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Dia Nacional da Doação de Órgão: crescimento do número de transplantes é insuficiente para reduzir fila

Enquanto um médico exerce o que pode ser a parte mais difícil de sua profissão, notificar familiares de sua perda, um fio de esperança é tecido para outra família. Quando existe a possibilidade e permissão dos familiares, a equipe atua rapidamente para que órgãos e tecidos de um paciente possam virar o marco de uma nova vida para outro. É em busca de maior conscientização e aceitação dos familiares que o Brasil comemora, em 27 de setembro, o Dia Nacional da Doação de Órgão. Embora o processo para a doação no Brasil tenha apresentado evoluções importantes como sua desburocratização, o último levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), via Registro Brasileiro de Transplante (RBT), aponta que a quantidade de procedimentos no Brasil apresentou números bem próximos no primeiro semestre de 2018 quando comparado ao mesmo período de 2017, um crescimento de apenas 1,7%. Na comparação com anos anteriores (2017/2016) o aumento foi de 3,5%, números que já eram insuficientes para reduzir a fila de pacientes na espera. Mais de 15 mil pessoas passaram a aguardar por algum tipo de transplante no primeiro semestre desse ano, o que culminou em uma lista de espera com 32 mil pessoas ao final de junho deste ano. O profissional por trás do transplante Entre a retirada e o transplante de um órgão existem uma série de etapas. Para que isso seja possível, é necessário que o órgão corresponda a uma série de exigências até chegar ao novo corpo. Essas etapas vão desde as mais simples, como a verificação do tipo sanguíneo, até uma série de análises realizadas pelo Médico Patologista. Este profissional é o responsável por verificar se o órgão está em pleno funcionamento para desenvolver sua função em um novo organismo. “Para que um órgão seja aceito em um corpo diferente, precisamos levar em conta não só a classificação sanguínea, mas o tamanho e a capacidade de desenvolver suas funções, pois em casos de mortes por infecção, por exemplo, o transplante pode ser descartado”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Dr. Clóvis Klock. A equipe médica, além desses especialistas, também é responsável por encontrar um destino com critérios de proximidade, considerando o tempo útil do órgão fora do corpo, gravidade do paciente e o tempo na lista de espera. “Quando há um alerta de possibilidade de doação, tudo tem que acontecer com muita rapidez, partindo da conversa com os familiares, passando pela busca por um paciente compatível. Todo o processo deve acontecer respeitando o tempo limite de sobrevida de um órgão, que pode variar. Um coração pode ficar parado por até 4 horas, já um fígado resiste até 12 horas fora de um corpo e um rim aguenta 36 horas sem circulação sanguínea”, comenta o Dr. Klock. O transplante além da sala de cirurgia O processo de transplantar um órgão vai muito além de garantir que ele chegue em boas condições e que seja realizada com sucesso a cirurgia. Para que se possa afirmar com certeza que tudo deu certo, é preciso um processo de meses de acompanhamento. Isso porque é necessária uma atuação constante da equipe médica para garantir que o organismo se acostume e comece a funcionar adequadamente e sem risco de rejeições. “Não é porque um coração começou a bater em um novo peito que o serviço está completo, o paciente ainda passará por muitos exames, biópsias e medicamentos para evitar a rejeição. O que nós médicos patologistas fazemos é avaliar a qualidade do funcionamento do novo órgão e o quanto ele está adaptado ao corpo e vice-versa”, finaliza o presidente da SBP. Dados dos Transplantes: Coração 189 transplantes; 1,8 por milhão de pessoas. Fígado 1087 transplantes; 85 doadores vivos; 10,5 por milhão de pessoas. Pâncreas 15 transplantes; 0,2 por milhão de pessoas. Pâncreas/rim 43 transplantes; 0,4 por milhão de pessoas. Pulmão 65 transplantes; 0 doador vivo; 0,6 por milhão de pessoas. Rim 2.858 transplantes; 472 doadores vivos; 27,5 por milhão de pessoas. Córnea 7.369 transplantes; 71,3 por milhão de pessoas. Sobre a SBP Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) atua na defesa da atuação profissional dos médicos patologistas, oferecendo oportunidades de atualização e encontros para o desenvolvimento da especialidade. Desde sua instituição, a SBP tem realizado cursos, congressos e eventos com o objetivo de elevar o nível de qualificação desses profissionais.

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Diagnóstico precoce pode melhorar qualidade de vida de pacientes com Doença de Alzheimer

