Rio Tejipió: entre águas, sonhos e pesadelos – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Rio Tejipió: entre águas, sonhos e pesadelos

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Série "3 Rios, 3 Comunidades, 3 Desafios" apresenta os problemas ambientais e sociais que se entrelaçam na Região Metropolitana do Recife. A produção é apoiada pelo Programa Acelerando a Transformação Digital, desenvolvido pelo International Center for Journalism (ICFJ) e Meta, em parceria com associações brasileiras de mídia. Na reportagem desta edição destacamos o Rio Tejipió.

*Reportagem: Rafael Dantas
*Fotos: Thally Santos | Instituto Solidade

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Poluído e com suas margens densamente povoadas, o Tejipió repete a história dos muitos rios urbanos que cortam as grandes cidades brasileiras. As populações vizinhas às suas águas têm uma vida quase anfíbia, adaptadas às enchentes que há décadas assolam durante o inverno esse território que um dia se tornou lar. Nos últimos anos, no entanto, a agressividade das cheias assustou. Intensidade e frequências maiores são sintomas de uma dura sintonia com as mudanças climáticas. Um cenário de muita tensão que terá nos próximos anos a chance de ser enfrentado com muitos investimentos que foram captados pelo poder público. Enquanto ainda não enxergam os projetos e as obras, a ansiedade permanece nas comunidades ribeirinhas e além delas.

Carla Suzart, 46 anos, mora exatamente ao lado do Rio Tejipió há quase 29 anos. Ela vivia com quatro irmãos e um filho no bairro de Areias, quando sua mãe faleceu. Com os poucos recursos que conseguiu com o pai, comprou o espaço, no bairro de Coqueiral, onde vive desde então. “Quando minha mãe faleceu, eu fiquei desesperada. Disse ao meu pai que precisava de uma casa. Ele mandou uma quantia de dinheiro que não dava para comprar lá. Aqui era o canto mais barato que encontrei. Ou eu comprava ou ficava sem casa. Precisava de uma base para recomeçar a vida”.

Ela já sabia que o lugar era vulnerável à subida do rio. Mas, mesmo assim, surpreendeu-se no primeiro inverno. “Foi desesperador. Sabia que enchia, mas não tinha noção na altura. Perdi tudo. Só deu tempo de enrolar meu filho e correr. Quando voltei para buscar as outras pessoas, a água já estava na metade da casa”.

Com os anos de convívio com as enchentes, Carla aprendeu com a experiência. Ela conta que eram seis meses de casa arrumada e seis meses com os móveis todos suspensos em cavaletes, bancos ou no que pudesse prender nas paredes. Todos os cômodos da sua casa têm janela voltada para observar o nível das águas que, por muitos anos, invadiram sua residência. Com muita luta, ela conseguiu com aterramento subir em um metro o primeiro piso da moradia. “Pensei que iria ter sossego. Amenizou um bocado. Foi muito sacrifício. Refiz a casa umas duas vezes”

Mesmo tendo uma casa muito elevada e adaptada, com sofá, cama, guarda-roupas, raque, construídos de alvenaria e cerâmica, a força das águas levou Carla e sua família a deixarem o lar às pressas mais uma vez. As intensas tempestades do ano passado foram as piores dos seus quase 30 anos em Coqueiral, a comunidade mais afetada.

“Tem um nível da ponte que quando a água atinge eu já saio. Deixo todas as coisas aí e vou para casa da minha cunhada. Fica uma agonia porque ficam os animais e a vida da gente aqui. Mas a minha vida e a da minha família estão em primeiro lugar. Pra gente vale mais isso. Aqui está a história e a vida da gente”, conta a moradora. Ao atravessar a ponte e seguir a sua rota de fuga, a água estava na cintura. Para ter esse monitoramento, ela afirma que se reveza com o marido: durante a noite nos períodos chuvosos, enquanto um dorme, o outro observa a subida da altura das águas.

