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Luiz Soares

Futuro do Metrô do Recife: privatização revela impasses na política de transporte urbano

Decisão do Governo Federal frustra promessa de reestruturação feita por Lula. Foto: Wanderson Pontes O Governo Federal autorizou, na semana passada, a concessão do Metrô do Recife à iniciativa privada, o que provocou reação imediata do Sindicato dos Metroviários. A decisão contraria a promessa feita pelo presidente Lula de investir na recuperação da empresa, que enfrenta um processo acelerado de sucateamento desde sua inclusão no Programa Nacional de Desestatização (PND), ainda no governo Bolsonaro. Ontem, o sindicato intensificou sua mobilização: pela manhã, o presidente da entidade, Luiz Soares, participou de um debate na Rádio Jornal, com críticas diretas a Lula e à governadora Raquel Lyra. Já no início da noite, uma assembleia da categoria aprovou o estado de greve e a criação de um Comitê Permanente de Diálogo com o Governo Federal. Rejeição à concessão e alerta ao preço da passagem Durante um discurso incisivo, Luiz Soares manifestou forte oposição à recente resolução do Governo Federal que viabiliza a concessão do metrô do Recife ao Estado, com posterior repasse à iniciativa privada. Para ele, a medida representa um “não ao povo pernambucano”, prejudicando não apenas a categoria dos metroviários, mas milhões de trabalhadores da Região Metropolitana que dependem do sistema ferroviário diariamente. Vai acontecer aqui o que aconteceu com o metrô de BH. Está sucateado e a tarifa saiu de R$ 4,30 para R$ 5,50. Vocês acham que aqui vai melhorar? O povo precisa saber isso. Não vai melhorar.” (Luiz Soares) Ele lembrou ainda a experiência da Supervia, no Rio de Janeiro, que foi privatizada no passado e possui a maior tarifa do País, de R$ 7,90, sem ter recuperado o sistema. Cobrança de coerência ao presidente Lula No discurso, o dirigente sindical cobrou do presidente Lula o cumprimento de promessas feitas em campanha, nas quais teria garantido que não privatizaria o sistema metroviário. Luiz Soares afirmou que se sente traído pela nova diretriz publicada no Diário Oficial da União no dia 22 de maio. “Lula, recupere o metrô e revogue essa resolução. Conceder ao governo do Estado é privatizar. E nós não vamos aceitar isso”. (Luiz Soares) Outdoors comparam Lula e Bolsonaro Durante a passagem do presidente Lula em Pernambuco, nesta semana, o Sindmetro intensificou a campanha contra a privatização do Metrô do Recife, questionando o compromisso do presidente Lula com o transporte público acessível. Em outdoors espalhados pelo interior do estado, o sindicato compara Lula a Bolsonaro, que privatizou o Metrô de Belo Horizonte. “O Presidente Lula esteve em Salgueiro, e colocamos um telão de LED na entrada com a mensagem: ‘Se Bolsonaro privatizou o metrô de BH, Lula, você vai privatizar o do Recife? Porque, se fizer, estará se igualando a Bolsonaro” (Luiz Soares) Audiência pública na Câmara dos Vereadores do Recife e articulação em Brasília Durante a assembleia, o presidente informou que no dia 9 de junho acontecerá uma audiência pública na Câmara dos Vereadores do Recife, convocada pela vereadora Cida Pedrosa, para discutir o futuro do Metrô do Recife. Luiz Soares criticou duramente a falta de abertura de diálogo com o Governo do Estado sobre o projeto de concessão do Metrô do Recife e prometeu intensificar a comunicação com o Governo Federal, especialmente com a Casa Civil e com a Secretaria-Geral da Presidência da República.

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BNB destina R$ 5 bilhões para retrofit de imóveis em centros urbanos do Nordeste

nha de crédito com recursos do FNE tem prazos de até 15 anos e foca na reocupação de áreas centrais Construtoras e empresários do setor da construção civil contam com nova oportunidade de investimento em 2025: o Banco do Nordeste (BNB) está disponibilizando R$ 5 bilhões em crédito para projetos de retrofit em imóveis antigos localizados nos centros urbanos. A iniciativa utiliza recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e busca estimular a revitalização de prédios para uso comercial ou residencial. A linha de financiamento está disponível via FNE Industrial, com prazos de até 15 anos e até cinco anos de carência. Segundo Luiz Abel Amorim, diretor de Negócios do BNB, o crédito pode ser contratado diretamente com o Banco ou por meio de parcerias público-privadas (PPPs). “Além do estímulo ao setor da construção, os projetos de retrofit movimentam a economia e atraem novos públicos para as regiões centrais das cidades”, destaca. A medida atende a uma diretriz do Conselho Deliberativo da Sudene (Condel), que autorizou o uso do FNE em projetos de reocupação urbana. O objetivo é incentivar a recuperação de centros históricos e comerciais, promovendo a retomada de atividades econômicas nessas áreas que, em muitos casos, sofrem com o esvaziamento populacional e comercial. A proposta também dialoga com o desafio habitacional enfrentado pelo Nordeste, que registra um déficit de 1,7 milhão de moradias. Ao transformar imóveis ociosos em novas residências, o retrofit se apresenta como uma alternativa sustentável para a expansão habitacional e o planejamento urbano inteligente nas principais cidades da região.

