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Partículas de amido de milho e óleo de tomilho combate aedes aegypti

Karina Toledo  – O amido de milho, uma matéria-prima abundante, barata e biodegradável, foi a base usada por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para o desenvolvimento de partículas capazes de armazenar e liberar controladamente compostos ativos letais para as larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika, febre amarela e chikungunya. A metodologia teve a patente requerida por meio da Agência de Inovação da Unicamp (Inova) e foi descrita em artigo na revista Industrial Crops and Products. No trabalho, apoiado pela FAPESP e coordenado por Ana Silvia Prata, professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA-Unicamp), foi testado o óleo essencial de tomilho como agente larvicida. Esse óleo também é biodegradável e, na concentração usada na pesquisa, não oferece riscos à saúde humana. “Conseguimos obter uma partícula que se comporta exatamente como os ovos do Aedes. Enquanto o ambiente está seco, ela se mantém inerte e conserva o agente ativo protegido. A partir do momento em que entra em contato com a água, começa a inchar para permitir a liberação do larvicida. Após três dias, período em que os ovos eclodem e tem início a fase larval, a partícula passa a liberar quantidades letais do princípio ativo na água”, disse Prata. A ideia do projeto foi desenvolver um sistema de liberação controlada de larvicida para pequenos volumes hídricos, como vasos de planta, pneus, garrafas e entulhos diversos que podem virar criadouro do mosquito no ambiente urbano. Segundo Prata, as autoridades sanitárias têm se preocupado em tratar com larvicidas caixas d’água e outros grandes reservatórios, mas estudos epidemiológicos indicam que 50% dos focos do Aedes estão em pequenas poças. “Como o custo é baixo, o governo poderia produzir essas partículas e distribuí-las para a população, para que fossem espalhadas em locais da residência com potencial para acumular água da chuva, como medida complementar à conscientização da população e da luta contra a dengue”, disse. Resultados dos testes feitos na Unicamp indicam que as partículas poderiam se manter funcionais durante aproximadamente cinco ciclos de chuvas. Após o primeiro contato com a água elas liberam apenas 20% do óleo de tomilho. “Fizemos o teste de deixar o material secar para depois reidratá-lo e observamos que as partículas voltam a liberar o agente larvicida normalmente”, contou Prata. Ainda segundo a pesquisadora, o principal composto ativo encontrado no óleo de tomilho – o timol – impediu a proliferação de microrganismos no recipiente contendo a água, evitando que as partículas estragassem rapidamente depois de molhadas. Método de produção O ciclo de vida do Aedes aegypti é formado por quatro etapas: ovo, larva, pupa e mosquito adulto. O período total de desenvolvimento pode variar de cinco a 10 dias, tornando-se mais curto à medida que a temperatura aumenta. A fase larval, na qual o inseto está confinado no ambiente aquático, é considerada a mais estratégica para as ações de combate. “Com base nessas informações, começamos a pensar em como deveria ser a partícula. Um de nossos colaboradores – Johan Ubbink [California Polytechnic State University, Estados Unidos] – sugeriu produzi-la por uma técnica conhecida como extrusão, a mesma usada na fabricação de salgadinhos de milho”, disse Prata. O método consiste em forçar a passagem da massa de amido úmida e aquecida por um pequeno buraco. Normalmente, a ação da temperatura e da pressão exercida por uma rosca faz com que o material se expanda após a passagem pelo orifício. “Adaptamos o processo, adotando uma temperatura mais branda e uma rotação de rosca mais suave, para que não ocorresse a expansão do material. Caso contrário, a partícula amoleceria rapidamente ao entrar em contato com a água, liberando o princípio ativo todo de uma vez”, disse Prata. Outro desafio do grupo foi encontrar a composição adequada da matéria-prima. Como explicou a pesquisadora, o amido – seja ele de trigo, milho ou qualquer outra fonte – é composto fundamentalmente por frações variáveis de amilose e amilopectina. A quantidade de cada um desses componentes determina características como viscosidade e estrutura (capacidade de não se desfazer em contato com a água). “Testamos formulações que tinham de 1,8% até 76% de amilose. E avaliamos, em cada caso, qual era o comportamento de lixiviação [o quão rápido a partícula se desfaz] e de inchamento no meio aquático”, disse Prata. Ao mesmo tempo em que avaliavam esses dois aspectos da partícula, dosando a quantidade de óleo de tomilho liberada em função do tempo de contato com a água, os pesquisadores também observavam a atividade larvicida do composto ativo. O teste consistiu em medir a concentração necessária para matar 99% das larvas – parâmetro conhecido com CL99. “O CL99 do óleo de tomilho não encapsulado é de aproximadamente 70 microgramas por mililitro [µg/ml]. Quando colocamos esse composto dentro da partícula, o valor diminui para 31 µg/ml, ou seja, nosso sistema de liberação controlada aumentou a ação larvicida”, disse a pesquisadora. Ainda assim, o CL99 do composto natural permaneceu bem mais baixo que o de agentes sintéticos, como o temefós. A vantagem, segundo Prata, é que por ter uma composição química complexa, com outras moléculas ativas além do timol, é mais difícil para o inseto desenvolver resistência. O grupo também testou como larvicida o extrato de jambu. O resultado foi similar ao observado com o tomilho, porém, o custo foi cerca de 15 vezes maior. “O óleo essencial de tomilho é um material altamente disponível, vendido comercialmente e representa apenas 5% da composição da partícula – os outros 95% são amido de milho, que é muito barato. Por isso consideramos a técnica facilmente escalonável”, disse a professora da FEA-Unicamp. O grupo da FEA-Unicamp avalia, no momento, a possibilidade de usar as mesmas partículas para encapsular bactérias fixadoras de nitrogênio, que auxiliam no crescimento de plantas. O material poderia, em tese, reduzir a quantidade de fertilizantes usados na agricultura. “Essa é uma teoria que pretendemos testar em um futuro projeto”, disse Prata. O artigo Improved activity of thyme essential oil (Thymus vulgaris) against Aedes aegypti larvae using a biodegradable controlled release system, de