Já existem mais de um milhão e seiscentas pessoas acometidas pelo Alzheimer no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). A previsão é de que o número de casos no mundo atinja 135,5 milhões até 2050, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O dia 21 de setembro é Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer, por isso, ao longo de todo o mês, diversos órgãos e instituições do Brasil realizam uma campanha para promover os cuidados com a saúde dos idosos e informar sobre a patologia. Com o aumento da expectativa de vida da população e, consequentemente, do número de idosos no País, é preciso cada vez mais que as famílias estejam informadas sobre a doença, para que seja feito o diagnóstico precoce, elemento que é essencial para proporcionar um aumento na qualidade de vida dos pacientes. O Alzheimer é uma doença neurológica degenerativa, progressiva e irreversível, caracterizada por perdas graduais da função cognitiva (atenção; concentração; raciocínio; memória), e distúrbios do comportamento (agressividade; irritabilidade) e afeto. A doença é o tipo de demência mais comum e reduz a capacidade de trabalho e relação social, interferindo no comportamento e na personalidade do indivíduo. A terapeuta ocupacional e coordenadora do Núcleo da Terceira Idade da Holiste, Michelle Campos, aponta que o prognóstico da doença de Alzheimer é difícil, pois a patologia progressivamente vai incapacitando o indivíduo, e interferindo na realização de tarefas básicas, como se vestir, tomar banho, alimentar-se, dentre outras. Michelle explica que ocorrem diversas alterações na cognição, no comportamento e no humor do paciente. Um dos sintomas mais típicos do mal de Alzheimer é a perda da memória. “Geralmente a memória antiga é preservada por mais tempo, porém os fatos que acontecem recentemente são esquecidos facilmente”, pontua. O psiquiatra da Holiste, André Gordilho, salienta que nem sempre é fácil chegar ao diagnóstico rapidamente e reforça o papel da família. “Na grande maioria dos casos, o idoso só procura ajuda especializada quando uma outra pessoa percebe os sintomas e tem a iniciativa de agendar uma consulta, não raro à contragosto do paciente. Essa teimosia característica da terceira idade deve ser observada com atenção, pois, muitas vezes isso já é sintoma”, observa. O médico enfatiza que a melhor forma de abordar o idoso é com carinho, tentando apresentar a situação. Segundo Michelle Campos, o tratamento indicado para estes pacientes é no intuito de retardar o avanço da doença. “O objetivo da terapêutica é retardar a evolução e preservar, por mais tempo possível, as funções cognitivas, a autonomia e independência na realização das atividades de vida diária. Além de planejar uma rotina, promover integração social e realizar orientação familiar”, explica.

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As infecções do coração podem começar pela boca

Em 2018, a campanha da Sociedade Brasileira de Cardiologia ressalta: alimentação saudável é fator protetor para o coração, desde sempre.  Fazer o check-up da saúde anualmente também. Este check-up inclui a conservação dos dentes, que se for negligenciada, é uma das causas da Endocardite Infecciosa (EI) -  uma infecção da parede interna do coração ou das válvulas do coração – que é comum e causa alto índice de mortalidade. Um caso que chocou os brasileiros foi a morte prematura do ex-vocalista da banda Dominó, Ricardo Bueno, 40 anos, que faleceu após uma septicemia (infecção generalizada), causada por um problema odontológico. É sabido que infecções dentárias podem gerar complicações em outros órgãos do corpo humano que levam até a morte. No entanto, dr. Marcelo Kyrillos, cirurgião-dentista e diretor do Grupo Ateliê Oral, explica que complicações graves como a do cantor são raras em pacientes saudáveis, que mantém uma escovação correta e consultam o dentista a cada seis meses para limpezas profissionais. O especialista faz um alerta especial para pessoas que têm problemas cardíacos, pacientes com prolapso de válvula mitral ou com doenças cardiovasculares crônicas. “Este grupo está mais propenso a contrair a endocardite: uma infecção no tecido interno do coração, o endocárdio. Para essas pessoas, que têm predisposição à endocardite bacteriana, é fundamental uma higiene bucal impecável. Caso contrário, as bactérias da boca podem se aproveitar de pequenos ferimentos na gengiva para ir para a corrente sanguínea e se instalar no coração. Causando, assim, problemas cardíacos que vão se agravando e podem gerar complicações que levam até a morte", explica. Kyrillos completa dizendo que as bactérias encontram no coração, que já tenha essas condições, um ambiente mais propício para fazer suas colônias e desenvolver a infecção. “Não quer dizer que quem não tenha nada disso esteja livre, mas são casos muito raros", diz. O risco existe também para aqueles que não possuem dentes naturais. "Os implantes podem sofrer peri-implantite, que é semelhante à gengivite. E pacientes totalmente sem dentes podem também ter endocardite se houver fungos na prótese e eles entrarem na corrente sanguínea", revela o cirurgião-dentista. De acordo com Kyrillos, há vários motivos possíveis para um abscesso odontogênico ou infecção dentária, tais como cáries não tratadas, problemas gengivais, entre outros. Os sintomas de um abscesso são: inchaço, dor e incômodo no dente. Em uma fase mais adiantada da doença, e sem o tratamento adequado, pode ocorrer febre. Um cirurgião-dentista pode identificar a dimensão da infecção com exames e planejar um tratamento, que geralmente é feito com drenagem do pus e uma limpeza. O paciente também terá que tomar uma medicação para evitar que a infecção volte.

