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O Futuro das startups de inteligência artificial no Brasil: inovações, desafios e oportunidades

*Por Rafael Toscano e Pedro Casé A inteligência artificial (IA) tem se consolidado como uma das tecnologias mais disruptivas do século XXI, transformando indústrias inteiras e criando novas oportunidades em diversos setores. No Brasil, o ecossistema de startups que utilizam IA está em plena expansão. Atualmente, são aproximadamente 800 startups no país aplicam IA em suas soluções, com um crescimento expressivo nos últimos anos. No entanto, apesar desse avanço, muitos desafios precisam ser enfrentados para que a IA atinja todo o seu potencial no mercado brasileiro. O crescimento das startups de IA no Brasil Nos últimos cinco anos, o Brasil viu um aumento considerável no número de startups que adotam IA como parte central de suas operações. Entre 2020 e 2024, setores como AgTech, HealthTech, RetailTech e MarTech registraram uma alta significativa no uso de IA para automatizar processos, personalizar serviços e melhorar a eficiência operacional. Agricultura de precisão, análise preditiva e automação de máquinas são alguns exemplos de como a IA está sendo utilizada para resolver problemas complexos em tempo real​. Um fator que impulsiona essa expansão é a crescente demanda por soluções que combinem alta tecnologia com custo-benefício, especialmente em áreas como saúde e agricultura, que enfrentam desafios recorrentes. Startups como NeuralMed, que utiliza IA para auxiliar em diagnósticos médicos, e Agronow, que aplica análises preditivas para otimizar a produtividade agrícola, estão na vanguarda dessas inovações. Essas empresas mostram que a IA não está limitada a setores altamente especializados, mas pode beneficiar indústrias amplas e fundamentais para a economia brasileira​. Investimentos em startups de IA Com o aumento da adoção de IA, o Brasil também tem visto um influxo significativo de investimentos no setor. Somente em 2023, o valor investido em startups que utilizam IA cresceu consideravelmente, com destaque para áreas como automação de processos, cibersegurança e análise de dados. Esses investimentos estão permitindo que startups inovadoras não só consolidem suas operações, mas também escalem suas soluções para mercados internacionais​. O relatório destaca que os principais investidores estão apostando em startups que desenvolvem soluções para grandes indústrias e setores de alto impacto, como a saúde e o agronegócio. Isso não apenas amplia as oportunidades de crescimento dessas empresas, mas também fortalece o ecossistema como um todo, promovendo um ciclo virtuoso de inovação. Além disso, a movimentação no mercado de fusões e aquisições (M&A) também aponta para uma tendência de consolidação. Muitas startups de IA estão sendo adquiridas por grandes empresas, interessadas em incorporar tecnologias inovadoras em seus processos. Isso cria uma oportunidade para que startups menores se tornem parte de corporações maiores, acelerando o impacto de suas inovações. Desafios e barreiras para o crescimento da IA no Brasil Apesar das oportunidades, as startups brasileiras de IA enfrentam desafios significativos. Um dos principais é a regulamentação. Atualmente, não há uma legislação específica no Brasil que aborde os aspectos éticos e legais do uso da IA. Isso cria incertezas para as empresas, que muitas vezes ficam sem diretrizes claras sobre como utilizar a tecnologia de maneira ética e responsável​. A qualificação profissional também é uma barreira. A escassez de profissionais especializados em IA e aprendizado de máquina afeta tanto startups quanto grandes empresas, que têm dificuldade em encontrar e reter talentos qualificados. Essa falta de mão de obra qualificada está entre os principais desafios para o crescimento contínuo do setor, o que gera uma corrida por capacitação e desenvolvimento de talentos locais. Outro ponto crucial é a gestão de dados. A IA depende de grandes volumes de dados para funcionar eficientemente, mas muitas startups ainda enfrentam dificuldades em coletar, armazenar e processar essas informações de maneira eficiente. A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil trouxe novos desafios para as empresas que lidam com grandes volumes de dados, exigindo que elas adotem práticas mais rigorosas de privacidade e segurança. Por fim, a confiança no uso da IA ainda é um problema para muitas empresas brasileiras. Embora as soluções de IA estejam cada vez mais precisas, muitas companhias ainda hesitam em adotá-las plenamente, seja por falta de conhecimento ou por receio dos impactos que isso pode trazer para suas operações. Esse é um desafio cultural que precisa ser superado para que o país alcance um nível de adoção comparável ao de mercados mais maduros. Perspectivas para o futuro Olhando para o futuro, o ecossistema de startups de IA no Brasil parece promissor, mas seu sucesso dependerá de uma série de fatores. Um deles é a capacidade de criar um ambiente regulatório favorável, que permita o desenvolvimento ético e seguro da IA. Iniciativas que promovam a cooperação entre governo, setor privado e academia serão fundamentais para criar um ecossistema robusto e preparado para lidar com os desafios tecnológicos​. Além disso, o Brasil precisa continuar a investir na educação e capacitação profissional. Programas de incentivo à formação de profissionais especializados em IA, tanto em nível técnico quanto acadêmico, serão essenciais para garantir que o país consiga acompanhar as tendências globais e se manter competitivo no cenário internacional. Outro fator importante será a democratização da IA. À medida que a tecnologia se torna mais acessível, startups e pequenas empresas terão a oportunidade de incorporar IA em seus processos, tornando suas operações mais eficientes e competitivas. Essa democratização está sendo impulsionada pelo desenvolvimento de plataformas de IA de baixo custo e de fácil uso, como ferramentas de machine learning e IA generativa acessíveis por APIs, o que permite que até empresas com poucos recursos possam se beneficiar dessas tecnologias. A adoção de IA por startups menores e empresas emergentes também cria um cenário no qual a inovação não é exclusiva de grandes corporações. Empresas de todos os tamanhos podem utilizar IA para aprimorar seus serviços, otimizar processos internos e personalizar a experiência do cliente. Por exemplo, no setor de varejo, a IA pode ser utilizada para recomendar produtos com base em análises preditivas do comportamento do consumidor, enquanto no setor agrícola, startups podem usar IA para melhorar a precisão na gestão de colheitas e no monitoramento do clima.

