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"Tirar a independência do Banco Central seria um retrocesso grande para a economia"

Eduardo Caldas, que é CFP® (planejador financeiro) e sócio do CMS Invest, foi um dos entrevistados para a reportagem de capa da semana da Algomais, sobre a definição da taxa Selic no Brasil. A coluna Gente & Negócios publica hoje a sua análise sobre a adequação dos juros ao momento do Brasil. Ele comenta também os impactos dessa taxa elevada na economia real e sobre a autonomia do Banco Central. Temos hoje uma taxa de juros de 13,75%. Há uma grande queixa por parte dos economistas e políticos, mas há também muitos especialistas favoráveis aos juros elevados. Qual a sua opinião nesse debate, nossa taxa é razoável ao momento ou desproporcional? Antes de tudo é sempre bom lembrar que a decisão de taxa de juros cabe ao COPOM (Comitê de Políticas Monetárias), que nele há uma composição de pessoas que discutem, de forma técnica e através de dados, qual seria o rumo a ser adotado, seja ele de aumento, redução ou manutenção. Então não cabe única e exclusivamente a uma pessoa definir sobre isso, e sim um acordo colegiado. Os juros elevados não é de interesse de ninguém, visto que da forma em que nos encontramos há uma desaceleração econômica natural, visto que o empresário pode pensar da seguinte forma. “Se estou conseguindo investir meu caixa recebendo juros altos por que vou tomar risco na economia?”. Porém o que deve ser avaliado não é somente a atividade passada como, por exemplo, que pudemos perceber que houve uma desaceleração da inflação no Brasil. Mas também deve ser avaliado as políticas que estão sendo implementadas e quais consequências poderão ocorrer na economia, para que não se tenha um movimento nos juros de forma precipitada, fazendo com que tenhamos muito mais oscilações no mercado do que já temos. Ajustar a taxa de juros vai movimentar o fluxo econômico de uma forma geral, tanto de entrada (ou saída) de capital estrangeiro no Brasil, a movimentação de empresários na economia, o aumento (ou redução) do consumo de produtos e/ou serviços, além de aumentar (ou reduzir) a credibilidade daquele país dependendo da forma que foi feita aquele movimento de taxa de juros. Quando há a necessidade de aumentar a atividade econômica o Governo deve enxugar o seu gasto para incentivar essa movimentação. Exemplo disso são as reformas que estão para sair. E em épocas passadas foram reformas aprovadas do qual traria maior economia para a máquina pública. Quando temos o cenário inverso, ou seja, a necessidade do Governo incentivar a economia, ele deve atuar como fonte para essa aceleração. Outro exemplo disso foi a retomada da economia após o período mais crítico da pandemia através de incentivos fiscais para empresas, auxílios, emissão de mais títulos públicos e outras medidas. Porém tudo depende da dosagem do remédio. Quando há o excesso, independente da política, podemos estar cavando um buraco mais profundo. Gasto excessivo por parte do Governo sem contrapartida trará inflação. Para conter inflação será necessário aumento de taxa de juros. E a taxa de juros deve se permanecer no patamar necessário até que a inflação realmente demonstre que está sob controle. Abaixo está um gráfico que demonstra a inflação no Brasil de forma mensal. Passamos por um período de inflação negativa por conta de redução de impostos de forma artificial. Após esse período podemos ter a impressão que a inflação está controlada, correto? Porém a projeção de inflação para Fevereiro de 2022 é de 0,81%. Bem acima da média que estávamos caminhando. Então será que a inflação realmente está controlada? Sobre a taxa está razoável ou desproporcional vai depender das reformas que serão apresentadas. Até então o Governo está com uma política de gastos mais elevadas fazendo com que as projeções de inflação subam em todas as suas vertentes. Olhando somente por essa ótica aparente sim estar proporcional. Porém sendo apresentadas as reformas e da forma que estiverem pode ser que seja projetada um “enxugamento” do gasto por parte do Governo, podendo sim trazer melhor percepção fiscal não somente para os investidores locais, mas estrangeiros também. Então tudo vai depender do que será apresentado. Como a taxa de juros elevada afeta a atividade econômica atualmente? Que tipo de efeitos ela causa nos investidores? Afeta diretamente! Taxas de juros mais altas fazem com que o índice de inadimplência das famílias aumente. Aqueles que precisaram tomar crédito para qualquer atividade que seja, tiveram seu custo aumentado por conta do aumento da taxa de juros. Os varejistas, talvez a maior classe empresarial afetada, que buscaram se financiar para alavancar suas operações ou até mesmo sobreviver na pandemia viram os juros se multiplicarem. Aqueles que sobreviveram por que possuem um caixa robusto analisam o risco de fazer novos investimentos no mercado. Pense da seguinte forma, “para expandir minha empresa eu tenho que utilizar meu capital para isso, ou tomar algum tipo de crédito que seja mais barato. Mas eu posso aplicar meu recurso que está em caixa para ganhar 1% ao mês sem dor de cabeça. Será que vale a pena o risco?”. A empresa que possui seu caixa bem gerido por alguém e confiança vai conseguir preservar seu poder de compra de forma muito tranquila. E em relação aos investidores é preciso ter ciência de que o mercado é cíclico e sempre será! Já passamos por situações iguais e até piores, e sempre apareceram oportunidades. Investimentos na economia real e uma boa administração de carteira de investimentos vai fazer com que o investidor “prepare o terreno” para colher bons frutos no futuro. Nesse debate existem dois temas envolvidos, a independência do Banco Central e a própria elevação da meta de inflação. Ambos os temas foram questionados. Como essas discussões podem influenciar a economia em 2023? Tirar a independência do Banco Central seria um retrocesso grande para a economia do Brasil. Traria bastante desconforto para o investidor não só local. O último país que fez isso foi a Turquia. Então apresento alguns dados da consequência disso. Em Março de 2021 o Presidente da Turquia destituiu Presidente do Banco Central

