Claudia Santos - Página: 20 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Claudia Santos

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Descendo a ladeira

Trabalhei 43 anos em propaganda. Há 14, tô fora. Agora, posso falar. Taí uma coisa que já se fez melhorzinha no Brasil: propaganda. Hoje, a questão não é nem se os comerciais de televisão são bons ou ruins. Se fossem apenas medíocres, já estariam no lucro; uma vez que lembrados. Mas nem isso. Passam batidos. Você mesmo, leitor, lembra de algum que viu ontem à noite? Outro dia, fiz o que fazia com regularidade profissional, mas que há muito tempo não me dava à pachorra de fazer: liguei a TV para ver os intervalos comerciais. Dia seguinte, tentei lembrar do que tinha visto. Necas! Como lembrava de tudo que havia feito e visto no dia anterior, menos dos comerciais, afastei a presença do alemão, Alzheimer. Tirando o “Passa no Posto Ipiranga”, que tá no ar há muito tempo, não lembrei de nenhum comercial. Nem unzinho sequer. Quer dizer, quando lembrava de alguma coisa, não lembrava do produto. E vice-versa. A geleia é geral. Testei entre amigos e amigas. E você, leitor, mesmo jovem, também pode testar: pergunte aos que têm mais de 40 anos se lembram disso: “o primeiro a gente nunca esquece” e “tem mil e uma utilidades”. Bordões publicitários que, incorporados à linguagem do dia a dia, eram ditos quando se pretendia expressar uma experiência de vida inesquecível e algo que pudesse ser usado para diversas tarefas. Reais ou metafóricas. Washington Olivetto, criador dos comerciais (para Valisère e Bombril), dizia que as pessoas preferiam “ser seduzidas a serem estupradas”. O que houve, então? Mudaram as preferências? Um comercial não era criativo e original para ser obra de arte nem para fazer a fama do seu criador. Mas para ser percebido e o produto lembrado. Diferente, para não ser confundido com um concorrente, com atributos semelhantes. Se bem-humorado (alguns, até engraçados), para que o produto anunciado ganhasse a simpatia do mercado. Alguém duvida do poder de sedução do humor? Aqui no Recife, quem tá na faixa dos 30 e alguma coisa haverá de lembrar: “Quer moleza? Vai no Balaio!” (criado pelo meu amigo Jairo Lima para o Grupo Bompreço) e “Davanira! Tire sua roupa da janela. Toda vez que vejo ela na janela, só me alembro de você sem ela” (do maior jinglista pernambucano de todos os tempos, Carol Fernandes, para Casas José Araújo). Citei apenas quatro comerciais. Houvesse espaço (e saco do leitor), teria citado dezenas. É provável qu’essa propaganda medíocre que taí hoje em dia seja reflexo da falta de imaginação e burrice que reinam, soberanas, sobre o País. Ao ver uma mulher descendo o morro com uma trouxa de roupa na cabeça, João Gilberto disse a Moraes Moreira: “Lá vem o Brasil descendo a ladeira.” P.S.: Em 1918, impressos em cartazes publicitários, os versos do pernambucano Bastos Tigre faziam sucesso nos bondes de todo o país: Veja, ilustre passageiro, / o belo tipo faceiro / que o senhor tem ao seu lado. / E, no entanto, acredite, / quase morreu de bronquite. / Salvou-o o Rhum Creosotado.

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Grau Técnico cresce no País e prevê dobrar o número de alunos