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Desafios de liderar em ambiente de mudança

*Por Fátima Guimarães Nos últimos tempos, o ambiente de trabalho das empresas tem sido profundamente impactado por transformações de diversas naturezas. No topo da lista, aparecem as mudanças culturais, estimuladas principalmente por um novo perfil de profissionais e equipes que desafiam a todo momento o que é tradicional, com novas formas de pensar, agir, trabalhar e relacionar-se nos espaços organizacionais e fora deles. Além disso, a adoção de novas tecnologias, como a inteligência artificial, a automação e o uso de ferramentas de colaboração digital, vem redefinindo o modo como o trabalho é realizado e como se dá a interação entre as pessoas. Esse ambiente em transformação tem representado uma série de desafios para todos os integrantes da organização, em especial para os seus gestores, que têm a difícil tarefa de não apenas monitorar o ritmo acelerado das mudanças e inovações, mas também de assegurar que suas equipes estejam preparadas e estimuladas para lidar bem com essa nova realidade. Serem capazes de “surfar” em meio às ondas de renovação do cenário atual é crítico para o sucesso e a sustentabilidade da organização. A questão que se segue: que atitudes podem ser facilitadoras para o enfrentamento desses desafios? A primeira delas, talvez a mais essencial, é assumir uma postura proativa e de abertura para a compreensão da mudança, o que geralmente exige do gestor conhecer referências inéditas ao seu repertório e conviver com padrões culturais não triviais, sem considerá-los como ameaça, ou sem a ânsia de tornar-se um especialista em tudo o que aparece de novo. Adotar uma postura estratégica, avaliando os impactos positivos e negativos que os novos comportamentos, os novos métodos de trabalho, os novos perfis profissionais podem trazer à vida organizacional é uma atitude sensata e certamente favorável. Um outro fator importante é o cuidado em manter alguma estabilidade em meio a essa profusão de novidades. Henry Mintzberg, classificado entre os 10 mais influentes pensadores da área da gestão, em seu livro Managing – Desvendando o Dia a Dia da Gestão (2009) adota o conceito de Charada da Mudança, em que faz um interessante contraponto: de um lado, o gestor precisa se adaptar e, mais ainda, liderar os processos de mudança; de outra parte, deve fazer a imprescindível gestão da continuidade para manter o rumo enquanto as mudanças são implantadas. Ou seja, a gestão da mudança e a gestão da continuidade caminham juntas, buscando-se sempre manter o ponto de equilíbrio entre inovação e preservação. Se a mudança exige a construção de novos padrões, novas referências e atualização dos modelos e processos de trabalho, a prática de um monitoramento sistemático funciona como apoio fundamental para que o rumo seja mantido, possibilitando a identificação prévia de dificuldades e resistências, ou, ainda mais importante, a correção dos problemas em tempo hábil. E nesse ponto, vale reforçar que, ao monitorar, o gestor deve privilegiar soluções coletivas em que os envolvidos participem, além de estabelecer e consolidar um clima de troca e colaboração. No mesmo livro já citado, Mintzberg afirma que “os gerentes eficazes não agem como vítimas, são agentes de mudança, não alvos de mudança; eles seguem o fluxo, mas também criam o fluxo”. E, mais adiante, dá importante “dica” sobre o perfil do gestor, bem adequado aos tempos atuais: “gestão é para pessoas que gostam do ritmo, da ação e dos desafios, seja lá de onde veem, seja lá para onde eles a levem”. Fátima Guimarães é sócia-fundadora da TGI Consultoria.

