Rafael Dantas – Página: 429 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Rafael Dantas

Rafael Dantas

Brilho feminino

Glorinha Aguiar é uma legenda no nosso mundo empresarial. Sua Glorinha Boutique acaba de comemorar 50 anos de marcante presença no setor da moda feminina, uma marca que atualmente poucas empresas conseguem atingir. Além disso, tem lojas de outras grifes e atua no turismo, através da Sevagtur e não perde uma chance de viajar pelo mundo. Dona de um grande círculo de amizades, tem também destacada atuação no Rotary, sendo a vice-presidente do Rotary Casa Amarela. E está sempre muito elegante nos principais eventos sociais. CONSTRUÇÃO A rede internacional de materiais de construção, a Leroy Merlin, que tem 33 lojas no Brasil, faz prospecção para abrir uma filial no Recife, uma das três que projeta para nossa região. CAMPANHA A eleição municipal do próximo ano será muito difícil, financeiramente falando, para os candidato em razão da proibição de doações empresas e da crise financeira que impedirá muitas pessoas físicas de contribuir com as campanhas. Residência O Recife ficou fora da primeira fase do processo seletivo para residência médica no Hospital Sírio-Libanês. Teremos provas em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Belém. A casa de Tânia Tânia Konrad Emerenciano, que sempre atuou nos restaurantes do seu pai, Julião Konrad, está fazendo sucesso no mundo do comércio. Criou a Casa, loja de artigos finos e exclusivos para casas, que começou no RioMar e agora ocupa um belo espaço na entrada do Shopping Recife, que tem inclusive um charmoso café. O desafio da R2 Os irmãos Alexandre e Maurício Rands assumiram o desafio de comandar o Diario de Pernambuco, jornal que acaba de completar 190 anos. E chegam com muito entusiasmo para a tarefa, com a experiência de Alexandre no setor empresarial, com a Datamétrica, e Maurício, com carreira vitoriosa na advocacia, magistério e política e que agora dedica tempo integral ao DP e às aulas como professor da Faculdade de Direito. A equipe tem também Guilherme Machado, como vice-presidente executivo. APESCE Durante o almoço de confraternização da Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), no Mingus, Sérgio Moury e Luciano Moura, diretores da revista Algomais, assistiram à apresentação do presidente da associação Paulo Carneiro sobre o balanço do setor O que se comenta… …por aí QUE Carlos Augusto Lira será o responsável, mais uma vez, pela decoração do Carnaval do Recife. QUE em função da crise muitos espaços da cidade desistiram de fazer festa de réveillon. QUE Drayton Nejaim Filho vem fazendo um bom trabalho à frente do Lide Pernambuco. QUE Antônio Campos trabalha intensamente nos bastidores para consolidar sua candidatura à Prefeitura de Olinda. QUE Marcelo Mayer tem um ousado plano de expansão da Frisabor, com franquias em vários Estados do Nordeste.

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Estão voltando as flores no Recife

Ao encerrar a palestra deste ano que fiz para os quase 700 clientes e amigos da TGI no evento de lançamento da Agenda TGI 2016, no teatro do RioMar, dia 30 de novembro (ver matéria nesta edição), coloquei para tocar o samba canção Estão Voltando as Flores, de Paulo Soledade, com a finalidade de ilustrar uma sequência de fotos minhas tiradas de flores na cidade do Recife. Com isso, quis potencializar a metáfora da breve primavera (que vai oficialmente até 21 de dezembro) e do verão (22 de dezembro a 20 de março) recifenses, período mais seco da nossa cidade, em que explodem as cores das flores nos espaços públicos ou vistas deles. Ipês (paus d’arco) amarelo e roxo, flamboyants, buganvílias, jasmins-vapor, pau brasil (flor amarela belíssima!) e outras flores de que não sei o nome, são vistas em todos os lugares como, por exemplo, no canteiro da Avenida Agamenon Magalhães, e nos jardins públicos e de inúmeros edifícios e residências. Conta a lenda que Paulo Soledade (1919-1999), paranaense radicado no Rio de Janeiro, compôs a música na cama do hospital em que, convalescente, recebeu do médico a notícia de que tinha finalmente conseguido superar a grave doença de que fora acometido. Daí, a exaltação à vida que encontramos nos versos: “Vê, estão voltando as flores! / Vê, nessa manhã tão linda! / Vê, como é bonita a vida! / Vê, há esperança ainda!”. Com as flores e a música, convidei os presentes a, mesmo no período mas seco e mais quente da cidade, apreciarem como compensação o que a natureza oferece em troca na forma de delicadeza e cores, fazendo analogia com a crise que acomete o País e o Estado, pois deve ser justamente no primeiro trimestre do próximo ano que ela se apresentará mais dura. Deve ser o “fundo do poço” ou o “vale” da crise de que falam os economistas. O mesmo faço para os leitores aqui neste último artigo do ano: vamos olhar as flores do Recife! Elas estão por aí nos surpreendendo quase que a cada esquina. Com a sua visão podemos suportar melhor a secura e as temperaturas mais altas, bem como os efeitos da crise, renovando a energia para o trabalho duro que precisaremos continuar fazendo para sobreviver a ela. Como compôs Paulo Soledade, 2016 não está perdido como dizem por aí: “Há esperança ainda!”. A esperança da superação pelo trabalho e pela visão das flores. Vamos sobreviver! Bom 2016!

