Nossa percepção em relação aos sabores e aos estímulos que sentimos em relação ao que consumimos é diretamente ligado às cores. Se vamos ao supermercado, restaurantes ou qualquer outro estabelecimento que nos exponha ao que queremos beber ou comer, a apresentação é fundamental. As cores têm um papel muitas vezes determinante no que desejamos e traça um rumo do que devemos ou não “embarcar”, e muitas vezes, até o subconsciente trabalha silenciosamente nessa escolha.
Com as cervejas isso não foge à regra. Com uma quantidade tão grande de estilos, marcas e rótulos, é plenamente natural que exista uma gama de variações de cores e tonalidades para assim causar o melhor impacto visual possível e assim estimular o nosso paladar.
Mas e o porquê de tantas cores? Afinal para alguns que começaram a curtir o universo das cervejas, “é apenas cerveja”, certo? De forma alguma, essa pluralidade dos tons é pura arte. Digamos que é a “noiva”, quando junto com os aromas dão uma largada e determinam qual tipo de cerveja queremos produzir ou consumir.
Então o que define as cores? O que ela dizem? Vamos tentar explicar um pouco. A cor, como disse anteriormente, está ligada ao tipo de cerveja ou, podemos dizer também, ao tipo de receita. Ela mostra qual malte utilizado, nível de torrefação. Tal grau não interfere necessariamente na cor, muito mais no sabor.
Então o equilíbrio nesse processo é fundamental para o sucesso das receita, mas a grosso modo podemos dizer que a combinação dos maltes vai dar a tonalidade da bebida. Outra coisa fundamental é que a cor não é determinante na graduação alcoólica. Podemos ter cervejas escuras, com graduação mais baixa que cervejas claras como as Pilsens.
Dando um exemplo. Uma cerveja duble IPA é uma cerveja essencialmente alcoólica, ela pode ser clara e mesmo assim bastante forte. Uma cerveja com um tom bastante fechado e escuro, como uma Stout, pode ser bem mais leve. Cervejas escuras podem ter mais complexidade e serem mais densas, mas não obrigatoriamente mais fortes.
Em se tratando do controle formal dessas cores existem duas escalas utilizadas para medir as cores da cerveja. A EBC, da Europa e a SRM dos EUA. No Brasil a escala usada é a EBC.
A EBC, que quer dizer European Brewing Convention (Convenção de Cervejeiros da Europa) é aplicada a cerveja e também ao malte. Nessa escala, a cerveja clara tem que ter menos de 20 unidades de EBC, e quem tiver mais de 20 EBC, é definida como cerveja escura.
A escala SRM tem como base a espectrofotometria, que usa a absorção da luz e a mede em certos comprimentos de onda. Existe uma diferença de 40% dos valores a escala EBC, nessa conta, 10 unidades de EBC, é equivalente a 4 de SRM, como explica o infográfico abaixo.
Essas duas escalas mais formais é mais para os produtores de cerveja enquadrarem suas produções. Nós amantes e consumidores temos mais é que experimentar todas elas.