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Esquecidas na proteção solar, pálpebras viram preocupação mundial pela incidência de câncer de pele

As pálpebras e, também, a região dos olhos viraram preocupação mundial pelo aumento da incidência de câncer de pele, que já chega a 10% nessas áreas frequentemente negligenciadas, segundo pesquisa da Universidade de Liverpool apresentada ano passado na conferência anual da Associação Britânica de Dermatologistas, no Reino Unido. O estudo constatou que, ao passar filtro solar no rosto, a tendência é esquecer cerca de 10% da face – incluindo pálpebras e região entre o canto interno do olho e o nariz. “Uma proteção solar adequada deve ser feita efetivamente com a cobertura de todo o rosto, além do uso de chapéus e principalmente óculos de sol, já que a área dos olhos tem uma pele extremamente fina e susceptível a danos, inclusive câncer”, explica a dermatologista Dra. Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Aliás, a preocupação com a região tem crescido pelo mundo: a Associação Canadense de Dermatologia, por exemplo, anunciou, em junho, parceria com a Sociedade Canadense de Oftalmologia para criar um nível de proteção UV oferecido pelos óculos de sol, a fim de garantir fotoproteção adequada para a região. A pesquisa da Universidade de Liverpool foi feita com 57 participantes, do sexo masculino e feminino. Eles foram convidados a aplicar protetor solar no rosto sem mais informações ou instruções dadas pelos pesquisadores. Foram tiradas fotos de cada um dos participantes com uma câmera sensível ao UV antes e depois da aplicação de protetor solar; as áreas cobertas de protetor solar aparecem em preto devido à câmera UV. Essas imagens foram então segmentadas e analisadas por um programa personalizado para julgar o sucesso que cada pessoa estava em cobrir todo o seu rosto. A dermatologista afirma que, como a aplicação de protetor solar nestas áreas não é necessariamente prática, é importante usar outras formas de proteção, como óculos de sol. “Como a pele da região dos olhos é muito delicada, alguns filtros podem causar irritação; dessa forma, o paciente deve priorizar produtos oftalmologicamente testados, protegendo a área sem correr risco de reação”, afirma. "Mas o dado mais importante para tirar desta pesquisa é a importância de acessórios na proteção solar, como os óculos de sol, que não resguardam apenas os olhos e córneas; eles são importantes para proteger, também, a pele das pálpebras propensas a câncer", afirma. A cirurgiã plástica Dra Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Isaps (International Society of Aesthetic Plastic Surgery), já atendeu casos de reconstrução de pálpebras por motivos de câncer e acrescenta: “O procedimento de retirada do tumor e reconstrução é muito delicado, por ser uma região que pode comprometer a funcionalidade das pálpebras e prejudicar a visão.” Recomendações para uso correto do fotoprotetor A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda o uso de protetores solares de FPS mínimo de 30. “Em peles mais claras e em fotoexposição direta, o ideal é usar FPS 50”, explica a Dra. Thais Pepe. Além disso, os filtros solares devem atender a legislação brasileira de apresentar proteção UVA (PPD) de no mínimo 1/3 do valor de FPS. “A primeira aplicação do filtro deve ser feita com atenção e cuidado, pelo menos 15min antes da exposição, de preferência sem roupa, ou com a menor quantidade possível. É ideal aplicar em duas camadas cobrindo bem a superfície da pele, sendo que cada camada deve ser equivalente a uma colher de chá. O filtro deve ser realizado a cada duas horas ou após longos períodos de imersão.” Raios UVA, UVB e IR Os três principais promotores do envelhecimento precoce e que também favorecem o aparecimento do câncer de pele são os raios UVA, UVB e IR (Infravermelho A). A médica explica que UVA é o principal responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas), sendo um tipo de radiação que atravessa nuvens, vidro e epiderme, é indolor e penetra na pele em grande profundidade, até às células da derme — sendo o principal produtor de radicais livres. “Já a radiação ultravioleta B deixa a pele vermelha e queimada, danificando a epiderme e é mais abundante entre as 10 da manhã e 4 da tarde. Seu grau de proteção é medido pelo FPS e é uma radiação que pode furar o bloqueio dos filtros químicos e aumentar o risco de cancerização”, comenta. Por fim, o Infrared é sentido através do calor ou mormaço. “É uma radiação que acomete num comprimento de onda suficiente para atingir a derme mais profunda — a derme reticular — onde estão as fibras de ancoragem e sustentação da pele. E isso provoca um dano muito importante, com menor elasticidade, além de um maior potencial de cancerização”, completa. Fatores de risco A cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance enfatiza alguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer na região: - Já ter tido câncer de pele: a chance de ter outro é maior; - Exposição prolongada ao sol: expor-se a sol forte sem proteção de filtros (no mínimo fator 30) e óculos de sol envelhece a pele e aumenta enormemente o risco de câncer no futuro; - Ter pele clara: O risco é bem maior entre pessoas brancas (loiras e ruivas) do que entre as negras ou afrodescendentes, o que não significa que negros não têm câncer de pele, só que é mais raro; - Homens: eles correm risco 2 vezes maior de ter carcinoma basocelular e 3 vezes maior de ter carcinoma espinocelular, provavelmente porque passam mais tempo ao ar livre; - Produtos químicos: Trabalhadores que lidam com arsênico (usado em alguns pesticidas), carvão, parafina, alcatrão e alguns óleos também correm risco maior de desenvolver câncer de pele; - Problemas de pele graves: cicatrizes crônicas de queimaduras, áreas da pele sobre infecções ósseas sérias e certas doenças da pele aumentam o risco de câncer não-melanoma, embora o risco seja pequeno; - Psoríase: Portadores da doença que tenham sido tratados com psoralen e radiação ultravioleta podem ter risco aumentado para câncer de pele não-melanoma; - Xeroderma pigmentoso: é uma doença genética rara. Os doentes, também

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Setembro Amarelo: Coordenador Nacional da Campanha comenta dados sobre suicídio