Enquanto o emprego está em crise no País, a preparação para o mercado de trabalho está em alta no Grau Técnico. A rede de formação técnica que nasceu na Avenida Conde da Boa Vista, em 2010, começou a franquear no ano seguinte e hoje está presente em 16 Estados, com 52 mil alunos. Com uma estrutura que contempla agências de encaminhamento dos formandos aos processos seletivos e cursos ajustados à rotina de quem precisa estudar e trabalhar, a empresa vive um momento de crescimento nas duas pontas: grande procura de novos estudantes e um avanço exponencial de novas franquias. A empresa foi inaugurada num momento de alta da economia pernambucana, nos anos áureos do avanço da industrialização do Estado. As turbulências no mercado, porém, passaram bem longe do Grau Técnico. “Surpreendentemente não sofremos com a crise. Com o índice de desemprego alto no País, ao trabalhar com educação, conseguimos suprir uma necessidade das pessoas, pois nossa proposta não é apenas oferecer formação profissional, mas, de fato, preparar e encaminhar os alunos para o mercado de trabalho por meio das agências de encaminhamento em todas as escolas”, afirma Carolina da Fonte, sócia-diretora do Grau Técnico. Ela divide a direção do negócio com os irmãos Ruy Porto Carreiro e Cristiana da Fonte. Neste ano entraram 12 novas unidades franqueadas da rede, totalizando 45 escolas em operação no País. Até dezembro serão mais 15 unidades. Para 2020, novas 70 unidades serão abertas. Não é uma expectativa. Esse número é de negócios já fechados. “Nossa pretensão é finalizar o ano de 2020 com 130 unidades, que já foram comercializadas e estão em obras ou em busca de imóvel”, afirma Carolina. Os números representam um aumento no faturamento em 2019 de 50%. Uma novidade do próximo ano é que a presença majoritária de franquias, hoje concentrada no Nordeste, passará a ser no Sul e Sudeste, que terá em torno de 60% das escolas em funcionamento da rede. Os Estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina receberão suas primeiras unidades e em breve no Grau Técnico do Brás, na capital paulista, passará a funcionar uma base de apoio para dar suporte aos associados dessas regiões, funcionando como uma sub-sede. Só o Estado de São Paulo, por exemplo, já dispõe de sete unidades. O valor inicial de investimentos dos franqueados é de no mínimo R$ 1 milhão. A diretora explica que na maioria das unidades não há apenas um investidor, mas são formados grupos de franqueados que assumem o negócio. Hoje são cerca de 100 franqueados. Com o aumento do número de escolas, a empresa projeta em 2020 praticamente dobrar o corpo discente atual, fechando o próximo ano com 100 mil estudantes em todo o País. “Percebemos que há uma demanda gigante não só causa do desemprego alto, mas porque a cultura dos estudantes vem mudando. Muitos alunos não estão indo diretamente para cursos superiores, mas passaram a optar por técnicos, por serem relativamente mais rápidos, com teoria e prática, além de um índice de empregabilidade muito maior, se comparados com as graduações”, afirma Carolina da Fonte. Atualmente a rede tem uma cartela de 24 cursos técnicos e a cada ano pelo menos dois novos ingressam na grade de oferta. As formações mais procuradas em todo o País são os cursos técnicos em enfermagem, em radiologia e em administração. Em 2019, a escola passou a formar técnicos em nutrição, em desenvolvimento de sistemas e em estética. Para o próximo ano, entrarão na grade pelo menos os cursos de saúde bucal e agronegócio. Para atender todo o alunado matriculado na instituição, trabalham atualmente 2,5 mil profissionais no Grau Técnico, em torno de 700 a mais do que no ano passado. Sem somar os instrutores que ingressarão na rede no próximo ano, Carolina fala que a franquia deverá contar com, pelo menos, mais 1,5 mil funcionários até o final do próximo ano. Em 2020 duas grandes novidades da empresa serão a inauguração da Faculdade Grau, com três cursos (administração, engenharia de produção e pedagogia) e a mudança da marca Nível A (empresa da rede com formações profissionalizantes que já possui 7 escolas e 4 mil alunos) para Grau Profissionalizante. Para a faculdade, a empresa está construindo um prédio na esquina Avenida Conde da Boa Vista com a Rua Dom Bosco, onde funcionava no passado o Colégio Panorama. Em alguns anos, já estão nos planos da marca a fundação do Colégio Grau. Com os novos contratos fechados e as inovações em curso, a rede prevê aumentar o faturamento em 60% no próximo ano. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais e assina a coluna Gente e Negócios no Algomais.com(rafael@algomais.com)