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Jovens de 20 a 30 anos, Millenials fazem aplicação de botox para prevenir rugas que nem apareceram

Há uma ambivalência no mundo da beleza. Enquanto revistas referência no assunto, como Allure, decretam o fim do anti-aging – reafirmando a real necessidade de se sentir bem com o envelhecimento (que acima de tudo é cronológico), de outro lado, jovens de 20 a 30 anos, os Millenials, estão cada vez mais “escravos da aparência” e buscam, mais cedo do que deveriam, técnicas de preenchimento e aplicação de toxina botulínica para prevenir sinais de envelhecimento como rugas – que ainda estão longe de aparecer. “Para estes jovens de 20 a 30 anos, que têm um alto senso de perfeccionismo, há uma necessidade premente de ter uma carreira bem-sucedida, bem como um relacionamento maravilhoso, além de parecer sempre jovem”, explica o dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Criou-se até um termo para procedimentos requeridos pelos ‘adiantados’: o prejuvenescimento. “Um dos aspectos mais influentes para esta opção preventiva é o crescente interesse no Instagram. Os Millenials, como conectados que são por natureza, tiram fotos de si mesmos quase que automaticamente. A impressão que se tem é que a aparência é sempre mais importante para este grupo de pessoas, pois o julgamento perfeccionista chega bem antes que os efeitos da idade”, afirma. O médico Dr. Jardis cita pesquisa do professor da Universidade de Columbia Britânica, Dr. Paul Hewitt, que se aprofundou no assunto e, depois de estudar o perfeccionismo nos últimos 30 anos, revelou que a autocrítica nos Millenials é absolutamente implacável, o que pode levar à depressão ou anorexia, por exemplo. “Com foco no perfeccionismo, o limite passa a ser o fio da navalha. Quando há exagero, como ocorre em qualquer idade, e isto não é privilégio dos Millenials, a prevenção pode ser traiçoeira. Algumas mulheres jovens não buscam somente a harmonia facial, o mais provável procedimento nesta faixa etária, mas sim resultados mais evidentes, como uma boca carnuda ou maçãs do rosto salientes, o que se traduz entre muitos Millenials, na tão aspirada ‘cara de rica’, uma questão de status e não de estética”, comenta o dermatologista. Nos Estados Unidos, pesquisas recentes detectaram a intenção de utilização de toxina botulínica de duas a três vezes por ano pelos jovens desta faixa. Aqui no Brasil, estima-se que o crescimento em número de procedimentos dermatológicos realizados entre os pacientes de 20 a 29 anos chegou a 30%. Esse novo paciente ‘adiantado’ explica também o aumento acentuado dos procedimentos não invasivos, como reforça o Censo 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP): nos últimos dois anos, a procura por procedimentos estéticos não cirúrgicos aumentou 390%, enquanto as cirurgias para fins estéticos cresceram apenas 8%. À medida em que há excesso, a preocupação passa a ser com os efeitos a longo prazo. Estes procedimentos mais praticados, como o uso de toxina botulínica e preenchimentos, podem trazer efeitos adversos ao longo do tempo. Um estudo alemão publicado no Journal of Neural Transmission destaca que um em cada 200 usuários regulares da toxina botulínica desenvolveu anticorpos contra a substância. E isso também tem a ver com a reaplicação constante e sem necessidade, conforme explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery. Além disso, é necessário procurar um profissional experiente: “Uma subdose da toxina botulínica pode deixar o efeito menos duradouro e, nesse caso, o paciente pode precisar de outra aplicação mais rápido. Isso pode sensibilizar o organismo, que pode produzir anticorpos contra a toxina de forma que ela não terá mais efeito”, acrescenta. A aplicação em músculos errados e em doses não compatíveis também estão entre os principais motivos do surgimento de anticorpos contra a toxina botulínica. Esse movimento prejuvenescedor revela o medo do envelhecer. Mas envelhecer também é bom. Algumas comunidades na Ásia, por exemplo encaram seus idosos com respeito, são símbolos de sabedoria, consultores, e suas rugas são motivo de orgulho. “No mundo ocidental, a beleza é sinônimo de juventude, as capas de revista estampam jovens, rostos sem qualquer sombra de rugas, mulheres magras, maquiadas e sem falar no Photoshop. Culote, barriga chapada, rugas, tudo é doença, tem que ser tratado a qualquer custo. E antes do verão. E depois do verão? E depois da gravidez, o corpo mudou, e agora? E depois do 50 anos?”, questiona. Há sempre uma frustração, inexoravelmente o corpo muda, as rugas aparecem, o rosto não é o mesmo dos 15 anos. “Mas a vida também não é a mesma. Trabalho, filhos, contas para pagar, nada disso existia aos 18 anos. Tudo mudou. A responsabilidade aumentou e a sabedoria também. A ação dos músculos que se contraíram em cada sorriso, ao longo de todos estes anos, obviamente vai marcar a pele e produzir rugas. Ainda bem, pois a melhor e mais eficaz maneira de não ter rugas é não sorrir, não chorar, não se surpreender. Não viver”, completa. A Dra. Beatriz argumenta que até mesmo as cirurgias plásticas evoluem no sentido de dar uma aparência mais natural às pessoas. Mas essa é uma preocupação que devemos ter apenas quando os sinais do envelhecimento aparecerem. Técnicas novas de aplicação de preenchimentos como ácido hialurônico restauram a estrutura da face, compensando as perdas ósseas e de volume que a face sofre com o envelhecimento e obtendo um efeito lifting. “A melhor prevenção é uma rotina de cuidados com a pele, não adiantar um tratamento sem necessidade e que pode ser preciso somente na terceira idade”, finaliza o dermatologista Dr. Jardis Volpe.

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Por que jovens podem ter cabelos brancos?

