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Valorização dos talentos reduz rotatividade nas empresas

Rafael Dantas

A palavra turnover é uma das mais abominadas dentro do meio corporativo. Você pode até não ter ouvido falar nela ainda, mas com certeza sabe que a rotatividade dentro das empresas acaba sendo sinônimo de insatisfação dos funcionários, remuneração abaixo do esperado e falta de planos de carreira para que os colaboradores possam enxergar a possibilidade de crescimento dentro da corporação.

Essa taxa de turnover ou rotatividade é calculada levando em consideração o número de contratações, o número de demissões e a quantidade de funcionários na empresa. De acordo com especialistas, a taxa aceitável de turnover dentro de uma companhia é de até 10%. Acima desse percentual, os gestores da corporação já precisam ligar o sinal de alerta. Afinal, com uma alta rotatividade, é difícil implantar uma cultura organizacional.

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Buscando uma forma de reduzir a taxa de rotatividade, muitas empresas têm adotado formas de valorização dos seus talentos, ou seja, maneiras de engajar cada vez mais os funcionários. “É muito importante lembrar que são as pessoas que fazem as operações acontecerem nas empresas. Desta forma, se os funcionários não estão satisfeitos, o rendimento e a produtividade daquela corporação também não serão positivos”, destaca o CEO do grupo Ser Educacional, um dos maiores grupos educacionais do país, Jânyo Diniz.

Um dos setores que mais têm sofrido com a rotatividade de colaboradores é o de tecnologia da informação. No entanto, curiosamente, a alta rotatividade não está diretamente ligada à falta de ações de retenção por parte das companhias. Muito pelo contrário. O grande problema é a alta oferta de vagas e a escassez de profissionais. “O mercado tem a cada dia mais vagas, o que não é acompanhado pelo ritmo de formação de profissionais qualificados. Por isso, as empresas estão sempre disputando quem têm mais benefícios e o melhor plano de carreira para o colaborador”, destaca o CEO da Pitang Agile IT, uma das maiores empresas de tecnologia do Nordeste, Antônio Valença.

Uma das alternativas encontradas pelas empresas para manter o engajamento é criar formas de ouvir e capacitar os funcionários. As grandes corporações estão, cada vez mais, prezando pelo feedback vindo por parte dos colaboradores e utilizando essas opiniões para mudar processos que são realizados internamente. “Percebemos que era cada vez mais necessário encontrar uma forma de nos aproximarmos ainda mais dos nossos colaboradores e ouvir o que eles têm a dizer em relação ao trabalho”, complementa Valença.

A estratégia também foi adotada em empresas de diversos setores. Mantendo a mesma ideia, de dar mais atenção ao feedback dos colaboradores, o Ser Educacional também colocou o método em ação. “Anda antes do início desta pandemia, resolvemos iniciar uma avaliação 360º, no qual não apenas os gestores qualificam o desempenho dos funcionários, mas os colaboradores também avaliam os seus superiores e dão ideias de como o trabalho pode melhorar”, explica Diniz.

Com o feedback dos colaboradores, as empresas passaram a enxergar a necessidade de um canal ainda mais aberto entre os funcionários e a direção das companhias. “Essas oportunidades foram desenvolvidas por meio de vários projetos de aproximação e engajamento dos colaboradores. Foi assim que surgiu, inicialmente, o Digit, uma reunião aberta de colaboradores Pitang, na qual se conversa sobre assuntos trazidos por eles”, conta Valença.

“Com o sucesso destas reuniões, nas quais os funcionários passaram a ter cada vez mais confiança, passamos a apoiar outras iniciativas lideradas pelos nossos colaboradores que foram as comunidades práticas, que são como grupos internos de autodesenvolvimento, nos quais participam os colaboradores que querem se aprofundar em um conhecimento específico e se organizar em Comunidade para estudar sobre esse tema”, complementa.

A Ser Educacional também tem promovido projetos semelhantes. Diniz destaca que, dentro da empresa, os funcionários passaram a ter a oportunidade de sugerir mudanças nos processos realizados. “Criamos a oportunidade para que eles possam dar ideias de melhorar o nosso trabalho. Por meio dos nossos canais digitais internos, os colaboradores sugerem as mudanças e elas são avaliadas. E as ideias escolhidas, além de serem colocadas em práticas, ainda rendem bonificações para autor”, explica Jânyo.

Assim, com esse trabalho de engajamento das equipes, a produtividade fica ainda maior. “Se engana quem pensa que esse tipo de trabalho é um custo para a empresa. Muito pelo contrário, manter os nossos funcionários engajados e motivados só nos traz benefícios. O nosso papel é criar e incentivar um ambiente de engajamento e satisfação de seus colaboradores”, finaliza Valença.

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