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44% do território do Recife tem risco alto para inundações

Dá para o Recife se prevenir de eventos extremos? *Por Rafael Dantas *Publicado em 23.05.2024 A situação dramática do Rio Grande do Sul liga um sinal de alerta em todo o País. No Recife, capital brasileira mais vulnerável ao aquecimento global e a 16ª em todo o mundo, há uma corrida contra o tempo. Segundo relatório inédito produzido pelo IRRD (Instituto para Redução de Riscos e Desastres), iLIKA (Instituto Keizo Asami) e pela APC (Academia Pernambucana de Ciências), 44% do território recifense tem um risco alto para inundações. Jones Albuquerque,professor da UFRPE e pesquisador do IRRD, iLika e da APCE, faz uma comparação entre o período da Covid-19 e os eventos extremos. Ele afirma que enquanto as cidades brasileiras conseguiram reagir ao período da crise sanitária, a adaptação às catástrofes provocadas pelas mudanças climáticas não têm tido a mesma resposta. Ele lembra que muitos municípios brasileiros, inclusive, guardam nomes que explicam a origem desses lugares, ligados a regiões alagadiças. Avanços do passado sobre a região das águas, com inúmeros aterros, que hoje reivindicam de volta o seu espaço. “Este episódio no Rio Grande do Sul nos alerta para estarmos preparados. Lembremos que o Brasil é cheio de cidades e bairros com nomes sabiamente batizados por nossos antecessores como Canoas ou Porto Alegre. No Recife, não é diferente. Basta averiguarmos a origem dos nomes Várzea e Afogados, além do mais famoso de todos que batiza nossa capital, a Veneza Brasileira”, salienta. Segundo Jones, os modelos matemáticos para analisar as transformações climáticas mudaram em 2021, mas os sistemas de monitoramento de riscos de desastres do País não se adaptaram a essa mudança. Essa nova modelagem foi apresentada pelos cientistas Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Paris, há três anos, o que lhes rendeu a conquista do Prêmio Nobel de Física, que reconheceu o trabalho deles para compreender os sistemas físicos complexos. O modelo ajuda na compreensão dos componentes que explicam o clima da Terra. O trabalho se propunha a quantificar a variabilidade desses eventos e a entender os efeitos do aquecimento global. A fenomenologia dos dados climáticos, segundo Jones mudou muito e já não é mais possível fazer projeções a partir do modelo antigo.” Ela não parece ser mais linear. É muito inconstante e gera projeções errôneas por muito tempo, até que a gente tenha dados suficientes para entender essa fenomenologia”, informou Jones Albuquerque. Entre os variados indicadores que se relacionam com esses episódios extremos, o pesquisador destaca o índice de CO2 na atmosfera e a temperatura dos oceanos. Ambos muito acima das médias históricas. O derretimento das geleiras e a morte dos corais são alguns dos sintomas dessas mudanças. Ao olhar como esses eventos intensificam as vulnerabilidades para a capital pernambucana, Jones afirma que 52% do Recife está sob risco de ocorrência de inundações – somando o alto risco (44,05%), médio risco (6,8%) e baixo risco (1,3%). Os cálculos são feitos a partir de dados de satélites, comparando a altimetria (medição de alturas ou de elevações) dos terrenos e do nível do mar. “Isso foi comprovado em 2022, cruzando os pontos de alagamentos já marcados pela Defesa Civil de Pernambuco e pelo órgão de monitoramento do trânsito. Alguns desses pontos precisaram de resgates especializados, dentro das áreas de risco vermelho”, explica Jones Albuquerque. Embora os eventos mais traumáticos do Recife estejam relacionados às cheias dos anos 1970 a cidade viveu uma situação dramática em 2022. Nesse episódio mais recente, as comunidades vizinhas à Bacia do Rio Tejipió foram as mais afetadas. Os milhares de desabrigados e mais de 100 mortes deixaram uma marca. Olinda e Jaboatão também computaram baixas e muitas áreas críticas de alagamento. Fora da região metropolitana, Pernambuco assistiu a uma grave cheia no ano de 2010, na Bacia do Rio Una. Cidades como Barreiros, Palmares e Água Preta tiveram um vasto rastro de destruição. Prédios públicos, igrejas, comércios e muitas casas ficaram submersos. Parte do município precisou ser reconstruído numa área mais elevada. As catástrofes na capital e no interior indicam, há alguns anos, a necessidade de intensificar a adaptação do Estado aos efeitos do aquecimento global. “Precisamos atuar preventivamente para reduzir os impactos dos eventos extremos. Temos que focar na resiliência. Isso vai envolver aspectos de engenharia, sociais e, com certeza, ecológicos. No episódio que aconteceu no Rio Grande do Sul, por exemplo, nenhuma cidade aguentaria esse volume de chuva, mas existiram falhas na preparação para esses eventos. Podemos pensar: será que o Recife é vulnerável a algum evento desse? Com certeza. O nível do mar está subindo, com a tendência de termos dias piores pela frente”, considera o engenheiro e professor da UPE e da UFPE, Jaime Cabral. O pesquisador, que tem larga experiência em recursos hídricos (água subterrânea e drenagem urbana) avalia que houve um choque de realidade nas instituições ligadas ao monitoramento e prevenção desses eventos extremos no Recife, após 2022. O Estado, também, após os traumas das cheias da década de 1970 respondeu com infraestrutura. As barragens ao longo do Capibaribe contribuem com esse papel de proteger a capital da descida veloz das águas pelo curso do rio. PROMORAR E AS RESPOSTAS DO RECIFE AOS RISCOS Uma das reações da capital pernambucana aos traumas deixados em 2022 é o Promorar (Programa de Requalificação e Resiliência Urbana em Áreas de Vulnerabilidade Socioambiental). O poder municipal conseguiu um aporte do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) de R$ 2 bilhões para proteção de encostas, urbanização integrada em comunidades vulneráveis e a macrodrenagem da Bacia do Rio Tejipió. “O sistema de macrodrenagem da cidade está extremamente sobrecarregado. O Rio Tejipió costumava ter em alguns locais 70 metros de largura e hoje tem locais com 10 a 15 metros”, exemplificou a secretária executiva do Promorar Recife, Beatriz Carneiro Menezes. O programa prevê a retirada de pelo menos três mil imóveis de áreas de maior vulnerabilidade, para o direcionamento dessa população para lugares próximos às mesmas comunidades, mas em regiões sem riscos. Sobre o desafio de executar essa macrodrenagem do Rio Tejipió, a secretária conta que foi concluído