Apesar de ser mais comum após os 40 anos, não é raro encontrar jovens que contam com alguns fios brancos no cabelo. Por que isso ocorre exatamente? “Normalmente eles surgem após os 30 anos e em decorrência de fatores genéticos, formação de radicais livres, períodos de maior stress físico e emocional, mas às vezes estão presentes até mesmo ao nascimento por doenças genéticas. O bulbo apresenta um número limitado de melanócitos, células capazes de produzir a cor (melanina), quando este estoque termina, aquele bulbo irá produzir apenas fios brancos”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia. “Esse processo, conhecido como canície capilar, pode ocorrer de forma precoce antes dos 20 anos de idade. Quando isso acontece, é importante procurar um dermatologista para exame e diagnóstico. Pode ser apenas uma forma familiar (genética) de canície familiar ou estar relacionada a déficits nutricionais (como de vitamina B12) ou patologias (vitiligo, alopecia areata, alterações da tireóide). A forma familiar precoce não tem nenhuma gravidade ou significado clínico”, acrescenta a Dra. Paola Pomerantzeff, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Segundo a Dra. Paola, a canície é pré-determinada geneticamente, tanto seu início (com quantos anos se iniciará) quanto seu tempo de progressão (em quanto tempo a pessoa estará com todos os fios de cabelos brancos). Mas o estresse oxidativo também está envolvido no processo, segundo a Dra. Claudia: “As células produtoras da melanina são danificadas pelo estresse oxidativo acumulado ao longo dos anos e, também, o empacotamento e migração do pigmento para dentro do fio não ocorre com eficácia. O resultado é o surgimento dos primeiros fios brancos.” De acordo com a médica, como o estresse oxidativo acelera a canície, o tabagismo e a exposição à poluição devem ser evitados, já que produzem muitos radicais livres. “O estresse é reconhecido como um liberador de mensageiros pró-inflamatórios, o que pode piorar o processo de estresse oxidativo e acelerar o embranquecimento dos fios. Isso acontece em situações de estresse contínuo, por exemplo pessoas que passam por um período de estresse e ansiedade por dois ou três anos, por conta do trabalho e do estilo de vida. Com isso, os cabelos grisalhos aparecem antes do previsto”, diz a Dra. Claudia Marçal. Como o cabelo branco tende a sofrer mais com os efeitos nocivos da radiação UV, além de ser mais ressecado, mais poroso, com mais tendência a ficar amarelado e mais suscetível à ação dos radicais livres, ele exige mais cuidados principalmente com a hidratação e proteção desse fio. Segundo Mika Yamaguchi, farmacêutica e diretora científica da Biotec Dermocosméticos, dois novos ativos são importantes para tratar o fio ressecado: Nano Care Fiber e ProCare AOX. “O primeiro é uma nanoemulsão formada por ativos altamente hidroscópios como o xilitol, que melhora a flexibilidade e maleabilidade do fio, restabelece a hidratação natural, restaura o brilho e reequilibra o balanço hídrico, com a vantagem de trazer resultados imediatos, pois tem alto poder de permeação e difusão na fibra. Já o segundo, tem composição rica em fitoquímicos antioxidantes com permeação intra e intercelular que previnem os danos estruturais causados pelo estresse oxidativo”, afirma Mika. A especialista ainda cita os ativos Hydra.Sil, que protege a hidratação interna do fio, e Liponutrium Hair, que proporciona reparação profunda dos fios. “Por fim, é sempre importante consultar um dermatologista, que poderá indicar fórmulas orais com vitaminas e ativos como Exsynutriment, In.Cell e Bio-Arct para tornar esse cabelo mais forte e resistente”, finaliza a dermatologista Dra. Claudia Marçal.

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Dia dos Pais: Dicas de cuidados com a pele do homem

Os homens estão cada vez mais preocupados com a beleza! A busca por procedimentos estéticos, o cuidado diário com a aparência e, consequentemente, o aumento da venda de cosméticos ligados à pele estão aumentando. Sabendo disso e com a proximidade do dia dos pais, data comemorada no segundo domingo de agosto (11/08), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) separou algumas dicas de cuidado com a pele, cabelos, unhas e barba para todos os tipos de homens, sejam eles esportivos, tradicionais, modernos, barbudos ou geeks. A SBD também aproveita para apontar os procedimentos dermatológicos mais procurados por homens, além das queixas mais comuns desses pacientes. Para diminuir linhas de expressão na testa e perto dos olhos, a aplicação de toxina botulínica é o procedimento estético mais procurado pelo público masculino. O preenchimento com ácido hialurônico é um outro tratamento que os homens realizam para definir o ângulo mandibular e o queixo. Apesar da busca por um rosto desejado, a SBD sugere cuidado e bom senso nas alterações estéticas para evitar exageros. Algumas queixas dermatológicas são frequentes nos consultórios médicos. A calvície masculina (alopecia androgenética), por exemplo, ocorre por predisposição genética associada a componente hormonal e é a cauda mais comum de queda de cabelos nos homens A alopecia areata (em áreas) é uma doença inflamatória que gera queda de cabelo e provoca falhas circulares na barba. A pele oleosa é genética, porém fatores hormonais, o excesso de sol, o estresse e uma dieta rica em alimentos com alto teor de açúcares pioram a situação. Já a ceratoses actínicas, que aparecem nas áreas expostas ao sol, são tumores benignos da pele com potencial de transformação para um tipo de câncer (carcinoma espinocelular). “Os cuidados diários e os procedimentos estéticos mantêm uma boa aparência da pele, cabelos, unhas e barbas, porém também previnem as doenças dermatológicas”, afirma a Dra. Alessandra Remiti, Coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Confira abaixo as dicas da SBD de cuidados rotineiros para ter uma pele com aspecto bonito e, acima de tudo, saudável: Pele Lavar o rosto com água fria e sabonete apropriado para o rosto duas vezes ao dia. Aplicar hidratante na pele do corpo após o banho. E na face, especialmente para os que possuem pele seca. Visitar o dermatologista pelo menos uma vez por ano, para cuidados rotineiros, diagnóstico de lesões pré-malignas e malignas ou melhorar a aparência com tratamentos estéticos. Barba Remover a barba após o banho, pois os pelos ficam mais flexíveis. Usar cremes pré e pós-barba com ativos calmantes, hidratantes e sem álcool. Preferir barbeadores elétricos para agredir menos a pele. Usar lâminas novas e pessoais para evitar contaminação e ferimentos. Movimentar a lâmina no sentido que o pelo cresce para evitar que encravem. Para quem usa barba, ficar atento se não há ressecamento, descamação ou feridas na pele embaixo da barba. Também é importante lavá-las sempre com xampus apropriado para barba. Cabelo Ficar atento a caspa e a oleosidade dos fios, além de sinais de calvície. Procurar controlar o estresse para evitar possíveis queda de cabelo. Unha Corta-las e deixá-las limpas para evitar unhas encravadas ou micoses. Ter um cortador de unha ou uma tesoura de uso pessoal e higienizá-los com sabonete antisséptico.