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Inovações Eficientes: Melhorias na logística que não exigem grandes investimentos

*Por Jéssica Couto No cenário logístico atual, a inovação é muitas vezes ligada a tecnologias avançadas, como robôs e RFID. Apesar de essenciais, essas soluções enfrentam barreiras financeiras e estruturais em muitas empresas. No entanto, a inovação também pode vir da criatividade e adaptação às condições específicas de cada negócio. No Brasil, muitos centros de distribuição têm restrições orçamentárias que limitam a adoção de tecnologias de ponta. O Grupo Trino se destaca ao aplicar metodologias como Lean Six Sigma e WCM para oferecer melhorias significativas sem grandes investimentos. Um exemplo é a adaptação de carrinhos para mover geladeiras e máquinas de lavar, que também servem para outros materiais pesados e frágeis. Essa modificação aumentou a eficiência em 30%, exigindo menos esforço da equipe. Outra inovação é o desenvolvimento de um elevador de cargas, criado em parceria com um cliente, para otimizar o espaço de armazenagem a um custo reduzido. Além disso, o centro de treinamento DOJÔ em Alhandra, Paraíba, e o novo Center Learning em Simões Filho, oferecem treinamentos especializados e infraestrutura para capacitar colaboradores com segurança e eficiência. Também desenvolvemos aplicativos para agendamento de caminhões, redefinição de layouts e políticas de premiações que impactam positivamente a segurança e produtividade. A inovação na logística não se resume apenas à tecnologia de ponta. Um bom profissional deve buscar sempre otimizar processos com os recursos disponíveis, alcançando melhores resultados e abrindo caminho para melhorias futuras. Não existe uma fórmula única para a logística; cada cliente possui uma realidade e necessidades específicas. No Grupo Trino, acreditamos que a inovação eficiente é aquela que respeita essas particularidades e oferece soluções personalizadas e acessíveis. *Jéssica Couto é diretora de marketing e PCS (Planejamento, Contabilidade e Suprimentos) do Grupo Trino

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Fake News e a irresponsabilidade na política

*Por Débora Almeida Cada vez é mais comum sentir a indignação da população com a disseminação de notícias falsas, as famosas, fake News. Essa percepção fica mais evidente quando o cenário está ligado a política e eleições. As fake news têm um impacto significativo na política, afetando tanto a opinião pública quanto os processos eleitorais e governamentais. Segundo pesquisa da Febraban, 88% dos brasileiros defendem punições severas aos candidatos que se beneficiam das notícias falsas. Importante que o estudo aponta que 52% desse público pesquisado é a favor de penas mais severas como a impugnação das candidaturas. Outros 12% defendem a suspensão da campanha eleitoral por um período, 10% opinam pela suspensão completa da propaganda eleitoral e 3% indicam apenas uma repreensão pública. 5% defendem todas elas. Essa é uma luta constante ainda mais dos atores envolvidos na política, seja local ou nacional, esse tipo de conduta ajuda na desinformação e manipulação da opinião pública. As fake news podem moldar a opinião pública com base em informações incorretas ou enganosas e disseminação dessas notícias falsas pode aumentar a polarização política, promovendo divisões mais profundas entre diferentes grupos. Quando falamos especificamente das eleições a preocupação é que essa ferramenta criminosa pode ser usada para influenciar o resultado das eleições, afetando a percepção dos candidatos e suas plataformas, além de terem o poder de difamar candidatos, prejudicando suas campanhas e levando eleitores a tomar decisões baseadas em informações falsas. Vale reforçar também a importância da mídia, o jornalismo sério, que deve cada vez mais ser usado como a fonte para as informações apuradas com imparcialidade e compromisso com a verdade. Se as pessoas continuarem com essa prática iremos ver cada vez mais intensamente a desconfiança com a seriedade das instituições e do nosso sistema político, pois as pessoas irão acreditar que o sistema político está corrompido ou manipulado por informações falsas, pode haver uma erosão da confiança nas instituições democráticas. E agora depois de todo esse cenário, o que devemos fazer para nos proteger? Verifique a fonte da informação, ou seja, antes de compartilhar qualquer notícia, procure confirmar a sua veracidade em fontes confiáveis; importante desconfiar de títulos sensacionalistas, atenção aos títulos exagerados ou que geram emoções fortes tendem a ser falsas. Uma dica muito importante é procurar informações em diferentes fontes porque se faz cada vez mais necessário comparar as informações de diferentes veículos de comunicação para ter uma visão mais completa do assunto. Por fim, utilize ferramentas de verificação de fatos, existem diversas ferramentas online que podem ajudar a identificar notícias falsas. Fica aqui uma mensagem final, a utilização de fake news por políticos é uma prática ilegal e pode ter graves consequências. É fundamental que a sociedade esteja atenta a esse problema, façam suas denúncias e por outro lado, as autoridades devem adotar medidas eficazes para combater a disseminação de informações falsas. Debora Almeida – ex-prefeita de São Bento do Una por duas gestões e atual deputada estadual (PSDB)

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Por que o PL 2141/2024 precisa ser aprovado?