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O pai de todos. Ou quase

Genghis Khan, o guerreiro que conduziu os mongóis na conquista da maior extensão contínua de terras da história da humanidade, não foi só o homem que há cerca de 1,2 mil anos fazia o mundo tremer ante o tropel do seu exército. A partir do que hoje se conhece como a Mongólia, ele subjugou povos e festejou suas vitórias com golpes de aríete em cidadelas mais aconchegantes. Explica-se: nas campanhas militares daqueles tempos, o produto dos saques era dividido igualmente entre soldados e comandantes, porém todas as mulheres – mulheres jovens, bem entendido – eram, obrigatoriamente, pertencentes a Genghis Khan. Travavam-se, então, após as batalhas banhadas de sangue e sofrimento, as refregas prazerosas do sexo. O resultado é que, de tanto guerrear, o líder mongol espermatizou tantas mulheres – isso sem contar as esposas oficiais –, que, mais do que os muitos e magníficos feitos militares, ele realizou uma façanha reprodutiva sem precedentes na história humana. Espalhou em uma área abrangendo do Pacífico ao Cáspio descendentes que representam 8% dos homens que vivem nas fronteiras do antigo Império Mongol. São nada menos do que 12 milhões de pessoas, caso as estimativas dos estudiosos estejam corretas. A família há de ter contribuído para o feito, é bem provável, já que Kublai Khan, neto do conquistador, tinha, na qualidade de imperador da China, a prerrogativa de manter milhares de concubinas… Foram séculos de poder e apoderamento de despojos de guerra, bastando dizer que o último descendente de Genghis Khan a governar um reino, Shahin Girai, imperador da Crimeia, morreu em 1783. Durante cerca de quinhentos anos, pois, o clã deteve com uma intensidade sem precedentes o poder e as mulheres de um continente inteiro, isso sem se levar em conta que, ao menos por enquanto, é difícil dizer se Genghis Khan deixou descendentes também entre os russos, que viveram por séculos sob domínio mongol. Para simplificar, um em cada 200 homens existentes na Terra descende dessa linhagem, afirmam os pesquisadores. Você sabia que o Brasil, ou mais especificamente Pernambuco, também teve um inseminador, embora bem longe dos padrões exuberantes de Genghis Khan? Quer saber quem foi ele? Acompanhe a história. Quando o primeiro donatário Duarte Coelho e sua mulher Brites de Albuquerque chegaram à capitania de Pernambuco, em 1535, trouxeram com eles o jovem Jerônimo de Albuquerque, irmão dela. O donatário precisava de ajuda para administrar aquela área tão grande, que abrangia os atuais Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e parte da Bahia. Encontraram um ambiente hostil, tanto que, tão logo chegou, envolvido numa das lutas que teve que travar contra os índios tabajaras, ele recebeu uma flechada que o levou a perder um dos olhos, ficando conhecido pelo apelido de Torto. Ferido, tornou-se prisioneiro dos índios, foi condenado à morte, mas como acontece nas mais doces histórias de amor, Tabira, a filha do cacique, se apaixonou por ele e o quis como marido. O casamento selou a paz entre os tabajaras e os colonizadores portugueses, e Jerônimo de Albuquerque passou a se mostrar um competente soldado das batalhas amorosas. Da união de Jerônimo de Albuquerque e Tabira, depois batizada como Maria do Espírito Santo Arco Verde, em homenagem à festa de Pentecostes que se celebrava no dia do batismo, nasceram oito filhos. O primogênito, Jerônimo de Albuquerque Maranhão, anos mais tarde lutou contra a invasão francesa no Maranhão, e foi também um dos fundadores da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. Vieram em seguida Manuel, André, Catarina, que se casou com o fidalgo florentino Filipe Cavalcanti; Isabel, Joana, Antônio e Brites. Jerônimo de Albuquerque teve ainda – sem necessidade de guerras – mais cinco filhos, todos por ele reconhecidos, com outras mulheres brancas, índias e africanas. Entendeu de onde vem a nossa miscigenação? Acontece que naqueles tempos – corria o ano de 1562 – casamento não era decisão dos apaixonados. Assim, em obediência a uma carta-intimação de Catarina da Áustria, rainha de Portugal, ele deveria casar-se com Felipa de Mello, filha do nobre Cristóvão de Mello. Para a rainha Catarina, sendo ele sobrinho de Afonso de Albuquerque, um descendente de reis, não deveria seguir a lei de Moisés, ou seja, não deveria manter trezentas concubinas! O que diria ela de Kublai Khan, o imperador da China, que tinha milhares delas… Do casamento com Felipa de Mello nasceram mais onze filhos: João, Afonso, Cristóvão, Duarte, Jerônimo, Cosme, Felipe, Isabel, Maria, além de dois que morreram logo após o nascimento. Assim, Jerônimo de Albuquerque teve 35 filhos, entre legítimos e legitimados, o que lhe valeu o apelido entre os historiadores brasileiros de o “Adão Pernambucano”. Por uma questão de justiça, porém, reconheça-se que ele fez mais do que filhos. Como administrador da capitania de Pernambuco, auxiliou Duarte Coelho na pacificação dos índios, na expulsão dos invasores e no desenvolvimento econômico e social pernambucano. Em 1554, indo a Lisboa, Duarte Coelho deixou no governo a esposa, Brites de Albuquerque, e seu irmão Jerônimo de Albuquerque. Acontece que ali Duarte Coelho veio a falecer, permanecendo ambos no comando da capitania até a maioridade de seus filhos, Jorge de Albuquerque Coelho e Duarte de Albuquerque Coelho que, na época, estudavam na Europa. Em 1560, então, Duarte de Albuquerque Coelho atingiu a maioridade, vindo assumir o governo da capitania. Acontece, no entanto, que os irmãos Duarte e Jorge de Albuquerque pouco ajudavam na administração. Em 1565, pois, Jorge retornou a Portugal e Duarte decidiu voltar em 1572, falecendo em 1578, em Alcácer-Quibir. O fato concreto é que auxiliando Duarte Coelho, quer como substituto do capitão-mor, quer como sucessor do donatário, ou ainda como povoador do Brasil, Jerônimo de Albuquerque muito contribuiu para o nosso desenvolvimento. Em suas terras, nas proximidades de Olinda, fundou o primeiro engenho de açúcar de Pernambuco, o Engenho Nossa Senhora da Ajuda, depois denominado de Forno da Cal. Convém observar que naquela quadra da vida brasileira a implantação de um engenho de açúcar era um marco de desenvolvimento. Equivalia a implantar, hoje, uma grande indústria

