Arquivos Algomais Saúde - Página 108 de 159 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Algomais Saúde

Autismo e suas possibilidades serão discutidos em encontro com profissionais de Brasil e exterior

Com o objetivo de sensibilizar e conscientizar a sociedade, em especial os estudantes e profissionais em diferentes áreas de atuações, sobre o tema Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), suas possibilidades de tratamento e prognóstico, a Faculdade IDE, junto com a SOMAR (clínica especializada em atraso do desenvolvimento), promove, nos dias 08 e 09 de novembro a primeira edição do “TEA Meeting”. Com o tema geral “A Autismo e suas possibilidades”, as palestras do evento acontecem no Mar Hotel (Boa Viagem, Recife). Já os minicursos serão ministrados na Faculdade IDE (Pina, Recife). O “TEA Meeting” reúne também profissionais renomados nacional e internacionalmente da área de saúde, como Jason Garner (Dubai), Paulo Nascimento (CE), Maria Fernanda Cestari (SP), Adriana Zinki (SP), Diogo Lovato (SP) e Marcelo Cairrão (PE), entre outros profissionais da Faculdade IDE, além de pais de portadores de autismo e um jovem autista. Participam das discursões profissionais de diferentes áreas, como: análise aplicada do comportamento, fonoaudiologia, genética, neurociência, odontologia, psicologia, psiquiatria e terapia ocupacional. As palestras, mesas redondas e minicursos abordam temas importantes para o tratamento do autismo. Entre eles: a integração sensorial como intervenção fundamental para o autismo; comportamento inadequado no autismo; seletividade alimentar no autismo; neurofeedback e o autismo; o autista na escola e alfabetização; intervenção com TEA na fase adulta; a odontologia no paciente com TEA; atualização sobre genética e autismo; e escalas e avaliações de TEA. Haverá ainda relatos de experiências com autismo. Uma das discursões mais esperadas evento será sobre o autismo na fase adulta, assunto pouco debatido atualmente e que será levantado por Jason Garner, de Dubai. “Acreditamos que olhando o autismo em todos os seus aspectos, veremos a importância de conhecer as diferentes possibilidades e oportunidades. Assim, queremos que nosso evento seja cenário para quebra de paradigmas e aceitação de uma neurodiversidade”, revela a organização. As inscrições para participar da primeira edição do “TEA Meeting” já estão abertas, através do site do evento (www.doity.com.br/teameeting). O investimento para participar do ciclo de palestras, com 15 horas, é de R$ 280. Já o valor por minicurso, com 4 horas, cada, custa R$ 180. E só poderão se inscrever nos minicursos os participantes inscritos do ciclo de palestras. Há certificado online. O Mar Hotel está localizado na Rua Barão de Souza Leão, 451, Boa Viagem (Recife, PE). E a Faculdade IDE fica na Rua Manoel de Brito, 311, Pina (Recife, PE). SOBRE A ORGANIZAÇÃO Na realização do evento, realizado pela Faculdade IDE (faculdadeide.edu.br), instituição que atua há mais de 12 anos com pós-graduações na área de saúde, com sede no Recife e atuação em nove estados do Norte e Nordeste. Entre os mais de 130 cursos de especializações da faculdade, a pós-graduação em “Transtorno do Espectro do Autismo, com ênfase em intervenção comportamental”, que tem coordenação pedagógica da SOMAR, clínica especializada em atraso do desenvolvimento. Também parceira neste evento, a SOMAR fica no Recife e é uma instituição que se destaca na área de autismo, tendo como missão estimular o desenvolvimento de crianças e jovens com autismo de forma multidisciplinar e personalizada. O encontra conta ainda com apoio Centro Ativa de Terapia Comportamental, instituição localizada em São Paulo, Tismoo, A Turma lá da Rua e Sorriso Especial. SERVIÇO O quê? Tea Meeting - 1º Encontro de Autismo Quando: 08 e 09 de novembro de 2019 Onde (palestras): Mar Hotel – Rua Barão de Souza Leão, 451, Boa Viagem, Recife Onde (minicursos): Faculdade IDE – Rua Manoel de Brito, 311, Pina, Recife Investimento: R$ 280 (ciclo de palestras/15h) e R$ 180 (por minicurso/4h cada). Inscrições: através do site www.doity.com.br/teameeting PROGRAMAÇÂO Dia 08/11 7h30 – Credenciamento Minicursos manhã Local: Faculdade IDE 8h30 – Minicurso 1 Tema: Introdutório sobre neurofeedback e autismo Ministração: Paulo Nascimento (CE) e Igor Tchaikovsky (PE) 8h30 – Minicurso 2 Tema: Odontologia e autismo Ministração: Adriana Zink (SP) 12h30 – Credenciamento Minicursos tarde Local: Faculdade IDE 14h – Minicurso 3 Tema: A intervenção ABA através do ensino naturalístico Ministração: Jason Garner (Dubai) 14h – Minicurso 4 Tema: Escalas e avaliações em TEA Ministração: a definir 19h – Abertura do Evento Local: Mar Hotel 20h30- Palestra de abertura Dia 09/11 Ciclo de Palestras Local: Mar Hotel 8h - A Integração Sensorial como intervenção fundamental para o Autismo 8h45- Comportamento inadequado no Autismo Ministração: Fernanda Garner 9h30- Seletividade Alimentar no Autismo Ministração: Mª Fernanda Cestari (SP) 10h15 - Coffee Break 10h45 - Mesa redonda: O Neurofeedback e o Autismo Participação: Marcelo Cairrão (PE), Paulo Nascimento (CE) e Igor Tchaikovsky (PE) 12h – Almoço 13h30 - Autismo e Atualidades Ministração: Dr. Marcelino Bandin (PE) 14h30 - O Autista na Escola e Alfabetização Ministração: Marta Rubner 15h15 - Intervenção com TEA na fase adulta Ministração: Jason Garner (Dubai) 16h - Coffee Break 16h30 A odontologia no paciente com TEA Ministração: Adriana Zinki (SP) 17h15 - Mesa redonda: Atualizações sobre Genética e Autismo Participação: Dra. Graciela Pignatari e Diogo Lovato (SP) 18h15 - Relato de experiências com o Transtorno do Espectro do Autismo Depoimentos: Leonardo (jovem com autismo) e uma mãe de uma criança com autismo 19h45 – Apresentação de encerramento

