OBSERVATÓRIO DO FUTURO

OBSERVATÓRIO DO FUTURO

Bruno Queiroz Ferreira

As habilidades para o emprego do futuro

O estudo O Futuro do Emprego, realizado pelo Fórum Econômico Mundial em 2018, concluiu que o rápido avanço da tecnologia – como automação, robotização e digitalização – pode eliminar cerca de 75 milhões de vagas de emprego em todo o mundo até 2022.

Para se ter uma ideia tamanho do impacto, a relação entre o trabalho humano e aquele feito por máquinas e algoritmos, que hoje é de 71% para 29%, será de 58% para 42%. E, em 2025, pode alcançar a proporção de 52% para 48%.
Ao mesmo tempo, de acordo com o estudo, a tecnologia deve criar cerca de 133 milhões de empregos, em virtude de novas necessidades que surgirão em outras áreas. Ao contrário do que vinha sendo avaliado, então, o estudo mostra que haverá um saldo positivo de 58 milhões de empregos.

Mas o desafio ainda é maior do que se imagina, porque não basta apenas ter qualificação técnica para as novas oportunidades de trabalho, é preciso também desenvolver novas habilidades. Algumas delas, inclusive, devem se tornar mais importantes do que a própria profissão – que estará em constante transformação, podendo até desaparecer.

Habilidades como pensamento analítico e análise sistêmica serão as mais exigidas para se candidatar às profissões tecnológicas. Haverá forte demanda por profissionais capazes de criar, com base na inteligência artificial e na internet das coisas, os algoritmos e os robôs que vão executar a maior parte das atividades do futuro.

Por outro lado, o estudo também revela que, com a automação, o ser humano terá mais tempo para se dedicar às atividades tipicamente humanas. Nesse sentido, habilidades como criatividade, iniciativa, pensamento crítico, persuasão, negociação e resiliência serão ainda mais exigidas do profissional que não quiser perder sua vaga para um robô.

Mas não bastam somente essas habilidades para se garantir um emprego no futuro. Existem duas outras habilidades que são ainda mais importantes. A primeira é a capacidade de aprender sozinho. E isso porque o conhecimento técnico tende a deixar de ser formal e linear, como já acontece em escolas e universidades, e passará a ser verticalizado e descentralizado. O reflexo dessa tendência já pode ser sentido atualmente em alguns mercados, que não mais exigem o diploma como uma condição para a contratação.

A segunda das habilidades mais importantes é a responsividade, que é capacidade de responder de maneira rápida e adequada a novas situações. Como a mudança será uma constante em qualquer profissão daqui por diante, em virtude dos avanços tecnológicos, até mesmo as profissões em alta no futuro poderão ser afetadas. Por isso, o profissional que não se adequar rapidamente reforçará a tese, atribuída à Charles Darwin, na qual não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.

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