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Agosto dourado alerta sobre a importância da amamentação

O aleitamento materno é extremamente importante para o bom desenvolvimento biológico e imunológico da criança. E foi pensando na conscientização das pessoas para este ato de amor e cuidado, que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou a campanha “agosto dourado”, com um mês inteiro dedicado à amamentação. O mês foi escolhido com base na semana do aleitamento materno, que acontece do dia um a sete deste mês. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida do bebê, pois o leite da mulher é essencial para o bebê ter uma boa saúde. Além disso, aumenta os laços afetivos entre mãe e filho, contribuindo positivamente no desenvolvimento emocional e social do filho. O ato de amamentar faz bem também para a mãe. “Para o bebê, o leite diminui o risco de doenças diarreicas, respiratórias e alergias. Há menor chance do indivíduo desenvolver obesidade, hipertensão e diabetes, promovendo um melhor desenvolvimento cognitivo e proteção imunológica, além de aumentar o vínculo mãe-bebê. Já para a mãe, há menor risco de câncer de mama, evita nova gravidez, favorece ao retorno ao peso precocemente e involução uterina, dentre inúmeros outros benefícios para os dois”, explica a coordenadora e professora da pós-graduação em aleitamento materno e banco de leite humano Faculdade IDE, Mariana Gonçalves. “Os impactos deste ato são inúmeros, desde o vínculo familiar, o contato pele a pele, troca de olhares, colo, afeto e segurança. A amamentação não é somente nutrição, vai muito além disso. Crianças amamentadas têm muito mais chances de serem adultos saudáveis”, explica a professora da Faculdade IDE. Com o passar dos meses, algumas mães começam a se preocupar com a hidratação das crianças e ficam em dúvida se podem passar a dar água aos seus filhos entre uma mamada e outra. Segundo a docente, isso não é necessário, pois o leite humano é produzido de acordo com a necessidade do bebê. “Mesmo em locais muito quentes, com temperaturas altas e elevada sudorese (suor) não se faz necessário hidratar com água ou outro líquido, pois o leite materno tem a quantidade ideal para o bebê. Porém, a mãe precisa consumir bastante líquido, manter-se bem hidratada”, orienta Mariana. Há uma compreensão de que algumas mulheres têm pouco leite, mas esses casos são raros e geralmente por algo associado. “De modo geral, as mães possuem leite, sim. O leite materno nunca é fraco, ele é completo para o bebê. A quantidade de leite é muito variável pois envolve inúmeros fatores: hidratação da mãe, descanso e repouso, tranquilidade, anatomia da mãe e do bebê, sucção, estresse, intervalos da mamada, dentre outros”, esclarece Mariana. Muitas mulheres optam por complementar a alimentação de seus filhos com fórmulas, pois vezes acham que o filho não está alimentado o suficiente. Mas a recomendação é que isto só seja feito se não tiver mais jeito. “A fórmula é a última opção de suplementação. Existem várias estratégias e intervenções a serem implementadas antes de introduzir a fórmula. E geralmente elas funcionam, por isso buscar ajuda com equipe especializada faz toda a diferença”, alerta a professora da pós-graduação em aleitamento materno e banco de leite humano Mariana Gonçalves, da Faculdade IDE. Complementar com outros alimentos, mesmo que sejam naturais, também não é recomendado. “A introdução alimentar só deve ser iniciada por volta dos seis meses de vida da criança, no momento que ela esteja preparada para sentar e receber o alimento. Essa alimentação é iniciada lentamente, no início a criança vai conhecer os alimentos, as diferentes texturas, sabores, por isso durante muito tempo o leite materno continua sendo o principal alimento”, instrui. PREPARAÇÃO NA GRAVIDEZ Ainda na gravidez, surgem muitas dúvidas com relação a preparação dos seios para quando chegar a hora de amamentar. Então, algumas mães buscam auxílio de produtos ou terapias que prometem preparar melhor as mamas para isso. “Não recomendamos nenhum tipo de intervenção na gravidez. A única preparação ainda na gravidez é adquirir informações de qualidade: leia, estude, pesquise sobre amamentação e puerpério. Não existe seio adequado, o corpo humano é muito bem feito, o Criador o fez da melhor maneira”, orienta a profissional de enfermagem da Faculdade IDE, Mariana Gonçalves. Para as mamães de primeira viagem, a professora da pós-graduação de enfermagem em neonatologia e pediatria intensiva da Faculdade IDE Nayale Lucinda orienta buscar sempre informações em locais confiáveis e que partilhem informações baseadas em evidências científicas. “Procure relatos de mães, rodas de apoio, onde são compartilhadas histórias de outras mães que podem estar ajudando. Porque não existe um manual ou nada pronto, cada mulher vai desenvolvendo o seu jeito de cuidar e amamentar o seu filho. Além disso, orientações de profissionais capacitados e equipe profissional de bancos de leite humano podem ajudar muito”, comenta. COMO DAR DE MAMAR? Não existem técnicas para a criança mamar melhor, mas orientação profissional pode ajudar. “O desconhecido causa medo e insegurança, logo, quanto mais orientada a mulher estiver, mais segurança e tranquilidade ela vai ter. Lembrar que o bebê não nasce sabendo mamar, e nem a mãe a amamentar, eles vão aprender juntos. Mesmo não sendo o primeiro filho, cada gestação é diferente da outra, cada bebê tem suas individualidades. Lógico, se alguém qualificado puder ensinar essa mãe, as chances de o bebê mamar melhor aumentam”, elucida Mariana sobre a importância de buscar apoio profissional. A professora Nayale Lucinda conta ainda que não é preciso se preocupar com o tempo em que o bebê passa entre uma mamada e outra. A orientação que a enfermeira traz é do Ministério da Saúde e da OMS, que é a livre demanda, então não existe isso de horário de aleitamento não. “Bebê acordou e está com vontade de mamar, vai mamar. Depende muito de criança para criança e com o tempo a mãe vai percebendo que nem todo choro é fome, muitas vezes é necessidade de colo”, ressalta. MULHERES QUE NÃO AMAMENTAM Existem casos em que mulheres deixam de amamentar por uma decisão delas, sendo muito importante compreender,