Autismo e suas possibilidades serão discutidos em encontro com profissionais de Brasil e exterior Read More »

Por que há mais crianças deprimidas?

As vivas cores da infância têm-se desbotado com as pressões na vida moderna. Conectados ao mundo impessoal das telas dos smartphones desde cedo e sem o tempo e a qualidade de convívio adequado dos pais, cada vez mais aprisionados pela vida profissional, as crianças e adolescentes estão enfrentando um sofrimento silencioso. Mais pressão e menos suporte emocional aumentam os índices de ansiedade e até depressão desde pequenos. Nos casos mais graves chegam ao suicídio. Um cenário vem se agravando e já ligou o sinal amarelo de alerta para as famílias, psicólogos e profissionais da educação. O mal do século 21 invadiu a mente dos pequeninos dos nossos dias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um percentual de 8% dos meninos e meninas do mundo inteiro sofrem com depressão. No Brasil, os especialistas falam de uma parcela entre 1% e 3%. Nas escolas, a percepção do avanço da ansiedade excessiva e dos quadros depressivos é gritante. “Nos estudos brasileiros, 1,8% dos alunos tem depressão e um índice de 9,4% apresentaram problemas com ansiedade. Isso é preocupante”, aponta a diretora pedagógica da Escola Vila Aprendiz, Sandra Kattah. . . Tanto na sua prática clínica como no acompanhamento dos alunos na escola, a psicóloga do Colégio Equipe Suzi Moura avaliou um crescimento galopante dos casos dessas doenças. “Temos percebido que tem crescido o número de adolescentes apresentando transtornos de ansiedade e depressão. Entre 2017 e 2019 estimo que aumentou em 30% dos alunos diagnosticados com algum desses transtornos”, avalia Suzi. Mas o que tem levado tantas crianças ao acompanhamento psicológico e até psiquiátrico diante desses males? Segundo os especialistas entrevistados, as causas dos problemas relacionados à ansiedade e depressão são provenientes de vários fatores. Embora haja também componentes biológicos que contribuem para esses quadros, os psicólogos, psiquiatras e educadores listaram raízes que nascem na vida contemporânea, com a alta carga de dependência das tecnologias digitais e a ansiedade dos pais em quererem que sejam bem-sucedidos. “As cobranças voltadas às crianças atualmente são maiores. São como pequenos adultos, com muitas atividades e muitas pressões. Os pais querem desde muito cedo que elas escrevam e que façam coisas em que ainda não são competentes”, relata Rita Amado, psicóloga clínica escolar da Escola Villa Aprendiz. . . As maiores expectativas sobre o desempenho escolar e de desenvolvimento dos filhos não é acompanhado, no entanto, por mais atenção e tempo de lazer com a família. Esses pais, não raramente, como uma compensação da sua ausência em casa, procuram construir uma “redoma” para evitar qualquer espécie de decepção ou frustração dos pequenos. Uma sequência de fatores que tira das crianças uma necessária preparação emocional para suportar as dificuldades que enfrentarão na adolescência e vida adulta. “A infância é a fase da vida em que é maior a exigência de felicidade. É com relação a ela que devemos afastar as tristezas e preocupações, para que não estraguemos essa fase que vai entregar adultos felizes para o resto da vida. Só que isso não é verdade. A infância é uma fase, semelhante às outras, com perdas e ganhos, tristezas e alegrias, expectativas e frustrações. Mas se nós, adultos que cuidamos delas, procuramos poupá-las demasiadamente das exigências e tristezas, vamos estar, aí sim, preparando uma constituição frágil para os desafios que o mundo lhes fará”, afirma Luiz Felipe Andrade, psicólogo clínico e psicanalista do Centro de Estudos Freudianos e do Ciclos da Vida. O psicanalista avalia que os adultos não devem fazer tudo o que está ao seu alcance para atender os anseios das crianças. Muitos pais da classe média se arvoram em comprar tudo o que seus filhos lhe pedem. Com essa atitude, as crianças ganham e conquistam tudo o que desejam com muita facilidade e sem responsabilidades. "Isso adia a constituição do controle dos impulsos e da lida com a tristeza e com a perda, empurrando-as ainda mais para a ansiedade e depressão no futuro”. Felipe afirma que se a mãe leva a filha para tomar antidepressivos porque terminou um namoro, ela, de fato, estará empurrando sua adolescente para um maior risco de entrar num quadro depressivo. “O trabalho de elaboração dessa perda, com suas questões e o próprio sentir, são negados por uma mãe que já pensa na medicação como primeira opção”. As famílias que enfrentam grandes crises, situações de separação dos pais e os casos de violência doméstica são outros fatores que têm a capacidade de aumentar a ocorrência dos transtornos de ansiedade e do desencadeamento de quadros depressivos. TECNOLOGIAS O uso frequente das novas tecnologias é um ponto crítico na infância e na adolescência. São vários os aspectos a serem considerados sobre o acesso a smartphones ou tablets, como o isolamento, a redução de atividades ao ar livre e das brincadeiras com amigos. “Hoje as mídias sociais ditam como é que essas crianças e adolescentes precisam ser. Além disso, há a exibição dessa felicidade mostrada o tempo todo nas redes sociais, que nem sempre é real. O período em que eles ficam expostos à internet também tira deles os momentos de maior socialização”, aponta Suzi. Ela ressalva, porém, que esse problema não é apenas da infância e adolescência, mas é comum também entre adultos, que estão muito conectados. “É uma conexão que não tem um limite, vivemos em um tempo em que temos que aprender a conviver com as novas tecnologias.” A velocidade na comunicação e no acesso à informações da vida contemporânea cria nas pessoas uma impaciência quando a resposta não é dada na rapidez com que estão acostumados, de acordo com Luiz Felipe. Além disso, as crianças, que antes precisavam vencer as barreiras da timidez para se socializarem e enfrentarem o próximo em suas particularidades, hoje se escondem atrás das telinhas, se isolando ou se comunicando apenas por meio das redes. De acordo com o psicólogo, isso faz com que eles adiem o processo de aprendizado do “lidar com a diferença e com o social, aumentando os níveis de ansiedade e vivendo padrões ilusórios de autoestima”. COMO DETECTAR Alguns sintomas dos

