Workshop Algomais Educação: Alexandre Rebêlo
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Há exatos 102 anos, no dia 24 de agosto de 1915, era inaugurado no Recife um espaço que se mostraria de grande importância para a arte em suas diversas expressões: o Teatro do Parque. Mas o tempo passou, e com ele o período áureo do lugar, fruto do abandono e descaso do poder público. Fechado desde 2010 para reformas, seu retorno ainda é uma incógnita. Na terça (22), a prefeitura do Recife lançou no Diário Oficial uma licitação para a contratação de uma empresa que dará continuidade à obra. Todo o processo licitatório terá um prazo de 60 dias. Indignados com a atual situação desse importante equipamento cultural, artistas promoverão no sábado (26) uma Virada Cultural em prol da reabertura do espaço. A manifestação conta com o apoio de nomes como Tony Ramos, Ary Fontoura, Antônio Pitanga e Bruno Garcia. E para falar sobre o encontro, conversei com um dos organizadores da virada, o ator e diretor de teatro Diogenes Lima. Como surgiu a ideia da Virada Cultural? A ideia da virada surgiu da minha indignação pela reabertura do Armazém 14 como casa de shows (privada). O Armazém 14 era um teatro nosso que fechou para reforma, não podia ter sido vendido ou doado ao setor privado. Quem a prefeitura consultou para fazer isso?! A partir desse fato, propus aos colegas da classe produzir uma virada cultural em prol da reabertura do Parque com o mote de não deixar que aconteça o mesmo com esse patrimônio nosso. Como será o evento? O evento acontecerá no sábado (26), das 10h às 22h, e será repleto de atrações e atividades artísticas das mais variadas linguagens (música, teatro, dança, literatura, cinema, poesia, tudo que o teatro do parque acolhia, estará nesse ato). Teremos quatro polos que chamamos de "parques": PARQUE HENRIQUE CELIBI, onde será o palco principal, na frente do teatro. PARQUE MUSICAL SOM DA RURAL, que estará situado a frente das casas Bahia. PARQUE CLARICE LISPECTOR, destinado à poesia e literatura, que será na praça Maciel Pinheiro e O PARQUE FIRMO NETO, na esquina da imperatriz com rua do hospício, onde a partir das 18h, serão exibidos filmes. Nomes da nossa cena cultural passarão por lá: DJ Dolores, Cannibal, Os Caetanos, o ator José Pimentel, entre outros. O que representa para a cultura local a reativação de um equipamento cultural do porte do Teatro do Parque? O Teatro do parque representa a manutenção de nossa cultura e arte. Somente num teatro pode-se ver música, dança, literatura e artes cênicas, por exemplo, às vezes tudo junto num só espetáculo. Um teatro como o do Parque, que tem como principal característica o acesso a camadas mais populares, estando fechado, é um desserviço, um atentado à sociedade. Onde está a juventude que lotava o teatro do parque para assistir a filmes por 1 real ou espetáculos de raça na época do Todos com a Nota??? Respondo: está na criminalidade ou na ociosidade intelectual. Como você descreveria sua relação com o Teatro do Parque? Faço teatro desde os 15 anos, já tenho 34 e o Teatro do Parque sempre foi minha área de trabalho, de encontros e lazer. Sempre que se marcava reuniões e encontros era no jardim do teatro ou em seu salão espelhado. Toda segunda, quando conseguia comprar ingressos, assistia a filmes. Quando não estava me apresentando, ia ver à peças e shows de música. Tudo barato, acessível e de muita qualidade, com artistas renomados. Vendo o Recife hoje, parece que vivi em outra cidade na minha adolescência e juventude. Hoje só se vê cinema e shows se se tiver muita grana. Até o carnaval estão pasteurizando. Atualmente ou se tem dinheiro, ou não se tem acesso a entretenimento nessa nossa cidade. Uma lástima! Mas vamos mudar isso com ações como a virada. *Por Wanderley Andrade, jornalista e crítico de cinema
Virada Cultural reúne artistas pela reabertura do Teatro do Parque Read More »
Você é daquelas pessoas que costumam assistir apenas a filmes americanos e aos produzidos no Brasil? Pois bem, o serviço de streaming, Netflix, mostra ser um bom canal de contato com longas que dificilmente chegarão aos cinemas brasileiros, produzidos em países como Argentina, Colômbia, China, Turquia e Índia. E é sobre a índia e sua Bollywood de filmes coloridos e dançantes que falo desta vez. Mais especificamente sobre seu grande astro: Shah Rukh Khan, conhecido na Índia como o Rei de Bollywood. Shah Rukh Khan começou a carreira na década de 80 atuando em séries de TV. Chegou aos cinemas apenas aos 27 anos, com o romance musical (não poderia ser diferente) Deewana. Desde então, ora como ator, ora como produtor, participou de quase 100 filmes. Khan é considerado o melhor ator indiano de todos os tempos. Em 2005, recebeu do governo da índia o prêmio Padma Shri, por tudo o que fez pelo cinema do país. Para aqueles que desejam conhecer o trabalho de Shah Rukh Khan, a Netflix disponibiliza em seu catálogo alguns filmes recentes do ator. Compartilho agora com vocês minhas impressões sobre duas dessas produções. Dilwale (2015) Dilwale é um misto de Romeu e Julieta com Velozes e Furiosos. Cenas românticas, incríveis perseguições automobilísticas e muita pancadaria. O pacote também inclui as clássicas cenas musicais típicas dos filmes indianos. Na trama, Raj (Shah Rukh Khan) e Meera (Kajol) estão apaixonados, mas a rivalidade entre suas famílias, clãs de gangues rivais, provoca