Claudia Santos, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 102 De 141

Claudia Santos

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Gestão Mais: Compartilhando o plano de sucessão

A maioria das empresas familiares, em algum momento de suas existências, terá que passar por um processo de sucessão. Ter um plano sucessório definido dá a elas vantagens competitivas que podem, simplesmente, fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso da transição de liderança entre gerações. Entretanto, é comum encontrarmos empresas que fazem o dever de casa – organizam e planejam a sucessão – mas que erram ao não compartilhar nem engajar seus executivos estratégicos neste processo. Apesar de ser uma questão de cunho familiar, a sucessão é um assunto de grande interesse para aqueles que, não sendo da família, serão afetados diretamente por ela. É preciso lembrar que, assim com o futuro da organização, a carreira deles também está em jogo. Por isso, é muito importante que a lógica do processo de sucessão, de um modo geral, seja compartilhada com os principais executivos. Do contrário, pode ser criado um ambiente de incertezas que nada trará de bom para os negócios. A insegurança sobre o rumo que a organização tomará, o receio por não saber como o processo será conduzido, a dúvida sobre se a família está tratando o assunto com a importância adequada ou, ainda, o medo de que os familiares entrarão para “tomar o lugar” de quem já está lá, podem gerar conflitos internos e desmotivação na equipe. Isso também poderá afetar, no futuro, a confiança dos executivos no sucessor escolhido para assumir a direção da empresa. Claro que não é preciso expor o plano sucessório em seus mínimos detalhes nem muito menos questões íntimas da família, mas os executivos precisam entender como se dará o processo e quais serão seus papéis nessa transição. Eles podem, inclusive, contribuir com a experiência e com uma visão mais ampla e imparcial do negócio, já que não fazem parte da família, tornando o plano de sucessão até mais efetivo. Quando o processo sucessório é feito de maneira transparente e compartilhado com aqueles que fazem a empresa em seu dia a dia, todos ganham: as famílias empresárias, por se mostrarem dispostas ao diálogo sobre o tema, eliminando especulações e mal-entendidos, promovendo a integração da nova geração com a equipe que comanda os negócios; e os executivos, que terão mais visibilidade sobre o futuro da empresa e, desta forma, não se sentirão ameaçados pelas mudanças que sempre são trazidas por um processo sucessório, por mais bem conduzido que seja.

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Sonho meu (por Joca Souza Leão)