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Organização financeira: Doutor em finanças ensina como colocar as contas em dia no início do ano

Manter a disciplina é fundamental para não ficar no vermelho IPVA, IPTU, compra de material escolar, fatura do cartão de crédito. O início do ano é marcado por diversos compromissos financeiros e essas despesas extras podem dificultar a organização financeira de grande parte da população brasileira.  Para o professor da Wyden e doutor em finanças, Ricardo Galvão, a disciplina é essencial para manter as contas em dia, já que é preciso estabelecer metas, restringir gastos, evitar despesas desnecessárias e, se possível, criar uma reserva de emergência desde o início do ano.  Mas, se as contas já estão no vermelho, Ricardo Galvão recomenda optar pelo parcelamento: “A pessoa que está inadimplente deve escolher o parcelamento que pesará menos no bolso, mesmo que para isso ela precise dividir o valor em várias vezes. Vale lembrar que o mais importante é resolver a questão do orçamento pessoal e que esta dica não resolverá o problema, apenas ajudará em uma emergência”, pontuou.  Porém, antes de optar pelo parcelamento, é necessário analisar se aquela é realmente a melhor escolha: “Muitas vezes é mais viável parcelar o IPVA do que a fatura do cartão de crédito. Então, se não for possível quitar todas as obrigações de uma vez, o ideal é analisar quanto pagará de juros ao parcelar cada uma e escolher a opção mais barata”, destacou o docente da Wyden.  Ricardo Galvão frisou ainda a importância de se planejar levando em consideração a realidade financeira: “Para ter mais conforto, compramos um automóvel mais caro ou uma casa melhor, mas esse conforto se reverte quando, por causa das despesas, deixamos de ter atividades de lazer e diminuímos o nosso padrão de consumo. Então, se você está sempre se privando, reveja se vale a pena adquirir novos financiamentos quando os atuais acabarem”, concluiu o professor. 

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Dólar encosta em R$ 5,17 após fim do feriado de carnaval

Bolsa de valores cai 1,85% e atinge menor nível desde janeiro (Da Agência Brasil) Em um dia de poucos negócios após o fim do feriado de carnaval, o dólar oscilou bastante, mas fechou com leve alta, próximo da estabilidade. A bolsa de valores, no entanto, seguiu o mercado internacional e teve forte queda, chegando ao menor nível desde o início do ano. O dólar comercial encerrou a quarta-feira (22) vendido a R$ 5,169, com alta de apenas 0,14%. Em uma sessão que começou às 13h, a cotação iniciou as negociações em forte alta, chegando a R$ 5,21 pouco antes das 14h. Em seguida, desacelerou e passou a cair, chegando a R$ 5,15 pouco depois das 16h. Nos minutos finais, estabilizou-se e fechou com leve valorização. Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana acumula alta de 1,81% em fevereiro. Em 2023, a divisa cai 2,1%. No mercado de ações, o dia foi bem mais tenso. O índice Ibovespa, da B3, caiu 1,85% e fechou aos 107.152 pontos. O indicador está no menor nível desde 5 de janeiro. Parte da queda deve-se ao ajuste do recuo das bolsas norte-americanas, que caíram nos últimos dias durante o feriado prolongado de carnaval no Brasil.