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Lais Duanne

Lais Duanne: "A habitação hoje é uma emergência"

Gerente de operações da TETO conta como a ONG ajuda pessoas que moram em condições precárias a terem uma casa, por meio de mutirões de voluntários e moradores. Também são construídas sedes comunitárias, banheiros públicos, além de viabilizar o acesso à água. Ela fala ainda do trabalho realizado no Recife e com vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul. Morar em condições precárias significa muito mais do que residir num local que não tenha o mínimo de conforto. Implica também em não ter um CEP que garanta o acesso a políticas públicas como poder matricular os filhos na escola. Ou, ainda, ao voltar do trabalho durante um dia de tempestades, não saber se a casa foi soterrada ou se as roupas e a cama estarão enxutas. Tudo isso provoca um nível de estresse e depressão elevado em moradores submetidos a essa instabilidade. Esse é o cenário encontrado pelas pessoas que atuam na TETO Brasil, uma ONG que, diante da emergência do problema habitacional, oferece soluções transitórias emergenciais para quem mora de forma insalubre em favelas. No seu método de trabalho, casas são erguidas em mutirão por voluntários e moradores, a partir de modelos e tecnologia desenvolvidos pela organização. Além de habitações, também são construídas sedes, lavatórios e banheiros comunitários. Mais de 25 comunidades foram impactadas no País, mais de 400 projetos de infraestrutura implantados e mais de 5 mil moradias construídas. Laís Duanne, gerente de operações da TETO Brasil, conversou com Cláudia Santos sobre a atuação da ONG, especialmente no Recife. Também abordou o impacto das mudanças climáticas no agravamento do problema habitacional no País e as ações realizadas para atender vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.  Você poderia nos contar como surgiu a TETO e quais os propósitos da organização? A TETO surgiu no Chile, em 1997, quando moradores e voluntários se juntaram para construir uma capela e perceberam que era possível também construir moradia para as pessoas que viviam no território e haviam perdido tudo. A mística da TETO é fazer encontros improváveis, juntar jovens voluntários com moradoras e moradores de territórios hipervunerabilizados para construir inicialmente moradias. Atualmente, o foco da TETO é em habitabilidade, trazendo soluções para que a existência em territórios que têm direitos negados seja possível e digna. Além de moradia, a organização também faz sedes, lavatórios e banheiros comunitários, sempre seguindo a lógica de unir moradores e voluntários gerando soluções e transformação.  Qual o perfil dos voluntários? Hoje não há restrição, o time de voluntários é diverso, atinge dos 16 a 70 anos de idade. Todos podem botar a mão na massa com a TETO, mas há predominância de jovens universitários que também buscam desenvolvimento profissional, como estudantes de engenharia e arquitetura. Eles se sentem atraídos pelo nosso trabalho porque podem usar o conhecimento técnico para transformar a realidade das comunidades em áreas vulnerabilizadas. Muitos de nossos voluntários vivem essa experiência de construir casas sem nunca terem pegado num martelo. São guiados pela nossa metodologia de estar no território e sair com outra perspectiva, querendo construir um Brasil melhor para todos.  Quais são as soluções oferecidas pela TETO? Em relação a moradias, no Brasil, atuamos hoje em soluções transitórias emergenciais. É o caso de alguma família, por exemplo, que perdeu o barraco precário onde morava em decorrência da queda de uma árvore ou vive em casas de lona e chão de terra batido. Atuamos nessas emergências constantes retirando famílias do contexto de vulnerabilidade para uma moradia digna. Temos uma cartela de soluções de moradia cuja metodologia de execução vai da mais simples a algumas mais complexas, sempre com a premissa de serem construídas por mãos voluntárias, de forma rápida. Essas Moradias de Emergência são casas mais simples, com o padrão de 18m², que construímos em maior volume geralmente num final de semana.  Os voluntários, basicamente, derrubam os barracos e constroem casas no lugar. Elas têm duração prevista de 5 a 10 anos, e a perspectiva é tirar os moradores dessa realidade de desespero inicial de moradia para que possam se preocupar com outras questões do cotidiano como procurar um emprego, a educação dos filhos, ter mais qualidade no sono para ir em busca dos seus objetivos no dia seguinte.  O outro tipo é a Moradia Semente. Ela tende a durar mais de 20 anos devido aos materiais utilizados e vem com banheiro, cozinha e uma sala. Assim, ratificamos que a moradia é a base dos outros direitos. Quando o direito à moradia é negado, há um combo de negação de outros direitos que afeta o todo da existência do cidadão. As famílias que moram em casas que não têm CEP, por exemplo, não conseguem acessar o sistema de saúde pública ou matricular os filhos na escola.  Além da moradia, temos outras soluções como a sede comunitária, que são espaços com até 72m² usados para encontros, atividades com crianças, distribuição de cestas básicas etc. Geralmente, nos territórios onde fazemos esses centros comunitários, viabilizamos o acesso à água e iluminação nas principais ruas da comunidade a partir de energia solar. Outra solução da TETO são os banheiros comunitários cuja demanda é grande nos territórios onde atuamos. Há comunidades em que poucas famílias têm banheiro em casa. Há outras iniciativas nossas como pontes, parques, praças, que vêm a partir de demandas no território.  Como é o processo para implantar as soluções e a participação das pessoas beneficiadas nas comunidades?  Nossa metodologia de trabalho tem moradoras e moradores como centro. Quando buscamos novos territórios para atuar, fazemos um mutirão de visitas para conhecer várias comunidades ao mesmo tempo, nós nos aproximamos buscando um match com o perfil dos territórios. Com muita coragem, procuramos territórios hipervulnerabilizados onde, geralmente, as casas são barracos, as famílias não têm acesso a banheiro, por exemplo. Há organizações que escolhem favelas urbanas, outras atuam junto à habitação social, mas a escolha da TETO é em cima dessa urgência.  Quando vamos conhecer as comunidades, deixamos claro que não vamos dar nada, mas construir juntos, e o relacionamento se constrói a partir