Manuel Bandeira disse que queria ir-se embora pra Pasárgada porque lá, entre outras coisas, tinha telefone automático. Bandeira vivia (e viveu a vida quase toda) no Rio. Início dos anos 20, quando escreveu o poema, tinha-se que girar uma manivela, que ficava na lateral do telefone, para pedir à telefonista da central telefônica para conectar com quem se desejava falar. Nos anos 50, na casa da minha vó Carmem, aqui, na Rua José de Alencar, tinha um telefone desses de manivela. Já aposentado. E como não era, ainda, considerado antiguidade, não tava lá como peça de decoração. Vai ver, instalaram o automático e esqueceram o velho na parede. Servia pra gente brincar de telefonar, girando a manivela. Desde que me entendo por gente, telefone é automático no Recife. Só fiquei sabendo que era analógico quando virou digital. A gente discava. Agora, digita. Às vezes, demorava um segundinho para dar linha. Raramente, dava linha cruzada. E, mais raramente ainda, ficava mudo. Ligação errada, qu’eu lembre, só se a pessoa tivesse discado um dos quatro números errado. O da minha casa era 2448. Quem atendia dizia “alô”. Quem ligava, confirmava o número que havia ligado em tom de pergunta. Em seguida, dizia com quem desejava falar. Quem atendia, não perguntava “quem gostaria”. Pedia “um momentinho” para chamar a pessoa ou dizia que ela não estava e perguntava se queria deixar recado. Se a gente ligasse para uma empresa grande, quem atendia não era uma gravação, mas uma telefonista. Um ser humano, quase sempre do sexo feminino. Se você estivesse querendo falar com um funcionário, ela passava a ligação no ato. Se fosse com um diretor, ela dizia “um momentinho” e passava para a secretária que perguntava “quem quer falar” (jamais “quem gostaria”) e transferia para o chefe ou anotava seu telefone para retornar a ligação. Ninguém levava um tempão para falar com ninguém. Nunca liguei pro papa, mas, se tivesse ligado, quem sabe, ele teria atendido. Não sei na sua casa, leitora, leitor, mas, na minha, o telefone toca não sei quantas vezes por dia e quando eu atendo a ligação não conclui. Fica mudo. “Alô, alô...” e nada. Agora, tem uma novidade. “Se o senhor ou senhora conhece fulano de tal, digite um; se não conhece, digite dois.” Não digito por...caria nenhuma. Desligo. Mas, na terceira, quarta ligação, não resisto, xingo a mãe. Sei que computador é surdo. E não tem mãe. Mas xingo. Bem, não vou aqui falar do inferno dos call centers, com suas musiquinhas infames, textos (da pior qualidade) gravados e ramais e mais ramais pra gente digitar até ser atendido por alguém que não resolve nada. Nem vou falar das ligações dos famigerados telemarketings. (Depois que vi uma reportagem sobre os pobres coitados que trabalham nessas empresas, ganhando uma ninharia e trabalhando até 12 horas por dia, não xingo mais ninguém. Ao contrário. Independente do calendário, desejo feliz Natal e próspero Ano Novo). Everardo Maciel me disse outro dia que computador sonha. Acordado, deve ser. E tem sonhos digitais, por certo. Porque o cérebro humano continua, como sempre, analógico. E os meus sonhos, também. “(...) Vai buscar quem mora longe / Sonho meu / Vai mostrar esta saudade / Sonho meu / Com a sua liberdade / Sonho meu.”

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Cheiros da vida (por Bruno Moury Fernandes)

Sinto cheiro de flores e frutas tropicais quando estou perto de Tetê e Quinca, meus filhos. É o cheiro do sol nascendo de manhã, da pura natureza. Sinto cheiro de morango com chantili quando estou perto de Milena. É o cheiro do desejo. Sinto cheiro de banana batida com leite condensado e farinha láctea quando estou perto da minha mãe. É o cheiro da minha infância. Sou um homem olfativo. Trabalho esse sentido, diariamente. Quando cheiro alguma coisa lembro de pessoas ou de lugares. Amo quando alguém fuma perto de mim. É o cheiro do meu pai. Fico impregnado de saudade. Cheiro de guisado na panela então é o mesmo que receber um abraço seu, daquele bem apertado. Cheiro de sargaço remete-me a Itamaracá. Amendoim, me põe no colo da Tia Lídia. Cheirar os pelos de um cavalo é pensar em Fifa, meu irmão. Terra molhada leva-me à Granja Riacho Azul. Perfume francês leva-me ao meu tio Honório, a cabeça mais cheirosa da humanidade. Até cheiro de suor remete-me a coisa boa: o Carnaval do Recife. O cheiro não precisa ser bom. Cheiro de peido, por exemplo, é estar no meu quarto, adolescente, dormindo com meu irmão. O melhor lugar do mundo, apesar das bufas. Cheiro de milho verde remete-me ao amigo de infância, Macaxeira, que vomitou em cima de mim, após comer misturado com quibe. Cheiro de cachorro quente remete-me ao colégio Atual. Cheiro de fritura me leva às coxinhas de aquário que comia nos jogos do Sport, na Ilha do Retiro. Posso passear sem sair de casa. Se me trouxeres coentro e cebolinho estou na feira de Casa Amarela. Se me deres café estou na casa da minha avó. Se me falas de perto com hortelã estou sentado na cadeira de Tio Tuca, meu dentista. Haja nariz para tanto cheiro. Mas esse não é um problema para as pessoas da minha família. Meus tios não têm narizes, na verdade eles possuem naralhos! Um deles resolveu fazer uma plástica para diminuir. A esposa pediu “tore outra coisa que é melhor”. Perguntado o motivo, ela respondeu com franqueza: “gostaria de preservar a única coisa grande e dura que ainda há em ti”. Se me trazes manjericão estou em Milão. Se colocas camarão na panela, mergulhado no azeite, estou no Pinóquio, em Lisboa. Se me entregas salsa estou na casa da sogra. Perfume de bebê, meu afilhado Guigui e meu sobrinho Tomé. Cheiro de energético leva-me à farra. Creolina me põe com meus cachorros, na casa onde morávamos, em Casa Forte. Cominho é de fome. Bromélia é de rede e varanda. Mas cheiro bom mesmo é de livro. Melhor do que ler, é cheirá-lo. Quero sentir cheiro e catinga, para lembrar que a vida é feita de altos e baixos. Quero todos os cheiros que a vida possa me dar. Quero cheirar o mundo! Quero cheirar cada esquina por onde já passei e por onde vou passar. Quero cheirar até o cangote azedo de Joaquim quando da escola chegar. Quero cheirar o perfume da vida até a morte se apresentar. Esticar o tempo até sentir o cheiro que a malvada terá. Suspeito que seja de avenca. Aquela que enfeitou o caixão do Dr. Edmar.