Mesmo morando a uns 300 metros do Rio Tejipió, Fabiana Chagas, 40 anos, correu risco de vida nas cheias do ano passado. Sem estar tão acostumada com a chegada das águas com tanta força, como ocorre nas residências dos moradores ribeirinhos, ela perdeu praticamente tudo no ano passado. Fabiana mora há 40 anos no mesmo local, também em Coqueiral. A família está nessa habitação há quase um século. Ela guarda uma lembrança saudosa da sua infância, de um convívio agradável com o rio.

“Minha lembrança do rio começa com 12 ou 13 anos. Lembro das lavadeiras do Rio Tejipió. Elas ganhavam dinheiro lavando roupa, era um rio muito limpo. São aí 25 anos ou 27 anos para, de repente, ele ser destruído tão rapidamente e virar uma ameaça pra gente. É um período muito curto. Não tem a ver só com a questão climática, mas com a postura humana, de jogar lixo, de invadir a margem, mas também de saneamento básico. Tem a ver com moradia”, analisa Fabiana.

A primeira enchente que ela lembra no bairro faz pouco mais de 20 anos, mas não passou perto da sua casa. Porém, os problemas das cheias começaram a se aproximar cada vez mais, até se tornarem recorrentes. Ela conta que se não tivesse casa própria, já teria deixado o local pelo trauma da enchente de 2022.

“Ano passado, quando a água chegou aqui, sabíamos que ao redor estava uma situação de guerra. Foi algo sobrenatural, muito rápido. Houve uma elevação de 50 centímetros em uma hora. Todo mundo se apavorou e quis somente sair de casa. Ficamos sem energia, sem 4G, o bombeiro disse que não poderia entrar nessa rua por causa das ondas formadas pelo rio que eram perigosas”, conta a moradora, que saiu de casa amarrada em cordas para não ser levada pelas águas.

As águas se foram, mas o medo de novos episódios permaneceu. O filho de Fabiana, John Chagas, de 12 anos, não quer ir para a escola quando começa a chover mais forte. A mãe conta que o adolescente foi diagnosticado com Síndrome do Pânico, estresse pós-traumático e ansiedade. Ele, que chega a vomitar com o nível de estresse elevado, foi uma das crianças que quase morreu no resgate, atingido por uma manilha que rolou na força das águas.

Se os danos materiais são visíveis e contáveis, os danos psicológicos não são. Os traumas do filho de Fabiana e a dificuldade de dormir no inverno da família de Carla são heranças dessas tragédias sociais e familiares. Carla diz que até os seus animais de estimação ficam agitados quando veem as águas chegando nos degraus.

Se antigamente os moradores sabiam os meses em que as chuvas chegavam de forma mais violenta, agora não há um período previsto. Mesmo na primavera há episódios de enchentes, segundo Fabiana. “Está tudo muito irregular. O calor excessivo. Deve ter outras questões climáticas interferindo na temperatura. Já tivemos mínimas também muito baixas em fevereiro. Onde não é costume também. É muito diferente de tudo o que estamos acostumados”.

FATORES MÚLTIPLOS NA ORIGEM

A realidade e as vivências traumáticas das famílias de Carla, Fabiana e de tantos moradores de Coqueiral e de outras comunidades ribeirinhas do Rio Tejipió são fruto de um longo processo de desequilíbrios socioambientais, mas também de fenômenos recentes. As variações da temperatura e do comportamento das chuvas e das correntes de água, percebidas pelas moradoras, têm conexão com as mudanças climáticas que assombram o mundo, na análise do geógrafo, engenheiro civil e doutorando em Desenvolvimento Urbano, Deyglis Fragoso.

“A Bacia do Tejipió é muito complexa. Nós temos ali ocupações que foram formadas ao longo do tempo e a fixação de distritos industriais que estão também nas margens desse rio. São dois tipos de ocupações completamente distintas que ocasionam, na verdade, uma série de consequências ambientais de impactos de naturezas completamente divergentes: o processo fabril e o consequente adensamento das populações que foram desassistidas durante muito tempo”, explica o geógrafo.