*Por Luiz José de Franca Contribuintes pernambucanos com débitos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação) e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), inscritos em dívida ativa ou nas demais condições processuais de litígio com o Estado, podem se beneficiar enormemente do Projeto de Lei Complementar 2141/2024 que tramita na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Ele permitirá transação de créditos tributários e não tributários do Estado e de suas autarquias e fundações públicas, inscritos em dívida ativa ou já enviados à Procuradoria Geral do Estado para cobrança. No programa de transação tributária, o fisco vai conceder entre 65% a 75% de desconto em juros de mora sobre o débito, no valor das multas e, ainda, a oportunidade de os contribuintes usarem créditos acumulados de ICMS e precatórios, incluindo de terceiros, para saldarem até 75% da dívida. Os débitos poderão ser parcelados em até 145 meses. É uma oportunidade única para a regularização de dívidas. Podem entrar no parcelamento débitos antigos, com juros de mora cobrados sobre o valor das dívidas dos contribuintes calculados sobre a taxa Selic. Se aprovado, o PLC 2141/2024 dará oportunidade também aos contribuintes que estejam discutindo débitos de ICMS pela via judicial, mas sem a certeza de que a tese é forte o suficiente para ganhar a ação contra o Estado no futuro. Fruto do amadurecimento da relação mantida entre o Governo de Pernambuco, por meio da liderança da Sefaz (Secretaria da Fazenda), envolvendo as entidades do setor produtivo, o PLC, se aprovado, gerará uma potencial receita para o Estado. Também eliminará um volume gigantesco de processos administrativos e judiciais e permitirá que a Sefaz possa redesenhar o seu quadro extremamente qualificado para os enormes desafios pós-Reforma Tributária. Em Pernambuco, a dívida ativa soma um valor gigantesco de recebíveis que podem ser liquidados, permitindo – entre outros efeitos – o incremento da receita do Estado para contrapartida em convênios com a União. Poderá incrementar ainda o score de liquidez, permitindo acesso a novos recursos, essenciais para que o Estado promova a sua ação econômica e social de integração, de maneira mais rápida e efetiva a toda a nossa população. São hoje alguns milhares de processos inscritos em dívida ativa, ajuizados ou não, referentes a ICMS, ITCMD e IPVA. Com a aprovação do PLC 2141, estima-se que muitos devedores poderão se beneficiar, reduzindo o estoque de passivos e trazendo mais força, capacidade de investimento ao setor produtivo e a realocação de projetos (dentro da linha de incentivos que o Estado de Pernambuco já possui). Também poderá permitir a reativação (observadas as condições legais) de empresas que tiveram seus benefícios cortados ou suspensos por irregularidade nos tributos. Por fim, a aquisição dos precatórios como forma de pagamento fará um duplo movimento. Um deles é possibilitar que detentores de créditos líquidos e certos, que não queiram se submeter a eventuais deságios anteriores em editais já publicados, possam repassar seus créditos. Também dará oportunidade para os médios e pequenos credores do Estado de usar recursos líquidos para saldar dívidas, ajustar pequenos empreendimentos, enfim, fazer girar a roda da economia, dentro de um Estado que possui enormes desafios estruturais não resolvidos. Um Estado que também conta com a urgência dessa aprovação – que permitirá um novo fluxo de geração de riqueza, legalização e impulsionamento nas empresas e corporações e que ajudará no cumprimento de sua missão institucional. *Luiz José de Franca é advogado, consultor e especialista em direito tributário e empresarial.