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Pesquisadores testam novo tratamento contra leishmaniose

Novo tratamento contra a leishmaniose vem sendo testado pelo Centro de Referência em Leishmaniose Dr. Jackson Maurício Lopes Costa, no distrito Corte de Pedra, em Presidente Tancredo Neves, na Bahia. A partir do ano que vem começa a terceira fase dos testes, feitos em parceria com o Hospital Universitário Júlio Muller, de Cuiabá, em Mato Grosso. O programa faz parte da iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos. O objetivo é testar o tratamento que combina uma sessão única de terapia de calor a 50 graus com a ingestão, durante 21 dias, de um comprimido do medicamento Miltefosina, usado nos tratamentos da leishmaniose e das infeções por amebas de vida livre. O fármaco é eficaz no tratamento da leishmaniose nas formas cutânea, mucocutânea e visceral. Os resultados mostraram que a combinação apresenta uma taxa de aproximadamente 80% de cura, sendo mais eficaz do que a aplicação de calor e de injeções de antimoniato de meglubina, feitos em separado. Na fase 3, os centros brasileiros vão atuar em conjunto com laboratórios da Bolívia, do Peru e do Panamá. Essa etapa complementa o estudo, que reúne pesquisadores do Peru e da Colômbia. O projeto foi desenvolvido com 130 pacientes para tratar a leishmaniose cutânea. O resultado foi apresentado pela primeira vez no Congresso Brasileiro de Medicina Tropical, ChagaLeish e Parasitologia, pelo diretor do programa Byron Arana, em Belo Horizonte (MG). Segundo o pesquisador, os estudos começaram há três anos e o tratamento dá mais segurança aos pacientes com taxas mais elevadas de cura. Combinação perfeita “Foi aprovado para a Colômbia e o Peru um protocolo para a inclusão de um grupo relativamente pequeno de pacientes nos estudos, de 130 pessoas, divididas em dois grupos de trartamento. Um deles recebeu somente a termoterapia e o outro, a termoterapia e o medicamento miltefosina. O que encontramos foi que a combinação é muito mais efetiva do que somente a terapia de calor”, disse Arana à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o tratamento também traz mais conforto para o paciente, uma vez que não precisam ir às unidades de saúde para a aplicação de injeções.Também não foram registrados efeitos colaterais. “São 20 dias de tratamento injetável”, informou a gerente de pesquisas clínicas da DNDi, Marina Boni. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde da Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), as leishmanioses são doenças de transmissão vetorial e integram o grupo de doenças infecciosas negligenciadas. São consideradas assim por se disseminarem em regiões mais pobres e atingirem populações mais vulneráveis, que sofrem com dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Embora haja registros em várias partes do mundo, a maioria dos casos ocorre na África, na Ásia e nas Américas. “A OMS calcula existam entre 600 mil a 1,9 milhão de novos casos a cada ano. É um problema que afeta com mais frequência as populações migrantes. No momento atual, o problema é sério na Síria, em consequência da guerra; no Paquistão, com migrantes em áreas de conflito; e em países da América Latina, como o Brasil, que reporta aproximadamente cerca de 17 mil novos casos por ano. É um país que contribui com 70%, 80% dos casos da América Latina”, destacou. “Existe uma tremenda preocupação nos países, porque a enfermidade a cada ano está reportando mais e mais casos. Todos estão preocupados, mas não há muito o que fazer, porque o medicamento que seguimos utilizando está velho”, ressaltou. Ele acrescentou que há pouco apoio para o desenvolvimento dos tratamentos. O pesquisador alertou ainda para a segregação que muitos pacientes enfrentam por causa das feridas na pele. “É uma carga mental que a enfermidade causa. Nos últimos anos começou a se quantificar o problema de maneira mais sistemática. Anteriormente, nada se anotava e não se sabia o quanto isso representa. Hoje já existem estudos em mulheres e crianças mostrando o impacto na qualidade de vida deles”, observou. Brasil A gerente de pesquisas clínicas da DNDi, Marina Boni, disse que a intenção de incluir os centros brasileiros na fase 3 dos estudos é mudar as vias de recomendação do tratamento no Brasil, que passaria a ser menos longo e menos tóxico. “Atualmente, a doença ainda é tratada com medicamentos muito antigos, longos e injetáveis,de 40 a 60 anos atrás. Com os novos estudos, queremos trazer evidência científica de eficácia que vai se traduzir em qualidade de vida para os pacientes negligenciados”, disse à Agência Brasil. Segundo a pesquisadora, as regiões Nordeste e Centro-Oeste são as mais endêmicas no Brasil. Marina Boni chamou atenção de que, para se obter notificações mais realistas, é preciso seguir o que se chama de boas práticas clínicas. “Temos centros como o de Cuiabá, que recebe pacientes de toda a região. Então, precisamos de investigadores que sigam as regras de boas práticas clínicas”, afirmou, lembrando que o paciente de leishmaniose cutânea pode ter a cura da lesão na pele, mas como vai permanecer com parasitas circulantes no organismo, não se descarta a volta das úlceras cutâneas e até evolução para as mucosas. Américas Segundo a OMS, as leishmanioses estão presentes em 18 países das Américas e a forma clínica mais comum é a leishmaniose cutânea (LC). Entre 2001 e 2017, houve um total de 940.396 casos novos de leishmaniose cutânea (LC) e mucosa (LM) que foram reportados por 17 dos 18 países endêmicos dessa região, com uma média anual de 55.317 casos. Em 2017, a Organização Pan-Americana da Saúde (SisLeish – OPAS/OMS) relatou 49.959 casos em 17 países endêmicos, uma vez que a Guiana Francesa reporta os dados para a França. (Da Agência Brasil)