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Oportunidades: 8 concursos com salários de até R$ 8 mil

Nesta semana a lista dos concursos com inscrições abertas recebeu dois novos editais: da Secretaria de Micro e Pequena Empresa Trabalho e Qualificação de Pernambuco (257 vagas) e da Prefeitura de Cedro (41 vagas). Ao todo são 536 vagas em disputa para cargos de diversos níveis de qualificação. Destaque para o Tribunal de Justiça de Pernambuco, um dos mais esperados pelos concurseiros e da Secretaria Estadual de Saúde. Confira abaixo o quadro de vagas e as informações referentes às inscrições e salários de cada seleção. Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação de Pernambuco (SEMPETQ) Vagas: 257 Oportunidades: Agente de intermediação de mão de obra, Intérprete de Libras, Psicólogo e Captador externo de vagas. Inscrições: Até o dia 20 de agosto pelo site: www.upenet.com.br Salários: Entre R$ 1.175,74 e R$ 2.700,00 Baixe o edital: Seleção do Sempetq Prefeitura de Cedro Vagas: 41 vagas Oportunidades: Médico clínico geral, técnico de enfermagem, técnico de laboratório, agente de combate as endemias, educador físico, enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, psicólogo e terapeuta ocupacional Inscrições: Até o dia 10 de setembro pelo site http://consulpam.com.br Salários: Entre R$ 937 e R$ 8 mil Confira o edital: Edital da PMC Tribunal de Justiça de Pernambuco Vagas: 109 Oportunidades: Para o preenchimento de cargos de cargos de técnico judiciário, analista judiciário e oficial de Justiça. Inscrições: Começam no dia 24 de julho e seguem até o dia 24 de agosto no site da organizadora (www.ibfc.org.br) Salários: Os vencimentos variam entre R$ 4.222,45 (médio/técnico) a R$ 5.502,12 (superior). Baixe o edital: TJPE Câmara de Itaíba Vagas: 7 Oportunidades: Vagas de auxiliar de serviços gerais, assistente administrativo, auxiliar de controle interno, técnico em Contabilidade e coordenador de Controle Interno. Inscrições: Devem ser realizadas até o dia 14 de agosto de 2017, pela web: www.contemaxconsultoria.com.br. Salários: Entre R$ 937 e R$ 2,5 mil Baixe o edital: PoderExecutivo(20170622) Conselho Nacional de Técnico em Radiologia (Recife) Vagas: 3 (no Recife, em outros Estados há outras oportunidades) Oportunidades: Para agente fiscal, auxiliar administrativo e técnico em contabilidade Inscrições: Até o dia 14 de agosto no site www.quadrix.org.br Salários: Entre R$ 1.069 e R$ 2.057 Baixe o edital: Edital do Concurso do Conter Prefeitura de João Alfredo Vagas: 17 Oportunidades: Cargos de Agente Comunitário de Saúde e Agente de Combate às Endemias. Inscrições: Até o dia 21 de agosto de 2017, pela web: www.consorcioconiape.pe.gov.br Salários: R$ 1.014 Baixe o edital: Edital da PJA Secretaria Estadual de Saúde Vagas: 30 Oportunidades: Engenheiro civil, engenheiro elétrico, engenheiro mecânico, arquiteto, técnico em eletrotécnica, técnico em refrigeração e técnico em edificações Inscrições: Até 11 de agosto, na Secretaria Estadual de Saúde, situada à Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519 Bongi - Recife ou via SEDEX (com aviso de recebimento (AR), encaminhadas à Diretoria Geral de Gestão do Trabalho, situada na Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519, Bongi - Recife/PE CEP: 50.751-530 Salários: Até 4.590 Baixe o edital: Edital na página 60 Prefeitura de Ipojuca Vagas: 72 Oportunidades: contratação de profissionais para atuar no Serviço de Salvamento Marítimo (Salvamar) e no Serviço de Vigilância Patrimonial Rural. Inscrições: Até 11 de agosto no site: www.ipojuca.pe.gov.br Salários: R$ 1.381,50 Baixe o edital: Edital da PMI