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Desvendando o juridiquês 

Reinaldo Gueiros*  Muitas profissões tem seu “dialeto” próprio, vocabulário técnico e modos costumeiros de falar e se expressar. Não é diferente no campo do Direito. Porém, os profissionais dessa área talvez sejam um dos que mais impactem na vida do cidadão em geral. O uso do juridiquês, termo utilizado para designar o excesso de jargão jurídico ou de termos rebuscados comuns ao Direito, seja na comunicação escrita ou falada, pode gerar confusão e até problemas, se mal interpretado e limitar, inclusive, a garantia à ampla defesa e ao contraditório. O assunto motivou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a lançar uma campanha, cartilha e recomendações, trazidas na Recomendação 144, publicada em agosto de 2023, que trata sobre a implementação do uso da linguagem simples nas comunicações e atos editados pelos tribunais. Desde então, o Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples tem gerado algumas dúvidas e provocado questionamento no meio jurídico, sob alegações de que o direito teria uma linguagem própria e a norma - dita culta - não poderia ser simplificada.  Por definição, o Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples consiste na adoção de ações, iniciativas e projetos a serem desenvolvidos em todos os segmentos da Justiça e em todos os graus de jurisdição, com o objetivo de adotar linguagem simples, direta e compreensível a todas as pessoas na produção das decisões judiciais e na comunicação geral com a sociedade. Segundo o CNJ, a ideia é evitar que o vocabulário forense funcione como obstáculo à compreensão das decisões judiciais pela sociedade, democratizando o acesso à Justiça ou até mesmo tragam prejuízos por uma questão de interpretação errônea. Uma linguagem mais informal, simplificada e direta, seria, portanto, inclusiva e democrática.  A ideia é louvável. A língua portuguesa é vasta, agradável e bastante rica e a tarefa de comunicar com clareza e brevidade não significa ausência de refinamento. Nem, tampouco, desculpas para deslizes ou equívocos. O desafio da adoção de uma linguagem direta, mais simples e acessível a todos precisa ser assumido como um compromisso dos tribunais e da magistratura, sem com isso, negligenciar a boa técnica jurídica.  As mudanças propostas pelo pacto, quem sabe, trará até mais eficiência aos serviços jurídicos prestados à população, uma vez que desempenhará com mais assertividade seu papel de informar, levar entendimento, fazer saber. Além de eliminar termos excessivamente formais e dispensáveis à compreensão do conteúdo a ser transmitido, os tribunais membros do Pacto deverão adotar linguagem direta e concisa nos documentos, comunicados públicos, despachos, decisões, sentenças, votos e acórdãos e explicar, sempre que possível, o impacto da decisão ou do julgamento na vida de cada pessoa e da sociedade em geral.  Inclui-se nessa missão, utilizar linguagem acessível à pessoa com deficiência, seja libras, audiodescrição, entre outras. Ou seja, a Recomendação 144 vai aproximar o serviço público do seu público, diminuindo o afastamento da sociedade a conteúdos de seu benefício e interesse.  Reinaldo Gueiros é advogado e procurador federal*

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Setores mais expostos à IA registram aumento de quase 5 vezes na produtividade do trabalho

Por Camila Cinquetti e Denise Pinheiro O Barômetro Global de Empregos em IA de 2024 – estudo realizado pela PwC Brasil – analisou mais de meio bilhão de anúncios de vagas de postos de trabalho de 15 países em busca de evidências do impacto da inteligência artificial em escala mundial e encontrou dados relevantes indicando que setores mais expostos à IA registraram um crescimento de 4,8 vezes na produtividade. Além disso, em alguns mercados, empregos que exigem competências especializadas em IA oferecem salário até 25% maior. O relatório, que analisou países de quatro continentes – Europa, América do Norte, Ásia e Oceania –, sugere que a IA pode permitir que nações superem um persistente quadro de baixo crescimento na produtividade, gerando desenvolvimento econômico, salários mais elevados e melhores padrões de vida à população. O estudo também indica que empresas e governos precisam garantir que estão investindo nas competências necessárias, tanto para os cidadãos como para as organizações, se quiserem prosperar em um contexto de trabalho que já está sendo transformado pela inteligência artificial. Da mesma forma, existem enormes oportunidades para pessoas, organizações e economias com experiência em tecnologias novas e emergentes, como a IA. Garantir uma abordagem de recrutamento que coloque as competências em primeiro lugar, bem como o investimento contínuo na melhoria das competências da força de trabalho, é imperativo, uma vez que nenhuma indústria ou mercado passará ileso ao impacto da transformação da IA. No Brasil, 72% dos CEOs do País afirmam que a inteligência artificial mudará significativamente a forma como suas empresas criam, entregam e capturam valor nos próximos três anos. Isso de acordo com a 27ª edição da CEO Survey, pesquisa realizada anualmente pela PwC – na sua última edição, lançada em janeiro deste ano de 2024 – quando foram consultados mais de 4.700 líderes empresariais em todo o mundo. Já o Barômetro Global de Empregos indica que trabalhadores capacitados para a IA são mais produtivos e mais valiosos para o negócio – conclusão que também converge com a 27ª CEO Survey. No levantamento, CEOs no mundo, cujas empresas começaram a adotar a IA, acreditam que ela aumentará a eficiência do tempo de trabalho de seus funcionários. O Barômetro também quis entender o que o mercado de trabalho está buscando neste novo cenário e concluiu que, para cada anúncio de emprego em 2012 que exigia competências vinculadas ao domínio de IA (como machine learning), existem agora sete anúncios de vagas com essa exigência. Em contraste, os anúncios com ofertas de postos de trabalho para todos os demais empregos cresceram mais lentamente, apenas dobraram desde 2012. Também de acordo com o levantamento, o crescimento de empregos que exigem competências especializadas em IA superou o de todas as outras categorias de trabalho desde 2016, bem antes do surgimento do ChatGPT, e o número de vagas para especialistas em inteligência artificial aumentou 3,5 vezes mais rápido do que o de total de empregos. A proporção de anúncios com vagas de trabalho que requerem habilidades relacionadas à IA é maior nos setores de serviços, informação e comunicação e serviços financeiros – precisamente os setores previstos para estarem mais expostos à IA. Em serviços financeiros, por exemplo, há uma proporção de empregos que exigem habilidades em IA quase três vezes maior do que em outros setores; em serviços, também três vezes maior; e, em informação e comunicação, cinco vezes maior. A inteligência artificial proporciona muito mais do que ganhos de eficiência. Ela oferece formas fundamentalmente novas de criar valor. Em nosso trabalho com os clientes da PwC, vemos empresas usando IA para ampliar o valor que seus funcionários podem oferecer. Neste momento, existe uma demanda de mercado por profissionais como, por exemplo, desenvolvedores de software, médicos e cientistas de dados para atender às áreas de cuidados de saúde e avanços científicos de que o mundo tanto precisa. *Camila Cinquetti é sócia da PwC e líder da área de workforce *Denise Pinheiro é sócia da PwC e especialista em transformação digital.