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Novo Cais promete transformar a mobilidade, resgatar memória ferroviária e ampliar áreas verdes

Com investimentos superiores a R$ 140 milhões, intervenção urbana articula mobilidade sustentável, lazer e valorização do patrimônio histórico no Cais José Estelita O Recife está passando por uma grande transformação urbana com a requalificação do Cais José Estelita. A iniciativa, conduzida pelo Consórcio Novo Recife em parceria com a Prefeitura, IPHAN e SPU, articula mobilidade, cultura e meio ambiente. O projeto integra um novo sistema viário, dois grandes parques públicos — incluindo o Parque da Memória Ferroviária — e a restauração de edificações históricas, promovendo a reconexão entre o centro da cidade, a Zona Sul e sua frente d’água. A proposta rompe com modelos de urbanismo fechados ao adotar fachadas ativas nos novos empreendimentos, criando um espaço mais acessível e integrado à vida urbana. Com 90% da malha viária concluída, a nova infraestrutura inclui binário com faixas amplas, ciclovias seguras, calçadas acessíveis e redes subterrâneas para energia, internet, saneamento e gás natural. Um dos principais impactos será a fluidez no trânsito entre o Centro e a Zona Sul, beneficiando motoristas, ciclistas e pedestres. “Esse projeto representa um modelo de cidade mais inclusiva e conectada, onde a mobilidade não é pensada apenas para carros, mas também para pedestres, ciclistas e o transporte coletivo”, afirma Eduardo Moura, diretor regional da Moura Dubeux. A intervenção também resolve gargalos históricos de alagamento, por meio de um novo sistema de drenagem pluvial interligado à Bacia do Capibaribe. A criação do parque da orla, prevista para iniciar no primeiro semestre de 2025, trará mais de 33 mil m² de área verde à beira da Bacia do Pina. O espaço contará com ciclovias, parcão para pets, áreas infantis, iluminação em LED, videomonitoramento e a restauração de imóveis históricos para usos culturais e comerciais. A transformação da antiga alça viária do Cabanga em área verde com lago e vegetação nativa é outro destaque do projeto paisagístico. Segundo o CEO da Moura Dubeux, Diego Villar, “a criação do parque na orla é, talvez, a face mais visível de um esforço maior de reconexão do Recife com sua paisagem, sua história e sua gente”. Já o Parque da Memória Ferroviária, com 55 mil m², valoriza o patrimônio industrial do Recife, incluindo a restauração da estação ferroviária, da caixa d’água e de aproximadamente 30 galpões e casarios históricos. A ideia é transformar o antigo eixo ferroviário — que ligava o interior ao porto para o escoamento do açúcar — em um polo cultural e econômico, com ações educativas, usos criativos e integração ao Porto Digital. “Resgatar esse patrimônio é devolver à cidade pedaços fundamentais da sua história”, destaca Eduardo Moura. A execução do parque depende de aprovação do Iphan, Prefeitura e Fundarpe, e a primeira etapa será iniciada ainda em 2025. Com previsão de entrega do sistema viário para junho de 2025 e conclusão dos parques até 2026, o Novo Cais promete alterar profundamente a dinâmica urbana do Recife. A cidade ganha em mobilidade sustentável, qualidade ambiental e valorização do espaço público, com uma proposta de cidade viva e inclusiva. “Queremos que as pessoas se sintam parte desse lugar, que venham caminhar, pedalar, contemplar e conviver. O Novo Cais é um espaço pensado para todos”, afirma Diego Villar. ServiçoPrevisão de entrega do novo sistema viário: junho de 2025Conclusão do parque da orla e da memória ferroviária: até o final de 2026

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Os 500 anos do Centro do Recife