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Extra inaugura cinco operações no Recife, Jaboatão e Olinda

O Extra traz ao Recife e região metropolitana mais cinco unidades do seu novo modelo de lojas. Trata-se do Mercado Extra, que tem as inaugurações hoje (22). As novas unidades funcionam nos locais em que estavam unidades do Extra Supermercados e passaram por um completo projeto de reformulação, tanto em conceito de loja quanto de revisão e escolha do mix de produtos comercializados. São ao todo três novas operações no Recife, uma em Olinda e uma em Jaboatão dos Guararapes. A partir de dois pilares, o Mercado Extra traz um novo desenho interno para a unidade: a Rua Comércio, que traz uma dinâmica semelhante à de mercearias, com produtos necessários para o dia a dia e ofertas atrativas; e a Rua do Mercado, que conta com uma grande feira diária e valoriza os produtos como frutas, legumes e verduras, além de perecíveis, com Açougue, Padaria e Peixaria totalmente remodelados. Para essas inovações, o Extra investiu aproximadamente R$ 1 milhão por unidade e ampliou, em média, cerca de 30% o quadro de colaboradores das lojas, para oferecer um atendimento reforçado e mais próximo do consumidor. “O Mercado Extra surge a partir de uma observação contínua do comportamento de compras do nosso consumidor em busca de melhorias que possam facilitar o seu dia a dia. Para o formato de supermercados, identificamos oportunidades para as classes B, C e D com base no mix de produtos e serviços mais adequados. Por isso, o Mercado Extra muda completamente o desenho interno da loja, facilitando o consumo principalmente de perecíveis. É um novo modelo totalmente voltado para as necessidades de nossos clientes, que procuram praticidade em todos os instantes e agora podem encontrar essas qualidades reforçadas em nossas unidades”, explica Rodrigo Machado, Diretor de Operações do Mercado Extra. O horário de funcionamento das unidades será de segunda a sábado, das 7h às 22h, domingos e feriados, das 8h às 20h. As lojas ficam no (Avenida Caxangá nº 2.900, Avenida João de Barros nº 1.497, Rua Dom Bosco nº 913), em Jaboatão dos Guararapes (na Rua Aníbal Ribeiro Varejão s/nº) e em Olinda (na Avenida Presidente Getúlio Vargas nº 411)

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Selfit amplia atuação e fechará o ano com 70 unidades

Presente hoje em 14 estados como a rede de academias low cost high value que mais cresce no Brasil, a Selfit fechará o ano de 2019 com 30 academias inauguradas. A empresa, que tem como CEO o pernambucano Leonardo Pereira, possui seis unidades em Pernambuco e inaugurou neste ano uma nova academia em Petrolina. Em expansão pelas regiões Sul e Sudeste do país, a rede, que chegou este ano aos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, alcançará 70 unidades em operação até dezembro. Predominante no Norte e Nordeste e segunda maior em número de unidades próprias no Brasil, a empresa formatou este ano seu modelo de negócio também para franquias. A empresa vem dobrando seu faturamento anual desde 2015, com perspectiva de abrir capital em dois anos. “Estamos otimistas com 2020 e esperamos abrir mais de 45 unidades no período. Este segundo semestre foi muito positivo e já iniciamos estudos para a abertura das primeiras academias na América Latina”, explica Leonardo Pereira, CEO da Selfit. Em Pernambuco, a rede está presente no Recife, em Jaboatão dos Guararapes, em Caruaru e em Petrolina.

