A recente classificação do aspartame como “possivelmente cancerígeno” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), tem gerado controvérsias. Especialistas enfatizam que não há motivo para alarme. Presente em mais de 5.000 produtos, incluindo pastilhas para tosse e creme dental, o aspartame ocupa o terceiro nível de risco, indicando “possíveis carcinógenos” com evidências limitadas.
Médicos esclarecem que, considerando os dados atuais, não é apropriado associar o consumo de aspartame ao câncer. “Uma alimentação saudável é crucial para reduzir riscos de doenças. Porém, não há embasamento científico para vincular adoçantes como o aspartame ao desenvolvimento de câncer”, afirma o oncologista Eduardo Inojosa.
Especialistas também ressaltam que precaução é necessária. A OMS emite alertas para incentivar novas pesquisas. Alexandre Jácome, oncologista, observa que o aspartame está no mesmo nível de recomendação das radiações eletromagnéticas de celulares. Controlar o peso, adotar exercícios regulares e uma dieta rica em fibras, frutas e legumes são medidas mais relevantes para prevenir câncer.
O estudo conta com o parecer do Comitê Misto FAO/OMS, concluindo que não há evidências de efeitos adversos do aspartame e que a ingestão diária máxima de 40 mg/kg permanece segura. A FDA sugere 50mg/kg. Um cenário irreal, destacam especialistas, pois um adulto precisaria consumir quantidades improváveis para causar risco. A regulamentação brasileira da Anvisa também será avaliada diante dessa decisão da OMS. O estudo foi conduzido por 25 especialistas independentes de 12 países, mostrando a complexidade e nuances na análise de riscos à saúde.