Por que há mais crianças deprimidas? Read More »

Bioenergia pode ajudar a mitigar as mudanças climáticas

Elton Alisson - A bioenergia pode ajudar na mitigação das mudanças climáticas globais contribuindo para diminuir a queima de carvão, petróleo e gás natural para geração de energia e, consequentemente, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera. Pesquisadores brasileiros e estrangeiros que têm estudado o assunto defendem ser possível expandir o uso de bioenergia sem degradar o solo, comprometer a segurança alimentar ou os recursos hídricos. O tema foi abordado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) no seu mais recente relatório especial, lançado no dia 8 de agosto com o tema “Mudanças climáticas e uso da terra”, e em seu respectivo sumário para os formuladores de políticas. A abordagem do relatório sugere que, entre cientistas e negociadores de governos, o antagonismo entre a produção de biocombustíveis e o cultivo de alimentos começa a se dissipar. O documento reconhece, por exemplo, que o uso da bioenergia, juntamente com a redução do desmatamento de florestas tropicais e o replantio de vegetação nativa para sequestrar e retirar dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, pode ajudar a limitar o aquecimento global a 1,5 ºC ou bem abaixo de 2 ºC nas próximas décadas. Mas ressalva que o aumento generalizado e desordenado da produção de bioenergia no mundo pode resultar em uma grande expansão de áreas de cultivo de culturas energéticas em detrimento do cultivo de alimento, além de aumentar o uso de água para irrigação. “Alguns cenários do IPCC apontam que, com o aumento da demanda por energia, poderia ocorrer um incremento de mais de 25 milhões de hectares por ano da área voltada ao cultivo de culturas para produção de bioenergia no mundo. Isso poderia pressionar áreas de vegetação nativa ou voltadas à produção de alimentos”, disse Luís Gustavo Barioni, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e um dos autores do capítulo transversal sobre bioenergia e tecnologias de captura e armazenamento de CO2 – as chamadas BECCS (Bionergy Carbon Capture and Storage) – em cenários de mitigação, à Agência FAPESP. “Mas, para chegar a taxas de expansão de uso da terra para bioenergia dessa ordem, precisaria ter um mercado internacional pujante, que pagasse não só por esse tipo de energia, mas também pelo serviço ambiental de captura e armazenamento do carbono. E isso ainda é muito incipiente”, ponderou Barioni. (Leia mais em http://agencia.fapesp.br/31178/). Ação de cientistas brasileiros A declaração final sobre o papel da bioenergia no combate às mudanças climáticas no sumário para tomadores de decisão reflete a ação de diplomatas e funcionários do governo brasileiro, apoiados a distância por cientistas, na reunião do IPCC, em Genebra, na Suíça. Durante o evento, os delegados nacionais de 190 países discutiram o texto até entrar em um acordo para que o documento pudesse ser fechado, de acordo com Gláucia Mendes Souza, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN). A versão preliminar do sumário refletia de modo impreciso as conclusões do relatório e apresentava restrições controversas e enviesadas em relação à bioenergia, afirmam pesquisadores brasileiros que acompanharam as discussões a distância. “O sumário apresentava dados que só depreciavam a bioenergia, baseados em valores equivocados de produtividade e de área necessária para produzir biocombustíveis para atender as necessidades da transição energética global”, acrescentou Luiz Augusto Horta Nogueira, pesquisador associado do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade Estadual de Campinas (Nipe-Unicamp). Por meio de uma interlocução com diplomatas do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que participaram da redação do sumário, na Suíça, um grupo de cientistas brasileiros, integrado por Nogueira e outros pesquisadores ligados ao BIOEN, apresentou uma série de argumentos que permitiram a adequação correta do documento. “Fizemos uma intervenção circunstanciada, baseada em evidências e argumentos científicos, que permitiu alterar ou eliminar opiniões enviesadas no sumário para os formuladores de políticas”, disse Souza. Mais informações sobre essa negociação estão no artigo “Nunca tantos deveram a tão poucos”, publicado no site da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), no dia 9 de agosto. Cenários de expansão De acordo com o relatório, para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC até 2050 seria necessário usar até 7 milhões de quilômetros quadrados (Km²) para a produção de culturas energéticas. A área de cultivo necessária em um cenário de aquecimento de 2 ºC seria menor, limitada a 5 milhões de km². Maiores níveis de conversão da terra para produção de bioenergia poderiam ter efeitos adversos que afetariam a disponibilidade de água, de alimentos, a biodiversidade e causariam o aumento da degradação do solo e desertificação, indica o relatório. “A expansão da produção mundial de bioenergia com captura e armazenamento de carbono nas taxas estimadas nos cenários de aquecimento global mais ambiciosos projetados pelo IPCC é factível, uma vez que o aumento da área de cultivo de culturas energéticas em países que são grandes produtores de biocombustíveis, como o Brasil, está bem abaixo desses limites”, afirmou Barioni. Segundo ele, a área de produção de cana-de-açúcar no país, que hoje é de 10,2 milhões de hectares, tem aumentado, junto com a de soja, em 3 milhões de hectares por ano, com maior proporção de lavouras de soja. Além disso, outras formas de energia renováveis, como a eólica e a solar, devem aumentar a competição com o etanol e outros biocombustíveis para ampliar suas participações na matriz energética brasileira. “O Brasil já tem uma matriz energética relativamente limpa e não tem uma expansão muito rápida da demanda energética. Dessa forma, não há perspectiva de aumentar significativamente a área voltada à produção de cana-de-açúcar”, avaliou. O relatório também aponta que a integração da bioenergia em paisagens agrícolas geridas de forma sustentável e que limitar a produção de culturas energéticas em terras marginais ou abandonadas teriam efeitos insignificantes sobre a biodiversidade e a segurança alimentar e poderiam diminuir a degradação da terra. De acordo com Barioni, há cerca de 3 bilhões de hectares de terras pastoris no mundo hoje, dos quais 1,5 bilhão de hectares são

