O contexto da crescente Pandemia do COVID-19 assola o mundo, e que no Brasil, conforme a Ministério da Saúde, ainda não atingiu o seu pico maior de crescimento, como nos casos da Itália e Espanha, entretanto, desencadeia diferentes impactos negativos nas diversas regiões do Brasil. As decisões políticas e gerenciais são diferentes em cada Estado, estando atrelada ao entendimento que o governo tem, bem como a quantidade de leitos hospitalares adequados, ao número de pessoas infectadas e os casos de letalidade. Em Recife, foi adotado o distanciamento social e a não atividade do comércio e serviços, permitindo-se apenas algumas atividades essenciais.
No quesito de prevenção à saúde, estas são medidas efetivamente necessárias, porém, há um impacto na sustentabilidade econômica das organizações e no desenvolvimento da região. Neste sentido, muitas empresas desenvolveram estratégias inovadoras para se manter no mercado, como por exemplo, os restaurantes e supermercados, que não ofereciam serviços de tele entrega, bem como as empresas de venda de artigos de vestuário, as quais estão utilizando intensamente as redes sociais para comercializar seus produtos. Outras empresas e microempreendedores inovaram e passaram a produzir máscaras com tecido de algodão, tricoline e TNT. Estas estratégias de inovação organizacional e de produto, embora não sejam inovações radicais (disruptivas), atendem as necessidades das pessoas, principalmente das que fazem parte dos grupos de risco.
Perante a problemática do COVID-19, as organizações estão realizando estratégias deliberas e emergentes, contudo, muitas empresas não sabem qual estratégia adotar frente a situação atual. Em alguns meses a situação deverá voltar vagarosamente a normalidade. Consoante isso, as empresas podem utilizar este tempo de restrições para fazer o planejamento estratégico de retomada das atividades.
Neste contexto, as empresas devem considerar que o comportamento do consumidor mudará, pois uma situação de Pandemia e isolamento, por um longo período, influenciará nos hábitos de consumo de produtos e serviços. O que se percebe hoje, é que as pessoas conseguem viver com menos, e a lealdade às marcas pode ficar comprometida. Neste momento é importante que as empresas utilizem estratégias de comunicação, para manter às simbologias inerentes aos produtos, e à manutenção de sua identidade.
Diante do cenário do COVID-19, novos produtos e serviços emergem nas estratégias não lineares e inovadoras que visam a vantagem competitiva organizacional. Consoante isso, a estratégia de negócios determina essencialmente o produto ou serviço, o domínio de mercado, a tecnologia e a estrutura organizacional de uma empresa, influencia a complexidade operacional, a incerteza ambiental e a assimetria de informações.
Este é o momento das organizações planejarem as novas estratégias para a retomada de atividades, com o uso de diversas ferramentas, tais como, o Planejamento Estratégico, por meio do Balanced Scorecard (BSC) e a Gestão de Projetos, pois tratam-se de práticas utilizadas por grandes e pequenas empresas, para se manterem no mercado e obterem vantagem competitiva sustentável.
Eliana Andréa Severo, pós-doutora em Administração e professora do Mestrado profissional do Centro Universitário UniFBV (eliana.severo@unifbv.edu.br)