra-cabeça entre potenciais e desafios que precisa ser remontado com a participação popular e de olho nas tendências de sustentabilidade do mundo contemporâneo. A remontagem das peças que estão fragmentadas no território do Centro do Recife, na percepção dos especialistas, passa tanto por quem ainda resiste na região, a exemplo dos moradores ou profissionais, como pelos habitantes de toda a região metropolitana. Os incômodos e anseios são diferentes, para o comerciante, o universitário, o artista, mas alguns consensos apontam os caminhos de retomada. A necessidade de qualificar a segurança do Centro e a revitalização do espaço, atualmente degradado, são algumas das percepções comuns. Outros fatores que são quase unanimidade no processo de reconexão deste território são a necessidade de oferecer moradia e a promoção de uma revitalização integrada e duradoura da região. REPOVOAR O CENTRO O arquiteto e urbanista Washington Fajardo considera que o aspecto fundamental para revitalizar o Centro do Recife é repovoar com moradores “Nenhum processo de reabilitação urbana tem sustentabilidade se não tiver pessoas morando", assegura. Com o crescimento da capital, é nas outras cidades e nas periferias da Região Metropolitana do Recife onde a população foi encontrando suas moradias. Toda a economia imobiliária decorrente desse fenômeno criou uma conjuntura favorável para a expansão dos demais municípios e contribuiu para o esvaziamento da área central. A reversão desse cenário não é fácil, na análise de Fajardo. “É preciso estimular tanto a oferta (disponibilização de unidades habitacionais), como a demanda. É necessário dispor de opções para quem tem desejo [de morar na região central do Recife]. Mas para despertar esse desejo é preciso se sentir bem no Centro. Com uma sensação de segurança. Um bom parâmetro é olhar para as crianças. É um lugar onde você viveria com seus filhos?” A ausência de imóveis residenciais à disposição de moradores interessados é um dos motivos para a dificuldade de reocupação do Centro do Recife, segundo o presidente da CDL (Câmara de Diretores Lojistas), Fred Leal. Ele sugere que no processo de recuperar o Centro é preciso adotar medidas rápidas, além de pensar a governança e um plano integrado para a região. “A primeira consideração é que as medidas para revitalizar o Centro da cidade precisam ser implementadas de forma imediata, mas abrangendo também o médio e o longo prazos. Precisamos de um plano geral, abrangente, como o que a Aries está desenvolvendo, pois o Centro precisa ser ocupado com moradias para dar vida a outras melhorias. Esse retorno de moradores é fundamental para esse espaço”, afirmou o presidente da CDL Recife, Fred Leal. “Outra sugestão é que todas as entidades, sejam municipais, federais ou estaduais, retornem ao Centro, trazendo secretarias e autarquias para a região”. Nesse esforço para estimular moradias, Leal destaca a importância de evitar a favelização do Centro. Para o empresário, a retomada não pode ser apenas de imóveis de luxo, sendo necessário ofertar moradias acessíveis também. A Prefeitura do Recife divulgou a criação de uma parceria público-privada, na modalidade de concessão patrocinada, para a construção, manutenção e operação de quatro empreendimentos de habitação de aluguel social e dois empreendimentos habitacionais direcionados tanto à população de baixa renda quanto ao mercado popular, na cidade do Recife. Também há uma consulta pública online sobre a PPP Morar no Centro. A secretária-chefe do Gabinete do Centro do Recife, Ana Paula Vilaça, revela que após focar em ações de curto prazo, como a zeladoria, os incentivos fiscais e a promoção da cultura, material e imaterial, o gabinete está voltado para ações mais amplas e estratégicas. “Atualmente, está sendo elaborado o Recentro na Rota do Futuro - Plano do Centro do Recife de médio e longo prazos. Trata-se de uma ação que visa a formular prioridades estratégicas que promovam o desenvolvimento, combinando reabilitação urbana, dinamização econômica, conservação ambiental e patrimonial na região central da capital pernambucana, com foco nos bairros do Recife, São José e Santo Antônio”. CONHECER PARA CUIDAR Para recuperar a atenção e o cuidado dos recifenses pelo Centro, o consultor e presidente do Conselho de Administração da Aries, Francisco Cunha, defende que sejam adotadas ações para ampliar o conhecimento da população sobre esse território estratégico para a cidade. “Como se diz popularmente: 'quem ama cuida'. Todavia, para amar é preciso conhecer. Suspeito que exista pelo menos uma geração inteira que nunca pisou no Centro do Recife, em especial em Santo Antônio e São José. Pode até passar de bicicleta no domingo mas, pisar mesmo, nunca pisou. Como, então, preservar o desconhecido?” A escuta da população sobre esse território é um passo importante na análise do consultor. “O conhecimento que reputo indispensável pode e deve ser ampliado para aquele referenciado por pesquisas científicas e de opinião em cujo âmbito se inscreve a presente pesquisa. Afinal, quem não conhece, não gosta, nem cuida. Isso serve para os planos também”, afirmou Francisco Cunha. O conhecimento, que pode gerar desejo de ocupar ou morar, é um dos combustíveis para a reativação desse território. "Não tem como pensar em revitalizar, em restaurar, em reconfigurar o Centro do Recife, sem haver um desejo, uma vontade”, apontou o músico, pesquisador e ex-secretário de Cultura de Pernambuco Silvério Pessoa. “A gente pensa em revitalizar, reconfigurar, eu acho que até o termo correto seria humanizar o Centro. A tração para esse retorno ao Centro necessita de vontade política, inclusive buscando recursos do Governo Federal e de um diálogo amplo, participativo e frequente com a sociedade. Além das pesquisas da Aries e da consulta da

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