Circulou recentemente uma mensagem pelas redes sociais que dizia o seguinte: “O Mp3 faliu as gravadoras; o Netflix faliu as locadoras; o Booking complicou as agências de turismo; o Google faliu as páginas amarelas e as enciclopédias; o Airbnb está complicando os hotéis; o Whatsapp está complicando as operadoras de telefonia; as mídias sociais estão complicando os veículos de comunicação; o Uber está complicando os taxistas; a OLX acabou com os classificados de jornal; o celular acabou com as revelações fotográficas. O mundo evoluiu e com ele também a maneira de se viver e ganhar dinheiro. Quanto mais atrasada a nossa visão mais caro pagaremos por isso”.
Mais direta impossível a constatação do impacto da disrupção digital nas empresas e nas nossas vidas, causado pelo rápido avanço da tecnologia e pela popularização da internet. Então, como reagir diante dessa mudança de era que vem afetando as empresas como conhecemos hoje?
Não existe fórmula contra a disrupção. Mas alguns sinais básicos, quando associados, indicam o início do processo da transformação digital em um mercado:
1) perda gradual de receita, às vezes pequena, que indicam uma tendência que não pode ser revertida;
2) redução da margem de lucro, causada pela concorrência de produtos/serviços melhores e com menor preço;
3) surgimento de concorrentes que não existiam antes ou vindos de outros setores;
4) surgimento de tecnologias, mesmo que de baixo impacto e adesão dos clientes no primeiro momento, que podem se tornar padrão no futuro pela sua capacidade de expansão exponencial;
5) desregulamentação de leis que regem um setor por novas demandas dos consumidores e por pressão de novos atores de mercado. Uma vez detectados dois ou mais desses sinais, sendo um deles o surgimento de novas tecnologias, o primeiro passo é mudar rapidamente o pensamento e a atitude empresarial. É lógico que nem todas as empresas vão se transformar em 100% digitais, como vimos nos exemplos acima. No entanto, ignorar essa transformação é colocar o futuro em risco. Nesse sentido, é preciso reagir com rapidez e firmeza e levar em conta algumas diretrizes básicas:
1. Não ter medo da mudança - Encarar as mudanças como algo que fará parte das nossas vidas cada vez mais intensamente daqui pra frente. A mudança será um estado permanente. A transformação digital é uma ameaça por um lado, mas por outro pode ser uma grande oportunidade de negócio. Portanto, não se deve ficar preso aos modelos atuais. Imaginar o inimaginável e abrir mão do nosso conhecimento atual é estar aberto à mudança.
2. Não ter medo da tecnologia - Em quase todas as grandes mudanças recentes de mercado, como vimos nos exemplos acima, têm a tecnologia como principal vetor, sendo o smartphone o seu núcleo principal. Nesse sentido, a tecnologia deixa de ser apenas um meio de apoio às atividades e passa a ser, em muitos casos, a atividade fim do negócio. Isso significa que a tecnologia deve ser encampada por todos os setores da empresa, sobretudo pela direção, e não apenas uma responsabilidade da área de TI.
3. Ter a equipe certa - Desenvolver ou recrutar talentos que estejam comprometidos com a mudança de pensamento e de atitude e que possam liderar a transformação digital. Essa nova equipe deve estar preparada para se adaptar aos novos processos e às novas demandas do mercado, provocados pela digitalização. Tendências na gestão de pessoas na era digital que devem ser consideradas: equipes jovens, enxutas, com autonomia operacional, horizontalizadas e multidisciplinares. Metodologia Scrum e organização em squads também devem ser observadas com muita atenção.
4. Ter uma estratégia digital - Não basta estar aberto à mudança, incorporar tecnologia e montar a equipe adequada. Acima de tudo, é preciso ter um diagnóstico correto da realidade do mercado na qual a empresa se situa e uma estratégia adequada para enfrentar a transformação digital. O planejamento não deve ser de longo prazo, pois as mudanças são constantes. A estratégia digital deve ser flexível e revisada periodicamente.