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INSS solicita ao STF suspensão de processos de “Revisão para a Vida Toda”

O Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão dos processos com base na chamada “revisão para a vida toda”, na qual o segurado tem a possibilidade de escolher a regra previdenciária que mais lhe beneficia. A revisão vale desde dezembro de 2022, por decisão dos Ministros da Corte, e garante aos aposentados e pensionistas do INSS o direito de incluir todas as maiores contribuições previdenciárias anteriores a julho de 1994 no cálculo dos benefícios. De acordo com o INSS, as demandas para avaliar os processos de aposentadoria que se baseiam na revisão são muitas e a autarquia não possui condições de cumprir a nova regra. “A despeito de sua total disposição para cumprimento da decisão, há uma impossibilidade material de revisão pelo INSS neste momento, que extrapola as suas possibilidades técnicas e operacionais, assim como do Dataprev", declara no documento enviado ao STF. O órgão também argumenta que não possui estrutura de software e nem condições físicas para seguir com os processos.  “Todo o aparato tecnológico de software necessitará de preparação de condições físicas para atender integralmente ao comando judicial, como a ampliação significativa das estruturas que recebem informação de vínculos e remunerações”, afirma a autarquia vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência. Segundo o advogado previdenciário Elizeu Leite, os processos que devem ser suspensos, se o STF acatar o pedido, são aqueles que ainda não foram completamente encerrados. “A solicitação é para pedidos que ainda não passaram pelo ‘trânsito em julgado’, ou seja, a decisão que deu o direito da ‘revisão da vida toda’ ao segurado ainda não foi publicada e é cabível de recurso por parte do INSS”, explica o advogado. “O segurado não pode ser prejudicado por conta da ausência de preparo do ente governamental e da dificuldade deste em se adequar ao sistema” finaliza Elizeu Leite.

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Exportações do agronegócio batem recorde em janeiro

(Da Agência Brasil) Pela primeira vez na história, as exportações do agronegócio ultrapassaram US$ 10 bilhões em meses de janeiro. No mês passado, o segmento vendeu ao exterior US$ 10,23 bilhões, crescimento de 16,5% em relação a janeiro de 2022 e o melhor resultado da história para o mês. Os números foram divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Em janeiro, o agronegócio respondeu por 44,4% das exportações brasileiras. De acordo com a pasta, o valor recorde decorreu do aumento de 10,5% nos preços de exportação e de 5,5% da quantidade embarcada. As importações do agronegócio totalizaram US$ 1,54 bilhão em janeiro, alta de 38,3% na comparação com janeiro de 2022 (US$ 1,12 bilhão). O valor compreende apenas alimentos, não insumos utilizados na produção agropecuária, como fertilizantes, defensivos, peças e equipamentos. Principais destaques O maior destaque no recorde de exportações foi o milho, cujas vendas para o exterior somaram US$ 1,8 bilhão, alta de 166,4%. O volume exportado correspondeu a 6,2 milhões de toneladas, recorde para meses de janeiro. Segundo o Ministério da Agricultura, diversos fatores influenciaram o resultado. A pasta cita o ritmo lento da colheita de soja, que viabilizou a logística de transporte para o cereal; a continuidade do conflito na Ucrânia, que reduziu a produção de um importante fornecedor mundial de milho; e a demanda da China, a partir da autorização para comercialização em novembro do ano passado. As vendas externas de carne (bovina, suína e de frango) atingiram quase US$ 2 bilhões e também bateram recorde para meses de janeiro. As exportações de frango foram favorecidas pela gripe aviária em outras regiões do planeta, o que aumentou a quantidade embarcada pelo Brasil. Além disso, a demanda chinesa por carne continuou alta, influenciada pelas comemorações do ano-novo lunar no país asiático. Com alta de 68% em relação a janeiro do ano passado, as exportações de açúcar totalizaram US$ 870 milhões. Os principais compradores foram Argélia, Nigéria, Marrocos, Egito e China. Atraso na colheita O desempenho da balança comercial do agronegócio poderia ser melhor não fosse a soja. O complexo soja (grãos, farelo e óleo) exportou US$ 1,5 bilhão, recuo de 26,6%. Em relação aos grãos, o volume exportado caiu 66% em relação a janeiro do ano passado. Segundo o Ministério da Agricultura, o volume de chuvas atrasou a colheita nas principais regiões produtoras. Mesmo assim, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima produção recorde de 152,9 milhões de toneladas do grão no levantamento mais recente, divulgado neste mês.