*Por Sérgio Buarque ​​Final de tarde, o sol ainda iluminava a Avenida Guararapes, um boulevard arborizado e de largas calçadas e ciclovias, homens e mulheres circulando, entrando e saindo dos edifícios, muitos já sentados no Bar Savoy tomando chope e conversando sobre o aniversário do Recife. No dia seguinte, o Recife completará 500 anos, a capital mais antiga do Brasil. Às 18h, final de expediente, empresários e funcionários das empresas começam a descer dos belos edifícios e caminham pela calçada, alguns seguindo para seus apartamentos na própria avenida ou ruas próximas, outros pegando suas bicicletas, muitos encostando nos bares do Centro para o happy hour. Descem também os funcionários públicos das várias secretárias e órgãos do governo que ocupam edifícios do bairro que foram retrofitados.  Início da noite, muitos dos moradores saem de casa e circulam para fazer compras, tomar um café ou um drinque nas redondezas. Todo o bairro mostra uma grande vitalidade humana e econômica, num espaço público urbanizado, arborizado e muito bem iluminado, seguro e arejado. É uma quarta-feira como outra qualquer – exceto por ser véspera do aniversário dos 500 anos do Recife – nos bairros centrais habitados e com movimentação intensa de negociantes, visitantes, que buscam entretenimento ou compras, e turistas encantados com a qualidade urbana e com a riqueza do patrimônio histórico e cultural.  Na manhã seguinte, 12 de março de 2037, pouco antes das 9h, as ruas do Centro do Recife recomeçam a movimentação de pessoas, moradores saindo para o trabalho e milhares de funcionários e empresários chegando para as atividades profissionais. O movimento ainda era escasso, quando um carro elétrico desce da ponte Duarte Coelho e estaciona na Rua do Sul. Desceram do automóvel o prefeito do Recife, o presidente de Portugal e a princesa de Orange representando o rei Guilherme Alexandres dos Países Baixos na cerimônia dos 500 anos do Recife. Os três caminham pela avenida saudando as pessoas que circulam pelo Centro, o anfitrião mostrando os encantos da arquitetura e indicando os pontos de maior significado. “Aqui estão as principais secretarias do governo federal e estadual e uma universidade e algumas das principais empresas de tecnologia e economia criativa do Brasil”. Dobraram pela esquerda na Avenida Dantas Barreto, elegante e arborizada, seguindo para conhecer a Praça da República com as suas belas e elegantes edificações, e voltaram pela Rua do Imperador.  O prefeito mostrou com entusiasmo a Capela Dourada e iam descendo para a Praça da Independência quando a princesa, com grande entusiasmo, apontou para a placa diante do prédio da esquina da Rua Primeiro de Março: Memorial Marcgrave – Primeiro observatório astronômico da América do Sul. Durante a visita, a princesa suspirava e repetia: “Meu pai insistiu que eu deveria conhecer este memorial. Ele estudou história em Leiden e sabia tudo sobre esse observatório de Marcgrave”.  Contendo a animação da princesa, o prefeito destacou a importância da Praça da Independência e, depois, levou os visitantes a um bondinho que desceu a avenida Dantas Barreto até o Cais José Estelita, andaram pela praça admirando a Bacia do Pina e vendo por trás o Forte das Cinco Pontas, cheio de história dos dois povos. Pegaram o carro e foram almoçar no restaurante Leite para encanto do presidente português que terminou a refeição comendo um pastel de nata e tomando uma taça de vinho do Porto. Depois do almoço, caminharam sem pressa numa rota arborizada, passaram em frente à Casa da Cultura, admirando a bela arquitetura que serviu de prisão, atravessaram a ponte da Boa Vista e entraram na Rua da Imperatriz, a esta altura com uma grande movimentação de homens, mulheres e crianças entrando e saindo das lojas protegidos pela sombra das árvores.  O prefeito convidou os dois para descansar tomando um sorvete na Sorveteria Imperatriz, famosa pelos gelados de frutas tropicais, e depois caminharam pela rua movimentada por grandes artistas até a Praça Maciel Pinheiro. Na praça restaurada e com as edificações recuperadas e coloridas, os convidados ficaram encantados quando o prefeito comentou que ali tinha vivido uma comunidade de judeus asquenazes fugidos dos pogroms da Europa oriental no final do Século 19 e início do Século 20, e apontando para a casa da esquina, comentou: “Ali viveu Clarice Lispector, uma judia que fugiu da Ucrânia e foi uma das maiores escritoras brasileiras no século passado”. O prefeito deixou o bairro do Recife para o restante da tarde. Chegaram de carro ao Marco Zero. “O Recife nasceu aqui. Mas, como disse o grande pintor pernambucano Cícero Dias: Eu vi o mundo... ele começava no Recife”. Do Marco Zero, olhando para oeste, eles viram as avenidas Rio Branco, pedestrianizada, e a Avenida Marques de Olinda, arborizada e com amplas calçadas, vibrantes de pessoas circulando, alguns bares começando a abrir as portas. “Neste bairro, lembrou o prefeito, temos um dos maiores polos tecnológicos do Brasil com centenas de empresas de tecnologia da informação, produzindo software e games para clientes de todo o mundo”.  Eles desceram pela avenida Rio Branco e o orgulhoso prefeito indicou o caminho para a Rua do Bom Jesus – “considerada uma das mais belas do mundo” – que tinha sido chamada antes de Rua dos Judeus, “porque aqui, lembrou o prefeito, viveram os judeus sefarditas que fugiram da Inquisição de Portugal para viver livres no Recife holandês”. A Princesa abriu um sorriso de orgulho. Entraram na Sinagoga para uma visita rápida. Depois, passaram pela Praça do Arsenal, admirando a Torre Malakoff e descobrindo a história que vincula o seu nome a um monumento disputado numa batalha violenta na Guerra da Criméia no Século 19. Desceram pela praça e, já cansados, se sentaram para tomar o tradicional maltado do Recife, exclusivo da lanchonete que tem mais de 100 anos, a mistura de sorvete de baunilha e malte da semente do cacau. Voltaram a caminhar e, de vez em quando, o prefeito mostrava uma escultura de um poeta pernambucano e, em alguns, chegava a declamar alguns trechos de poemas. Finalmente, desceram até o Paço Alfândega, vendo as edificações da