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Somos cidadãos da metrópole (por Francisco Cunha)

Infelizmente a Constituição Brasileira de 1988 esqueceu de reconhecer a instância federativa da metrópole. Ou seja, segundo a nossa Carta Magna, são três as instâncias federativas no Brasil: União, Estados e Municípios, cada qual com seus poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). E a metrópole, a cidade constituída de cidades, como fica? Um exemplo que todos conhecemos: o da metrópole da qual a cidade do Recife faz parte, junto com as cidades de Olinda, Jaboatão, Paulista e as outras 11 da chamada Região Metropolitana do Recife. Na verdade, trata-se de um conglomerado urbano contínuo cujas fronteiras municipais não conseguem conter os problemas que afetam o conjunto nem dar conta da sua gestão. Essa cidade metropolitana contínua que ultrapassa os limites municipais tem hoje uma população de mais de 4 milhões de habitantes, quase metade da estadual, e um PIB que deve estar próximo dos R$ 100 bilhões, o maior do Norte-Nordeste. Como gerir essa grande cidade que não respeita os limites dos municípios e está para além da capacidade de intervenção dos prefeitos municipais? Mal comparando, é como um condomínio residencial cuja área comum (a cidade metropolitana) está fora da influência das unidades habitacionais (os municípios) e precisa de uma gestão própria, para além daquela das unidades. Na tentativa de suprir a lacuna constitucional, o Congresso Nacional votou e o presidente da República promulgou em 2015 a Lei 13.089, o chamado Estatuto da Metrópole, que estipula a obrigação dos estados em que existam metrópoles e dos municípios que façam parte de metrópoles implantarem conjuntamente uma Governança Metropolitana e elaborarem um PDUI – Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado até janeiro de 2016. Foi, portanto, com base no que determina o Estatuto da Metrópole que o CAU-PE – Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, o INTG – Instituto da Gestão e a Rede Procidade, em nome de 26 entidades da sociedade civil do Estado, lançaram no mês de julho a campanha Somos Cidadãos da Metrópole em prol da governança da metrópole composta pelas 14 cidades da RMR. Feito isso, resta a nós, cidadãos metropolitanos, reforçar a cobrança pelo Estatuto. Afinal, sem boa gestão do condomínio, o caos logo adentra nossa casa, por mais bem administrada que seja. *Francisco Cunha é consultor e sócio da TGI

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Transformação digital: você sabe com quem está falando? (por Bruno Queiroz)