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Mar Hotel e Atlante Plaza inauguram novas academias

A rede Pontes Hotéis & Resorts está investindo em novas academias e renovados métodos de treinos. Os novos espaços, maiores e com modernos aparelhos, criam um novo nicho no mercado com academias em hotéis abertas para o público externo. Para o lançamento das novas academias, o grupo Pontes fechou parceria com Marcos Sousa, personal trainer, empreendedor e diretor comercial da Goal Gestão Esportiva.   O Mar Hotel, localizado em Boa Viagem inaugura ainda em outubro a academia Avanteh. “A partir de hoje (21), a nova academia estará funcionando tanto para o público interno como o externo, com todas as facilidades que o hotel oferece, como estacionamento amplo, gastronomia, lojas e segurança, por exemplo”, afirma Andreia Misael, gerente do Mar Hotel. A nova marca chega com uma proposta inovadora de focar no segmento empresarial, em funcionários de empresas, sejam pequenas, médias ou grandes. A proposta está sendo apresentada para gestores de empresas que possuem o desejo de incentivar financeiramente na promoção da saúde dos seus colaboradores, contribuindo com 100% ou parte da mensalidade. São destacadas as vantagens do exercício físico para esse público como saúde do funcionário, bem-estar, satisfação da equipe, auto-estima e melhor performance no trabalho. “A Avanteh é para pessoas que desejam ter melhores resultados com a prática regular de atividades. Além de ter alta performance no trabalho e na vida, cuidando da saúde física e mental”, explica Marcos. Para essa unidade, são esperados cerca de 400 cadastros de usuários. Em um espaço de 100 m², os clientes vão contar com serviços personalizados como acesso a um aplicativo, que facilita o treino, avaliação, fast training, aulas especiais como core, alongamento, bike e pilates, além de supervisão e prescrição presencial 16 horas por dia. Hidroginástica e funcional aquático também serão oferecidos na piscina do hotel. Já o Hotel Atlante Plaza, localizado na beira mar de Boa Viagem, vai receber a academia Root Move. O conceito da nova marca foi criado e pensado para funcionar em um ambiente totalmente enérgico, à beira mar, proporcionando experiências através de movimento e muita psicologia positiva. O objetivo é transformar a vida das pessoas através de um combo de atividades capazes de transformar a mentalidade com prazer e motivação. O público são gestores, empresários, médicos, autônomos e pessoas que residem ou tem em sua rota diária o Atlante Plaza. A Root Move conta com personal trainer exclusivo, aplicativo personalizado, aulas especiais e descontos em rede de parceiros. Estima-se um número máximo de 120 usuários.

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Porto Digital debate ecossistema de inovação europeu

Para debater o novo cenário da inovação empreendedorismo e da nova economia em desenvolvimento, o Porto Digital criou o evento “Talk sobre ecossistema de inovação da Europa” com a proposta de reunir três especialistas e executivos do cenário de inovação para compartilharem e trocarem experiências com o público envolvido no ecossistema de inovação. O evento acontece no Design Center do Porto Digital, amanhã (22), às 9h e com inscrições gratuitas. “O objetivo é discutir exemplos de sucesso do Velho Mundo de transformação digital, que tenham unido startups, aceleradoras e grandes grupos empresariais e de tecnologia”, explica Daniela Guedes, idealizadora do debate e conselheira do Porto Digital. Xavier leclerc, cofundador da MOX Digital, curador dos eventos .Futuro e board member da FrenchTech; o norueguês Erick Fontenele, CEO da EDEVO; e Mauricio Laranjeira, gerente de relações institucionais da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco) são os responsáveis por conduzir as trocas de ideias com o público a partir das suas experiências. A mediação do encontro será de Miguel Gaia, Head do Open Innovation Lab no Porto Digital. “Assim como no Brasil, os investimentos de fundos de venture capital registrados na França apontam para um grande crescimento.”O Brasil não deve apenas olhar para os Estados Unidos, China ou Israel, mas se interessar pelo modelo francês, que é uma porta de entrada muito boa para o mercado europeu. A França está fazendo sua transformação digital com sucesso unindo startups, aceleradoras, grandes empresas e empresas de tecnologia com uma parceria público-privada única”, explica Xavier Leclerc, board member da FrenchTech. A Europa tem se firmado como símbolo de inovação, empreendedorismo e de nova economia. Na França, por exemplo, o crescimento da receita gerada por startups foi de 33% entre 2016 e 2017. Dados de 2015 mostram que o peso da economia digital chega a 5,5% do PIB e já representa 25% do crescimento da economia nacional, segundo a consultoria McKinsey. Serviço Local: Design Center do Porto Digital, Rua do Apolo 235 Data: 22/10/2019 Horário: 9h00 às 12h00 Inscrições: contact.futuro@moxdigital.com.br

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Cesar School lança o treinamento EITA!