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"O Carnaval traz grande expectativa para o turismo, o comércio e os serviços de cuidados pessoais"

Ademilson Saraiva, Assessor Econômico da Fecomércio-PE, foi um dos entrevistados para a reportagem da semana da Algomais em que tratamos da economia movida pelo Carnaval. O economista destacou que o Estado estima um volume de faturamento de R$ 263,7 milhões apenas nos segmentos de ‘alimentação e bebidas’, ‘transporte de passageiros’ e ‘hospedagem’. Qual a expectativa de crescimento da movimentação econômica em relação ao ano passado no carnaval? Já atingimos ou passamos dos patamares pré-pandemia? O Carnaval traz grande expectativa para as atividades turísticas, mas também para o comércio varejista e serviços de cuidados pessoais, que concentram grande número de pequenos negócios com tendência a se beneficiar durante a festividade. Para alguns pequenos empreendedores, trata-se tradicionalmente de um período de oportunidade para garantir um volume significativo de vendas e prestação de serviços no primeiro trimestre. Mesmo diante da conjuntura econômica que vivenciamos, com alto grau de endividamento das famílias, a expectativa é otimista. Por outro lado, ainda não se espera que o volume de negócios volte a se equiparar com o observado no pré-pandemia. Considerando as atividades típicas do turismo, como ‘alimentação e bebidas’, ‘transporte de passageiros’ e ‘hospedagem’, a CNC estima que o volume de faturamento alcance R$ 263,7 milhões em 2023, contra R$ 301,1 milhões realizados em 2020, no Carnaval sem as restrições de circulação causadas pela pandemia. Não se trata de um montante que represente o potencial do período carnavalesco em termos de comercialização de produtos e serviços turísticos em anos anteriores, mas já é o segundo ano de recuperação do volume de negócios para essa temporada do ano. Quais os principais segmentos do setor impactados pelo carnaval? Além das atividades turísticas já mencionadas, destacam-se em termos de oportunidade os micros e pequenos negócios nos segmentos de embelezamento e cuidados pessoais – como perfumarias, cosméticos, maquiagem, penteado e manicure – de de confecções – incluindo adereços e customização de vestuários. Essas atividades movimentam também uma massa de micros empreendedores que, mesmo informalmente, levam um impacto relevante em termos de geração de renda para comunidades menos favorecidas, sobretudo na Região Metropolitana, aproveitando a venda de adereços, alimentos e bebidas nos eventos de rua, que devem retomar com muita força em 2023. Com uma renda mais restrita esse ano, muitos foliões estarão menos propensos ao gasto, mas não deixarão de consumir durante os eventos. No Estado, além do Recife e de Olinda, que tem um foco nas festividades carnavalescas, quais as cidades ou regiões que também tem previsão de maior aquecimento econômico? Isso, porque o carnaval pernambucano é bastante reconhecido por sua diversidade cultural e grande variedade de estilos musicais, além de ser favorecido pela atratividade das praias na Região Metropolitana do Recife (RMR). A expectativa do segmento hoteleiro para a RMR é otimista. Mas, outros polos carnavalesco do estado, no interior, podem atrair atenção especial de um nicho de foliões locais, principalmente daqueles que preferirem curtir o feriado com aglomerações menores, se comparadas ao Carnaval de Recife e Olinda. Entre esses outros polos no interior, destaca-se a oferta de atrativos culturais e ambientais diferenciados, incluindo um clima mais ameno, a exemplo de Garanhuns e Triunfo. Esse será o primeiro carnaval com menos restrições sanitárias, devido a Covid. Quais as principais mudanças no comportamento do consumidor e até na estrutura dos prestadores de serviço do último carnaval sem o coronavirus para o atual? Sobre esse aspecto, é importante destacar que a retomada do carnaval é uma grande oportunidade para reacender a economia local e para celebrar a vida após um período tão desafiador, mas é também importante que as medidas de higienização e, na medida do possível, de proteção contra a disseminação do vírus, ainda faça parte do cotidiano durante as comemorações. É necessário, sobretudo, estar atento a sintomas, testar e proteger os outros, além de a si mesmo, em caso de um resultado positivo. O avanço da cobertura vacinal reduziu o risco de casos graves, mas as variantes em circulação têm grande transmissibilidade, o que pode demandar atenção das autoridades da saúde no pós-carnaval. Por outro lado, do ponto de vista dos prestadores de serviços, os empresários do setor já se mostraram capazes de realizar essa retomada de forma responsável e segura para os foliões e o Carnaval 2023 tem potencial para ser um sucesso no estado.