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No tempo do Inquisidor (Parte 1)

No século 16, a Vila de Marim, como era chamada nos seus primeiros anos a Vila de Olinda, encontrava-se entre os mais importantes aglomerados urbanos da América Portuguesa. Com seu belo casario branco em pedra e cal, situada sobre cinco colinas (montes moderados no dizer de Loreto Couto), com as torres de suas igrejas e mirantes de seus sobrados sobressaindo-se do arvoredo, era um verdadeiro espetáculo aos olhos do mais frio observador. No dizer de Rodolfo Garcia, “um deslumbramento, uma miragem encantadora que jamais se apagará da memória de quem um dia logrou a ventura de presenciá-la – a vista do mar”. Até mesmo um circunspecto naturalista alemão, o professor Konrad Guenther, que por uma temporada foi hóspede do Mosteiro de São Bento, descrevia o mar de Olinda semelhante a uma pedra preciosa multifacetada. “O mar muda de colorido conforme os reflexos da luz: uma orla violeta debrua o horizonte, listas da mesma cor riscam o espelho verde, aqui cintilações rubras, ali azuis – parece que todas as cores do arco-íris se derramam sobre o horizonte”. Teria sido essa primeira imagem que o visitador Heitor Furtado de Mendoça (sic) vislumbrou de Pernambuco, quando de sua chegada em setembro de 1593. Mas o “olhar” devassador da Inquisição não estaria tão somente saciado com as cores do arco-íris, que tomavam de encanto os horizontes de Olinda, mas procurava por recantos mais obscuros da alma humana, o lusco-fusco do comportamento das pessoas, a intimidade das alcovas, o silêncio dos lares, os pecados cometidos nas mais recônditas camarinhas. Assim surgem do interior dos lares daquela pacata sociedade elementos reveladores da origem das imensas proles de filhos, legítimos e naturais, gerados nas alcovas ou mesmo nas senzalas, muitos deles a céu aberto, naquele ambiente luxuriante, povoado por mulheres brancas, negras seminuas e índias nos trajes que vieram ao mundo. Um paraíso onde não existia a noção do fruto proibido, ou, como justificava Caspar van Baerle (1647): ltra aequimocialem no pecari. Melhor traduzindo: Não existe pecado abaixo do Equador. Assim era o comum em todos os lares, e com mais intensidade, nas famílias de maior destaque, o pecado da carne. A poligamia tomava conta da sociedade, somente o cunhado do primeiro donatário, Jerônimo de Albuquerque, falecido em 1593, aparece nos autos das Denunciações como pai de 26 filhos, dos quais apenas 11 eram originários de sua mulher legítima. O exemplo do Adão Pernambucano, como veio a ser tornar conhecido, é seguido por outros povoadores do seu tempo, que assim contribuíram para o crescente número de mamelucos, originários de uniões com as índias da terra, e até mulatos filhos de suas escravas. Nas Denunciações aparecem os filhos naturais de D. Filipe Moura, que fora governador da capitania (1593-1595), Rodrigo Lins e o próprio Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da capitania, aparece como pai de Manuel d’ Oliveira. Em depoimento prestado por Manuel Álvares, um criado da casa da viúva de Duarte Coelho, D. Brites Albuquerque, aparece ele como sendo um “mameluco que dizem ser filho bastardo de Jorge de Albuquerque com uma índia mestiça deste Brasil” (15.11.1593). No dizer de Francis Dutra a indiscriminada atividade sexual dos portugueses com índias nativas e até com escravas da África, já denunciada nas cartas jesuíticas, permitiu concluir que, desde o filho mais novo do primeiro donatário ao mais insignificante degredado, os portugueses foram pais de gerações de mestiços. Preocupou-se também o primeiro inquisidor com a constatação de ritos e práticas judaicas, que viriam denunciar a presença de judeus em nossa sociedade colonial. Dos vários depoimentos surgem os nomes de Branca Dias e de seu marido Diogo Fernandes, proprietários do engenho Camaragibe, ambos falecidos antes da Visitação. Tinham eles em suas terras uma sinagoga familiar, na qual festejavam as principais festas do calendário judaico, como o Iom Kipur e o Roshashaná, ou seja, o Dia do Perdão e o Ano Novo Judaico. Era Branca Dias professora de meninas, a quem ensinava ler, bordar e outros ofícios do lar, sendo elas, já adultas, as suas principais denunciantes.