Bioenergia pode ajudar a mitigar as mudanças climáticas Read More »

Agosto Dourado: dicas de amamentação de graça em Olinda neste sábado (17)

Toda gestação é acompanhada de grande expectativa em relação ao parto. E o que vem depois? Muitas mulheres acabam tendo dificuldades com a amamentação justamente por não terem se preparado previamente da maneira mais adequada. É para evitar esses sustos e promover mais conhecimento que as doulas Diana Cardona e Luiza Falcão promovem a roda de conversa “Amamentação: desafios e benefícios”. O evento é gratuito e acontece neste sábado (17), a partir das 10h, no Espaço Adupé, que fica na rua de São Francisco, nº 26, no bairro do Carmo, em Olinda. A roda acontece em pleno Agosto Dourado, mês dedicado exclusivamente à amamentação. A data foi criada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Pediatria e amplia a chamada Semana da Amamentação (1 a 7 de agosto). A cor dourada remete ao nível ouro de excelente qualidade do alimento, o leite materno. Entre os temas a serem abordados estão como se preparar para a amamentação, o que é possível fazer para aumentar ou diminuir a produção de leite, como evitar e lidar com fissuras e inflamações. Além de debater mitos como uso de bucha, bico de silicone, pomada e se existe “leite fraco”. . Nem todo bebê nasce sabendo mamar, nem toda mulher nasce sabendo oferecer o peito da forma mais indicada para minimizar desconfortos e machucados. O encontro ainda traz dicas sobre banco de leite, ordenha das mamas, estoque e a volta ao trabalho. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas diretamente com as doulas Luiza Falcão (99145-4014 / @luizafalcaodoula) Diana Cardona (99585-4088 / @dianacardonaguillen). O QUE SÃO DOULAS? As doulas são profissionais preparadas para dar apoio emocional e físico, além de oferecer informações de qualidade durante todo o período da gravidez, nascimento e pós-parto. Durante o trabalho de parto, esse suporte é dado através de apoio psicológico e técnicas para alívio da dor não-farmacológicas (sem uso de remédios), auxiliando a família a viver experiências positivas no nascimento de seus filhos. Elas podem ajudar também a família a superar a experiência quando as expectativas não corresponderam à realidade ou quando houve uma perda gestacional.

Agosto Dourado: dicas de amamentação de graça em Olinda neste sábado (17) Read More »

Sedentarismo: o inimigo do envelhecimento saudável

O sedentarismo pode ser o grande vilão do envelhecimento saudável no Brasil. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram: na América Latina, o país registra o menor índice de prática de exercícios. Se no mundo estima-se que 27% da população não faz atividades físicas com regularidade, por aqui, o número chega a 47%. Em média, um em cada dois brasileiros não tem o hábito de se exercitar com frequência, ou seja, 98 milhões de pessoas. Após os 65 anos, esse índice tende a aumentar. O estudo Healthy Brain and Well-Being: Sedentary Lifestyle can Impact Cognitive Ability Adversely mostra que o sedentarismo contribui para o declínio progressivo das funções cerebrais. Uma das soluções apontadas é a prática de exercícios aeróbicos, que aumentam o fluxo sanguíneo no cérebro, auxiliam na formação de novos neurônios e ampliam o número de sinapses cognitivas entre eles. Resultado: redução de sintomas como ansiedade, depressão, estresse e perda de memória. “Sabe-se que a atividade física é importante para a manutenção da saúde do idoso, bem como sua capacidade funcional. Nas últimas duas décadas foram publicados vários estudos que correlacionaram a atividade física com benefícios na cognição, diminuindo o aparecimento de síndromes demenciais, como, por exemplo, a doença de Alzheimer”, informa a geriatra Ana Catarina Quadrante, que atua na Cora Residencial Senior – rede especializada na promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida de idosos. Outros agravantes do sedentarismo Além do sedentarismo favorecer o desenvolvimento de demências e problemas psicológicos, também tem como um dos agravantes a obesidade. Esta, por sua vez, é o principal fator de risco para o surgimento de doenças como hipertensão arterial, diabetes e até câncer. O problema é o quarto fator mundial de mortalidade. Devido aos altos índices, organizações como a OMS e a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) recomendam a prática de exercícios como um dos protocolos para o envelhecimento saudável e aumento da longevidade. Com base nisso, a Cora Residencial Senior conta com uma programação de atividades diárias que estimulam as partes física e cognitiva com exercícios aeróbicos, jogos, festas temáticas, bailes e muitos outros, com o objetivo de promover saúde, bem-estar e qualidade de vida aos idosos. Por isso, quem acha que após os 60, é hora de parar, engana-se. A dra Quadrante alerta: nunca é tarde para começar a se exercitar. “Idealmente, a atividade física deve ser mantida durante toda a vida. No entanto, o fato do indivíduo não ter realizado anteriormente, não impede que a inicie, independentemente da idade. É importante manter acompanhamento médico para avaliar as condições de saúde e determinar qual a modalidade de atividade física é mais adequada”. Segundo a OMS, o mínimo recomendado é de 2h30 de exercícios semanais o que equivaleria a 30 minutos por dia, cinco vezes por semana