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Apenas 23% dos que trabalham em transporte por aplicativo pagam INSS

(Da Agência Brasil) Estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que apenas 23% dos trabalhadores de transporte por aplicativo contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os dados consideram toda a categoria gig economy, expressão usada para falar daqueles que não têm vínculo formal de trabalho (sem carteira assinada), prestam serviços sob demanda e de modo temporário. Alguns exemplos são os motoristas de aplicativo, os entregadores de moto ou bicicleta, e os mototaxistas. Nos dois últimos trimestres de 2021, havia 1,5 milhão de pessoas no país nessa modalidade. No terceiro trimestre do ano passado, o número chegou a 1,7 milhão. No mapeamento regional, os contrastes são grandes. As maiores taxas de contribuintes estão no Sul (37%), Sudeste (27%) e Centro-Oeste (22,9%). Nordeste (16,5%) e Norte (9,6%) têm taxas bem abaixo da média nacional. Entre os demais trabalhadores por conta própria que não estão na gig economy, o percentual de contribuintes para a Previdência é maior: 33%. O Ipea compara a trajetória dos dois grupos nos últimos anos e indica que, enquanto o percentual de contribuintes dessa categoria está em queda, o percentual dos demais trabalhadores por conta própria permanece estável. A reportagem da Agência Brasil conversou com alguns motoristas de aplicativo. Os motivos para não contribuir com o INSS podem incluir problemas financeiros, falta de conhecimento sobre os benefícios da Previdência e até desconfiança sobre o sistema de seguro social. Falta dinheiro para pagar contribuição ao INSS, afirmam trabalhadores de entrega por aplicativo - Tomaz Silva/Agência Brasil Este é o caso de Gabriel João, de 29 anos, morador da Penha, na zona norte do Rio, que trabalha de 8 a 11 horas por dia no serviço de entrega de comida por aplicativo. Antes da pandemia, ele era atendente de telemarketing e, depois de ficar desempregado, viu nas entregas de bicicleta uma oportunidade de ter renda. Gabriel diz que todo mês sobra um dinheiro que poderia ser direcionado para o INSS, mas prefere investir em aplicações como fundos imobiliários. Ele pensa em voltar a pagar a Previdência quando terminar os estudos e conseguir um trabalho com carteira assinada na profissão dos sonhos. “No momento, estou estudando para passar no vestibular e fazer psicologia. Eu só trabalharia na minha área. Tirando isso, não sairia do trabalho no aplicativo. Já me prometeram mundos e fundos. Cheguei a largar o trabalho com aplicativo em 2021 e não fui bem-sucedido. Eles não conseguiriam me oferecer o mesmo que eu ganhava no aplicativo”, lembra. Rodrigo Lopes, de 30 anos, que mora no Catete, zona sul do Rio, também trabalha com entregas de bicicleta. Assim como Gabriel, ele ficou desempregado no início da pandemia. Era atendente de telemarketing. Rodrigo diz que gostaria de contribuir para o INSS, e só não o faz por falta de dinheiro excedente. Ele mora com o pai, e a renda do trabalho é dividida entre pagar as contas de casa e as contas pessoais. “Eu penso em contribuir para a Previdência, só que tem tantas outras coisas para pagar por fora, que não tem como encaixar esse dinheiro. Depende do planejamento de cada um, mas eu pretendo pagar quando as coisas melhorarem. Aqui, a gente tem um trabalho bem remunerado, mas o gasto é alto. E aí, acabo priorizando outras coisas, em vez do INSS.” O pesquisador do Ipea Geraldo Góes reforça que os números baixos de contribuintes na modalidade gig economy aumentam a vulnerabilidade dos trabalhadores, que ficam desprotegidos ante eventuais riscos. Além da aposentadoria, os que contribuem para a Previdência têm direito a benefícios como os auxílios-doença, reclusão e acidente. “É importante pensar em termos de regulação. Na União Europeia, nos Estados Unidos e no México, já se pensa em alguma maneira de essas pessoas terem uma proteção social. É uma modalidade de trabalho muito importante, mas tem essa característica de vulnerabilidade. Daí, a necessidade de regulação”, afirma Góes.