O Ministério da Saúde divulgou, em entrevista coletiva, nesta quinta-feira, 20/09, novos dados sobre tentativas e óbitos por suicídio no país. Os números apontam que entre 2006 e 2017, foram registradas 106.374 mortes por suicídio no Brasil, sendo que a taxa chegou a 5,8 por 100 mil habitantes em 2016, com a notificação de 11.433 óbitos por essa causa. Para o Coordenador Nacional da Campanha Setembro Amarelo, Dr. Antônio  Geraldo da Silva, os dados informados pelo Ministério da Saúde confirmam o que a Associação Brasileira de Psiquiatria vem alertando há um certo tempo: “O número de óbitos por suicídio no Brasil é alarmante. Fazer prevenção é fundamental, mas, infelizmente, ainda não percebemos ações efetivas previstas para que as pessoas parem de morrer por esta causa em nosso país”, comenta. “Todos os dias, nos canais da ABP, reforçamos que cuidar da saúde mental das pessoas é fundamental para a prevenção. Todavia, nos faltam instrumentos de qualidade nos três níveis de atenção à saúde, dentro da assistência pública em saúde mental. Infelizmente, enquanto a população continuar sem acesso ao tratamento adequado e não houver promoção de saúde mental, os dados a serem apresentados pelo Ministério da Saúde refletirão a realidade do nosso país, confirmando o alarmante aumento dos casos de óbitos por suicídio”, completa o psiquiatra. O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. 17% dos brasileiros já pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. No mundo, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e, a cada três segundos, uma pessoa atenta contra a própria vida. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina se unem para trazer ao Brasil a campanha mundial Setembro Amarelo (www.campanhasetembroamarelo.com.br), desenvolvendo, em parceria com várias instituições nacionais, ações de conscientização da sociedade. Durante todo esse mês, a ABP trabalha com foco na campanha Setembro Amarelo, com ações específicas em todo o Brasil. Para ter acesso a toda a pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde: http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/44404-novos-dados-reforcam-a-importancia-da-prevencao-do-suicidio.  

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Pessoas com diabetes têm o dobro de risco para infarto agudo do miocárdio

Você sabia que as doenças cardiovasculares são as principais complicações decorrentes do diabetes? De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), até 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem por causas relacionadas a problemas cardíacos: mundialmente, os índices são superiores aos óbitos ligados ao HIV, à tuberculose e ao câncer de mama. Contudo, a pessoa com diabetes precisa diminuir o risco de infarto com um programa de prevenção que inclui alimentação saudável, atividade física, eliminando o hábito de fumar,  fazendo exames periódicos e usando medicações preventivas que devem ser prescritas pelo médico. A incidência de complicações cardiovasculares é grande no diabetes devido ao aumento dos níveis de glicose no sangue, que, juntamente ao colesterol e à pressão arterial, promovem a formação de placas de colesterol que entopem as artérias, como explica o Dr. Marcello Bertoluci, médico endocrinologista, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador do Departamento Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). “Com níveis muito altos de glicose no sangue, várias coisas acontecem: o colesterol torna-se mais agressivo, formando maior número de placas nas artérias coronárias. Além disso, o aumento excessivo da glicose no sangue favorece a maior produção de coágulos que também podem obstruir as artérias. Quando uma artéria sofre uma obstrução o coração entra em sofrimento por falta de oxigênio e o tecido sadio morre sendo substituído por cicatriz. Dependendo do tamanho da área afetada pode ser fatal ou deixar sequelas irreversíveis, como a insuficiência cardíaca". O especialista reforça que esses fatores se somam a outros fatores de risco que elevam os riscos de doenças cardíacas, como a hipertensão, colesterol alto, obesidade, sedentarismo, tabagismo e o histórico familiar de casos precoces de infarto agudo do miocárdio. “Esses fatores se potencializam quando a pessoa tem diabetes e devem ser rigorosamente controlados. Por isso é fundamental o acompanhamento médico e a realização de exames preventivos periódicos”. Atenção: sintomas do infarto agudo do miocárdio podem ser diferentes no diabetes Na pessoa com diabetes, os sinais clássicos de infarto agudo como a dor forte no peito, irradiando para o braço podem não ser muito evidentes. Em algumas pessoas, os sintomas de falta de ar (dispneia) surgida sem explicação, uma sensação de mal estar generalizado com sudorese, náuseas e vômitos, um desmaio inexplicável e até mesmo uma descompensação  da glicose podem ocorrer. De acordo com Bertoluci, isso, em parte, acontece por conta de outra complicação do diabetes: a neuropatia autonômica, uma disfunção que afeta o sistema nervoso simpático e parassimpático. “Essa condição resulta em menos dor torácica ou ainda ausência de dor típica e o quadro clínico do infarto fica mascarado. É, portanto, importante que, quando sintomas estranhos surjam repentinamente a pessoa deva procurar ajuda imediatamente em uma unidade médica de emergência, aparelhada para atender este tipo de problema”. Outra complicação importante é o acidente vascular cerebral (AVC). No AVC, os sinais mais comuns são a perda ou diminuição súbita da força ou surgimento de dormência em apenas um lado do corpo, como o braço ou a perna. Pode haver o surgimento súbito de uma fala arrastada, de confusão mental com troca de palavras ou mesmo um desvio na boca, ou ainda um desmaio. O atendimento precisa ser imediato, pois a reversão tardia do fluxo sanguíneo cerebral pode deixar sequelas irreversíveis ou mesmo ser fatal. Outra complicação vascular que pode ocorrer é a insuficiência arterial  periférica, quando artérias que nutrem os membros  são obstruídas, levando à gangrena e a amputações dos membros inferiores. É importante, por isso, que o paciente com diabetes faça exame periódico dos pés. “É fundamental também destacar que, na população geral, estas complicações vasculares tradicionalmente afetam mais os homens do que as mulheres. Entretanto, quando se trata de diabetes, estas diferenças desaparecem. Homens e mulheres têm incidências semelhantes de infarto agudo do miocárdio e AVC, mas representam o dobro quando comparados a pessoas sem diabetes. Outra coisa importante é que quando ocorre em mulheres tende a ser mais grave, com maior mortalidade”, analisa Bertoluci. Movimento Para Sobreviver quer mudar esse cenário O diabetes tipo 2 é uma das doenças de maior crescimento mundial – ainda segundo a IDF, nos próximos 30 anos, o número de casos deve dobrar no Brasil. Para prevenir seu avanço, bem como de suas complicações cardiovasculares, por meio do debate acerca da oferta de medicamentos modernos, criou-se a coalizão Para Sobreviver, cuja pauta também engloba o compromisso em reduzir a mortalidade e evitar alto custo do tratamento. A Sociedade Brasileira de Diabetes integra o movimento, ao lado das ONGs Associação Diabetes Brasil (ADJ), Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), Instituto Lado a Lado Pela Vida, Rede Brasil AVC, Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e as farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly do Brasil. Sobre a SBD Filiada à International Diabetes Federation (IDF), a Sociedade Brasileira de Diabetes é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1970, que trabalha para disseminar conhecimento técnico-científico sobre prevenção e tratamento adequado do diabetes, conscientizando a população a respeito da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Também colabora com o Estado na formulação e execução de políticas públicas voltadas à atenção correta dos pacientes, visando a redução significativa da doença no Brasil. Conheça nosso trabalho: www.diabetes.org.br