Sedentarismo: o inimigo do envelhecimento saudável Read More »

Campanha alerta tatuadores sobre riscos de lesões nas mãos

A SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão) acaba de lançar a campanha “Não deixe a dor te marcar”, que conscientiza tatuadores sobre os riscos que a atividade traz à saúde das mãos, como o desenvolvimento de LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e perfurações por agulhas. A ação é feita em parceria com a Tattoo You, primeiro estúdio profissional de tatuagens de São Paulo, criado em 1979. Nela, dicas de prevenção serão compartilhadas nas redes sociais da SBCM e da Tattoo You, ao longo de quatro semanas. A campanha será encerrada com palestra para os tatuadores, ministrada por especialistas da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão. “As lesões por esforço repetitivo são muito comuns em pessoas que têm as mãos como principal instrumento de trabalho - como é o caso dos tatuadores –, e as causas vão desde a utilização excessiva do sistema que movimenta o esqueleto humano e da falta de tempo para recuperação, aos esforços que exigem muita força na sua execução, até vibração e estresse”, explica o presidente da SBCM, Dr. Marcelo Rosa de Rezende. A LER envolve um grupo de problemas como tendinite, tenossinovite, bursite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, compressões nervosas, entre outras ocorrências que afetam, principalmente, músculos, nervos e tendões dos membros superiores, além de sobrecarrega no sistema musculoesquelético. Os principais sintomas da LER são dor extrema nos membros superiores e nos dedos, dificuldade para movimentá-los, formigamento, alteração da temperatura e da sensibilidade, redução na amplitude do movimento e inflamação. PREVENÇÃO Os problemas relacionados à LER podem prejudicar a produtividade, a participação no mercado de trabalho e comprometer financeiramente o profissional. Essas lesões são responsáveis pela maior parte dos afastamentos do trabalho e representam custos com pagamentos de indenizações, tratamentos e processos de reintegração à ocupação. Ao longo de sua história, a tatuagem foi desde um símbolo de distinção das pessoas que se submetiam a este processo, até a marginalização social. Hoje, ela está cada vez mais inserida, em um hábito disseminado em todas as classes sociais. O tatuador está gradualmente sendo reconhecido como um profissional que exerce uma atividade que, além da criatividade, exige um trabalho físico desgastante, associado ao estresse de ter como plataforma de trabalho o corpo humano. Isso requer um cuidado especial em relação ao seu instrumento de trabalho, no caso, todo o membro superior, sendo fundamental a sua utilização de forma racional, para que não venha a sofrer os efeitos danosos causados no ato de tatuar. A Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão e a Tattoo You darão início à uma campanha que visa prevenir as doenças causadas pelo exercício da profissão de tatuador, através de orientações de especialistas médicos e reabilitadores. A eficiência e longevidade dos tatuadores só será possível através da prevenção.

Campanha alerta tatuadores sobre riscos de lesões nas mãos Read More »