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Recife desigual

Pobreza e desigualdade são dimensões distintas do status socioeconômico de uma cidade. A pobreza tem caído no Recife tanto como resultado do crescimento econômico que aumentou, em termos reais, a massa salarial, quanto pela ação de políticas públicas que transferiram renda para pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade. Todavia, a pobreza pode cair sem ser acompanhada por um declínio na desigualdade de renda. Em tese uma sociedade pode reduzir a pobreza absoluta, mas aumentar a desigualdade. Esse é o caso do Recife. De fato, a desigualdade de renda medida pelo Índice de Gini -que varia entre zero e a unidade sendo tanto maior quanto mais próximo de 1 – cresceu discretamente durante o período 1991-2010 (de 0,67 para 0,68), constituindo-se, no último ano, em índice superior à média brasileira (0,60), à da própria Região Metropolitana-RMR (0,64) e às de Salvador (0,63) e Fortaleza (0,61). Na verdade, o Recife foi na contramão da tendência nacional que vem reduzindo a desigualdade desde 1995, especialmente devido aos ganhos derivados da educação e da estabilidade do nível de preços. A proporção de renda apropriada por frações da população ocupada é outro indicador de desigualdade. Calcula-se o percentual de apropriação da renda pelos 20% mais ricos e pelos 40% mais pobres. Esses números para o Recife, em 2010, foram, respectivamente 72,5%, e 6,2%. Ambos cresceram durante o período 1991-2010. Neste último ano, o percentual do Recife de renda apropriada pelos 20% mais ricos foi o maior quando comparado com o do País, da RMR e das outras duas maiores cidades do Nordeste, como já referido acima, enquanto que, para os 40% mais pobres, foi o menor. Entre os fatores que afetam a desigualdade, a educação é um dos principais, mas destacam-se outros tais como as oportunidades de acesso ao mercado de trabalho e a forma como se dá essa inserção. No caso brasileiro, as diferenças educacionais respondem por cerca de 40% das diferenças de renda. O Recife tem, ao mesmo tempo, um percentual elevado de pessoas que concluíram o curso superior –em comparação com outras cidades nordestinas e a média do País- mas acumula, ao mesmo tempo, resultados insatisfatórios no ensino fundamental, além de deficiências graves de cobertura na educação infantil. Existe também um mecanismo perverso de reprodução da desigualdade. Neste sentido, observe-se que, em 2010, o percentual de crianças em domicílios que não tinha ninguém com o ensino fundamental completo foi de 22,7%. Esse número revela que além dos problemas correntes que afetam a escola, o ambiente familiar não oferece estímulos para uma educação de boa qualidade. A tendência, nessas condições, é para a falta de educação se tornar um instrumento de transmissão intergeracional da desigualdade, mecanismo que o bolsa-família – se atendidas eficazmente as condicionalidades- objetiva suprimir. Uma das características do Recife é a informalidade, estando presente em várias das dimensões da cidade, do mercado de trabalho aos negócios passando pela habitação. A informalidade, um dos determinantes da desigualdade e entendida como exclusão de pessoas da rede de proteção social, situava-se, em 2010, no Recife, em 34%. A pobreza é um conceito absoluto e a desigualdade relativo. A desigualdade coloca lado a lado a afluência com a carência. É duro ser pobre, mas é pior ser profundamente desigual com o seu vizinho. E Recife é uma cidade onde pobreza e riqueza convivem proximamente. Em média, uma favela não está a mais de 1 km de uma área afluente da cidade. A alta e crescente desigualdade é uma marca indesejável do Recife. Eis um desafio! (Por Jorge Jatobá)