o fim do romance. Anos depois, o reencontro acontece. Estarão preparados para recomeçar a relação? À primeira vista, a história mais parece trama de novela mexicana. Mas Dilwale vai além. Chama a atenção o bom trabalho de fotografia, principalmente nas cenas musicais. Destaque para as belas imagens na sequência da canção "Gerua", interpretada pelo casal de protagonistas. O elenco não compromete, apesar de algumas atuações caricatas, como a do ator Boman Irani, que interpreta o vilão King. Dilwale é uma boa opção de entretenimento, basta apenas não levá-lo tão a sério. Raees (2017) Este é o trabalho mais recente de Shah Rukh Khan. Desta vez, encarna o famoso contrabandista de bebidas, Raees. O filme narra a ascensão e queda do Império construído por ele em Gujarat, estado do leste da Índia, lugar onde impera a Lei Seca. Através de uma narrativa linear, conhecemos o personagem ainda criança, época em que, devido a um problema de visão, passa a usar óculos. Desde então, carrega nos ombros a alcunha de "quatro olhos", apelido que levará por muitos anos. Já adulto e chefe do comércio de bebidas, torna-se conhecido por sua inteligência e astúcia em despistar a polícia local. É quando entra na história o policial Majmudar, interpretado pelo excelente Nawazuddin Siddiqui. Prender Raees se torna sua obsessão. O embate entre Majmudar e Raees passa a ditar o ritmo da trama, conduzindo a um desfecho bem ruim. Nawazuddin participou recentemente do filme Lion, um dos indicados ao Oscar de Melhor Filme deste ano. E como não poderia ser diferente em um filme indiano, neste também não faltou bons números musicais. Destaco as contagiantes canções “Udi Udi Jaye” e “Dhingana”. Outros filmes com Shah Rukh Khan disponíveis na Netflix: Happy New Year (2014) Dear Zindagi
Astro de Bollywood é destaque na Netflix Read More »
Não é de hoje que filmes com temática cristã têm conquistado grandes plateias nos cinemas e muitos acessos em serviços de streaming, como o Netflix. Produções como Deus não está Morto e Quarto de Guerra custaram pouco aos estúdios e responderam de forma bem positiva nas bilheterias. Um dos grandes responsáveis por esse sucesso é o diretor e pastor americano Alex Kendrick, que em parceria com o irmão, Stephen, produziu alguns dos principais títulos do segmento. Alex Kendrick é pastor da igreja Batista Sherwood, na cidade de Albany, Geórgia. Seu primeiro projeto, A Virada, lançado em 2003, foi produzido pela Sherwood Pictures, uma empresa de produção cinematográfica cristã independente, ligada à própria igreja. O longa foi gravado com equipamentos amadores e o elenco formado por membros da Sherwood, além do próprio Kendrick que interpreta o protagonista. Na história, Jan Austin é um vendedor de carros desonesto, que terá a vida transformada após trabalhar na restauração de um carro clássico conversível. A ideia inicial era, após concluir o filme, distribuí-lo entre os membros da comunidade. Mas a produção alcançou sucesso tal que, até 2008, já haviam sido vendidas mais de 300.000 cópias. A experiência adquirida com A Virada, o levou ao segundo filme: Desafiando Gigantes. A produção custou ínfimos US$ 100 mil e conseguiu atingir a marca de mais de US$ 10 milhões. Em 2008, dirigiu o longa Prova de Fogo. Desta vez escalou para o papel de protagonista o ator Kirk Cameron, da série Growing Pains. Mas o que seus filmes têm em comum? Um treinador de futebol americano que enfrenta grandes dificuldades na profissão e no lar. Um bombeiro admirado por sua coragem, mas que não consegue manter de pé seu casamento. Um policial que, após perder a filha, decide lutar por sua família. Seus filmes sempre trazem uma mensagem de motivação relacionada à família. Conheça “Quarto de Guerra” Militares debruçados sobre um mapa, escolhendo a melhor estratégia para avançar sobre as forças inimigas. É assim que começa Quarto de Guerra, último filme dirigido por Kendrick. O longa foi lançado em 2015. Na trama, Tony (T. C. Satllings) e Elizabeth (Priscilla Shirer) formam um casal que passa por uma séria crise no casamento. Tony trabalha como representante de produtos farmacêuticos e investe a maior parte do tempo nas atividades da empresa, deixando a família em segundo plano. Elizabeth é corretora de imóveis e, durante uma visita de trabalho, conhece Clara (Karen Abercrombie), uma doce senhora que servirá de instrumento para uma grande mudança na sua vida. A guerra serve de metáfora para uma vida focada na oração. Conhecemos personagens interessantes e complexos. Clara é um deles: mulher otimista, firme em suas convicções, que oculta um passado de traumas provocados pela morte do marido. Tony é outro personagem que chama a atenção, considerando a transformação que sofre na história. Alex Kendrick dirige o filme e assina o roteiro. Em Quarto de Guerra, Kendrick mostra que evoluiu bastante desde seu primeiro trabalho. Em parceria com o irmão Stephen, vem acumulando grandes bilheterias com filmes de baixo orçamento. Só nos Estados Unidos mais de 12 milhões de pessoas já assistiram a suas produções. Quarto de Guerra se tornou mais um grande sucesso dos irmãos. No Brasil, após chegar a 46 salas de cinema, alcançou o 2º lugar na média de público por salas, na semana de estreia, perdendo apenas para o filme Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2.
Cinema cristão: conheça Alex Kendrick (Por Wanderley Andrade) Read More »