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Descoberto alvo terapêutico potencial para insuficiência renal

Maria Fernanda Ziegler/via Agência FAPESP Uma proteína produzida pelo corpo humano desponta como candidata a novo medicamento para condições que levam à insuficiência renal aguda. Foi o que mostrou um estudo realizado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São José do Rio Preto. Resultados do trabalho, publicados na revista Scientific Reports, indicam que a proteína galectina-1 tem ação anti-inflamatória capaz de minimizar o dano celular causado no rim em situações de hipóxia (falta de oxigênio nos tecidos) e reperfusão (restabelecimento do fluxo sanguíneo), processo lesivo inerente aos procedimentos de transplante e que resulta em insuficiência renal. “A galectina-1 já é comercializada como proteína recombinante [produzida artificialmente]. Embora ainda não tenha uso clínico, no futuro poderá se tornar uma alternativa ao corticoide para esse tipo de lesão. Mostramos que essa proteína diminuiu marcadores de inflamação como as citocinas, responsáveis por ativar e modular a resposta imunológica. Além disso, houve redução da morte celular e do estresse oxidativo causado pelo dano celular”, disse Carla Patrícia Carlos, primeira autora do artigo. “O interessante é que a galectina-1 teve ação na diminuição dos marcadores pró-inflamatórios e aumento dos anti-inflamatórios”, disse Carla à Agência FAPESP. O trabalho é resultado do pós-doutorado da pesquisadora com Bolsa da FAPESP. O artigo descreve a simulação de situações de isquemia e reperfusão realizadas em ratos e em cultura celular que, quando submetidas previamente à administração de galectina-1, mostraram efeito similar ao do corticoide dexametasona. O medicamento geralmente é utilizado como anti-inflamatório e imunossupressor, podendo apresentar uma série de efeitos adversos, como hiperglicemia e tendência ao diabetes, dependência, vulnerabilidade a infecções e câncer, hipercoagulabilidade sanguínea, entre outros. No estudo, o grupo de pesquisadores simulou uma situação de hipóxia comum em transplantes de órgãos. Isso porque, a despeito de todos os cuidados necessários para o transplante, quando o órgão é retirado do doador e fica fora do organismo imediatamente entra em isquemia – perda do suprimento sanguíneo por redução do fluxo arterial no tecido e falta de oxigenação (hipóxia). Já quando o órgão é implantado no receptor e os vasos sanguíneos são “religados”, ocorre o restabelecimento do fluxo sanguíneo (reperfusão) após um período de isquemia. Esses dois processos – que não ocorrem apenas em situações de transplante – geram danos ao tecido que podem levar à insuficiência renal. A lesão tecidual ocorrida durante os processos de isquemia e reperfusão pode ser muitas vezes irreversível, provocando até a rejeição do órgão transplantado pelo organismo do receptor. “É por isso que o tempo é essencial em um transplante. Quanto mais rápido o órgão chegar ao receptor, menor será o dano por hipóxia e a inflamação será menos grave. Encontrar alternativas que diminuam esta inflamação, como o uso da galectina-1, são extremamente importantes”, disse Carla. Outros órgãos O potencial anti-inflamatório da galectina 1 é objeto de estudo para outras situações patológicas nos demais órgãos. O grupo de pesquisa liderado por Sonia Oliani, professora titular do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp, e com participação de Cristiane Gil, professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), também estudou os efeitos da galectina-1 na uveíte, conjuntivite e dermatite. “Esse trabalho foi feito no sentido de proteger danos causados por isquemia e reperfusão nos rins, porém, aparentemente, há uma possibilidade de a proteína ser usada como um anti-inflamatório, seja em outras situações ou em outros órgãos. Estamos trabalhando nesse sentido mais amplo”, disse Oliani, coordenadora do estudo. No trabalho sobre a ação protetora da galectina-1 no sistema renal, a ação da proteína foi comparada à do corticoide. Em testes in vivo, ratos receberam solução intravenosa de galectina-1 30 minutos antes de serem submetidos à isquemia e reperfusão do rim. Nos testes in vitro, a cultura celular de células humanas do rim (células epiteliais do túbulo contorcido proximal) imersa em solução com galectina-1 foi submetida à situação de hipóxia e reoxigenação. “O que vimos no modelo animal foi confirmado na cultura celular. Ocorre diminuição na liberação de fatores inflamatórios, o que aumenta a viabilidade das células. Embora a galectina 1 não proteja totalmente o tecido, não há medicamento que promova proteção total. No entanto, essa proteína melhora alguns aspectos importantes da lesão”, disse Carla. A descoberta de que a galectina-1 protege o rim de inflamações abre caminho para novos estudos. “Nossa pesquisa indica um caminho importante para futuros trabalhos. A ação protetora foi testada, mas podemos investigar sua ação na insuficiência crônica e verificar como o rim reage a longo prazo”, disse Carla. O artigo Pharmacological treatment with galectin-1 protects against renal ischaemia-reperfusion injury (doi: 10.1038/s41598-018-27907-y), de Carla P. Carlos, Analice A. Silva, Cristiane D. Gil e Sonia M. Oliani, pode ser lido em www.nature.com/articles/s41598-018-27907-y.