Além do desenvolvimento industrial, ocorrido a partir da década de 1970, o pesquisador aponta que a região recebeu, nos anos 80, também o Metrô do Recife, outro fator que estimula a chegada de mais residências no seu entorno. “Ocorreu uma diminuição da margem do rio, seja por assoreamento, pela pavimentação ou pelos seus diversos usos, residenciais, industriais ou de serviços. É uma densidade construtiva muito elevada”.

A ocupação intensa também dos morros vizinhos à bacia, associado ao recente fenômeno de maior intensidade das chuvas, contribui para as calamidades que são repetidas nessa região da cidade. “O aumento do índice pluviométrico e da densidade da população nessas áreas vizinhas de morro faz com que se dificulte o processo de infiltração da água. O contrário da infiltração é o escoamento. Então, ele arrasta a água com velocidade e não tem para onde escoar. Ela termina fixando-se naquele local mais baixo e vai ocupando o que originalmente seria a sua calha. Essa vazão forte acaba afetando diretamente as casas ribeirinhas, que sofrem esse impacto, do médio rio e do baixo rio, onde se concentra a maior densidade de volume de água”, explica Deyglis.

RIO LIMPO, CIDADE SAUDÁVEL

Apesar do descarte irregular de lixo no Tejipió permanecer como um problema, tanto os moradores como o especialista já identificam que há uma mudança do comportamento da população. O processo de conscientização começou com os vizinhos imediatos ao rio (que sempre sofreram na pele com as cheias) e com as organizações comunitárias que atuam na região. Porém, como as enchentes hoje atingem um contingente muito maior de moradores, seja pelas campanhas educacionais ou pela dor da perda de seus bens, há um processo de transição para um comportamento mais responsável sobre o destino dos resíduos sólidos.

Diante das inundações de Coqueiral e dos bairros vizinhos, um dos locais de recepção para as famílias desabrigadas é o Instituto Solidare, que atua em parceria com a Igreja Batista em Coqueiral. Além de ser um local de acolhimento temporário e de doações para as famílias afetadas, foi criado em 2016 o projeto Rio Limpo, Cidade Saudável para atuar de forma institucional, tanto com educação socioambiental, como de forma política também.

“Realizamos uma série de atividades, como gincanas e oficinas com escolas locais e igrejas, entendendo que esses são os sujeitos mais capilarizados nos territórios, pois têm grande alcance junto às famílias. Também promovemos conferências de escuta comunitária em cinco bairros da região, onde coletamos as dores, os amores e as propostas que as pessoas tinham em relação ao Rio Tejipió. Tudo o que ouvimos foi compilado e realizamos uma conferência para eleger as propostas que a gente iria submeter aos agentes públicos de Jaboatão e do Recife. Anexamos um abaixo-assinado com quase 14 mil assinaturas e protocolamos nas duas prefeituras em 2017. Isso para abrir um processo de diálogo e para mostrar que estava se construindo uma força coletiva local”, explica Géssica Dias, que é coordenadora do projeto.

Desse esforço de ouvir e conectar diversos atores no território afetado pelas inundações, nasceu o Fórum Popular do Rio Tejipió em 2020. A sociedade civil organizada nessa estrutura passou a formular requerimentos ao poder público e participar das audiências públicas para discutir os recursos destinados à bacia. “Estamos pleiteando investimentos em saneamento ambiental e o alargamento do rio para ter a vazão que necessita. Mas, esse alargamento vai ser provocativo de algumas remoções, mas a gente solicita também que não tire esse sujeito do seu território, para que eles mantenham a sociabilidade.