O Cesar School está com inscrições abertas para o EITA! Trata-se de um treinamento de 2 dias com objetivo de preparar profissionais para enfrentarem os desafios de um mundo em constante transformação. "Neste curso, os alunos aprenderão sobre temas essenciais para que se tornem agentes de transformação nas organizações. Isto se dará através do uso de técnicas facilitadoras para entender sobre o mindset da agilidade, como ter atitudes empreendedoras e inovar com propósito", conta Rodrigo Cursino, coordenador do curso. O EITA! é estruturado nos pilares: atitude empreendedora, inovação, tecnologia e agilidade. O público-alvo são pessoas de Recursos Humanos e outras áreas de apoio, profissionais de Comunicação e Marketing, líderes e gestores e pessoas empreendedoras. A turma com inscrições abertas acontecerá nos dias 8 e 9 de Novembro, tendo uma carga-horária total de 16h. Até o dia 20 as matrículas estão com um lote promocional, com 20% de desconto. Mais informações no link: https://www.cesar.school/eita  

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PE na rota da alta conectividade

Os dados são o petróleo do Século 21. Essa é a perspectiva lançada por especialistas do mundo inteiro para o novo cenário da economia global que está sendo desenhado. Nesse contexto, o recente anúncio da vinda de uma rede de transmissão via cabos submarinos para o Recife, pela norte-americana Seaborn Networks, ganha relevância maior para a economia pernambucana. A nova infraestrutura, prevista para operar em 2021, reforça a competitividade do polo de tecnologia local ao colocar o Estado na rota mundial de tráfego de dados em alta velocidade. Há uma expectativa do poder público e de empresários de que essa operação abrirá o caminho para a atração da instalação de data centers no Recife. Tratam-se de centros que recebem servidores e equipamentos de armazenamento e processamento de dados. “O investimento foi de R$ 200 milhões feito pela Seaborn Networks e por um grupo de empresários pernambucanos. O Estado tem uma posição geográfica estratégica e favorável e a nossa expectativa agora é de virarmos um hub de data center”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Sdec), Bruno Schwambach, em reunião da Rede Gestão. O secretário disse que foram dois anos de negociação para concretizar esse empreendimento, que deverá entrar em operação no segundo semestre de 2021. Schwambach explicou que atualmente toda conexão do Nordeste e de alguns outros Estados do Brasil sobem para Fortaleza via terrestre, o que reduz a competitividade local. “Isso torna a conexão mais cara e de menor qualidade”. Atualmente a corporação norte-americana envolvida no negócio já realizou a instalação de 260 mil km de cabos ópticos submarinos pelo mundo. No caso do Recife, o trabalho será uma conexão de 500 quilômetros da costa pernambucana até um cabo submarino da empresa que conecta São Paulo e Nova Iorque (veja o gráfico na página ao lado). Essa conexão Brasil-Estados Unidos tem uma extensão total de 10,5 mil quilômetros, que foi fruto de um aporte de US$ 290 milhões. A Sdec informou que a velocidade de transmissão será de 12 Tbps (terabits por segundo) e a tecnologia a ser implementada será da multinacional de telecomunicações francesa Alcatel-Lucent. Silvio Meira, um dos idealizadores do Porto Digital, considera esse investimento uma das melhores notícias sobre infraestrutura de Pernambuco dos últimos anos. “Na prática, o Recife passa a estar no mesmo patamar de conectividade global de São Paulo e Nova Iorque. Entramos, agora, na primeira classe da internet mundial. Isso faz com que o Recife se torne um ponto estratégico na conectividade brasileira à internet global, começando a passar por aqui não só esse cabo, mas uma parte significativa das comunicações digitais e interações entre o Brasil e o mundo”. De acordo com o especialista, é possível comparar esse momento como uma espécie de abertura de “portos digitais” às nações do mundo. “Se olharmos lá para 1808, tivemos a abertura dos portos do Brasil para as nações amigas. O que estamos fazendo agora é uma abertura não só do Estado para o mundo inteiro, porque a internet é global, mas estabelecendo o Recife como um dos pontos centrais desta conectividade nas Américas”. Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, destaca que com a operação dessa infraestrutura, o Recife poderá receber data centers de grande porte. “Hoje os maiores do mundo são de empresas como Google, Facebook e Amazon. Temos data centers aqui, mas nenhum de grande porte. Com essa nova conectividade teremos a capacidade de atrair um de nível global”, ressaltou. Além da melhor performance da conexão para o Recife, que como um todo é ainda de baixa qualidade, Pierre Lucena, destacou o aumento do potencial de atração de grandes empresas para a cidade. “O impacto será grande. Hoje buscamos grandes players para o Recife, mas temos problemas com a conexão, já que temos uma rede com muita instabilidade. Uma parcela substancial das empresas a se instalar precisa de grandes data centers próximos”. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, também destacou a importância do empreendimento para a competitividade do setor de serviços da capital pernambucana, que terá a capacidade de atrair empresas que dependem de comunicação direta com as Américas, Europa e Ásia. “O investimento mostra a força do nosso polo tecnológico e abre as portas para que possamos explorar todo o potencial do nosso setor de serviços modernos”. Para além do Recife, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aluísio Lessa destacou que a melhoria no serviço de conexão deverá se estender para o interior. “O Governo de Pernambuco dispõe da rede de fibra ótica terrestre, com cerca de 1,2 mil km ligando o Recife a Araripina. Serão conectados 20 municípios-polo ao longo desse trecho, garantindo internet de alta velocidade de até 10 gigabytes. Com a chegada do cabo submarino, vamos interligar Pernambuco ao mundo”. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais e assina a coluna Gente e Negócios no Algomais.com (rafael@algomais.com)