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Nova APE-009 em Muro Alto reforça turismo e mobilidade no Litoral Sul de Pernambuco

Governadora Raquel Lyra entrega estrada restaurada em Ipojuca e impulsiona infraestrutura turística com investimento de R$ 18 milhões. Foto: Yacy Ribeiro A governadora Raquel Lyra entregou na última sexta-feira (25) a nova APE-009, também conhecida como Estrada de Muro Alto, no município de Ipojuca. A obra, que integra o programa PE na Estrada, recebeu um investimento de R$ 18 milhões para requalificar 5,2 quilômetros entre a PE-009 e a Praia de Muro Alto, fortalecendo a mobilidade local e impulsionando o turismo em uma das regiões mais visitadas do Brasil. "É uma via que tem uma demanda turística grande, além da necessidade de mobilidade dos moradores, e estava difícil de trafegar. Agora, podemos entregar uma obra que já está servindo à população", destacou a governadora. A estrada, que registra um fluxo médio de 1.184 veículos por dia, passou por completa reconstrução, incluindo pavimentação em CBUQ nos trechos de maior tráfego, blocos intertravados nas áreas turísticas, ciclofaixa, nova drenagem e sinalização. A reestruturação resolve antigos problemas de buracos e desgaste da via, melhorando a experiência de deslocamento para moradores e turistas. "É importante a gente falar dessa obra e lembrar porque essa obra tinha que acontecer, tinha muito buraco aqui", afirmou o morador Luan Carvalho. Autoridades ressaltaram a importância da nova APE-009 para o desenvolvimento econômico e turístico da região. "Hoje a gente chega com a APE-009 renovada, visando a melhoria das pessoas e também do turismo", declarou o secretário de Turismo e Lazer, Kaio Maniçoba. O prefeito de Ipojuca, Carlos Santana, também celebrou a entrega: "O turista não vai mais hesitar em vir para Porto de Galinhas. E vai voltar a ser o maior ponto turístico do país".

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Uma rota para revitalizar o Centro do Recife

O Centro do Recife na Rota do futuro propõe a revitalização da região central da cidade, a partir do resgate da habitação e da vitalidade urbana e econômica O Centro do Recife, como o de muitas capitais brasileiras e mundiais, foi sendo fragmentado ao longo das décadas. Um verdadeiro processo de envelhecimento das cidades que, como um quebra-cabeça antigo, suas peças foram se desconectando em meio às inúmeras mudanças econômicas e sociais que o município atravessou. O esforço de reconectar esse território nasce com a concepção de um plano que é de longo prazo mas que, nos últimos meses, já conseguiu vitórias importantes. Algumas ações já têm resultados reais e concretos, enquanto outras apontam para uma regeneração dos bairros centrais nos próximos anos com horizonte em 2037, marco dos 500 anos da fundação do Recife. Nas últimas décadas, por diferentes motivos, a cidade também perdeu algumas peças que foram atividades econômicas e se deslocaram para edifícios empresariais em outros bairros em ascensão. Parte do lazer de rua e mesmo do comércio foi reposicionado nos shoppings. A falta de estacionamento e a fuga dessas empresas levou também à saída de moradores. Associado a essas peças perdidas, diversos problemas de controle urbano, de mobilidade e, especialmente, de segurança combinaram em um incômodo cenário de abandono. Desde a criação do Recentro – o Gabinete do Centro do Recife – há uma série de iniciativas que aponta para a remontagem desse quebra-cabeças que estão ancoradas no recém-lançado plano estratégico de desenvolvimento para a área central do Recife, O Centro do Recife na Rota do Futuro. O documento foi desenvolvido em parceria pelo Recentro, pela Aries (Agência Recife para Inovação e Estratégia) e pelo ICPS (Instituto da Cidade Pelópidas Silveira). “Nesse processo participativo, usamos diversos instrumentos para garantir que a escuta fosse plural, como é a cidade. Fizemos reuniões com a instância de governança do Recentro, com universidades, com a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), com representantes da cultura e com outros diversos atores estratégicos. Também realizamos uma pesquisa de percepção, tanto presencial quanto online, que teve mais de 12 mil respostas. Com isso, conseguimos mapear as dores, os desejos, os potenciais e a visão de futuro que as pessoas têm para o Centro do Recife”, afirmou Mariana Pontes, diretora-presidente da Aries. "Fizemos reuniões com universidades, com a CDL, com representantes da cultura e outros atores, e uma pesquisa de percepção que teve mais de 12 mil respostas. Conseguimos mapear as dores, os desejos, os potenciais e a visão de futuro que as pessoas têm para o Centro do Recife". Mariana Pontes A estratégia de revitalização, segundo Mariana, está ancorada no conceito “Habitar o Centro”. Essa visão propõe não apenas o retorno das moradias à região mas, também, o resgate da vitalidade urbana e econômica por meio de uma ocupação multifuncional, com circulação de pessoas ao longo do dia e oferta diversificada de serviços. Para isso, o plano se sustenta em três pilares: dinamização econômica, desenvolvimento sociocultural e resiliência ambiental.  Na prática, o plano se desdobra em programas e projetos que traduzem esses eixos em ações concretas. Entre os destaques estão o Centro para Morar, que incentiva a habitação na área central; o Centro Inclusivo, voltado à equidade no uso do espaço urbano; e o Centro Histórico Dinâmico, que valoriza o patrimônio com novas funções. Outros programas incluem o Centro Seguro, focado na segurança, o Centro em Movimento, com foco na mobilidade, e o Centro Parque Resiliente, que integra soluções ambientais à paisagem urbana. Esse quebra-cabeça não é composto apenas pelo Bairro do Recife, que já tem um processo mais acelerado de recuperação desde a chegada, décadas atrás, do Porto Digital e de empreendimentos mais recentes, como o Moinho Recife. Mas o desafio de regeneração contempla a ilha de Antônio Vaz e parte do também histórico bairro da Boa Vista. Ciro Pedrosa, gerente de projetos da Aries, explicou ainda que além da escuta popular e dos diversos estudos já realizados sobre esse território, o plano levou em consideração também a experiência de outras cidades que enfrentam o mesmo problema de esvaziamento e decadência dos seus centros urbanos. “É o que a gente chama no plano de benchmarking, que é o olhar para outras cidades. Estudamos casos como o do Rio de Janeiro, que teve o processo de revitalização da região central, principalmente da área portuária. Olhamos também para a cidade do Porto, em Portugal, para Nantes, na França. A ideia era justamente ver o que essas outras cidades fizeram e fazem com suas áreas centrais para inspirar aqui o nosso desenho de estratégia para o Centro do Recife”.  "Estudamos o Rio de Janeiro, que teve o processo de revitalização da região central, principalmente da área portuária. Olhamos também para Porto, em Portugal, e Nantes, na França. A ideia era ver o que essas cidades fizeram e fazem para inspirar nossa estratégia." Ciro Pedrosa Uma das gratas surpresas desse processo de escuta popular foi o desejo forte de metade da população (49,4%) de morar no Centro, caso houvesse oferta de moradia. Quando questionados o que mais esperavam do futuro dessa região, 87% responderam que desejavam que fosse mais segura e limpa.  O QUE JÁ ESTÁ EM TRANSFORMAÇÃO O plano indicou dois caminhos para alcançar a reestruturação do Centro, que  já apresentam resultados visíveis. Um deles é a reabilitação urbana (por meio da preservação e requalificação de áreas antigas, integrar o território às dinâmicas contemporâneas, sem perder sua identidade histórica e cultural) e a dinamização econômica (a partir do “fortalecimento, diversificação e modernização das atividades econômicas no Centro do Recife”). Um dos marcos desse processo foi a Lei do Recentro que, além de criar o Gabinete, oferecia redução ou isenção do IPTU e outras taxas para quem recupera imóveis no Centro. No início, havia burocracias que dificultavam o acesso ao incentivo fiscal. Porém, mudanças foram introduzidas que facilitaram esse acesso. Quatro anos após o lançamento da lei, a secretária Ana Paula Vilaça já apresenta resultados desse esforço, como ter conseguido aprovar 37 obras de restauros em

