Zika pode causar glaucoma em crianças - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Zika pode causar glaucoma em crianças

Claudia Santos

Uma equipe de pesquisadores do Brasil e da Yale School of Public Health publicou o primeiro estudo demonstrando que o vírus Zika pode causar glaucoma em crianças que foram expostas ao vírus durante a gestação.

A exposição ao vírus Zika, durante a gravidez, provoca alterações congênitas no sistema nervoso central, incluindo a microcefalia. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública do Brasil e de Yale haviam relatado, anteriormente, durante a epidemia de microcefalia, que o vírus também causa lesões graves na retina, porção posterior do olho. No entanto, até agora, não havia evidências de que o Zika causaria glaucoma, uma condição que pode resultar em danos permanentes no nervo óptico e cegueira.

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“Identificamos o primeiro caso em que o vírus Zika parece ter afetado o desenvolvimento da câmara anterior ou da parte frontal do olho, durante a gestação, e causado glaucoma após o nascimento”, disse Albert Icksang Ko, professor da Yale School of Public Health e co-autor do estudo publicado na revista Ophthalmology.

Ko mantém uma parceria com pesquisadores brasileiros de longa data e tem trabalhado com cientistas do Brasil desde que o Zika apareceu pela primeira vez, nas Américas, para compreender melhor os defeitos de nascença que são causados pelo vírus e os fatores de risco para a Síndrome Congênita do Zika.

“Ao realizarem suas investigações sobre a epidemia de microcefalia em Salvador, no Nordeste do Brasil, os pesquisadores identificaram um menino de três meses que foi exposto ao vírus Zika durante a gestação. Embora nenhum sinal de glaucoma estivesse presente no momento do nascimento, a criança desenvolveu inchaço, dor e lacrimejamento no olho direito. A equipe de pesquisa diagnosticou o glaucoma como a causa dos sintomas e, juntamente com os oftalmologistas locais, realizou uma trabeculectomia, uma operação que aliviou com sucesso a pressão dentro do olho”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

“Embora esta seja a primeira incidência conhecida de glaucoma em uma criança com o vírus Zika, os médicos que tratam pacientes com Zika devem estar cientes de que o glaucoma é outro sintoma grave da doença que deve ser monitorado. Pesquisas adicionais são necessárias para determinar se o glaucoma em crianças com Zika é causado pela exposição indireta ou direta ao vírus, durante a gestação ou pós-parto”, explica a especialista em glaucoma do IMO, a oftalmologista Márcia Lucia Marques.

O vírus Zika, que é transmitido principalmente através de mosquitos infectados, atingiu níveis epidêmicos em várias áreas do mundo e é de particular preocupação no Brasil, onde a Organização Pan-Americana da Saúde relata mais de 200 mil casos suspeitos e 109 mil casos confirmados da doença. Desde que o surto começou, em 2015, o Zika já chegou aos Estados Unidos, com mais de 4 mil casos relacionados com viagens e 139 casos de mosquitos adquiridos localmente confirmados, de acordo com o CDC. Atualmente não existe vacina para o vírus Zika.

A exposição ao vírus Zika, durante a gravidez, provoca alterações congênitas no sistema nervoso central, incluindo a microcefalia. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública do Brasil e de Yale haviam relatado, anteriormente, durante a epidemia de microcefalia, que o vírus também causa lesões graves na retina, porção posterior do olho. No entanto, até agora, não havia evidências de que o Zika causaria glaucoma, uma condição que pode resultar em danos permanentes no nervo óptico e cegueira.

“Identificamos o primeiro caso em que o vírus Zika parece ter afetado o desenvolvimento da câmara anterior ou da parte frontal do olho, durante a gestação, e causado glaucoma após o nascimento”, disse Albert Icksang Ko, professor da Yale School of Public Health e co-autor do estudo publicado na revista Ophthalmology.

Ko mantém uma parceria com pesquisadores brasileiros de longa data e tem trabalhado com cientistas brasileiros desde que o Zika apareceu pela primeira vez, nas Américas, para compreender melhor os defeitos de nascença que são causados pelo vírus e os fatores de risco para a Síndrome Congênita do Zika.

“Ao realizarem suas investigações sobre a epidemia de microcefalia em Salvador, no Nordeste do Brasil, os pesquisadores identificaram um menino de três meses que foi exposto ao vírus Zika durante a gestação. Embora nenhum sinal de glaucoma estivesse presente no momento do nascimento, a criança desenvolveu inchaço, dor e lacrimejamento no olho direito. A equipe de pesquisa diagnosticou o glaucoma como a causa dos sintomas e, juntamente com os oftalmologistas locais, realizou uma trabeculectomia, uma operação que aliviou com sucesso a pressão dentro do olho”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

“Embora esta seja a primeira incidência conhecida de glaucoma em uma criança com o vírus Zika, os médicos que tratam pacientes com Zika devem estar cientes de que o glaucoma é outro sintoma grave da doença que deve ser monitorado. Pesquisas adicionais são necessárias para determinar se o glaucoma em crianças com Zika é causado pela exposição indireta ou direta ao vírus, durante a gestação ou pós-parto”, explica a especialista em glaucoma do IMO, a oftalmologista Márcia Lucia Marques.

O vírus Zika, que é transmitido principalmente através de mosquitos infectados, atingiu níveis epidêmicos em várias áreas do mundo e é de particular preocupação no Brasil, onde a Organização Pan-Americana da Saúde relata mais de 200.000 casos suspeitos e 109.000 casos confirmados da doença. Desde que o surto começou, em 2015, o Zika já chegou aos Estados Unidos, com mais de 4.000 casos relacionados com viagens e 139 casos de mosquitos adquiridos localmente confirmados, de acordo com o CDC. Atualmente não existe vacina para o vírus Zika.

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