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Saídas para crise

Os cenários socioeconômico e político são nebulosos para o Brasil. Mas há uma expectativa de encontrar uma luz no fim do túnel dessa conjuntura que combinou em 2015 a falta de crescimento associada à alta inflação e baixo investimento. Na palestra de lançamento da Agenda TGI 2016, o consultor Francisco Cunha fez uma análise crítica do atual momento e fez projeções sobre as saídas da crise. Afinal, qual o dever de casa dos brasileiros e pernambucanos para sobreviver às turbulências do contexto e chegar no final do próximo ano com um horizonte mais otimista? Francisco Cunha classificou o contexto atual como o pior desde o Governo Collor e apontou o momento como de ruptura do ciclo econômico (ancorado no consumo interno e na exportação de commodities) e político. Ele lembrou que o Brasil conquistou avanços relevantes nas últimas décadas: a reimplantação da democracia, como um legado do PMDB; a década da estabilização econômica, pelas mãos do PSDB; e o período de inclusão social, promovido pelo PT. Conquistas que tendem ficar parcialmente em xeque, com a crise de representatividade política, retração do PIB, além da alta do desemprego e descontrole inflacionário, que pode devolver para pobreza parte da população que ascendeu socialmente nos últimos anos. “As crises econômica e política geram uma crise de confiança, que tem um efeito paralisante no País, já que cria uma tendência de reduzir o consumo e os investimentos”, afirma. Apesar da conjuntura de crise, a economista e sócia da Ceplan Tania Bacelar aposta em um 2016 melhor. Ela ressalta que alguns fatores determinantes para os indicadores negativos de 2015 não se repetirão no próximo ano. “Tivemos uma inflação muito alta, por causa dos preços administrados, que em 2014 estavam represados, como energia, gasolina, transporte. Esse ciclo não vai se repetir, porque já absorvemos esse impacto em 2015. O segundo foi a desvalorização do real, também uma tendência antiga. Houve uma valorização muito forte do dólar. Dois componentes com alto impacto e que não tendem a se repetir”, explica. Para construir um cenário mais fértil para o investimento, ela acredita que a inflação menor poderá induzir o governo a reduzir as taxas de juros. “Se a inflação se atenua, a justificativa para o aumento dos juros perde força. Isso é positivo por duas razões, quando a taxa de juros cai tem um impacto no governo, já que diminui as despesas financeiras do Estado. E pode estimular os investimentos também do setor privado”, sugeriu a economista. Apesar desse panorama traçado pela economista, as expectativas dos entrevistados na pesquisa com empresários da Agenda TGI não é das melhores. Apenas 22% acreditam num 2016 melhor, enquanto que 43% estão pessimistas com o ano que se aproxima. O economista e ex-diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Gustavo Maia Gomes, também vê com ceticismo o desempenho econômico no curto prazo. “Ficamos quatro anos seguidos numa trajetória insustentável de gastos públicos, sempre com a inflação acima da meta. Uma receita de desastre. No meio desse cenário houve uma paralisia. O governo federal anunciava o desejo de fazer cortes, mas ao mesmo tempo dizia que não se podia cortar. Uma postura contraditória que foi somada a um congresso que ainda promovia medidas para aumentar os gastos. E, evidentemente, fazer nada quando a coisa está ruim, só piora. Não me surpreenderia se o desempenho da economia do próximo ano seja pior do que este. Não vejo nada melhorando para acreditar que será apenas 1% negativo, como sinalizam algumas pesquisas”. O economista acredita que apenas uma mudança de governo poderia abrir uma janela de oportunidade para a retomada de crescimento do País. Ele julga que a ascensão de outro presidente da República teria o potencial de melhorar o humor do investimento privado no Brasil. “Se houver impeachment ou renúncia vai haver um momento em que o País terá uma nova chance. A depender de como isso ocorrer você pode começar a reverter uma trajetória negativa, mas definitivamente não salvará o próximo ano. No entanto, teria a capacidade de gerar uma visão menos pessimista, enquanto as coisas começam a se arrumar, atraindo investimentos que seriam muito relevantes para a dinamização da nossa economia”. A pesquisa com empresários apontou que 58% dos entrevistados acredita que Dilma Rousseff não terminará o seu segundo mandato presidencial. Quase 90% acreditam que as dificuldades políticas deste segundo governo serão maiores que as do primeiro. Na palestra, Francisco Cunha afirmou que é justamente a vertente política da crise que lança mais incerteza sobre a retomada do crescimento. O governo não consegue promover o ajuste fiscal conjuntural indispensável e não dispõe de capital político para fazer mudanças estruturais necessárias para a retomada sustentada do crescimento. SOLUÇÕES. Se o cenário político é determinante para mudar o desânimo do País, há uma necessidade de modificar as estratégicas econômicas, na opinião de Tânia Bacelar. Diferente da última década, quando o consumo interno foi o fator que impulsionou o dinamismo da economia brasileira, ela defende que o momento é de apostar em dois outros pilares: aumento das exportações e dos investimentos. “O Brasil precisa combinar melhor esses três grandes componentes do crescimento. Fizemos uma aposta muito forte do consumo interno na década passada. Isso chegou num certo limite. Podemos fazer do limão uma limonada, fazer do nosso déficit de infraestrutura uma oportunidade e frente de expansão econômica estimulando o investimento privado com juros mais baixos. O peso das exportações é pequeno, mas caso seja dinamizado será importante para o País”, avalia. Sobre as exportações, Bacelar aponta um cenário positivo, com um câmbio favorável e uma atuação ousada do ministro Armando Monteiro Neto. “A mexida do dólar favoreceu a nossa balança comercial. Não é algo que teremos que mudar, mas surfar nessa direção já construída. Armando Monteiro Neto se destacou pois, apesar da crise, foi um dos poucos ministros que olhavam para frente, enquanto o governo ficou preso numa agenda de curto prazo. Para mudar a dinâmica, é preciso sinalizar para onde a gente vai. Sem expectativa positiva, a economia continua patinando”. Projetando um cenário