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Brasil e países da América Latina sediarão estudo para tratamento em pacientes com doença de Chagas

Pela primeira vez, o Brasil e outros países da América Latina serão palco de um estudo que avaliará um tratamento para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida em pacientes com doença de Chagas, o PARACHUTE-HF (Prevention And Reduction of Adverse outcomes in Chagasic Heart failUre Trial Evaluation). Com previsão de início ainda em 2019, a investigação será realizada pela Novartis em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa Clínica (BCRI). Serão recrutados cerca de 900 pacientes em vários centros de pesquisa no continente latino-americano. A doença de Chagas, também conhecida como tripanossomíase americana, é uma doença tropical negligenciada potencialmente fatal que, segundo estimativas, afeta aproximadamente seis milhões de pessoas em todo o mundo e é responsável por aproximadamente 12 mil mortes por ano¹-²-³. Liderado pelo brasileiro Renato Delascio Lopes, presidente do comitê executivo e diretivo do estudo, professor de Medicina na Duke University Medical Center e membro do Duke Clinical Research Institute, o estudo internacional, prospectivo e randomizado testará o medicamento indicado para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), sacubitril/valsartana, em comparação ao enalapril em pessoas com ICFER causada por cardiomiopatia chagásica crônica. “Este ano completa 110 anos em que o médico brasileiro Carlos Chagas identificou o protozoário Trypanosoma cruzi no sangue humano. Após mais de um século, a doença de Chagas ainda continua sendo um grande problema de saúde pública e o Brasil tem ao menos um milhão de infectados. Este será o primeiro estudo randomizado de grande porte para avaliar uma potencial terapia para insuficiência cardíaca especificamente nesta população negligenciada, podendo representar um marco importante para o tratamento da doença”, avalia Lopes. O estudo tem um comitê executivo composto por experientes pesquisadores internacionais: Prof. Edimar Alcides Bocchi, chefe da Unidade de Insuficiência Cardíaca do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (InCor-HCFMUSP); Dr. Luis Echeverria Correa, diretor do programa de insuficiência cardíaca e transplante da Fundação Cardiovascular da Colômbia; Prof. Ruben Kevorkian, diretor médico em cardiologia na Universidade de Buenos Aires e chefe da Divisão de Cardiologia no Hospital Santojanni; Prof. John McMurray, professor de cardiologia médica e diretor adjunto do Instituto de Ciências Cardiovasculares e Médicas da Universidade de Glasgow; Prof. Carlos Morillo, professor do Departamento de Ciências Cardíacas da Faculdade de Medicina Cumming, Instituto Cardiovascular Libin e Universidade de Calgary. Cada país latino-americano terá um coordenador nacional como parte do comitê diretivo do estudo, sendo no Brasil o Prof. Felix Ramires, médico assistente da Unidade Clínica de Miocardiopatias do InCor-HCFMUSP. Sobre a doença de Chagas³ A doença é endêmica em 21 países da América Latina, sendo a segunda causa de desenvolvimento de insuficiência cardíaca crônica⁷. No entanto, devido à mobilidade populacional, nas últimas décadas tem sido cada vez mais detectada nos Estados Unidos, no Canadá e em muitos países europeus e em alguns países do Pacífico Ocidental³. A doença de Chagas apresenta-se em uma fase aguda inicial, em que um alto número de parasitas circula no sangue. Na maioria dos casos, os sintomas estão ausentes ou são leves e inespecíficos. Durante a fase crônica, a doença afeta principalmente o coração e os músculos digestivos, levando a distúrbios cardíacos em até 30% dos pacientes e alterações digestivas, neurológicas ou mistas em até 10% dos pacientes. A infecção pode eventualmente levar à morte súbita devido a arritmias cardíacas ou insuficiência cardíaca progressiva. A cardiomiopatia chagásica é a manifestação clínica mais impactante da doença de Chagas, resultando na maioria da morbimortalidade⁴. Os pacientes, mesmo mais jovens, tendem a ter pior qualidade de vida e maiores taxas de hospitalização e mortalidade em comparação com outras etiologias⁷.

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Aumento do desmatamento na Amazônia é incontestável, diz Carlos Nobre