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Soneto Tropical reúne criadores brasileiros

Donas de olhares sofisticados para a curadoria em design e manualidades, Juliane Miranda (cofundadora da Trocando em Miúdos) e Vivian Lima (idealizadora da Casa Viva) lançaram um novo projeto em conjunto, o Soneto Tropical. No Espinheiro, a loja que se define como “refúgio urbano” reúne arte, design, manualidades e natureza, trazendo nas prateleiras peças de cerca de 40 criadores de todas as partes do Brasil. Na operação, além de diversos artigos botânicos que atendem à tendência da decoração “urban jungle”, estão nomes como Estudio Galho (PB), Fernanda Torquetti (MG), Livia Velludo (RJ), Selvvva (SP), Estudio Trindade (MG) e Schizzibooks (SP).

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Juvenil Silva, um operário do rock pernambucano

Por Yuri Euzébio Os anos 70 representam um marco na cultura e na música mundiais. Marcada pela psicodelia, pelo rock'n’roll e pelo movimento hippie, essa década deixou um legado de diversidade e liberdade para as gerações posteriores. No Nordeste, o período representou um despertar de um movimento musical forte e marcado pelo caráter regionalista. Uma turma nova surgiu do Ceará a Pernambuco, passando pela Paraíba. Diversos novos nomes apareceram e revelaram ao Brasil um Nordeste pop onde frevo, forró e maracatu se misturavam com uma atitude rock'n’roll. Juvenil Silva é um setentista que nasceu tarde demais. O músico e multiartista pernambucano já tem três álbuns lançados, sempre fazendo rock com influências da psicodelia e do desbunde dos anos 70. Começou na música desde cedo e de forma despretensiosa como parece levar a vida até hoje. “Eu tenho 34 anos e desde os 14, 15 anos de idade que eu troquei a minha bicicleta por um baixo velho e fiquei tentando aprender umas músicas fáceis, aí já fiz uma banda sem muita expectativa de nada”, relembrou. “Sempre gostei de escrever, comecei então a compor loucamente e sempre deixei a galera cantar porque tinha muita vergonha dessa coisa de ser o frontman, eu não me via nesse papel”, pontuou. “Com o tempo, vez ou outra, num bar mostrando música nova pros meus amigos de outras bandas, eles chegavam e diziam ‘Ah, cara, é muito diferente quando tu interpreta as tuas músicas, tu devia cantar’, depois de muita gente falar isso eu resolvi tentar”, concluiu. O músico caminha desde o início por uma trilha própria, em paralelo à sombra da influência manguebeat, mas de ouvidos atentos ao que lhe contorna. Em 2013, lançou seu primeiro disco “Desapego”. "Foi meio que tranquilo, eu tava com uma grana e tinha promoção no estúdio, podia ensaiar de graça. Eu aproveitei e falei ‘vamo gravar’”, detalhou. “Escolhi dez músicas fáceis, ensaiei e gravamos o disco rapidamente e continuei minha vida sem a pretensão de ser um