Para entender melhor a transformação digital, é preciso analisar a evolução do comportamento das gerações e suas relações com o trabalho, com o consumo e com a tecnologia. Saber identificar e respeitar as diferenças é o primeiro passo para se comunicar adequadamente com os três perfis mais comuns de novos consumidores: estrangeiros, visitantes e nativos. Os estrangeiros, formados pelos Baby Boomers (acima de 55 anos) e a parte mais velha da Geração X (de 35 a 54 anos), são aqueles que nasceram bem antes da internet. Foram formados vendo televisão e lendo jornais e revistas. Valorizam os empregos de carreira e buscam um padrão de vida estável. Preferem se comunicar por voz do que por texto e valorizam as relações presenciais, o que influencia diretamente na decisão da compra em lojas físicas e no consumo de produtos analógicos. Usam a internet? Sim. Mas de maneira secundária. Basicamente, esse grupo dá a sustentação (ainda) necessária para a sobrevivência dos meios de comunicação e produtos não digitais. Os visitantes são aqueles que vivenciaram a transição do mundo analógico para o mundo digital. Estão no meio do caminho. Possuem alguns dos valores dos estrangeiros, mas já estão incorporados à vida digital. Esse grupo é formado basicamente pela parte mais nova da Geração X (de 35 a 54 anos) e pela Geração Y ou Milleniuns (de 25 a 34 anos). Foram formados tendo acesso à TV a cabo, aos videogames e aos computadores. Estão sempre conectados na internet, compartilhando suas atividades pelas redes sociais. O celular é um companheiro inseparável. Devido ao excesso de informações que recebem, os visitantes são movidos a desafios e trocam de emprego com mais facilidade. São mais ansiosos que as gerações anteriores e estão sempre em busca de novas tecnologias. Os nativos são aqueles que não conhecem o mundo sem o computador e sem a internet. Possuem celular desde criança e são a primeira geração 100% digital. Formados pela Geração Z (de 15 a 24 anos), privilegiam as relações virtuais e, por isso, têm necessidade extrema de interação e exposição de opinião. Antes do “bom dia” perguntam logo a “senha do wifi”. Os nativos são demasiadamente ansiosos. Não só trocam de emprego com muita facilidade, como vão trocar de carreira algumas vezes ao longo da vida profissional. Concentram o consumo pelo comércio eletrônico e são ao mesmo tempo produtores e consumidores de conteúdo, os chamados “prosumers”. Dão preferência ao uso de serviços em contrapartida à posse de produtos, sendo a base da economia compartilhada no futuro. Apesar da classificação que vimos acima, a tendência é que, com o aumento do nível de digitalização das nossas atividades diárias, as diferenças nos hábitos de consumo e no uso da tecnologia entre os perfis tendem a ser cada vez mais imperceptíveis. O que vai fazer a grande diferença é o grau de intensidade. Por isso, é preciso estar atento aos detalhes para se comunicar da melhor forma possível com os novos consumidores. *Bruno Queiroz é presidente da Abradi e sócio|diretor da Cartello

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Judith, a irmã que Shakespeare nunca teve (por Beatriz Braga)