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compaz cabo

Cabo de Santo Agostinho anuncia investimento no primeiro Parque Compaz

Prefeitura fará também a revitalização da Praça 9 de Julho. Projetos visam promover cultura, lazer e cidadania com investimentos em espaços públicos Às vésperas de completar os 100 primeiros dias da atual gestão, o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, anunciou duas iniciativas para transformar os espaços públicos da cidade: a construção do Parque Compaz, no bairro de Torrinhas, e a revitalização da Praça 9 de Julho, incluindo o teatro localizado no espaço. As obras somam um investimento de R$ 18 milhões e têm como foco o fortalecimento da cidadania, cultura, lazer e educação. O Parque Compaz será um centro multifuncional com início das obras previsto para o segundo semestre. Localizado em frente ao Centro Administrativo Municipal 1 (CAM 1), o espaço contará com equipamentos como palco para eventos culturais, academia, dojô, biblioteca, quadras, circuito infantil, pista de cooper, piscina, vestiários e até uma feirinha de produtos artesanais e alimentos. “Estamos construindo o Cabo do futuro! Um lugar para todas as idades, com atividades esportivas, de cidadania e lazer”, declarou o prefeito. Já a revitalização da Praça 9 de Julho trará de volta um dos mais importantes equipamentos culturais da cidade. O projeto inclui a modernização completa do teatro, que terá capacidade para 500 pessoas e será equipado com sistema de som, iluminação, climatização e paisagismo. A licitação será publicada nas próximas semanas, com início das obras previsto para maio e duração estimada de nove meses. Os projetos são da Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Urbanismo Social, que é liderada por Murilo Cavalcanti, que foi o idealizador do Compaz no Recife e secretário de segurança cidadã na prefeitura da capital pernambucana nas gestões de Geraldo Júlio e João Campos. SERVIÇO📍 Parque Compaz – Bairro de Torrinhas, em frente ao CAM 1🏗 Início das obras: Segundo semestre de 2025📍 Revitalização da Praça 9 de Julho e Teatro – Centro do Cabo💰 Investimento total: R$ 18 milhões

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Hebert Tejo

"Temos duas novas propostas para a Escola de Sargentos do Exército com impacto ambiental muito menor"

