Sentar-se à frente da TV para assistir por horas e horas a série ‘da vez’ tem sido uma prática comum entre pessoas de todas as idades e, especialmente, entre jovens entre 18 e 29 anos. Com a facilidade de serviços de streaming - transmissão de som e imagem sem necessidade de download – o impulso em acompanhar episódios em sequência ininterrupta pode se transformar em vício, indicando sinais de depressão e solidão. É o que aponta pesquisa feita por cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, aponta que o hábito pode.
"Quando não tenho nada para fazer ou quando vejo que saiu nova temporada de alguma série que eu gosto, eu sento e assisto durante horas. Já fiz, inclusive, maratona de um seriado que já assisti e gostaria de rever", contou a estudante Gabriella Ramos, de 19 anos. Quando questionada sobre uma possível indicação de sinais de depressão, ela relatou que essa mesma prática de maratonas de séries é, também, comum entre os seus amigos e tratou a indagação como algo ‘normal da idade’. "A grande maioria dos meus amigos faz o mesmo. Não acho que tenha algum problema”, finalizou.
De acordo com a psicóloga Lívia Vieira, do Hapvida Saúde, maratonas desse tipo se tornam preocupantes quando o indivíduo demonstra alteração no comportamento, recusa a socialização com familiares e amigos e resume sua vida e seus assuntos ao mundo das séries. "Quando a fissura por assisti-las começa a alterar o sono, provocar insônia e mudar o humor, por exemplo, passam a ser necessárias as investigações", alerta a especialista.
Além da indicação de sinais de depressão e solidão, as maratonas podem também estimular a obesidade, uma vez que alguns indivíduos têm a prática de assistir televisão comendo. O sedentarismo é outra possível decorrência de pessoas que passam muito tempo sentadas ou deitadas em frente à TV. "O primeiro passo é o diálogo, conversar sobre suas alterações, tentar ocupá-lo, distraí-lo, fazê-lo recordar outros prazeres da vida. Se não der resultado, se faz necessário um encaminhamento a um profissional competente, como psicólogo e psiquiatra", conclui a especialista.