Elton Alisson, de Campo Grande (MS) – Alvo de recente questionamento, o aumento no desmatamento na Amazônia nos últimos meses, em comparação com 2018, é incontestável. O aumento foi apontado pelo sistema de monitoramento por satélites Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e deverá ser confirmado antes de dezembro com o lançamento dos dados obtidos durante um ano completo por outro sistema de monitoramento da instituição, o Prodes. Nos próximos dias deverão ser divulgados os dados do Deter para o período de agosto de 2018 a julho de 2019. Entre outubro e novembro, sairão os dados do Prodes para o mesmo período, que são utilizados para verificação do Deter. O Prodes usa dados do satélite Landsat – sistema que existe desde 1989 – e apresenta os dados consolidados sobre o desmatamento total apenas uma vez por ano. A afirmação foi feita por Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), durante palestra na 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada de 21 a 27 de julho na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande. “Os números da série anual do Prodes, que compreende o período de agosto de 2018 a julho de 2019, devem confirmar o que os dados dos últimos meses mostraram: que o desmatamento da Amazônia nos últimos 12 meses foi muito maior do que no período anterior”, disse Nobre, que é pesquisador aposentado do Inpe. “Temos que partir do princípio de que está realmente ocorrendo um aumento do desmatamento na Amazônia”, disse. Segundo ele, o questionamento dos dados sobre o desmatamento da Floresta Amazônica nos últimos três meses indicados pelo Deter é infundado. Isso porque a margem de incerteza do sistema varia de 10% a 12%. O sistema apontou que o desmatamento na Amazônia em quilômetros quadrados (km²) aumentou nos meses de maio, junho e nos primeiros 20 dias de julho, respectivamente, 34%, 91% e 125% em relação aos mesmos meses em 2018. “Esses percentuais de aumento estão muito além da margem de incerteza. A probabilidade de que o desmatamento da Amazônia está aumentando está acima de 99%”, disse Nobre. Os dados do Deter são disponibilizados desde o lançamento do sistema, em 2004, pelo Inpe. Já os do Prodes – que foi o primeiro sistema de monitoramento de desmatamento na Amazônia criado pelo órgão em 1989 – ficaram embargados no início e só passaram a ser disponibilizados em 2002. “Esses dados públicos permitiram um enorme entendimento das causas do desmatamento e municiaram as políticas de combate que tiveram grande sucesso durante vários anos”, disse Nobre. O eventual embargo dos números de desmatamento obtidos pelo Deter e o Prodes ou a descontinuação desses dois sistemas causariam enormes prejuízos para o país e fariam o Inpe perder o protagonismo mundial no desenvolvimento de sistemas de monitoramento florestal, afirmou. “Não divulgar os dados do desmatamento do Inpe não faria o problema desaparecer, porque hoje há muitos grupos em todo o mundo que fazem esse tipo de mapeamento. Mas o Inpe, que desenvolveu o melhor sistema de monitoramento de florestas tropicais do mundo ao longo dos últimos 30 anos, perderia sua liderança”, disse Nobre. De acordo com o pesquisador, o Brasil, por intermédio do Inpe, foi o primeiro país do mundo a fazer esse tipo de monitoramento florestal por satélite. Os sistemas desenvolvidos pelo instituto ajudaram a capacitar pesquisadores de 60 países e muitos países tropicais usam os algoritmos criados na instituição. Enquanto os sistemas de monitoramento desenvolvidos por outras instituições no mundo, baseados em big data e algoritmos automáticos de inteligência artificial, apresentam hoje uma margem de erro acima de 20%, a do Prodes é de 5 a 6%, comparou Nobre. “Isso representa um enorme aperfeiçoamento desse sistema de monitoramento, que é resultado de 30 anos de avanço científico”, disse. Confiança nos dados Em coletiva de imprensa no dia 26 de julho, na reunião da SBPC, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, disse que “não tem dúvidas de que os dados produzidos pelo Deter estão corretos e são confiáveis, mas foram usados com o objetivo incorreto”. “Os dados do Deter não são para medição do desmatamento, mas para alerta de desmatamento, para auxiliar o Ibama nas ações de fiscalização. Seria errado utilizá-los para indicar desmatamento”, disse Pontes à Agência FAPESP. “Os dados do Prodes é que têm a finalidade de medir desmatamento, mas demoram um certo tempo para ser compilados.” O ministro destacou que o Inpe é uma instituição conceituada, cujo trabalho é reconhecido internacionalmente, e que continuará a desempenhar suas funções como sempre fez. “O fato de perguntarmos sobre a variação de um dado é normal é já aconteceu anteriormente”, disse. O portal TerraBrasilis é uma plataforma web desenvolvida pelo Inpe para acesso, consulta, análise e disseminação de dados geográficos gerados pelos projetos de monitoramento da vegetação nativa do instituto, como o Prodes e o Deter: http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/. Agência FAPESP

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Composto de planta brasileira combate leishmaniose e Doença de Chagas

