O Banco do Nordeste (BNB) poderá financiar a requalificação de prédios antigos, um processo conhecido como retrofit, destinado a novas ocupações de centros urbanos, incluindo o uso residencial desses imóveis. A decisão foi aprovada na quinta-feira, 13, em reunião do Conselho Deliberativo da Sudene (Condel), permitindo a utilização de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para essa finalidade. Esse movimento representa um passo significativo na revitalização de áreas centrais e históricas, promovendo a recuperação de imóveis degradados.
Tradicionalmente, o BNB já atuava no financiamento de obras de construção civil voltadas para a recuperação, ampliação e modernização de imóveis comerciais, gerando um grande impacto no setor produtivo. Com a nova decisão do Condel, a instituição amplia sua abrangência, possibilitando o financiamento de empreendimentos de complexo multiuso, inclusive com unidades residenciais vinculadas a projetos de interesse público. As opções de crédito agora incluem a reforma, requalificação e retrofit de prédios não utilizados ou subutilizados, com fins residenciais e turísticos, incluindo coliving, através de Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Durante o encontro, o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destacou que a medida atende ao anseio dos estados por um melhor planejamento urbano, visando minimizar problemas de moradia. Ele ressaltou a existência de um volume expressivo de habitações ociosas contrastando com um déficit habitacional que, no Nordeste, chega a 1,7 milhões de domicílios. Essa iniciativa busca equilibrar essa disparidade, promovendo a utilização eficiente dos recursos imobiliários existentes.
O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, participou da reunião e acredita que o investimento na reocupação das áreas centrais das cidades é um incentivo importante para a economia. “Os centros urbanos brasileiros registraram esvaziamento nas últimas décadas. Com a recuperação de prédios antigos será possível incentivar a reocupação de áreas que já contam com infraestrutura de transporte e acesso a serviços, além de dar novo fôlego ao comércio tradicional”, afirmou Paulo Câmara.