Magazine Luiza cresce no e-commerce integrado com o varejo físico
Uma das gigantes do varejo tradicional está surfando nas tendências do e-commerce. A Magazine Luiza, com 959 físicas - e presença em quase todo o País - está inovando anualmente no comércio eletrônico. Um esforço que já tem muitos resultados. Hoje, 41% do total de vendas da empresa vem das compras online. “As vendas online cresceram 50% no primeiro trimestre de 2019, em relação ao mesmo período de 2018. E, apesar de não enxergarmos um mercado favorável no comércio tradicional, nossa empresa tem crescido bastante também em lojas físicas. Temos que estar onde, como e quando o cliente quiser. Seja loja, site, televendas ou aplicativo, que é a nova coqueluche”, afirma o diretor comercial de E-commerce da Magazine Luiza, Júlio Trajano. “O grande diferencial que temos hoje é uma operação que consegue utilizar uma malha logística das lojas físicas para o produto comprado pelo app ou site”. Como a infraestrutura de distribuição das lojas físicas da empresa é bastante robusta, Trajano afirma que consegue fazer a entrega dos produtos no Recife, por exemplo, onde há um Centro de Distribuição, entre 1 e 3 dias. “Isso gera um menor valor do frete e de tempo de entrega, que traz uma maior satisfação ao cliente. Não enxergamos uma operação consistente do online sem operação de lojas físicas. Tanto nos custos, como no benefício para o consumidor final”. Com uma frota de 1,2 mil carreteiros fazendo a distribuição das suas vendas para o consumidor online ou para a entrega nas lojas e Centros de Distribuição, apenas 6% da operação utiliza os Correios para envio dos produtos. “Isso dá um diferencial para operar no Brasil todo. E em lugares onde não temos loja, temos também parcerias com transportadoras”, explica o diretor. Uma outra alternativa de comercialização utilizada pela empresa é a compra virtual com a retirada do produto em loja. “O Nordeste, por exemplo, está crescendo muito forte com o nosso online, há uma participação impressionante. Um número que nos impressiona é que hoje 33% das compras realizadas pelo e-commerce são de retiro do produto em loja”, conta Trajano. . . Um grande investimento recente da loja foi a aquisição da Netshoes por US$ 115 milhões. “A aquisição vem contemplar muito uma nova categoria. Sempre tivemos intenção de ampliar o escopo da moda. Netshoes é grande player nesse segmento, com uma base de clientes incrível. Isso ajuda nossa operação no setor de confecções, quer era muito incipiente”, diz Trajano. Além da Netshoes, ele afirma que a Magazine Luiza ampliou o sortimento de produtos nos últimos anos. “Antigamente tínhamos uma diversidade de 50 a 60 mil produtos. Hoje o sortimento é de 5 a 6 milhões de produtos, incluindo livro, papelaria, pet shop. Hoje a nossa plataforma vende muito bem itens como fraldas, shampoo, sabão em pó. São categorias que nos trazem uma base de clientes nova”, relata. Para dar conta de todas as novidades da empresa, a Magazine Luiza criou uma base de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) que contam com 500 desenvolvedores. Um verdadeiro laboratório que garante uma alta velocidade na criação, prototipagem e teste de novos processos que impactam a operação da empresa. Trajano conta que a Magazine Luiza comprou há um ano uma startup que é um tipo de Uber dos caminhões, a Logbee. “Adquirimos essa empresa bem pequena. Trouxemos para dentro do laboratório e hoje ela opera em várias capitais. Isso em menos de 8 meses. Hoje essa solução faz grande parte de nossas entregas, com foco no menor custo de operação para o cliente”, conta. O crescimento do comércio eletrônico também tem impactado as lojas físicas, segundo o diretor. “As novas lojas já nascem diferente e as antigas estão passando por uma repaginação. A área de vendas delas diminui um pouco para termos um estoque maior para atender os clientes que compram online. Assim ampliamos o sortimento de produtos nessas lojas. Temos uma área específica nelas para atender esse consumidor. Além disso, todas elas já tem WiFi para o cliente pesquisar o que quiser. E os próprios vendedores também trabalham com um celular corporativo para auxiliar nas vendas”. Com esse arrojo de inovação, muitas das tendências do futuro do varejo hoje já são realidade na empresa. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)
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