Os danos ambientais provocados pela construção da Escola de Sargentos na APA Aldeia Beberibe são ressaltados pelo presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo. Ele diz que a obra afetará o abastecimento hídrico e espécies de flora e fauna, muitas delas que só existem na região. Mas afirma ter alternativas sustentáveis para projeto. O Fórum Socioambiental de Aldeia, presidido por Herbert Tejo, tem sido uma das principais vozes da sociedade civil na defesa ambiental da região. Após o debate acerca do Arco Metropolitano, o novo ponto de preocupação é a instalação da ESA (Escola de Sargentos de Armas do Exército). Com quase 23 anos, a organização tem como foco o equilíbrio ecológico. A principal preocupação dos seus integrantes não está na criação da Escola, mas na escolha da localização, que impacta diretamente o maior fragmento de Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco.   Herbert Tejo, que é mestre em gestão ambiental, e os demais membros do Fórum têm participado ativamente de debates e negociações com o Exército, o Governo do Estado e demais entidades envolvidas. O debate público conseguiu avanços significativos, como a retirada das vilas militares da área de proteção e a redução do espaço ocupado pelo empreendimento. No entanto, ainda há pontos de desacordo, principalmente no que diz respeito ao cumprimento do Código Florestal e da Lei Estadual 9860/86. Agora, uma nova proposta surge no horizonte, prometendo minimizar os impactos ecológicos do projeto e reacendendo o debate sobre a viabilidade de alternativas de locais para instalar a ESA. O Fórum Socioambiental de Aldeia tem sido uma voz muito presente da sociedade nos debates sobre o Arco Metropolitano e acerca da Escola de Sargentos de Aldeia. Como funciona essa organização? O Fórum Socioambiental de Aldeia é uma organização comunitária, sem fins lucrativos, apartidária e em 2025 está completando 23 anos. A entidade tem como missão a defesa do território da APA Aldeia-Beberibe, o combate em todas as esferas, pública e privada, às agressões ambientais e ao descumprimento do que estabelece a legislação ambiental vigente no País. A instalação da Escola de Sargentos na APA é a principal preocupação dos moradores de Aldeia atualmente? As ameaças ao território de Aldeia são muitas e de toda ordem: da iniciativa privada, com a especulação imobiliária desenfreada que resulta em adensamento populacional incompatível para uma Unidade de Conservação, e do poder público, pelas ações e omissões dos gestores públicos. No campo das ações, todos os projetos lançados nos últimos 15 anos operam na direção de degradar o meio ambiente nesta região. No campo das omissões, falham em cumprir suas obrigações de zelar e fazer valer o arcabouço legal protetivo desse território.  Até então, a maior das lutas vinha sendo contra o traçado norte do Arco Metropolitano, defendida por todos os governos desde 2012. O traçado que corta a APA Aldeia-Beberibe ao meio, inviabilizando o território como Área de Proteção Ambiental. Criamos a campanha Arco Viário, Arrudeia!, ou seja, “arrudeia” a APA. Nós nos dedicamos a estudar alternativas que o viabilizassem, para garantir a obra que reconhecemos como uma das mais importantes para o desenvolvimento do Estado.  Mas aí, no meio da luta contra o traçado do Arco, surge uma ameaça ainda maior: a localização do Complexo Militar da ESA, patrocinada por uma aliança poderosa, uma vez que se soma ao Exército Brasileiro, o Governo do Estado e o Governo Federal. Todos juntos em defesa do desmatamento evitável. Respondendo objetivamente sua pergunta: sim, a ESA hoje é nossa maior preocupação, não o projeto em si, mas sua localização irracional. Com um agravante, a ESA, onde se projeta atualmente, atrai o Arco que o governo quer. Essa convergência de duas obras é desastrosa ambientalmente para a região. Determinará o fim de uma Área de Proteção Ambiental. Haveremos de chamar de Área de Destruição Ambiental – ADA! "A ESA, onde se projeta atualmente, atrai o Arco que o governo quer. Essa convergência de duas obras é desastrosa ambientalmente. Determinaremos o fim de uma Área de Proteção Ambiental. Haveremos de chamar de Área de Destruição Ambiental – ADA!" Como têm sido as tratativas com o poder público? Quando o tema é a defesa do meio ambiente, as tratativas com o poder público são sempre difíceis. O discurso político ambiental é esquizofrênico. O discurso e a prática de quem exerce o poder costumam estar totalmente dissociados. O Exército alardeia que seu projeto da ESA, com o desmatamento que propõe e os impactos ambientais irreversíveis, é um exemplo de sustentabilidade para o mundo. O Governo do Estado, por sua vez, se afirma defensor do meio ambiente e é omisso na defesa do território. Em nenhum momento se manifestou na defesa das alternativas locacionais apontadas pelo Fórum, nem para ser contra. O Governo Federal, que brada ao mundo combater o desmatamento e preservar as florestas tropicais, vem ao Estado para criticar os ambientalistas e enaltecer o projeto desmatador. Mas reconhecemos a importância da iniciativa da governadora Raquel Lyra quando criou um grupo de trabalho por meio de decreto, o GT-ESA. Ou seja, criou uma mesa formal de diálogo composta por representantes do poder público, do Exército, o Fórum Socioambiental de Aldeia, um representante da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e um da Alepe (Assembleia legislativa de Pernambuco). Foi importante porque até então não existia diálogo com o Exército. Nesse GT, tivemos a oportunidade de demonstrar as irregularidades legais, a desatenção com o arcabouço legal protetivo e dedicado ao território afetado, especialmente por se situar dentro de um local reconhecido pelo Estado como Área de Proteção de Mananciais e como Patrimônio Biológico de Pernambuco. Como resultado, o Exército promoveu três revisões do projeto original. Houve avanços. O desmatamento original defendido era de 188 hectares, depois foi revisado para 146 hectares, com o incremento de verticalização dos equipamentos. No final de 2023, o Exército retirou as duas vilas militares de dentro da Mata. Mas continua um desmatamento gigantesco de quase 100 hectares. Qual a principal preocupação do Fórum Socioambiental com esse projeto? Qualquer desmatamento em um bioma em extinção

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