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Recife recebe 5ª edição do Seminário do Instituto Vencer o Câncer sobre câncer de mama

O Instituto Vencer o Câncer realiza no Recife o 5º ​Seminário para Pacientes & Familiares sobre Câncer de Mama. O evento, no dia 6 de outubro, vai destacar informações e novidades sobre prevenção e fatores de risco, diagnóstico precoce, tratamentos e novos medicamentos a pacientes, familiares e cuidadores. Este é o terceiro ano que o evento é realizado na capital pernambucana. No Brasil, o câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 29,5% dos casos novos nas pacientes. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer é de 59,7 mil casos novos no País em 2018. O Estado de Pernambuco deve ter, neste ano, mais de 2,5 mil casos da doença, o que corresponde a cerca de 22% dos registros de toda a região Nordeste. O oncologista Antonio Carlos Buzaid​, ​​ fundador do Instituto Vencer o Câncer, Diretor Médico do Centro Oncológico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Membro do Comitê Gestor do Centro de Oncologia do Hospital Albert Einstein, na capital paulista, destaca a importância dos exames de rastreamento e do diagnóstico precoce. “A mamografia realizada periodicamente detecta tumores pequenos, estratégia fundamental para um tratamento de maior sucesso”, ressalta o médico. Além do Dr. Antonio Buzaid, a oncologista clínica Ana Carolina Patu, do Real Instituto de Oncologia - Hospital Português de Recife e a médica nutróloga Andrea Pereira, do Hospital Israelita Albert Einsten vão participar das palestras, falando sobre inovação e tecnologias, e a importância do estilo de vida saudável na prevenção e tratamento. Mais informações sobre o ​5º Seminário para Pacientes & Familiares sobre Câncer de Mama em Recife podem ser obtidas no site https://www.vencerocancer.org.br/seminario-ivoc-para-pacientes-e-familiares-com-cancer-de-mama-recife-2018/?catsel=eventos   5º Seminário para pacientes e familiares sobre câncer de mama Data: Sábado, 6 de outubro de 2018 Horário: das 9h às 13h Local: Mar Hotel Conventions Rua Barão de Souza Leão, 451 - Boa Viagem, Recife   Sobre o Instituto Vencer o Câncer O Instituto Vencer o Câncer é uma fundação sem fins lucrativos que tem como objetivos principais apoiar pacientes e familiares diante do diagnósticos e tratamento do câncer, além de dividir com a população informações sobre prevenção em busca do maior bem que uma população pode ter: saúde e qualidade de vida. www.vencerocancer.org.br

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Grãos integrais diminuem risco de diabetes tipo 2, diz estudo