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Recife é a capital mais empreendedora do NE

O Recife é a capital mais empreendedora do Nordeste. É o que aponta o Índice de Cidades Empreendedoras 2015 (ICE2015), realizado pela Endeavor, principal organização voltada ao fomento do empreendedorismo no mundo. No estudo, a cidade ocupa a 4ª posição no ranking, sendo a única cidade nordestina entre as 20 primeiras colocadas. Ao todo, foram analisadas 32 cidades brasileiras localizadas em 22 estados, com base em sete pilares: ambiente regulatório, mercado, infraestrutura, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora. No índice de 2014, o Recife havia ficado em 12º lugar. “Assumimos o índice de Cidades Empreendedoras da Endeavor como um desafio. O prefeito Geraldo Julio criou uma secretaria com o nome Empreendedorismo para que de fato pudéssemos trabalhar os pilares que são elencados e também para desenvolver outras ideias que tínhamos como propósito. Então fomos caminhando pilar por pilar, juntando os atores que já fazem o empreendedorismo acontecer na cidade, porque a Prefeitura tem consciência que é uma ponte. Nós fazemos a articulação, o nosso papel é justamente pesquisar, apoiar, estimular e fomentar o empreendedorismo que tanta gente já faz no Recife”, explica a secretária de Desenvolvimento e Empreendedorismo do Recife, Roseana Amorim. Entre as iniciativas desenvolvidas no âmbito municipal, pode se destacar a Sala do Empreendedor, que é um espaço da Prefeitura do Recife voltado para os micros e pequenos empreendedores, formalizados ou não, que tem como objetivo orientá-los. Essa iniciativa faz parte de uma série de ações que objetivam trazer respostas rápidas para quem quer abrir sua empresa ou que precisa de orientações para se manter no mercado. Atualmente, existem três postos de atendimento da Sala do Empreendedor: no térreo do edifício-sede da Prefeitura do Recife, no bairro de Casa Amarela (Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, 5600) e em Santo Antônio (Rua Imperial, s/n). De forma itinerante, o projeto Sala do Empreendedor nos Bairros leva os serviços oferecidos nos postos fixos para diversas comunidades da cidade, além de palestras, minicursos e oficinas sobre temáticas como finanças pessoais, atendimento ao cliente, formalização do empreendimento, orientações sobre crédito produtivo, entre outras. Uma outra iniciativa interessante é o Fórum de Microempreendedores, Empresas de Pequeno Porte e Microempreendedores Individuais, que reúne instituições como o Sebrae, a Femicro, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste para avaliar que melhoras podem ser buscadas pela Prefeitura. A tônica principal é a redução da burocracia buscando a maior eficiência possível no menor intervalo de tempo. Esse fórum foi ampliado para a área de inovação e tecnologia, contando com parceiros como o Porto Digital eo C.E.S.A.R. Termos de cooperação foram assinados junto à academia, como a UFRPE, a UFPE e também com as particulares. Em outra frente, foi publicada recentemente a lei de ampliação da área territorial do Porto Digital, que amplia a área de benefícios fiscais para poder acolher as empresas que buscavam se instalar nesse espaço, recentemente eleito o melhor parque tecnológico do Brasil pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Neste ano, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Empreendedorismo, coordenou pela primeira vez a gestão do comitê local da Semana Global do Empreendedorismo, que promoveu cerca de 200 atividades entre palestras, mesas temáticas, workshops e oficinas impactando cerca de quatro mil pessoas. Além disso, a pasta lançou o 1º Prêmio Recife de Empreendedorismo Social, que objetivou incentivar e motivar o empreendedorismo no Recife por meio de ideias inovadoras que venham a contribuir com o dia-a-dia do cidadão. A premiação foi realizada no último dia 3 de dezembro, premiando dois projetos, um na categoria Inovação Social e outro na categoria Impacto Social. (Da Prefeitura do Recife)

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Quais os destinos mais procurados pelos pernambucanos?