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Velocidade no trânsito: quanto menor melhor, para todo mundo!

*Por Mário Neto Um dia desses, diante das imagens referentes a um acidente grave, registrado por câmeras de monitoramento na avenida Boa Viagem e que deixou seis pessoas mortas de forma violenta e instantânea, fiquei pensando o quanto a nossa vida está sempre por um fio. Nas imagens fortes, um veículo vem, em alta velocidade, em direção a uma árvore. Três segundos, todos vivos… dois segundos… ainda vivos e, provavelmente, em pânico… um segundo, último instante de vida… Colisão!… quase todos mortos e um agonizando (morreu em seguida)! Imaginei: “Meu Deus, como a velocidade pode ser fatal no trânsito!” Mas, vamos combinar, não é de hoje que todos nós sabemos que, quando o assunto é trânsito, não são apenas o álcool e a direção que não combinam. A velocidade também é inimiga do trânsito, em qualquer lugar do mundo. Não é à toa que a Organização Mundial da Saúde afirma que ultrapassar o limite de velocidade permitido é apontado como uma das principais causas de acidentes do mundo. O Relatório de Status Global de Segurança Viária da ONU, lá de 2018, já dizia que acidentes de trânsito eram a principal causa de morte de pessoas entre 5 e 29 anos e ainda, que perdíamos cerca de 1,35 milhão de vidas anualmente no trânsito mundial. E, isso deve ter crescido, já que o relatório apontava que não havia sido notado muito progresso na área. É fato que algumas exceções podem ser citadas, como um seleto grupo de cidades que, nos últimos anos, vêm adotando medidas para mudar essa triste realidade, procurando readequar os limites de velocidade em várias vias. Por exemplo, a partir de 2022, em países como o Reino Unido, todos os novos carros vendidos passaram a vir equipados com um dispositivo que impede que os motoristas excedam o limite de velocidade seguindo as regras de segurança viária da União Europeia. O limitador de velocidade, conhecido por ISA (Intelligence Speed Assistance), funciona por GPS e câmeras de reconhecimento de sinais que detectam o limite de velocidade do trecho que o veículo está percorrendo, emitindo um sinal para que o carro reduza a velocidade automaticamente. A expectativa é a de que, em 15 anos, o uso do novo dispositivo possa poupar cerca de 25 mil vidas no trânsito, por lá. Medidas semelhantes às tomadas na Europa vêm sendo experimentadas em diversas partes do mundo. Aqui no Nordeste brasileiro, por exemplo, em Fortaleza, no ano de 2018, foi implantada uma ação de readequação na Avenida Leste-Oeste, conhecida por ser a avenida em que mais ocorriam acidentes na capital. A velocidade máxima foi reduzida de 60 para 50km/h e, em apenas seis meses, o número de chamados para acidentes com vítimas foi reduzido em 84%. Além disso, verificou-se que o número de motoristas que excediam a nova velocidade era apenas de 2%. E, no Recife? Como está a questão do controle de velocidade, no trânsito? Uma nova fase de pesquisa iniciada em julho e que deve se estender até meados deste mês de agosto está (com radares móveis, aferindo a velocidade dos veículos), nas ruas, para entender o comportamento dos condutores. Nas fases iniciais, desde 2020, motociclistas são os que mais desrespeitam os limites de velocidade, no Recife, seguidos por veículos leves e pesados. Realizada em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, a pesquisa conta com metodologia da Johns Hopkins University, dos Estados Unidos, e apoio operacional da Universidade Federal do Ceará. A partir dos resultados obtidos será possível construir políticas públicas de segurança viária, baseadas em evidências para evitar os fatores de risco e, consequentemente, reduzir os sinistros de trânsito. Se faz urgente que a engenharia de trânsito trabalhe em torno de planejamento e implantação de projetos que levem à educação e respeito ao trânsito, induzam à adequação à velocidade, fiscalizem com rigor os abusos e punam de forma exemplar os infratores, criando uma cultura de disciplina, responsabilidade e obediência. E, em paralelo, quem tiver a consciência de quanto isso é importante, já praticar estas iniciativas, pelo bem de todos nós.