Estudo publicado recentemente no Journal of Nutrition, da Oxford Academic, relacionou a redução do risco para diabetes tipo 2 com o maior consumo de grãos integrais. Os achados embasam a orientação para a troca farinha branca pela integral durante o aconselhamento dietético. Debora Bohnen Guimarães, nutricionista coordenadora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), comenta o artigo e fala sobre como a dieta, inclusive a ingestão de grãos, contribui para prevenção e controle da doença. Confira abaixo a entrevista na íntegra! O estudo concluiu que uma dieta rica em grãos integrais pode reduzir os riscos para desenvolver diabetes tipo 2. Como eles agem no organismo e qual relação na prevenção da doença? Os grãos integrais são boas fontes de fibras, tanto solúveis quanto insolúveis. As solúveis, principalmente, favorecem o esvaziamento gástrico mais lento, fazendo com que o carboidrato ingerido na alimentação seja absorvido lentamente em forma de glicose. Tal processo reduz o índice glicêmico do alimento e o pico glicêmico após a refeição. Essa ação no organismo, por si só, já ajuda a controlar o peso, pois prolonga a sensação de saciedade após a refeição – além disso, uma dieta de menor índice glicêmico também pode favorecer o menor depósito de gorduras corporais, por não estimular grandes secreções de insulina. Os grãos integrais podem reduzir o risco de diabetes tipo 2 melhorando a sensibilidade à insulina, diminuindo a resposta pós-prandial à glicose e possivelmente também abaixando a inflamação no organismo. Existe uma quantidade mínima e máxima para a ingestão de grãos integrais a fim de prevenir o diabetes tipo 2? Não há uma quantidade mínima ou máxima de grãos recomendada. O que o estudo mostrou foi que quanto maior o consumo de grãos integrais (trigo, centeio, aveia) ou produtos feitos com esses grãos, menor foi o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Os indivíduos que consumiam maior quantidade diária de grãos integrais, comparados aos que consumiam menos, tiveram redução de 34% no risco para os homens e 22% para as mulheres. A cada porção (50g) a mais em grãos integrais diários, observou-se redução de 12% e 7% no risco para homens e mulheres, respectivamente. Há uma recomendação mínima de ingestão de fibras diárias, que é de 20g para adultos, podendo chegar até 35g. O limite máximo sugerido seria para não haver efeitos colaterais gastrointestinais, como excesso de gazes por grande quantidade de fibras na dieta. Cada pessoa deve avaliar sua tolerância individual. Após o diagnóstico da doença, grãos integrais podem ser usados para controle da glicemia? Sim e devem ser utilizados. A recomendação alimentar para quem tem diabetes é manter uma dieta rica em fibras, escolher carboidratos de fontes naturais, como cereais integrais, frutas, legumes, leguminosas e laticínios desnatados. Como já foi falado, a ingestão de fibras de cereais pode favorecer o controle da glicose pós-prandial e melhorar a sensibilidade à insulina. Além dos grãos, quais outras classes de alimentos pode contribuir para essa prevenção? A prevenção do diabetes tipo 2 está pautada principalmente a um estilo de vida saudável, e não necessariamente a ingestão única de classes de alimentos. Deve-se manter uma alimentação saudável, natural, variada e rica em fibras, manter um peso ideal e ser fisicamente ativo. Há estudos mostrando benefícios do uso de alimentos ricos em fibras em geral, gorduras monoinsaturadas (peixes, azeite de oliva extra virgem e oleaginosas), canela, etc. Apenas a dieta pode prevenir o diabetes? O diabetes tipo 2 é uma condição principalmente genética, mas que os fatores ambientais podem ajudar a desencadear ou não. Sabe-se que para indivíduos pré-dispostos, seguir uma alimentação saudável é prioridade, pois pode prevenir ou retardar o surgimento da doença. O que deve ser considerado ao estruturar uma dieta para combater e/ou controlar a doença? Primeiramente, deve-se manter um plano alimentar com total calórico adequado às necessidades do indivíduo para manter ou atingir o peso ideal. Depois estruturar um plano de horários adequados, com refeições fracionadas ao longo do dia conforme estilo de vida. Importante incluir alimentos de todos os grupos alimentares, com quantidades adequadas de carboidratos, proteínas e gorduras, favorecendo as fontes de boa qualidade, como as fibras e as gorduras monoinsaturadas, além de reduzir excesso de frituras, gorduras saturadas (carne vermelha, banha, bacon, manteiga, leite integral) e de sal. É importante manter uma meta adequada de carboidratos por refeições, pois refeições ricas em carboidratos podem aumentar as excursões glicêmicas. São fontes de carboidratos: açúcar, doces, frutas, leite, massas, grãos, cereais integrais, arroz, farinhas e tubérculos. A dieta muda para pacientes com diabetes tipo 1 e 2? A qualidade da dieta deve ser a mesma. O que pode diferir é que, o perfil de quem tem diabetes tipo 1 é mais magro, estando muitas vezes com peso adequado, o que faz com que a sua prioridade não seja tanto o peso e o total calórico, quanto para quem tem diabetes tipo 2, que o excesso de peso piora muito sua condição, pela maior resistência à insulina e inflamação. Pacientes com diabetes tipo 1 em regime de insulina flexível, podem variar a quantidade e qualidade de carboidratos ingerida, desde que façam os ajustes da dose de insulina para a refeição conforme a ingestão de carboidratos.