“Cães obesos vivem menos”, diz especialista

A obesidade não atinge apenas as pessoas, mas também os animais. Dados recentes indicam que mais da metade dos pets estão em algum grau de sobrepeso. Dentre as causas mais comuns, podemos identificar a má alimentação e o sedentarismo. “Cães considerados gordos, geralmente, não comem apenas ração. Além disso, são bichinhos que não fazem exercício físico. Esses dois fatores por si só já causam problemas à saúde canina, juntos prejudicam ainda mais os animais”, revela o veterinário da Nutrire, Dr. Thiago Marçal. Outro fator que pode levar à obesidade é a rotina alimentar, ou seja, a maioria dos cães possuem alimento à disposição o dia todo, ingerindo mais do que necessitam para uma vida saudável. “A alimentação deve ser como o de uma criança pequena, com horários certos e porções definidas - essa medida em específico deve ser de acordo com o peso do cão e precisa constar nas embalagens das rações secas”, explica. A queima de energia também é uma necessidade do pet, visto que o mesmo precisa exercitar os músculos para se manter ativo e bem disposto, além de crescer saudável. “O ideal é que o cãozinho pratique caminhadas ao menos duas vezes ao dia. Isso, claro, de acordo com seu estado de saúde, raça e outras peculiaridades definidas pelo médico veterinário”, conta Marçal. A obesidade é um problema com consequências sérias para os pets, como doenças articulares e de coluna, diabetes canina, aparecimento de distúrbios respiratórios e disfunções cardíacas. Fora a questão física, pois o sedentarismo também pode deixar o cão deprimido. “A artrite é uma doença causada geralmente pelo excesso de peso, muito embora algumas raças tenham predisposição para isso. Porém, animais gordos forçam suas articulações além do recomendável”, diz. Os pulmões de um cão obeso, por exemplo, têm menos espaço para a entrada do ar, ou seja, o esforço para absorver oxigênio é muito maior do que para um pet que está no peso ideal. “Os problemas respiratórios oriundos desse processo são muito comuns”, completa. Sem falar em diabetes, problemas cardiovasculares, pressão sanguínea alta, entre outras doenças decorrentes da obesidade. “É fundamental que o tutor compreenda que o animal precisa ingerir os alimentos feitos especificamente para ele, pois têm a quantidade exata de nutrientes, vitaminas, minerais e tudo mais que sua saúde pede. “Preparar comida caseira para o pet não é proibido, mas deve haver um acompanhamento por um veterinário especialista em nutrição, para que a dieta seja balanceada e atenda todas as necessidades do cão”, acrescenta o veterinário. Como prevenir a obesidade? Os pets precisam de acompanhamento médico, inclusive para controle da alimentação. O veterinário é a pessoa certa para indicar o melhor alimento para cada tipo de animal, levando em consideração idade, tipo físico, problemas de saúde e outras informações. Não alimente seu bichinho de estimação com restos que sobraram das suas refeições, priorize a ração seca indicada pelo especialista. Os petiscos são uma forma de agradar o pet e não estão proibidos, mas não pode ser toda hora. Ofereça apenas agrados feitos especificamente para animais. E não esqueça dos exercícios físicos. “O passeio pode ser pelo bairro mesmo, sem muito esforço. Porém, é interessante que o cachorro movimente-se todos os dias. Quando não for possível levá-lo para caminhar ou correr, exercite-o dentro de casa com os brinquedos que ele gosta”, indica. Por fim, Marçal alerta que a obesidade também pode ser consequência de algum outro transtorno. Se o seu cão ou gato aumenta de peso mesmo comendo apenas a ração, pode ser o caso de distúrbios hormonais como o hipotireoidismo, por exemplo. “É preciso estar sempre atento ao peso do pet”, conclui.

“Cães obesos vivem menos”, diz especialista Read More »

Pesquisa revela dados sobre o consumo de drogas no Brasil

Coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), inquérito sobre o uso de drogas entre os brasileiros é o primeiro a alcançar abrangência nacional, sendo representativo inclusive de municípios de pequeno porte e de zonas de fronteira Entre maio e outubro de 2015, pesquisadores entrevistaram cerca de 17 mil pessoas com idades entre 12 e 65 anos, em todo o Brasil, com o objetivo de estimar e avaliar os parâmetros epidemiológicos do uso de drogas. O 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira foi coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e contou com a parceria de várias outras instituições, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Universidade de Princeton, nos EUA. A divulgação da pesquisa científica destinada à realização do 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira é o primeiro resultado de entendimentos iniciais entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Fiocruz, no âmbito da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Pública Federal, órgão da Advocacia-Geral da União. O acordo preliminar para a divulgação do estudo prevê que os conteúdos do relatório final da pesquisa, do sumário executivo e dos suplementos produzidos pela Fiocruz sejam disponibilizados à sociedade por meio da plataforma Arca, mantida pela Fiocruz na internet. Para mais informações, clique aqui. Este é o mais completo levantamento sobre drogas já realizados em território nacional. É a primeira vez que um inquérito sobre o uso de drogas no país consegue alcançar abrangência nacional, sendo representativo inclusive de municípios de pequeno porte e de zonas de fronteira, por exemplo. Os entrevistados responderam a questões quanto ao uso, o abuso e a dependência de numerosas substâncias: tabaco, álcool, cocaína, maconha, crack, solventes, heroína, ecstasy, tranquilizantes benzodiazepínicos, esteroides anabolizantes, sedativos barbitúricos, estimulantes anfetamínicos, analgésicos opiáceos, anticolinérgicos, LSD, quetamina, chá de ayahuasca e drogas injetáveis. Outros questionamentos tinham relação com violência (perpetrada ou sofrida), a percepção sobre o risco do uso de drogas e a opinião dos entrevistados sobre políticas públicas para a área. Além disso, eles responderam a perguntas gerais sobre saúde e a informações sóciodemográficas. Para ser representativo da população brasileira de 12 a 65 anos, o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas definiu seu plano amostral a partir de critérios metodológicos semelhantes aos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE. “Há um enorme desafio em realizar uma pesquisa como esta, que busque ser representativa da população brasileira. O Brasil não é apenas muito heterogêneo, como também conta com regiões muito pobres, territórios de população esparsa e dificuldade de acesso”, explica o coordenador do levantamento e pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), Francisco Inácio Bastos. Maconha é a droga ilícita mais consumida Os dados obtidos pelo 3° Levantamento estão disponíveis no Repositório Institucional da Fiocruz (Arca), em acesso aberto. Os resultados revelam, por exemplo, que 3,2% dos brasileiros usaram substâncias ilícitas nos 12 meses anteriores à pesquisa, o que equivale a 4,9 milhões de pessoas. Esse percentual é muito maior entre os homens: 5% (entre as mulheres fica em 1,5%). E também entre os jovens: 7,4% das pessoas entre 18 e 24 anos haviam consumido drogas ilegais no ano anterior à entrevista. A substância ilícita mais consumida no Brasil é a maconha: 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já a usaram ao menos uma vez na vida. Em segundo lugar, fica a cocaína em pó: 3,1% já consumiram a substância. Nos 30 dias anteriores à pesquisa, 0,3% dos entrevistados afirmaram ter feito uso da droga. Aproximadamente 1,4 milhão de pessoas entre 12 e 65 anos relataram ter feito uso de crack e similares alguma vez na vida, o que corresponde a 0,9% da população de pesquisa, com um diferencial pronunciado entre homens (1,4%) e mulheres (0,4%). Nos 12 meses anteriores ao levantamento, o uso dessa droga foi reportado por 0,3% da população. O relatório da pesquisa destaca, porém, que esses resultados devem ser observados com cautela, uma vez que o inquérito domiciliar não é capaz de captar as pessoas que são usuárias e não se encontram regularmente domiciliadas ou estão em situações especiais, como por exemplo vivendo em abrigos ou em presídios. “Com relação ao crack, os números do levantamento são importantes justamente por revelar uma discrepância”, explica Inácio Bastos. “O percentual que encontramos no 3° Levantamento é inferior ao que aparece na Pesquisa Nacional do Uso do Crack [Fiocruz, 2013]. Isso porque nosso levantamento foi domiciliar. Mas os usuários de crack compõem uma população majoritariamente marginalizada, que vive em situação de rua. Desse modo, importante reforçar que o levantamento corrobora o grave problema de saúde pública que é o uso de crack no Brasil. Mas faz isso justamente por mostrar, a partir da visibilidade diminuta dentro dos lares, que o consumo dessa substância no país é um fenômeno do espaço público”. Medicamentos sem prescrição Outro dado destacado pelos pesquisadores diz respeito ao uso dos analgésicos opiáceos e dos tranquilizantes benzodiazepínicos. Nos 30 dias anteriores à pesquisa eles foram consumidos de forma não prescrita, ou de modo diferente àquele recomendado pela prescrição médica, por nada menos que 0,6% e 0,4% da população brasileira, respectivamente. “É um número que revela um padrão muito preocupante, e que faz lembrar o problema norte-americano de uma década atrás, em termos de classe de substâncias”, alerta o coordenador do levantamento. Com relação às drogas lícitas, uma boa notícia: o consumo do tabaco parece estar diminuindo. “Outras pesquisas têm mostrado que há um declínio com relação ao uso do cigarro convencional. Por outro lado, têm chamado atenção para formas emergentes de fumo, com a ascensão de aparatos como cigarros eletrônicos e narguilés”, argumenta Bastos. Ainda assim, cerca de um terço (33,5%) dos brasileiros declarou ter fumado cigarro industrializado pelo menos uma vez na vida. E, nos 30 dias anteriores à pesquisa, foram 13,6%, o que corresponde a 20,8 milhões de pessoas. Álcool Grande parte dos dados considerados

