As curiosas cervejas africanas (por Rivaldo Neto) – Revista Algomais – a revista de Pernambuco
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As curiosas cervejas africanas (por Rivaldo Neto)

Quando falamos de cervejas praticamente endereçamos o foco para as europeias, americanas e, logicamente, as nacionais artesanais de boa qualidade. Com isso, mercados e países que passaram a ser destaques na produção de vinhos, como é o caso da África do Sul, são deixados em segundo plano, tanto por importadores, quanto de nós consumidores e entusiastas da bebida.

Tal “erro” não se justifica. E se na cartilha do cervejeiro o lema número 1 é variar, provar e experimentar. Países que não olhamos como grandes mercados produtores de cervejas passam a ter um importante papel na procura por rótulos até então desconhecidos por nós brasileiros. E foi justamente usando esse raciocínio que consegui três cervejas africanas muito interessantes. Mas realmente não foi fácil.

Começando justamente pela África do Sul, onde a produção de cervejas é praticamente toda em cima da gigante SABMiller (South African Breweries). Ela praticamente domina o mercado do continente. As mais populares da empresa são as Castle, a Lion e a Carling Black Label, encontradas facilmente em qualquer lugar por lá. Mesmo com essa concorrência de um gigante como a SAB, algumas cervejarias infinitamente menores produzem boas cervejas e que merecem destaque.

 

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A cervejaria Boston Breweries foi criada por Chris Barnard que ao experimentar cervejas europeias decepcionou-se com as produzidas em sua terra natal e aprendeu o preparo da bebida sozinho. Ele criou essa cervejaria na Cidade do Cabo. Pois bem, ela produz a Johnny Gold, uma weiss estilo bávaro, bem turva e com notas frutadas e bem surpreendente. Não tem muito lúpulo, como a maioria das weiss, mas bastante aromatizada deixando uma sensação muito gostosa na boca e com uma leve acidez.

 

 

 

 

 

 

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Da Pretória vem a Emperor India Pale Ale, que é fabricada pela cervejaria Drayman’s, seu fundador Moritz Kallmeyer, é um incansável produtor, antes das tradicionais cervejas de milho africanas e vinhos de frutas e que se entusiasmou com a produção de cervejas artesanais. Ele conseguiu fazer uma IPA leve, com 4,0%, mas bem cítrica, com um equilíbrio marcante entre o doce do malte e a acidez cítrica. Possuindo uma cor âmbar e um bom retrogosto.

 

 

 

 

 

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Finalizando com a Mitchell’s, primeira microcervejaria da Africa do Sul, datando de 1983. Na época mal se falava em produção de cervejas em pequena escala. Lex Michell fundou a cervejaria e, posteriormente, vendeu em 1989. Mas deixou um portfólio interessante, principalmente com uma Strong Lager de 7,0%, a Mitchell”s Old Wobbly. Lembra muito as ALE inglesas pelo seu corpo, essa cerveja é uma grata surpresa, um amargor delicioso e frutado. Vale muito a pena.

 

 

 

 

 

 

MUNDO CERVEJEIRO

E nunca se é tarde para parabenizar as cervejarias pernambucanas Debron e Ekaut, pelos prêmios conquistados no Festival Brasileiro de Cervejas, que ocorreu em Blumenau, Santa Catarina. A Debron arrebatou ouro com a Imperial Stout, que já foi citada aqui na coluna e bronze com a Golden Ale e a Witber. A Ekaut ganhou a prata com a American Pale Ale (APA) 1817. Parabéns a todos os envolvidos.

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netoDiegoNóbrega - Taças de Cerveja (10)

*Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e apreciador de boas cervejas nas horas vagas

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