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Com o envelhecimento populacional, doença de Alzheimer deverá aumentar nas próximas décadas

Nesta sexta-feira, 21, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Alzheimer. Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International (ADI), federação que representa mundialmente 85 entidades, as demências afetam mais de 47 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são estimados 55 mil novos casos de demências todos os anos, a maioria decorrentes do Alzheimer. O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o geriatra Carlos André Uehara, chama a atenção para o fato da população brasileira estar envelhecendo de forma acelerada. “Na Europa, a transição demográfica foi um processo muito mais longo do que está acontecendo no Brasil. Em menos de 100 anos nós praticamente duplicamos a expectativa de vida”, explica. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, há 28 milhões de pessoas acima dos 60 anos em 2018. Até 2060 este número subirá para 73 milhões. A projeção da ADI é de que já foram gastos mais de 818 bilhões de dólares para o tratamento de demências no mundo, soma que deve chegar a 1 trilhão ainda em 2018. No Brasil, não há dados oficiais sobre quanto que é gasto para tratar o Alzheimer ou outras doenças cognitivas, porém a tendência é que os custos aumentem nos próximos anos, segundo o coordenador do programa de Residência Médica em Geriatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Renato Bandeira de Mello. “Pensando em saúde pública e otimização do manejo do transtorno cognitivo leve e da doença de Alzheimer, é fundamental que se mude o modelo de assistência atual para tratamento de doenças neurodegenerativas, desenvolvendo ações interprofissionais que melhorem a funcionalidade e qualidade de vida desses pacientes e seus familiares ”, diz Mello, que também é diretor científico da SBGG. “O Sistema Único de Saúde apresenta foco predominante na cura e controle de doenças depois de seus diagnósticos ao invés de evitá-las. Diante do rápido envelhecimento populacional e estimativas alarmantes a respeito das síndromes demenciais, urge incremento de ações preventivas”, complementa Uehara. Atendimento na rede pública O diagnóstico da Azheimer é clínico, ou seja, depende da análise de um médico geriatra ou neurologista para avaliar a capacidade cognitiva do indivíduo. Entretanto, a SBGG alerta para a falta de especialistas capacitados para o diagnóstico de demências em pacientes com 60 anos ou mais. Segundo a Demografia Médica, feito pelo Conselho Federal de Medicina, há 1.817 geriatras no país em 2018, sendo que 60% estão na região sudeste. Atualmente há um especialista para cada 15,4 mil idosos, número muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de um geriatra para cada mil idosos. No Brasil, mais de 14 milhões de idosos dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde, que neste mês completou 30 anos. “Não haverá exércitos de especialistas para atender esta demanda”, diz Mello. Uma das soluções será a capacitação de profissionais de saúde para identificar quais idosos possuem maior risco de adquirir algum tipo de demência. Treinamento que já existe, mas que é muito incipiente, segundo Renato. “Isso deveria ser um foco importante pensando em saúde pública e imaginando que o diagnóstico e prevalência da doença deverá aumentar nas próximas décadas”, diz. Se há poucos especialistas para diagnosticar a doença, há ainda menos profissionais para tratar o paciente de forma adequada. Apesar de não ter cura, os indivíduos com algum tipo de demência respondem de forma positiva quando há um trabalho multidisciplinar com psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e enfermeiros, entre outros, apontam os especialistas da SBGG. Segundo Renato, “o suporte de tratamento e reabilitação desses pacientes ainda é precário no sistema público, concentrado predominantemente em centros universitários.  Atualmente há poucos centros de referência que possuem este tipo de infraestrutura que ofereça tratamentos integrais à doença”. Uma doença desigual Apesar do Alzheimer afetar pessoas de diferentes classes sociais, a baixa escolaridade é um dos fatores de risco para o surgimento de demências após os 60 anos. Isso ocorre porque o ensino formal contribui para a criação de redes neurais mais complexas e estimula o cérebro a elaborar uma reserva funcional maior que será gasta ao longo da vida. Ou seja, um indivíduo que frequentou o ensino superior possui menos chances de adquirir de forma precoce Alzheimer ou outra doença neurodegenerativa do que o indivíduo que foi instruído apenas até no ciclo básico. Segundo o relatório Education at a Glance 2018, publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a educação primária no Brasil é universal e atinge 100% das crianças acima dos 6 anos de idade.  Entretanto, a porcentagem de adolescentes (entre 15 e 19 anos) e jovens adultos (entre 20 e 24 anos) matriculados em qualquer nível de ensino cai para 69% e 29%, respectivamente. “O maior nível de escolaridade, assim como a maior prevenção e controle de outros fatores de risco, tem contribuído para estagnar a incidência dessa doença nos países desenvolvidos”, explica Mello. Nem todo esquecimento é Alzheimer Vários fatores podem influenciar na memória, como a visão, a audição, a atenção, a concentração, a motivação, o humor, a cultura e as aptidões natas como a facilidade que cada um tem para lembrar-se de rostos e nomes, por exemplo. O uso de medicamentos e algumas doenças clínicas, neurológicas e psiquiátricas podem prejudicar o funcionamento correto da memória. Alzheimer e outras patologias neurodegenerativas devem ser acompanhadas de perda funcional do cérebro, afetando tarefas rotineiras e progressivamente tornando o idoso mais dependente. Os exames clínicos são solicitados para comprovar ou excluir causas de demências secundárias, como lesões cranianas, isquemias, sinais de acidente vascular cerebral ou tumores cerebrais, além de analisar outros problemas de saúde que podem impactar na capacidade funcional do cérebro, como falta de vitamina B12, mau funcionamento da tireoide e doenças infecciosas. Sobre a SBGG A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo principal congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a

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