Pesquisa revela dados sobre o consumo de drogas no Brasil Read More »

Alimentação de qualidade é essencial no combate à insegurança alimentar

Erradicar a fome, consumir os nutrientes corretos e, até mesmo, praticar exercícios físicos são características que garantem a segurança alimentar à sociedade. Por causa da deficiência desses e outros fatores que englobam a questão, no Brasil, são 7,2 milhões são atingidos pela insegurança alimentar grave, segundo levantamento de 2018 da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). Para se ter ideia, 60% dos brasileiros estão com sobrepeso, enquanto 20% estão obesos e 3% ainda passam fome. A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que alguns nutrientes e alimentos são essenciais para uma alimentação saudável, afastando a sociedade da insegurança alimentar. São exemplos grãos integrais, frutas e legumes, leguminosas – como feijão e lentilha – e alimentos de origem animal. Em sinergia, o Ministério da Saúde recomenda o aumento do consumo de comida caseira como aliado ao combate à obesidade. “O Brasil produz alimentos ricos em nutrientes, como diversos vegetais e grãos, a exemplo da variedade de tipos de feijão, e devemos aproveitar esta característica para melhorar a qualidade da nossa alimentação”, afirma Lucas Oliveira, nutricionista formado pela USP (Universidade de São Paulo). Sempre priorizando a segurança alimentar da população brasileira, a Broto Legal Alimentos é a única marca brasileira a ter o Selo de Análise Contra Agrotóxico. “Nós buscamos os melhores grãos, fazemos a análise do produto e enviamos para o Instituto Biológico de São Paulo, para ter certeza que o produto é seguro para as pessoas”, destaca Lívia Pereira, engenheira de alimentos da marca. Pesquisa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) com o apoio da FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que o país desperdiça mais de 130 quilos de comida por ano. Por isso, a segurança alimentar é um assunto que precisa ser debatido. “Precisamos eliminar o desperdício na nossa alimentação para erradicar a fome e garantir uma alimentação equilibrada a todos”, finaliza Oliveira.