Além disso, estamos pleiteando a implantação de equipamentos de lazer nas margens do rio para evitar ocupações dessas margens e proporcionar lazer à população local. Queremos que as comunidades afetadas participem ativamente do processo e que o uso desses recursos seja transparente e eficaz”, afirma Géssica. Além dessa atuação, o Instituto Solidare tem uma atuação reconhecida na região com o acolhimento de famílias desabrigadas nos períodos de enchentes e até de resgate. Em 2022, quando nem os bombeiros conseguiram acessar alguns lugares que ainda tinham moradores, uma brigada de voluntários da instituição, com botes próprios, resgatou várias pessoas em situação de risco (foto abaixo).

OPORTUNIDADE PARA MUDANÇA DO CENÁRIO

Junto com a catástrofe do ano passado, nasceu dentro do poder público o ProMorar Recife (Programa de Requalificação e Resiliência Urbana em Áreas de Vulnerabilidade Socioambiental). A iniciativa da Prefeitura do Recife, onde está o maior percurso do Rio Tejipió, não é exclusiva para a região, mas deve destinar a maior parte dos seus esforços para a bacia do rio. O poder municipal anunciou um investimento na ordem de R$ 2 bilhões, sendo a maioria captados via BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), com o objetivo de beneficiar 40 comunidades na capital.

Os investimentos preveem a construção de contenção de encostas, a macrodrenagem da Bacia do Rio Tejipió, além de obras de urbanização de comunidades de interesse social, entre outras ações. Diante da gravidade dos problemas sociais, do montante de recursos levantados e das intervenções no território que estão no horizonte, há uma imensa ansiedade das populações locais para conhecer mais do projeto, fazer sugestões e vê-lo sair do papel.

“Sabemos da ansiedade, inclusive entendemos. As perguntas são muito sobre reassentamentos. Afinal de contas, falamos da moradia, que são os bens mais preciosos dessas famílias. Mas precisamos concluir o estudo [que vai indicar as soluções para a Bacia do Tejipió]. É importante explicar o que está acontecendo, o problema que gera os alagamentos e o que faremos para resolver”, afirma Beatriz Menezes, secretária do Promorar Recife. Ela prevê que a pesquisa, que está mobilizando técnicos holandeses e brasileiros, seja apresentada em janeiro para a população recifense. Na primeira etapa foram realizadas reuniões para apresentação do programa às comunidades, dentro da metodologia participativa proposta pelo Promorar.

A percepção da secretária está na comunidade. Embora o medo das águas faça algumas famílias desejarem uma mudança, muitos moradores não gostariam de deixar os lares onde construíram suas vidas, como é o caso de Carla Suzart. “Para mim está sendo agoniante. A história da gente está aqui. Apesar dos altos e baixos, é uma comunidade próxima de tudo. O desespero nosso é: vai tirar a gente daqui e vai colocar onde? Longe de tudo? Nós sofremos com a chuva, mas é naquele dia. Parou de chover, a gente volta e tem o lar da gente”.

Mesmo sem o estudo concluído, a secretária indicou algumas diretrizes. Uma delas é atuar no território de forma a promover a menor quantidade possível de reassentamentos das famílias. “É um problema complexo e a comunidade sabe. A população está consciente de que haverá reassentamentos, mas estamos pensando em novas soluções, não apenas a construção de novas unidades habitacionais ou de indenização”, disse Beatriz.

Uma solução mencionada pela secretária é a compra assistida, em que o morador poderá identificar uma outra casa sendo vendida na comunidade, em um local onde não alaga. O poder municipal avalia, adquire a casa e inscreve no nome do morador que precisa ser reassentado. A outra alternativa sendo construída é o reassentamento por permuta. Nesse modelo, os moradores que precisam ser reassentados, mas não pretendem sair, poderiam trocar de imóvel com outra família que deseja se mudar do bairro. Dessa forma seriam atendidos os dois interesses.

