*Por Sylvia Lemos Hinrichsen
No passado, quando a criança começava a estudar e a conhecer o mundo dos adultos, era comum ser questionada sobre “o que queria ser quando crescer”. Havia pessoas que não queriam estudar, outras planejavam trabalhar em negócios de família, e, para as mulheres, era comum, optar em ser professora de crianças e ou dona de casa (conhecida como “prendas do lar”).
Aos que desejavam fazer faculdade existiam, basicamente, três profissões bem estabelecidas: ser médico, advogado, engenheiro e, eventualmente, dentista. Ainda existiam possibilidade para outras áreas, mas sem tantos apelos e ou incentivos.
Hoje, entretanto, tudo anda diferente. Várias são as novas tendências profissionais baseadas em estudos que apontam que tecnologias, como os robôs, podem substituir cerca de 800 milhões de empregos até 2030. E, por esse motivo, pensar no futuro e nas profissões que farão parte dele não é mera curiosidade, mas uma necessidade em todo o processo educacional, desde a infância.
As profissões tradicionais já existentes continuam, mas serão impactadas por tendências especialmente aquelas ligadas às novas tecnologias. Na área da saúde, a bioinformação será muito requisitada, isso porque a sua principal função consiste em criar mapeamentos genéticos para a prevenção de doenças e epidemias, levantando assim informações para o desenvolvimento de drogas e técnicas clínicas.
Também existirão os profissionais especializados em robótica que atuarão em procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos. Outra perspectiva é o uso da telemedicina para diagnósticos ou tratamentos, construindo pontes entre o paciente e as equipes multidisciplinares de saúde.
Nessa nova realidade existirão os gestores de qualidade de vida, que irão trabalhar para trazer mais cooperação ao ambiente de trabalho, por meio de métodos que focam no equilíbrio pessoal e profissional de uma equipe. Profissionais especialistas de “simplicidade” com habilidades para simplificar processos, discursos, serviços e produtos também surgirão.
Todas as áreas do conhecimento serão modificadas, dando espaço para atividades profissionais as mais diversas possíveis como: programadores de entretenimento, auxiliando escolhas de shows, séries, restaurantes, e tudo que estiver ligado ao lazer; arquiteto e engenheiro 3D; gestor de resíduos para dar uma nova funcionalidade aos materiais descartados, evitando assim a agressão ao meio ambiente; data detetive que deverá investigar e levantar dados para que uma proposta de negócio possa sempre gerar os melhores resultados; analista de reciclagem para identificar o que pode ou não ser reciclado; especialistas em weareable voltados para facilitar a vida das pessoas que implantarão tecnologia de ponta em óculos, lentes e roupas; psicólogos, terapeutas e psiquiatras especializados em transtornos de comportamentos sociais-familiares-profissionais (como síndrome de burnout); conselheiro de aposentadoria; fazendeiros verticais de prédios e terraços; gerente de herança; condutores de drones; especulador de moedas alternativas; walker talker para pessoas solitárias; professor de mandarim; e filósofos do design.
Sim, inúmeras serão as novas oportunidades profissionais a serem desenvolvidas, assim, vale a pena já ir pensando qual delas você vai escolher…
*Por Sylvia Lemos Hinrichsen, médica infectologista e professora universitária.