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Trabalho e vida pessoal: a busca do equilíbrio

*Por Tiago Siqueira É muito comum ouvirmos em rodas de conversas com colegas de trabalho, amigos ou mesmo familiares, alguma fala com certa entonação de angústia em relação à dificuldade que as pessoas têm em equilibrar o seu tempo entre trabalho e vida pessoal. Eu ouvi, recentemente, de uma pessoa que tem função de liderança numa empresa a sua experiência sobre essa questão. A angústia principal dele era de se sentir devedor em casa por achar que estava se ocupando (em presença física e mental) demasiadamente do trabalho. Isso significava que, mesmo estando fisicamente em casa ou se divertindo com alguma atividade de lazer com a sua família, a cabeça dele não estava necessariamente lá, junto com o corpo, aproveitando esses momentos de lazer. A sua cabeça, na realidade, muitas vezes, se encontrava pensando nos problemas do trabalho, e isso fazia o nível de angústia dele aumentar muito mais do que o normal. Ou seja, além das quase 12 horas diárias dedicadas ao trabalho durante a semana e, muitas vezes, algumas horinhas a mais durante os finais de semana, como se tudo isso não fosse suficiente, a cabeça o traía durante os seus momentos de lazer. Ele era mentalmente sugado para o trabalho, e seus pensamentos não ficavam em compasso com o que seu corpo estava fazendo durante esses momentos de lazer. E, como resultado, ele ficava mais e mais apreensivo, sentindo-se mais e mais devedor com a sua família. Pois bem, alguém se identificou com essa realidade? Essa é uma situação que costuma ser bastante comum no dia a dia de todos nós. A pressão por realizar mais e mais atividades e por entregar resultados cada vez mais exigentes, e cada vez mais num menor espaço de tempo, tudo isso faz refletir na necessidade de aumentar a produtividade das pessoas no trabalho. E essa pressão, se não cuidar, pode fazer com que essas pessoas acabem entrando numa espécie de círculo vicioso, que pode acabar resultando numa bola de neve de tal maneira que elas não irão mais conseguir assumir as rédeas de sua própria rotina. E no final, todo esse comprometimento terá impactos na vida dessa pessoa como um todo: na profissional e na pessoal. E nada disso será bom. Aliás, tudo isso será bastante tenebroso e as consequências não serão nada positivas. E, aí, fica a pergunta para reflexão: como poderemos equilibrar melhor o nosso tempo dedicado ao trabalho e à vida pessoal sem sacrificar a nossa produtividade e nem a nossa qualidade de vida? A resposta a essa pergunta pode não ser tão simples e muito menos fácil de aplicar, mas pode servir de base para você, leitor, fazer uma reflexão sobre sua vida. E eu digo que pode não ser tão fácil porque, mesmo até podendo parecer óbvio, se fosse fácil, ninguém viveria essas angústias (de que falei no início desse artigo). Aliás, resolveria logo isso! Mas não consegue resolver porque “a prática” muitas vezes anda em caminhos diferentes “dos desejos”; o ideal é sempre conflitante com o possível. Mas é preciso mudar! Em prol da saúde mental e da qualidade de vida, e sem deixar a produtividade profissional ficar comprometida. Aliás, o ideal mesmo é termos produtividade profissional crescente e aproveitamento da vida pessoal com qualidade! Pois bem, para que nós possamos equilibrar melhor trabalho e vida pessoal: 1. Primeiro, é buscar fazer o que gosta e encontrar satisfação nas atividades com que se ocupa. A vida de cada um de nós é uma só. Não tem isso de termos a vida profissional dissociada da vida pessoal. Então, necessariamente, uma impactará na outra. E ainda mais, em termos de dedicação de tempo (horas aplicadas no dia), temos mais tempo de horas dedicadas ao trabalho. Se nós nos ocupamos com atividades que não sejam prazerosas, viveremos mais tempo durante o dia nos ocupando com algo que não nos faz bem. E se não nos sentimos bem durante maior parte do nosso tempo, isso vai acabar contaminando “a outra parte” do nosso tempo. E, no final, a nossa vida como um todo é que ficará comprometida, sacrificada. Então, talvez não pareça muito fácil, mas a gente tem que ter em mente que, se a gente ocupa tempo com algo que não nos faz bem, além disso afetar a qualidade de nossa vida como um todo, também vai afetar – diretamente! – a nossa produtividade. Tenha certeza disso; ou comece a perceber que isso tem alguma fundamentação; e que, se você estiver nessa situação, é importante refletir com carinho para enfrentar algumas decisões que você talvez precise tomar. 2. Segundo, é levar a vida com mais leveza, ocupando o seu tempo com qualidade. Quando a gente gasta nosso tempo com momentos prazerosos, fazendo o que gosta durante os momentos de descanso mental, por exemplo, isso faz a gente se revigorar e estar mais disposto para enfrentar o dia a dia e todas as suas habituais pressões. Então, sobretudo na sua vida pessoal, encontre atividades que façam bem e que lhe completem. Experimente dedicar mais tempo para sua família, e para você mesmo! Aí, antes de você me perguntar sobre de que tipo de atividades você pode se ocupar, eu já me anteciparei dizendo que essa resposta quem deve dar não sou eu. É você! Você, mais do que ninguém, sabe o que faz bem. Identifique então o que possa te fazer bem, crie agenda no seu dia a dia para isso e priorize a sua realização! Depois, agradeça a você mesmo por isso. 3. Terceiro, tente aproveitar ao máximo os momentos em que você estiver fisicamente presente. Se você estiver no trabalho, foque nas atividades com toda vontade e disposição possível. Ser produtivo não é só saber das coisas e executar o que precisa ser feito; é, sobretudo, estar disposto para realizar o que precisa ser feito dando o máximo de si. E o diferencial está exatamente aí: dando o máximo de si! E se você estiver nos seus momentos de lazer, com você mesmo ou com

