*Por Paulo Caldas
Campo fértil às diversas formas de expressão literária, Pernambuco traz ao público seu mais recente destaque neste segmento. Com “Lápis mágico” (Editora Imeph), Camilla Inojosa dá sequência a difícil, porém gratificante, missão de escrever para crianças. Neste livro, o quarto da sua promissora carreira, de mãos dadas com a criatividade, ela manuseia como pedra de toque um questionamento característico de quem está descobrindo o mundo: “Se a gente pudesse entrar nos desenhos?”.
Passeando por esse universo vovô Rubens (referência dupla ao avô da autora e ao célebre Peter Paul Rubens, pintor flamengo amante do estilo barroco) e a neta Maria (relativa à singeleza do perfil da personagem) contracenam com elementos da natureza: árvores, animais e seres que habitam o imaginário infantil e se aproxima do fantástico quando essas figuras assumem vida própria e assim começam a interagir no ritmo de aventura.
O vovô Rubens recorre à simplicidade dos presentes despidos de valores materiais, limitados apenas ao lápis e papel, mas que carregados de afeto e magia, transpassam gerações combinando com destreza traços e cores.
Camilla tem se destacado ao obter merecido êxito junto ao segmento de público leitor ao qual se atém, e cuja espontaneidade das opiniões não se afasta das trilhas da sinceridade.
O livro conta ainda com um primoroso projeto gráfico concebido na Editora Imeph, de Fortaleza, ainda pouco conhecida por aqui. As ilustrações são assinadas por Veruschka Guerra, que não obstante a pouca idade, possui bagagem acadêmica e profissional que a incluem entre os nome já consagrados nesta arte.
*Paulo Caldas é escritor