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Pandemia acentuou desigualdade brasileira, aponta estudo da FGV

(Da Agência Brasil) A desigualdade de renda no Brasil é ainda maior do que o imaginado. A constatação é da pesquisa da FGV Social, que uniu a base de dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) à da Pnad Contínua, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostrou que o índice de Gini chegou a 0,7068 em 2020. O valor é superior ao 0,6013 calculado apenas na Pnad Contínua. Cada 0,03 ponto corresponde a uma grande mudança da desigualdade. “A desigualdade, quando a gente combina dados do imposto de renda com as pesquisas domiciliares, ela se apresenta bem mais alta, e a mudança dela na pandemia não foi de queda como se acreditava, mas de um pequeno aumento”, explicou o diretor da FGV Social, Marcelo Neri. Segundo o professor, a renda dos mais ricos revelada no imposto de renda é mais alta do que é captado pela Pnad. “Se a pessoa declara imposto de renda, declara o que ela tem, se não paga imposto à toa, então há desigualdade por captar mais a renda dos mais ricos. E durante a pandemia, o grupo do meio, a classe média, não teve o auxílio e também não tinha renda do capital para estabilizar o choque adverso”, disse, acrescentando que essa parcela, classe média, ainda teve mais efeitos com as perdas de empregos. Conforme o cálculo do Gini, quanto mais perto de 1 está o indicador, maior é a desigualdade. A pandemia também é responsável por influenciar a desigualdade. Diferente do que se pensava, mesmo com o Auxílio Emergencial, a desigualdade brasileira não recuou durante a pandemia. Com a metodologia usual do Gini o patamar teria passado de 0,6117 para 0,6013. No entanto, com a combinação das bases, o indicador vai de 0,7066 para 0,7068. Neri destacou que as perdas dos mais ricos (os 1%) foi de 1,5%, nível menor do que a metade da classe média, que ficou em 4,2%, e se tornou, segundo o professor, a grande perdedora da pandemia. “Embora a renda dos mais pobres tenha sido protegida pelo Auxílio Emergencial, a renda da classe média teve uma queda quase três vezes maior do que a do topo da distribuição. Foi [queda de] 4,2% para a classe média e menos 1,2% para o topo da distribuição. A fotografia da desigualdade e o filme da pandemia são piores do que imaginavam. Essa é uma imagem mais macro da pesquisa”, explicou. Unidades da federação As rendas mais altas do imposto de renda por habitante no Brasil foram notadas em Brasília (R$ 3.148), São Paulo (R$ 2.063) e Rio de Janeiro (R$ 1.754). Nas capitais, Florianópolis ficou na frente (R$ 4.215), seguida de Porto Alegre (R$ 3.775) e Vitória (R$ 3.736). Também tiveram destaque os municípios de Nova Lima, na Grande Belo Horizonte (R$ 8.897); São Caetano, na Grande São Paulo (R$ 4.698) e Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeuiro (R$ 4.192). A menor declaração de patrimônio por habitante foi registrada no Maranhão (R$ 6,3 mil). Ao contrário, a maior é a do Distrito Federal (R$ 95 mil), onde há muita concentração de riqueza, liderada pelo Lago Sul (R$ 1,4 milhão). A renda apresentada no IRPF por habitante no Lago Sul é R$ 23.241. O valor, segundo a pesquisa, é três vezes maior que o alcançado em Nova Lima, o município mais rico do Brasil. O estudo mapeia fluxos de renda e estoques de ativos dos mais ricos brasileiros a partir do último IRPF disponível. Para o professor Neri, a avaliação é útil para formulação de reformas nas políticas de impostos sobre a renda e sobre o patrimônio. “A gente lança informações que são úteis para desenho de reforma de imposto de renda, taxação sobre patrimônio, sobre herança”, disse. Futuro Neri avaliou que a perspectiva de melhoria na desigualdade é o pagamento de um novo Bolsa Família, que é importante para os mais pobres, com um orçamento maior este ano, mas para os anos seguintes ainda não está definido. Ainda na redução de impactos da desigualdade, o professor citou a volta do Minha Casa, Minha Vida, reincluindo a população da faixa 1, que tem rendimentos menores. “Tem essa agenda social na base que é importante e determinante da desigualdade”, disse.