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30 anos do Estatuto da OAB: um avanço para toda a sociedade

*Por Reinaldo Gueiros A Lei Federal nº 8.906/1994 - que instituiu o Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - é, sem dúvida, um marco essencial para a profissão e a sociedade. Ao celebrar seus 30 anos de existência, neste mês de julho, reforçamos seu valor para a defesa das prerrogativas e deveres dos advogados, assim como para o fortalecimento da atuação profissional e promoção do Estado Democrático de Direito, elementos fundamentais para uma sociedade mais justa e equilibrada. Desde sua promulgação, em 4 de julho de 1994, o Estatuto tem sido uma ferramenta fundamental para garantir a autonomia dos advogados, estipulando direitos e deveres e estabelecendo normas que asseguram o sigilo profissional, a inviolabilidade de seu local de trabalho e a liberdade de comunicação com seus clientes. Ao defender a independência desse profissional, essa normativa atua na promoção da justiça e em favor de toda a sociedade, para que ela seja mais justa e democrática. O texto da lei reforça ainda a importância da OAB na fiscalização e na disciplina do exercício da advocacia. Destaca também a autonomia administrativa e financeira da OAB, permitindo ao órgão uma atuação mais independente e eficaz na defesa das prerrogativas da advocacia. O Estatuto evoluiu ao logo dos seus 30 anos, acompanhando as mudanças na sociedade e no sistema jurídico brasileiro. Como exemplo, estão as alterações trazidas na Lei 14.365/2022, que asseguraram a competência exclusiva da OAB para fiscalizar o efetivo exercício da profissão e o recebimento de honorários; as prerrogativas da mulher advogada; a ampliação da pena do crime de violação das prerrogativas do advogado; e a regulamentação da figura do advogado associado, assegurando a autonomia contratual interna dos escritórios de advocacia e o pagamento de honorários de acordo com o previsto pelo Código de Processo Civil. A advocacia precisa continuar avançando para acompanhar as mudanças sociais, tecnológicas e jurídicas, caminhando junto com as novas necessidades, porém mantendo-se firme na defesa da justiça e dos direitos dos cidadãos. As inovações tecnológicas, a digitalização da justiça e novas formas de proteção de dados pessoais, por exemplo, trouxeram desafios inéditos para a profissão e exigirão uma advocacia cada vez mais preparada, atualizada e comprometida. Celebrar os 30 anos do Estatuto da OAB é refletir sobre tudo isso e reforçar o compromisso de todos, não apenas advogados e advogadas, mas toda a sociedade, com uma advocacia independente, fortalecida e determinada a continuar zelando pela democracia, pela justiça e pela liberdade. *Reinaldo Gueiros é advogado e procurador federal

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