Um estudo antigo da região, por exemplo, indicava a necessidade de reassentamento de seis mil famílias. Mas a previsão é de deslocar um quantitativo bem menor de pessoas. “Reassentar seis mil pessoas não é viável socialmente. O objetivo foi reduzir ao máximo a quantidade de reassentamentos. No momento que a prefeitura apresentar o projeto, as pessoas precisam ter a certeza e a comprovação de que elas realmente precisam sair. Mas conseguimos reduzir muito. Não é possível garantir que nenhuma gota de água vai entrar mais nas casas. Mas os resultados são muito otimistas para melhorar a qualidade de vida da população”, afirma Beatriz.

Uma das reclamações dos moradores, a ausência de sirenes de emergência, por exemplo, que indicassem o momento de deixar as casas em situações de elevação do rio, está previsto no projeto, dentro do componente de fortalecimento institucional. O ProMorar deve ter como um dos seus resultados a construção de um sistema de monitoramento de riscos da cidade. “Alagamentos não vão parar de ocorrer, mas em menor quantidade. Os especialistas falaram que a quantidade de chuvas que tivemos no ano passado, nenhuma cidade no mundo estaria apta a conseguir escoar. Daí, a necessidade de inserir sistema de monitoramento de riscos, traçar rotas de fuga e o mapeamento dos abrigos”, conta a gestora municipal.

Deyglis Fragoso considera que da mesma forma que as causas das históricas enchentes são múltiplas, as soluções também são complexas. Vão desde o clássico, que é aumentar a drenagem, com a retirada de resíduos do leito do rio e promover a desapropriação de moradias para aumentar a vazão das águas, até o uso de um conjunto de tecnologias sociais, que poderiam armazenar o volume das chuvas, evitando descerem as partes mais baixas. “É preciso ter sensibilidade social. Algumas alternativas não são fáceis, pois têm grande impacto social, devido à relação que as pessoas têm com o território. Em alguns casos, quando apenas se realocam pessoas, depois elas voltam novamente”.

Sobre as tecnologias sociais, ele elenca técnicas de coleta e armazenamento de águas das chuvas, como com cisternas, que poderiam ser instaladas nas residências dos morros e ser, inclusive, usadas pelas famílias. Um conjunto de milhares de residências equipadas teriam um impacto relevante, na análise do especialista.

Além disso, Deyglis destaca a necessidade de refletir sobre a macroestrutura da cidade. “Não adianta cuidar do Beberibe e não cuidar do Tejipió ou do Capibaribe. As bacias que compõem a região metropolitana precisam ser vistas da mesma forma e com o mesmo grau de urgência para que as intervenções possam surtir efeito para o estuário, que seria o deslocamento de todo esse volume de água para o oceano”.

Muitas outras propostas e preocupações estão nas falas de quem conhece o cotidiano do rio. Além da escuta dos especialistas, o acompanhamento e a participação intensiva da sociedade, que é a protagonista do território, são ingredientes fundamentais para não se repetirem frustrações de outros grandes investimentos do passado. Todos os lados estão cientes disso. Enquanto as obras não começam, vão passando por essas águas sentimento do medo ao otimismo. De desconfiança à esperança. Mas existe uma oportunidade de reescrever essa história.

Nos próximos meses, a série de reportagens "3 Rios, 3 Comunidades, 3 Desafios" navegará pelas águas do Tejipió e do Capibaribe, nos seus percursos metropolitanos, em busca das vozes das populações ribeirinhas quase invisíveis e do debate das soluções para problemas históricos e contemporâneos.

*Rafael Dantas é jornalista, doutorando em comunicação pela UFPE e repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)


SÉRIE “3 RIOS, 3 COMUNIDADES, 3 DESAFIOS”

Rio Beberibe: águas que alcançam os invisíveis

Rio Tejipió: entre águas, sonhos e pesadelos

Rio Capibaribe: dos versos, das vítimas e da visão de futuro

https://algomais.com/rio-capibaribe/

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