Não lembro da primeira vez em que ouvi o nome de Albert Einstein, porque, assim como uma grande lista de homens importantes, ele sempre esteve na minha vida. Recentemente, porém, ouvi pela primeira vez o nome de Mileva Einstein na série Genius, nova produção da Nat Geo. Ele, um aluno desregrado com ideias brilhantes. Ela, a única mulher do curso de matemática da Escola Politécnica de Zurique e uma das mentes mais inteligentes dali. Conheceram-se, engravidaram, casaram-se. Ela largou os estudos para ser mãe. Ele criou a Teoria da Relatividade. Entre os choros de bebê e as noites em claro, Mileva revisava e trabalhava nas ideias do marido. Apesar de muitos estudos históricos (há também os que refutam essa ideia) apontarem sua participação como muito necessária para a Teoria, seu nome apareceu como coautora na primeira versão e depois foi esquecido. “Você não precisa de um homem” diz o pai de Mileva na série. Ele sabia que não havia espaço no mundo para a cientista e a esposa. O que a ciência perdeu quando tiraram da garota sérvia a liberdade para criar e estudar? Infelizmente não sabemos. O caso se repete com Judith, a irmã de Shakespeare, que tinha o mesmo talento do dramaturgo. Enquanto o irmão frequentava a escola e conhecia a literatura, ela estava – desde do berço – aprendendo a ser noiva. Judith não teve tempo e oportunidade. Ao passo que a obra de Shakespeare se imortalizou no planeta, sua irmã morreu no anonimato. Só que Judith nunca existiu, foi criada pela escritora Virginia Woolf em Um teto todo seu, em 1929, um dos mais interessantes ensaios feministas do mundo. Ela queria explicar por que as bibliotecas estavam abarrotadas de escritores homens. Tolstói lutou em guerras, viveu entre os ciganos, amou livremente, sem censura, colhendo uma vasta experiência de vida que lhe serviu como inspiração para suas obras. Por sua vez, Jane Austen escreveu na sala de estar, escondendo seus escritos com um mata-borrão e omitindo sua ocupação de empregados e visitantes. “Ela nunca viajou. Nunca andou de ônibus em Londres ou almoçou sozinha”, diz Woolf. Apesar de toda falta de liberdade, a voz de Austen permanece viva. Mas não podemos negar que se ela tivesse “um teto todo seu” talvez tivesse produzido mais. E é possível imaginar que se Tolstói fosse obrigado a permanecer em casa, cuidando da família, isolado, Guerra e Paz poderia não ter existido. Se Shakespeare fosse mulher, provavelmente Macbeth seria um sonho frustrado em uma cozinha do século 16. A reflexão de Woolf ecoa em um cenário que a política, a culinária, a ciência e a literatura ainda são majoritariamente ocupadas por homens. No mundo em que as mulheres ainda abrem mão de muita liberdade ao se tornarem mães ou simplesmente por serem mulheres. Seja porque as empresas veem nossos úteros como uma ameaça ao lucro; seja porque a sociedade ainda exclui a mãe do seu seio produtivo. A carreira da mulher é abalada pela família, a do homem não. Enquanto não houver total liberdade intelectual para ambos os sexos, não haverá igualdade. Genius repete as cenas históricas às quais estamos acostumados: professores brancos ensinando para homens iguais a eles. As mulheres são quase sempre as irmãs, esposas e filhas. Assim era a regra. A série, no entanto, não se limita à ótica do Einstein que conhecemos e mostra também a versão da Einstein anônima, uma exceção da época. Através do acordo de divórcio do casal, Mileva acabou recebendo o dinheiro do Prêmio Nobel do marido. Uma recompensa de consolação ou uma retratação, quem sabe? O mundo está bem melhor do que foi um dia. Mas ainda há muito o que se fazer e, para isso, histórias como a de Mileva devem ser lembradas. Para Woolf, Judith vive. Ela está em todas as mulheres “esperando uma oportunidade de andar em carne e osso”. *Beatriz Braga é jornalista e empresária (biabbraga@gmail.com). Ela escreve semanalmente a coluna Maria pensa assim para o site da Revista Algomais

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6 concursos com salários de até R$ 18 mil