Elton Alisson  – Um composto natural isolado de uma planta originária da Mata Atlântica, popularmente conhecida como canela-seca ou canela-branca (Nectranda leucantha), pode resultar em novos medicamentos para o tratamento da leishmaniose visceral e da doença de Chagas. Pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz constataram em um estudo apoiado pela FAPESP que substâncias derivadas de uma molécula da planta, pertencente ao grupo das neolignanas, são capazes de combater os parasitas transmissores dessas doenças que afetam milhões de pessoas no Brasil e em outros países em desenvolvimento. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Scientific Reports e no European Journal of Medicinal Chemistry. “Observamos que os compostos foram altamente potentes contra a Leishmania infantum, causadora da leishmaniose visceral, e o Trypanosoma cruzi, transmissor da doença de Chagas”, disse André Gustavo Tempone, pesquisador do Centro de Parasitologia e Micologia do Instituto Adolfo Lutz e coordenador do estudo, à Agência FAPESP. Os pesquisadores da instituição têm se dedicado nos últimos anos a identificar compostos provenientes da biodiversidade da Mata Atlântica que possam resultar no desenvolvimento de novos fármacos para combater doenças negligenciadas – causadas por agentes infecciosos ou parasitas e que afetam principalmente as populações mais pobres. Durante um projeto em colaboração com João Henrique Ghilardi Lago, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), foi possível isolar a neolignana. Já por meio de um projeto em colaboração com colegas da Ohio State University, também apoiado pela FAPESP, foi possível avaliar e comprovar o efeito do composto sobre células do sistema imunológico. Agora, em um projeto em colaboração com Edward Alexander Anderson, professor da Universidade de Oxford, da Inglaterra, também apoiado pela FAPESP na modalidade São Paulo Researchers in International Collaboration (SPRINT), foram sintetizados 23 novos compostos derivados da molécula. “Uma das limitações no desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de doenças negligenciadas é encontrar parceiros para fazer a síntese dos compostos promissores. A colaboração com o grupo da Universidade de Oxford possibilitou darmos esse passo”, disse Tempone. Os pesquisadores avaliaram os efeitos dos compostos derivados da molécula em células de Leishmania infantum. Os resultados das análises indicaram que quatro deles se mostraram capazes de atingir a mitocôndria do parasita, que é um potencial alvo molecular de um fármaco para combatê-lo. Diferentemente de humanos, que podem ter até 2 mil mitocôndrias, a Leishmania infantum possui apenas uma, explicou Tempone. “Constatamos que os compostos tiveram uma forte atuação na mitocôndria desse parasita”, afirmou. Os compostos provocam um aumento abrupto do nível de cálcio no interior das células da Leishmania infantum. Essa alteração causa uma perturbação na mitocôndria do parasita, provocando sua morte. “Nossa hipótese é que os compostos interferem drasticamente na liberação do cálcio no interior das células e, dessa forma, prejudicam a principal fonte de armazenamento de energia do parasita, que é a ATP [adenosina trifosfato], produzida pela mitocôndria”, disse Tempone. Os compostos também interferiram no ciclo celular da leishmania, induzindo um mecanismo semelhante à morte celular programada e afetando a replicação do DNA. Efeitos similares também foram observados em ensaios com Trypanosoma cruzi. “Também verificamos que a mitocôndria do Trypanosoma cruzi sofre uma alteração logo no início da incubação dos compostos pelo parasita”, disse Tempone. Os pesquisadores pretendem, agora, otimizar os compostos, de modo a assegurar sua biodisponibilidade adequada no organismo. Essa etapa de avaliação da eficácia e segurança das moléculas é crucial para avançar para os estudos com animais, uma vez que mais de 90% dos compostos candidatos a fármacos testados in vitro (em células) falham nessa fase, explicou Tempone. “Estamos otimizando os compostos por meio da química medicinal para que possamos aumentar a taxa de sucesso nos estudos em modelo animal. Mas os compostos que obtivemos já são protótipos bastante promissores para combater a leishmaniose e atendem às recomendações da DNDi [organização sem fins lucrativos de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças negligenciadas]”, disse Tempone. Uma das recomendações da iniciativa internacional é que os compostos promissores para o tratamento de doenças negligenciadas sejam fáceis de serem sintetizados. “A síntese dos compostos que estamos estudando é simples, feita em cinco etapas, e são baratos”, disse Tempone. O artigo A semi-synthetic neolignan derivative from dihydrodieugenol B selectively affects the bioenergetic system of Leishmania infantum and inhibits cell division (doi: 10.1038/s41598-019-42273-z), de Maiara Amaral, Fernanda S. de Sousa, Thais A. Costa Silva, Andrés Jimenez G. Junior, Noemi N. Taniwaki, Deidre M. Johns, João Henrique G. Lago, Edward A. Anderson e Andre G. Tempone, pode ser lido na Scientific Reports em www.nature.com/articles/s41598-019-42273-z. O artigo Dehydrodieugenol B derivatives as antiparasitic agents: Synthesis and biological activity against Trypanosoma cruzi (doi: 10.1016/j.ejmech.2019.05.001), de Daiane D. Ferreira, Fernanda S. Sousa, Thais A. Costa-Silva, Juliana Q. Reimão, Ana C. Torrecilhas, Deidre M. Johns, Claire E. Sear, Kathia M. Honorio, João Henrique G. Lago, Edward A. Anderson e Andre G. Tempone, pode ser lido por assinantes do European Journal of Medicinal Chemistry em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0223523419304040. Agência FAPESP

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Workshop de Aromaterapia no Recife recebe inscrições

Nos dias 03 e 04 de agosto, o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, de Abreu e Lima, em parceria com a Oshadhi (multinacional que atua no mercado de óleos essenciais puros e naturais), promove o workshop “Aromaterapia - Saúde e Bem Estar Através dos Óleos Essenciais”, ministrado por Guilherme Oberlaender e Yuri Oberlaender. O evento será realizado na Faculdade Estácio de Sá, no bairro da Madalena, das 9h às 17h, com intervalo para almoço. As inscrições estão abertas através do link bit.ly/aromaterapiarecife. Guilherme Oberlaender é psiquiatra e médico ortomolecular, com vasta experiência internacional na utilização de óleos essenciais para tratamento de diversas doenças. Yuri Oberlaender é mestre em filosofia antiga, com estudo aprofundado na perspectiva histórica e alquímica da utilização dos óleos essenciais ao longo da história e como filosofia de vida. Segundo a coordenadora do workshop, Márcia Machado, o evento tem o objetivo de promover a difusão da aromaterapia, técnica natural que utiliza o aroma e as partículas liberadas por diferentes óleos essenciais para estimular partes do cérebro. “São muitos os benefícios que a aromaterapia pode trazer às pessoas, como o alívio de sintomas de ansiedade, insônia, depressão, asma ou resfriado, promoção do bem-estar e fortalecimento das defesas do corpo”, informa ela. O workshop é recomendado para qualquer pessoa que tenha interesse na promoção da saúde de forma natural e segura, além de aromaterapeutas, terapeutas, terapeutas holísticos, profissionais da saúde, mães e o público em geral. “Quem já tem conhecimento na área poderá se beneficiar do workshop para conhecer a perspectiva de atuação do Dr. Guilherme Oberlaender e do Ms. Yuri Oberlaender, suas experiências e expertise na área. Para quem ainda não conhece, poderá ter acesso a um conhecimento valioso que poderá ser útil em diversas circunstâncias do cotidiano. Por ter uma perspectiva médica e alquímica, o encontro se propõe a ser uma experiência ímpar de ampliação de conhecimento”, destaca Márcia Machado. Serviço: Workshop Aromaterapia - Saúde e Bem Estar Através dos Óleos Essenciais 03 e 04 de agosto (das 9h às 17h) Faculdade Estácio de Sá (Av. Eng. Abdias de Carvalho, 1678, Madalena, Recife) Inscrições: bit.ly/aromaterapiarecife Conteúdo Programático: O que é aromaterapia O que são óleos essenciais Qual a função dos óleos essenciais Métodos de extração Porque os óleos agem terapeuticamente em nosso organismo Principais óleos essenciais para o dia a dia Formas de Uso

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