Alimentação de qualidade é essencial no combate à insegurança alimentar Read More »

Infecção aguda pelo chikungunya é estudada em pacientes brasileiros

Karina Toledo -  Ferramentas computacionais aplicadas à biologia estão revolucionando o modo de estudar o que acontece no interior das células durante uma infecção, ajudando a desvendar o mecanismo de doenças e a encontrar potenciais alvos terapêuticos. Este é o caso de um trabalho publicado recentemente na revista PLOS Pathogens, no qual pesquisadores brasileiros analisaram células sanguíneas de pacientes infectados pelo vírus chikungunya. Com auxílio de técnicas de análise de redes complexas, inteligência artificial e aprendizado de máquina, o grupo identificou a assinatura gênica da doença, ou seja, um conjunto de genes cuja expressão é alterada pela interação com o patógeno. Em seguida, o papel que os genes envolvidos desempenham nas células foi mapeado, bem como sua importância no combate ao vírus. A pesquisa teve apoio da FAPESP e foi coordenada por Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP). Participaram colaboradores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), do Instituto Butantan e do Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe, entre outros parceiros. “Identificamos também um conjunto de genes capaz de indicar, ainda na fase aguda, se o paciente tende a evoluir para um quadro de artralgia crônica [inflamação nas articulações], relativamente comum em infectados por chikungunya. No entanto, esse achado ainda precisa ser confirmado por estudos futuros, feitos com uma quantidade maior de amostras”, disse Nakaya à Agência FAPESP. O artigo traz resultados de análises feitas com amostras sanguíneas de 39 sergipanos infectados durante a epidemia de 2016. Os dados foram comparados com os de 20 controles – pessoas não infectadas e oriundas da mesma região dos pacientes estudados. O primeiro passo foi analisar o transcritoma das amostras, ou seja, todas as moléculas de RNA mensageiro (que codificam proteínas) e também os RNAs não codificadores (que não dão origem a proteínas, mas têm ação reguladora no genoma) expressos nas células que compõem o sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas. Ao quantificar os transcritos nas amostras, os pesquisadores puderam medir o nível de atividade de 20 mil genes e avaliar, em comparação com os controles, quais ficavam com a expressão aumentada ou diminuída durante a infecção. “Focamos nos genes codificadores de proteínas [aqueles que expressam os RNAs mensageiros], pois estes têm um papel mais fácil de ser interpretado. É relativamente simples saber se codificam um receptor celular ou um fator de transcrição, por exemplo. Conseguimos, assim, entender melhor a patogênese do chikungunya, isto é, como o vírus afeta as células e quais sistemas de defesa são ativados em resposta”, contou Nakaya. Essa análise revelou, por exemplo, o mecanismo pelo qual as células imunes desencadeiam o processo inflamatório para eliminar o vírus. De modo geral, o conjunto de proteínas responsável por montar essa resposta de defesa é conhecido como inflamassoma. Trata-se de uma maquinaria celular que pode ser comandada por diferentes proteínas e resultar na produção de diferentes moléculas pró-inflamatórias. No caso da infecção pelo chikungunya, observou-se que a mediação é feita pela enzima caspase-1. O achado foi validado por meio de experimentos com camundongos realizados em parceria com o pesquisador Dario Zamboni, da FMRP-USP. Os pesquisadores – ambos ligados ao Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), um CEPID da FAPESP sediado na USP de Ribeirão Preto – observaram que em animais geneticamente modificados para não expressar caspase-1 a infecção pelo chikungunya não induz a liberação da molécula pró-inflamatória chamada interleucina-1-beta (IL-1β) – ao contrário do que ocorre nos animais sem a alteração genética. Similares, porém distintas Após identificar a assinatura gênica da infecção por chikungunya – que envolve milhares de genes com expressão alterada na doença –, o grupo comparou os resultados com os obtidos em amostras de pacientes infectados pelo vírus da dengue. “Notamos que ambas as assinaturas guardam certa similaridade, mas alguns genes são específicos para chikungunya. E são esses que poderão ser explorados em pesquisas voltadas ao desenvolvimento de fármacos”, disse Nakaya. Em outra análise, os pesquisadores compararam o perfil de expressão gênica dos infectados pelo chikungunya com o de pessoas que sofrem de artrite reumatoide, doença autoimune caracterizada por inflamação crônica nas articulações. “Nesse caso, o objetivo era descobrir a diferença entre a artrite causada pelo vírus, e a autoimune e identificar os genes específicos da infecção viral”, contou Nakaya. A análise combinada das três assinaturas gênicas revelou 949 genes envolvidos apenas na artrite reumatoide, 632 apenas em dengue e 302 exclusivos de chikungunya. Sete genes apareceram nas três condições simultaneamente: OAS1, C1QB, ANKRD22, IRF7, CXCL10, IFI6 e IFIT3. Com auxílio de uma ferramenta chamada CEMiTool, desenvolvida por Nakaya com apoio da FAPESP, foi feita uma análise de coexpressão para entender como os genes interagem entre si dentro da rede complexa que existe em cada célula, formando vias de sinalização e vias metabólicas. “Isso nos permitiu identificar oito principais módulos [genes com perfil similar de resposta] e identificar nessas redes quais são os hubs, ou seja, aqueles genes com maior número de conexões e que, por esse motivo, são os mais promissores alvos a serem explorados na busca por fármacos”, explicou. O pesquisador ressaltou que todos os dados da pesquisa, tanto os brutos como os obtidos por meio das análises, estão disponíveis em um repositório público e podem ser consultados por qualquer interessado. Também foram disponibilizados os códigos de programação usados no artigo, para que outros possam reproduzir os resultados. “Nosso trabalho permitiu gerar uma lista de potenciais alvos terapêuticos e, agora, estamos cruzando esses achados com um banco de dados de compostos ativos. Esse cruzamento é feito por meio computacional, mas com base em dados experimentais. Nos orientamos por estudos já publicados, que revelaram drogas capazes de interferir nesses genes de interesse”, disse. O grupo também continua a análise dos transcritos encontrados nas amostras dos 39 pacientes infectados com chikungunya, agora com foco nos RNAs não codificadores. Nakaya contou com apoio da FAPESP por meio de um Auxílio à Pesquisa - Regular e um Apoio a Jovens Pesquisadores. A pesquisa também foi apoiada por meio dos

Infecção aguda pelo chikungunya é estudada em pacientes brasileiros Read More »