Viajar é um dos grandes sonhos dos brasileiros, e com os pernambucanos não é diferente. Apesar de viverem em um Estado que oferece belas praias e as mais diversas belezas naturais, os moradores de Pernambuco demonstram um grande interesse em visitar destinos badalados de seus Estados vizinhos. É isto o que aponta uma pesquisa realizada pelo Hotel Urbano (www.hotelurbano.com), agência online de viagens líder em hospedagens no Brasil. De acordo com o estudo, que considera buscas por pacotes de viagens e hospedagens realizadas por usuários de Pernambuco no site do Hotel Urbano em 2015, a cidade de Natal-RN é o destino atualmente mais procurado pelos viajantes pernambucanos. A capital do Rio Grande do Norte é seguida por Fernando de Noronha e outras duas capitais nordestinas: Maceió e Fortaleza-CE. “No quesito turismo, podemos dizer que o morador do Estado de Pernambuco é um privilegiado. Além de lindas belezas naturais dentro do estado, o viajante encontra cenários exuberantes a poucas horas de viagem”, afirma Antônio Gomes, diretor comercial do Hotel Urbano. Na quinta posição entre os destinos mais procurados pelos Pernambucanos está a cidade de Gramado, tradicional destino de inverno localizado na Serra Gaúcha e único da lista que não oferece praias. Na sequência, segue a predominância dos destinos litorâneos: Porto Seguro-BA (6º), Salvador-BA (7º), Morro de São Paulo (8º), Rio de Janeiro-RJ (9º) e Balneário Camboriú-SC (10º), procurado não apenas por suas praias, mas também por estar próximo do parque do Beto Carreiro World. (Do Hotel Urbano)  

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Quarto de Guerra alcançou 2º lugar na média de público

O filme Quarto de Guerra estreou na quinta-feira em 46 salas de cinemas no Brasil pela Canzión Films e surpreendeu a todos com a excelente performance no circuito. A produção dos mesmos criadores de Desafiando Gigantes, À Prova de Fogo e Corajosos chamou a atenção por abordar temas como a oração e a estruturação familiar. Em um tempo de crises no país, tanto moral como social, e com o aumento de divórcios em mais de 160%, em uma década, segundo dados do Registro Civil divulgados pelo IBGE, o longa traz uma resposta e a esperança que a sociedade necessita. Para a distribuidora, a presença maciça do público nos cinemas revela a necessidade urgente do país por filmes que transmitam valores cristãos para as famílias brasileiras. Após alcançar o 2º lugar na média de público por salas, na semana de estreia, segundo o Rentrack, no Top 10 Brasil, ficando atrás apenas do filme Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2, o longa avança e conquista 20 novas salas no circuito até o momento. No Grande Recife o filme está em exibição no Shopping Guararapes. A película já emocionou milhares de pessoas pelo país, criando uma onda de postagens nas mídias sociais, como o Facebook, para compartilhar e incentivar a presença de famílias e grupos de amigos nos cinemas. Alguns fizeram vídeos com a hashtag #QuartoDeGuerra e bradaram nos cinemas a alegria de ter assistido Quarto de Guerra nas telonas; outros deixaram seu recado para os amigos, indicando o filme como uma experiência imperdível. Para essa produção, os cinemas abriram ao público a possibilidade de fazer reservas de salas de exibição para grupos, com valores especiais. Nesse caso é preciso entrar em contato diretamente com o gerente do cinema local onde o filme está sendo exibido.

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Muito além das aulas de idioma