artista, fui pular o Carnaval, de repente apareceram várias matérias sobre o disco. O pessoal descobriu meu som e começou a fazer resenha e a aparecer proposta de show”, confessou. Ele teve que montar uma banda pra tocar no Abril Pro Rock, porque havia gravado o disco sozinho. No mesmo ano, Juvenil tocou em todos os festivais da cidade. Um ano depois dessa estreia, ele emendou com a produção de um segundo disco. “O segundo disco foi um processo mais profissional, ensaiando bastante, com banda, uma produção refinada”, explicou sobre “Super Qualquer no Meio de Lugar Nenhum” de 2014. Meio que por acaso, sem nunca se dar conta do que estava acontecendo, o compositor foi ampliando seu leque de atuação na cena musical independente e autoral da cidade. “Eu comecei a produzir festival, como o Desbunde Elétrico que durou 10 anos, comecei a tocar com outras pessoas”, destacou. Representante de uma cena musical da cidade ligada à psicodelia, rock e retomada do espírito setentista, o artista explica como essa época o influencias. “Existe muito o negócio de choque de geração, uma geração nega a outra é o que dizem. Nos anos 70 existiam uma parada, depois veio o manguebeat que inventou uma coisa nova e depois vieram ouros jovens roqueiros como a gente e resgatamos os anos 70”, pontuou. “Nós não dávamos muita moral pro manguebeat, estávamos ouvindo as coisas mais velhas, mas também jogando pra realidade que vivíamos.  Acho que foi isso, daqui a pouco as gerações mais novas vão vir e achar uma merda esse som que fazemos. E depois de um tempo, vai ter uma galera curtindo a gente”, refletiu. “Hoje em dia, eu sou um cara totalmente nem aí pra isso. Não sou muito fechado a nicho ou a galera, eu vou mais por energia”, ponderou. Figura simples e cativante, a ponto de trocar essa ideia com esse intrépido colunista em um bar brindando uma cerveja, Juvenil Silva segue fazendo a trajetória de seu caminho com acentuadas curvas ao contrário do esperado. O importante para ele é manter a sinceridade em sua vida e obra. “Eu dou muito mais valor, se o trabalho é sincero, do que aquele cara que finaliza algo aparentemente bom, mas forjado. Eu to mais pro lado do coração mesmo”, admitiu. Pro futuro, o músico planeja, à sua maneira própria, gravar um próximo álbum e retomar sua carreira solo, simultaneamente em que mantém seus inúmeros outros projetos como a Avoada, banda de música independente que formou com seus amigos, ou o espaço cultural TV Tumulto. “Eu não sei como eu vou findar esse próximo disco ainda, eu vou deixando rolar. Esse ano eu só compus e guardei as músicas, mas agora, enquanto eu vou executando meus projetos, eu vou gravando o meu próximo trabalho”, instigou. “Domingo a domingo, acordando cedo e dormindo tarde com um bom operário do rock”, concluiu.

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