Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o volume das vendas do Varejo pernambucano, assim como o nacional, mostrou recuo de -0,2% em fevereiro de 2018 no indicador mês, mês atual em relação ao mês anterior. Esta é a taxa mais baixa para os meses de fevereiro desde 2016, quando o setor apresentou variação negativa de -2,6%. Vale destacar que este resultado não quebra o movimento de recuperação do comércio varejista iniciado em 2017, apontando apenas um desaquecimento na demanda do Estado após um início de ano com forte nível de consumo.
O mês de fevereiro em Pernambuco possui uma carnaval muito forte, e os dias, aproximadamente cinco, em que o comércio local fecha contribuiu de maneira significativa para este recuo, pois as lojas perdem a oportunidade das vendas planejadas e por impulso, o que consequentemente reduz o volume de vendas em relação ao mês anterior. A taxa de -0,2% ainda pode ser considerada positiva, pois mostrou certa estabilidade no desempenho em relação a janeiro. É importante mencionar que o cenário para o crescimento do Varejo se torna cada vez mais positivo, com a geração de emprego formal mostrando números cada vez menos negativos, inflação ainda desaceleração e a continuação da política de queda de juros, contribuindo para um melhor acesso ao crédito.
No desempenho em 12 meses o volume de vendas o Varejo acumula alta de 5,1%, conforme gráfico acima, mostrando estabilidade em relação ao acumulado dos 12 meses encerrados em janeiro, mas com significativa melhora quando comparado aos mesmos períodos dos anos anteriores, sendo o maior resultado para o período desde 2014, quando o indicador atingiu os 6,9%. O comparativo mostra o início de uma estabilidade na curva do setor pernambucano, porém se espera que as vendas voltem a crescer em datas comemorativas importantes, como Dia das Mães, Namorados, São João, Pais, Crianças e Natal. No ano, as vendas acumulam alta de 0,1%, que apesar de ser um modesto valor, mostra uma melhora em relação aos mesmos períodos dos três anos anteriores, quando as taxas era de -2,4%, -11,3% e 1,8% em 2017, 2016 e 2015, respectivamente. O indicador mensal, mês atual em relação ao mesmo mês do ano anterior, mostrou uma queda de -1,4%, quebrando uma sequência de onze resultados mensais positivos. Nos últimos cinco anos o indicador mostrou desaceleração no mês em fevereiro, apontando uma consecutiva queda do consumo e um aumento no comportamento conservador das famílias pernambucanas durante o período pré e de crise.
Na análise por tipo de segmento, verifica-se que os principais motores da recuperação continua sendo os setores ligados a confiança dos consumidores e do acesso ao crédito, como “Móveis e eletrodomésticos”, “Outros artigos e uso pessoal de doméstico”, “Veículos, motocicletas, partes peças” e “Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação”. Os quatro estão sendo impactados de maneira positiva, pela melhora do cenário nacional, que contribui para que as pessoas voltem a consumir produtos duráveis de maneira mais forte. Quando se olha em relação aos últimos doze meses, as maiores altas continuam com os equipamentos de informática e os eletrodomésticos, na outra ponta, as variações negativas e os desempenhos mais críticos, ainda estão com o setor de papelaria, livros, revistas e jornais, e do material de construção.
O Varejo Ampliado, setor que agrega todos os índices do Varejo mais as atividades de "Veículos, motocicletas, partes e peças" e "Material de construção", também continua com tendência de recuperação, com velocidade superior ao do Varejo Restrito. Em fevereiro de 2018 a maioria dos indicadores apresentam taxas positivas, como o comparativo mensal, o acumulado do ano e o acumulado em 12 meses com taxas de 0,9%, 2,4%, e 4,4%, respectivamente.O mercado ainda espera um crescimento para o volume de Vendas do Varejo Restrito e Ampliado superior ao de 2017, acompanhando assim as projeções feitas para o PIB nacional, que também têm expectativa para superar o registrado em 2017. O Estado de Pernambuco continua mostrando uma desempenho que o coloca novamente com probabilidade alta de crescimento, podendo ser superior a média nacional mesmo com o desemprego em nível ainda crítico.