O domínio de uma língua estrangeira deixou de ser um diferencial e se transformou quase que uma obrigação para ter melhores oportunidades no mercado de trabalho. Realizar um intercâmbio é, então, a sonhada alternativa para garantir a fluência no idioma. Basta observar o crescimento no número de brasileiros que decidiram buscar a vivência em outros países nos últimos 10 anos. Um aumento de 494%, de acordo com dados da Brazilian Educational & Language Travel Association. Mas se engana quem pensa que a experiência no exterior se resume às tradicionais aulas de língua ou mesmo ao High School. Cada vez mais, os intercambistas escolhem opções que fogem ao convencional e aproveitam para incrementar o currículo. “Estudar no exterior é um componente enriquecedor de qualquer programa educacional e transforma a visão do mundo do aluno”, avalia o diretor-executivo do centro de educação internacional ABA Global Education, Eduardo Carvalho. Cursos de curta duração em universidades e estágios são algumas das possibilidades para quem passa uma temporada fora. E foi justamente nesse “combo” que o estudante de relações internacionais, Felipe Cavalcanti, 23 anos, decidiu apostar. “Eu já tinha feito High School antes, mas queria algo voltado para a graduação”. Depois de muita pesquisa, Felipe encontrou na escola de extensão da American University, em Washington, o curso que se enquadrava nas expectativas dele. O programa, de um semestre, aliava teoria à prática. Três vezes por semana, Felipe tinha aulas sobre economia global e negócio em importantes organizações como o FMI e a Bolsa de Nova York. Nos outros dois dias, era a vez do estudante testar os conhecimentos aprendidos em um estágio. Será que mais um intercâmbio valeu a pena? “Foi quando abri os olhos para o que eu realmente queria fazer profissionalmente.” Para Arthur Danzi, 18, o contato com pessoas de nacionalidades e culturas diferentes foi a experiência mais significativa do intercâmbio. Escolher esse tópico dentre tantos outros vividos, no entanto, não deve ter sido fácil. Principalmente, quando se adiciona o fato de ele ter estudado na poderosa Harvard, uma das mais conceituadas universidades do mundo. Hoje estudante de direito, Arthur embarcou rumo aos Estados Unidos quando ainda cursava o segundo ano ensino médio. “Como estava perto o Enem e do SSA não dava para fazer um intercâmbio de seis meses ou um ano.” A alternativa, então, foi procurar um curso de curta duração e para encontrar o ideal, Arthur buscou ajuda de uma consultoria de intercâmbios. “A partir do interesse do aluno, fazemos um trabalho de pesquisa para identificar qual programa melhor se encaixa nos objetivos dele”, explica a coordenadora da GlobEducar, Danyelle Marina. O centro de educação e carreira, que pertence a ABA, é cerificado com o Education USA, uma selo oficial do governo americano para informações sobre estudos nos EUA. Encontrada a oportunidade, é preciso preparar o material necessário para o processo seletivo. “No caso de Harvard, o estudante precisa submeter à nota do exame de inglês, fazer uma redação, enviar uma carta de recomendação, além de preencher um formulário”, detalha Danyelle. Com tudo aprovado, Arthur seguiu para Harvard e, assim, foram dois meses (julho/agosto) frequentando as disciplinas de direito e relações internacionais. Segundo o estudante, as aulas ainda ajudaram a decidir sobre a futura profissão. “Na época, eu pensava em cursar uma das duas graduações e depois do intercâmbio, voltei um pouco mais certo em fazer direito.” Ao buscar por informações sobre intercâmbio, é possível encontrar modalidades ainda mais diversas. Viajar para realizar trabalho voluntário é uma dessas. Uma boa opção para economizar. “Em geral, tem um custo mais baixo, pois o aluno não paga pelo programa em si e, normalmente, não gasta com a acomodação”, coloca Danyelle. Nos portfólios das agências ainda há espaço para os mais ousados. Que tal umas aulinhas de golfe ou mesmo de futebol enquanto estiver no exterior? Esses são alguns dos esportes dentre tantos outros oferecidos para quem faz intercâmbio. A vez dos adultos. As variações de intercâmbio, no entanto, não ficam restritas às novas modalidades de cursos. O público também passou por transformações. Se no passado os programas no exterior eram relacionados apenas aos jovens, hoje os adultos também buscam essa experiência. “É uma geração que não teve a oportunidade de fazer um High School antes. Em geral, eles vão depois dos filhos criados, quando se sentem no direito de achar que é a hora”, relata a diretora da agência de intercâmbio Experimento, Carolina Vieira. É o caso do consultor de empresas Antônio Jorge Araújo, 61. Depois do filho, chegou a vez dele de aproveitar uma temporada fora. “É uma pausa, um momento de desenvolvimento pessoal e profissional”, espera. No final do mês passado, ele desembarcou em Adelaide, na Austrália, onde permanecerá por cerca de três meses. E no fluxo da nova tendência de intercâmbio, também vai utilizar a estadia em outro país para, além do aperfeiçoar o inglês, adquirir novos conhecimentos. Um curso no Instituto de Governança da Austrália (AICD) foi a opção de Antônio Jorge, que coordena em Pernambuco uma instituição semelhante. Mas conseguir conciliar o sonho de fazer um intercâmbio com o trabalho não foi fácil. “É uma decisão que eu venho amadurecendo há algum tempo. Foi algo que precisou ser bem planejado com a minha família e a equipe da minha empresa.” Mesmo com essa mudança na rotina, assim como a maioria dos adultos, Antônio Jorge não pode se distanciar completamente do trabalho. Ele está apostando, então, em reuniões via internet para continuar acompanhando a empresa, enquanto estiver em terras australianas. (Por Camila Moura)

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