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Juros elevados retraíram economia no 4º trimestre de 2022

(Da Agência Brasil) Os patamares elevados de juros e de endividamento das famílias desaceleraram a economia em 2022 e causaram uma retração de 0,2% no Produto Interno Bruto do quarto trimestre, avaliou a Fundação Getúlio Vargas, na pesquisa Monitor do PIB/FGV. A estimativa da FGV é que o resultado anual de 2022 apresentou crescimento de 2,9% na economia. A fundação considera a variação um bom resultado, apesar de marcado pela desaceleração ao longo do ano. A coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, destaca que o setor de serviços contribuiu com mais de 80% do desempenho da economia no ano passado, com destaque para setores como atividades de alojamento, alimentação, saúde privada, educação privada, serviços prestados às famílias e às empresas. "Esta atividade, que foi uma das que haviam apresentado as maiores perdas devido à necessidade de distanciamento social no período da pandemia, impulsionou o PIB de 2022 graças a normalização das atividades sociais e aos estímulos fiscais dados a economia", disse a economista. O PIB dos meses de outubro, novembro e dezembro teve uma queda de 0,2% em relação a julho, agosto e setembro, concluindo o caminho de desaceleração da economia ao longo do ano. Mesmo assim, o resultado do 4º trimestre de 2022 ficou 1,9% acima do mesmo período de 2021. Já no mês de dezembro, a pesquisa da FGV mostra que a economia cresceu 0,2% em relação a novembro; e 1,4%, sobre dezembro do ano passado. Consumo e investimentos O consumo das famílias brasileiras alcançou o maior valor desde o início da série histórica e teve uma alta de 4% em 2022, segundo a pesquisa. Apesar disso, o consumo deens duráveis, como veículos e eletrodomésticos de grande porte, teve queda. "Por serem compostos por bens de maior valor agregado, os altos níveis dos juros, de certa forma inibem o consumo desses tipos de bens", avalia a FGV. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), parâmetro para investimentos, cresceu 1,1%, apesar da queda dos gastos com máquinas e equipamentos. Segundo a pesquisa, a construção contribuiu positivamente para esse indicador. Em relação ao comércio exterior, houve crescimento tanto nas exportações (6%) quanto nas importações (0,9%), ao longo de 2022. A produtividade na economia, que está em uma trajetória de queda desde 2014, chegou em 2022 a um dos menores valores da série histórica, abaixo do ano de 2008.

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CESAR School anuncia novo diretor executivo e abre novos cursos

Victor Hugo D’Albuquerque ocupa o cargo de diretor executivo da CESAR School e ajudará no processo de expansão para novos espaços A CESAR School inicia novo ciclo de gestão com o anúncio do nome de Victor Hugo D’Albuquerque para o cargo de diretor executivo da instituição. A School teve aumento de 25% no faturamento no comparativo de 2022 com 2021 e está perto de atingir a marca de mil estudantes em cursos de graduação e pós-graduação, além dos cursos ao vivo, online e de formação executiva. O novo diretor é professor universitário há 18 anos e há mais de 13 anos atua como gestor de negócios e serviços. Graduado em Publicidade e Propaganda, especialista em Marketing, ele tem também MBA em Gestão Estratégica de Negócios, mestrado em Administração e Desenvolvimento e é doutor em Ciências da Linguagem (Análise de Discursos). "Atuo com educação todo esse tempo e estou encantado com o CESAR e a CESAR School. É algo extremamente inovador, diferente de tudo que já vi", afirma o gestor.  Até o ano que vem a faculdade promete lançar mais sete cursos na área de tecnologia. Recentemente foi criada a primeira graduação tecnológica: Gestão de Tecnologia da Informação (GTI), que tem duração de dois anos e meio e conta com uma imersão intensa na matriz curricular.

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