Alguns dos concursos mais esperados no Estado de Pernambuco estão com inscrições abertas. Destaque para o TCE-PE, que encerra o período de inscrição no dia 31 de julho, tendo salários de até R$ 18 mil. Novas seleções públicas foram anunciadas nesta semana, com oportunidades para ensino básico, médio e superior. Confira abaixo o quadro de vagas e as informações referentes às inscrições e salários de cada seleção. Tribunal de Justiça de Pernambuco Vagas: 109 Oportunidades: Para o preenchimento de cargos de cargos de técnico judiciário, analista judiciário e oficial de Justiça. Inscrições: Começam no dia 24 de julho e seguem até o dia 24 de agosto no site da organizadora (www.ibfc.org.br) Salários: Os vencimentos variam entre R$ 4.222,45 (médio/técnico) a R$ 5.502,12 (superior). Baixe o edital: TJPE Tribunal de Contas do Estado Vagas: 36 Oportunidades: Os cargos são para auditores de controle externo (áreas de Auditoria de Contas Públicas e Auditoria de Obras Públicas), analista de controle externo (áreas de Auditoria de Contas Públicas e Analista de Gestão nas áreas de Administração e Julgamento). Inscrições: Acontecem virtualmente entre os dias 11 a 31 de julho, através do site: www.cespe.unb.br/concursos/tce_pe_17 Salários: Entre R$ 11.606,55 e R$ 18.477,13 Baixe o edital: Edital do Concurso do TCE Câmara de Itaíba Vagas: 7 Oportunidades: Vagas de auxiliar de serviços gerais, assistente administrativo, auxiliar de controle interno, técnico em Contabilidade e coordenador de Controle Interno. Inscrições: Devem ser realizadas até o dia 14 de agosto de 2017, pela web: www.contemaxconsultoria.com.br. Salários: Entre R$ 937 e R$ 2,5 mil Baixe o edital: PoderExecutivo(20170622) Prefeitura de Ibimirim Vagas: 12 Oportunidades: Vagas para médicos generalistas Inscrições: Até o dia 28 de julho presencialmente na Prefeitura Municipal (Av. Castro Alves, nº 432) ou pelo e-mail: selecaoibimirim2017@gmail.com. Salários: R$ 6,3 mil ou R$ 7,7 mil Baixe o edital: Edital do concurso de Ibimirim Prefeitura de Serra Talhada Vagas: 43 Oportunidades: Para agentes sociais, coordenador pedagógico, coordenadores de núcleo com o objetivo de atuarem no Programa de Esporte e Lazer municipal. Inscrições: Até o dia 28 de julho, na sede da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Rua Pe. Ferraz, 252 – Nossa Senhora da Penha). Salários: R$ 750 para agentes sociais e R$ 2,4 mil para os demais cargos Baixe o edital: Edital da Prefeitura de Serra Talhada Conselho Nacional de Técnico em Radiologia (Recife) Vagas: 3 (no Recife, em outros Estados há outras oportunidades) Oportunidades: Para agente fiscal, auxiliar administrativo e técnico em contabilidade Inscrições: Até o dia 14 de agosto no site www.quadrix.org.br Salários: Entre R$ 1.069 e R$ 2.057 Baixe o edital: Edital do Concurso do Conter

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Transformação digital: a desmaterialização das empresas e de seus produtos (por Bruno Queiroz)

