Inhame, um superalimento – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Inhame, um superalimento

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Ele não usa capa, raios UV e muito menos voa para salvar a população em perigo. Nem tem a fama do espinafre, que ingerido pelo personagem Popeye, conferia grandes poderes ao marinheiro da animação. Mas o inhame pode ser considerado um superalimento. Iguaria presente em boa parte das mesas dos brasileiros, possui em sua propriedade algumas substâncias que fazem bem para quem o consome, sendo bastante útil para a prevenção e o combate de muitas doenças.

“Parente” da batata e da macaxeira, poucos sabem que o inhame é originário da África e foi trazido para o Brasil na época da colonização pelos portugueses. Chegando aqui, caiu no paladar dos brasileiros e passou a ser considerado um produto regional, pois se desenvolveu bem no solo nordestino. Atualmente existem mais de 600 espécies, sendo apenas algumas consideradas comestíveis, como o inhame-branco.

A nutricionista do Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira)Ligia Barros explica que além de ser saboroso quando acompanhado com outros alimentos, o inhame é rico nos chamados “carboidratos complexos”. Esse grupo de alimentos possui baixo índice glicêmico que garante um bom aporte de energia, sem, no entanto, aumentar em demasiado a taxa de glicose no sangue. “É um alimento com teor de calorias reduzido e pode auxiliar no planejamento alimentar de algumas pessoas que se beneficiem desse fato para perda de peso”, explica a nutricionista.

Isso porque, o tubérculo garante uma boa quantidade de fibras auxiliando na manutenção da glicemia (nível de açúcar no sangue), no bom funcionamento intestinal, no controle dos lipídeos (gorduras) circulantes na corrente sanguínea e, assim, consequentemente, ajuda o indivíduo a se manter saciado por mais tempo.

Mas, seus “poderes” não param por aí. O alimento ainda possui um bom teor de cálcio e fósforo, que ajuda na manutenção da saúde óssea e também contém um excelente teor de potássio, que auxilia no funcionamento do sistema cardíaco e na melhora dos níveis de pressão arterial.

Suas propriedades vão mais além. Também dispõe de um bom teor de vitamina C e zinco, fortalecendo o sistema imunológico e fazendo com o que o corpo melhore as defesas do organismo. A nutricionista explica que o inhame também é fonte de vitamina do complexo B, em especial a Tiamina (B1), que auxilia na manutenção de uma boa saúde mental. Ele também pode ser fonte de diosgenina, um fito-hormônio que pode auxiliar no combate dos sintomas da menopausa e da TPM.

Ao contrário de outros alimentos que têm algumas contraindicações, o inhame pode ser utilizado desde na dieta de bebês que iniciaram a alimentação complementar ao peito, quanto de idosos. “A quantidade vai depender do planejamento dietético do nutricionista para cada pessoa”, orienta Ligia. Mas, por ser uma fonte de carboidratos, pode ser calórico, logo o ideal é consumi-lo em baixa quantidade, com uma porção ao dia, seja cozido, assado ou feito no vapor. Ainda é possível experimentá-lo no formato de purê, sopas e acompanhado de carnes e/ou ovos, o que garante um bom aporte de carboidrato e proteína.
Embora seja comum encontrar outras funções do tubérculo além da alimentar, como compressa de inhame cru no combate de inflamações e abscesso, não existe comprovação científica de que estas práticas realmente funcionam. “Não podemos receitar aos pacientes outras finalidades do alimento, a única garantia que temos é que ele auxilia no tratamento e na prevenção de algumas doenças”, ressalta Ligia.

A nutricionista ainda alerta que mesmo sendo um alimento rico em nutrientes, de baixo custo e acessível à população, o inhame deve ser consumido tendo a consciência de que não existe alimento milagroso para o processo de emagrecimento, bem como para as doenças. “Porém, uma boa alimentação desempenha um papel fundamental no bom funcionamento do nosso organismo e só traz benefícios para o dia a dia”, aconselha.

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