Por estar ligada diretamente ao rápido e intenso avanço dos smartphones e da internet presentes em nossas vidas, somos levados a crer que a transformação digital é apenas uma mudança tecnológica. Contudo, a transformação digital é, antes de tudo, um fenômeno sociológico e econômico. No centro disso, está a mudança de comportamento dos consumidores, que estão preferindo abrir mão da posse de bens para aproveitar o que eles podem proporcionar. É o conceito da desmaterialização. Em outras palavras: usar no lugar de ter; menos produto e mais serviços; menos patrimônio e mais usufruto. Há vários exemplos da desmaterialização já em funcionamento: Educação à Distância (EAD), arquivamento em nuvem (cloud computing), trabalho compartilhado (coworking), compartilhamento de veículos. “Compartilhar é o novo possuir”, diz a propaganda da Mercedes-Benz sobre o seu sistema de aluguel de automóveis na Alemanha. Outro exemplo de desmaterialização é o comércio eletrônico, que vem impactando fortemente o comércio tradicional. Um estudo do Banco Credit Suisse, por exemplo, prevê que 25% dos shoppings nos Estados Unidos fecharão até o ano de 2022 por falta de clientes. É o reflexo da “economia do sofá”, de onde o consumidor pode suprir suas principais necessidades sem sair de casa. O que fazer, então, diante dessa nova realidade de mercado? Esse é o grande desafio que as empresas e seus produtos têm que enfrentar daqui pra frente. Um desafio permanente, já que a tecnologia muda a cada dia e cria novas formas de desmaterialização, atingindo mais mercados. “Queixar-se da internet e lamentar a morte dos antigos modelos de negócio não ajudará em nada. Queixar-se não é uma estratégia. Você precisa trabalhar com o mundo que existe e não como gostaria que ele fosse”. O conselho de Jeff Bezos, fundador da Amazon.com, é um bom exemplo de mudança de atitude para encontrar caminhos de enfrentamento da desmaterialização. Outro caminho é o foco total no cliente. Colocar o cliente no centro da estratégia é construir uma saída pela qual o meio passará a ser secundário ou complementar. Seja pela internet ou presencialmente, o cliente no centro da estratégia continuará sendo cliente, gerando receita e garantindo a continuidade do negócio. Portanto, é preciso entender que o carro vai continuar existindo. As escolas, os locais de trabalho e as lojas de rua também. O que vai mudar é a forma de relacionamento com o cliente. Mas um cuidado é essencial na abordagem de adaptação à realidade da desmaterialização. Como ela só é possível porque a tecnologia avançou e vem avançando cada vez mais, não existe futuro do negócio se a tecnologia não for fortemente incorporada. *Por Bruno Queiroz, presidente da Abradi

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Mário Rodrigues vence na difícil arte do conto (por Paulo Caldas)

Do solo pernambucano, fértil no germinar talentos, brota novo fruto. Mário Rodrigues mal aparece no cenário e já “belisca” o SESC de Literatura - 2016, um prêmio em nível nacional com o seu “Receita para se fazer um monstro” (Editora Record). Rodrigues vem de Garanhuns, canteiro onde amadureceram Luiz Jardim, Souto Dourado, os irmãos Maia Leite e outro Rodrigues, o renomado José Mário, integrante da consagrada Geração 65 de poetas pernambucanos, membro da Academia Pernambucana de Letras, além dos frutos de safras mais recentes, Fernando Dourado Filho, Nivaldo Tenório, Helder Herik e João Gratuliano. O livro revela um escritor em ascensão, hábil na condução do texto com foco narrativo na primeira pessoa, artifício que seduz o leitor para dentro de cada cena. Rodrigues agrega ainda outros recursos técnicos bem encaixados, contudo sutilmente ocultos. O tom é áspero, pontiagudo, dentre os quais se lê o texto de número quatro, do capítulo DNA, concebido às ordens do real sentimento nutrido pelo protagonista. No âmago de cada capítulo, existe um naipe de vivências preso às memórias e conjugado à destreza na escrita.] Há ranhuras estéticas sim, contudo pouco significativas, despercebidas, desprezíveis no conteúdo da obra, sobretudo diante do elogiável parágrafo final do texto número nove, capítulo DNA, bem como nos textos um e dois também do mesmo capítulo, quando faz uso do cenário para que o personagem exercite autoreferência em busca de afirmar-se pessoa, num contraponto ao rigor opressivo materno, ao sublimar modestas conquistas, como ganhar um concurso de dança. Na fragmentação das lembranças, o protagonista transpassou pegas de rua, trelas na chácara, ousadia nas quermesses, encarou conflitos, rancores que flutuaram na sua vida em vários trechos, quando prevaleceu o lado sórdido do ser humano: a mãe detentora de prazer perverso, o irmão incitado aos resquícios de maldade. Na soma dos sumos, a receita que em doses perfeitas gerou este monstro, por certo concebe outros tantos se assim queira. Ao final, uma certeza: o livro desafia a crítica quando o quesito é criatividade.   *Paulo Caldas é escritor

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