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Capoeira faz bem para o corpo e a mente

Criada pelos escravos que vieram da África, a capoeira é uma expressão que combina dança, música e luta. Reconhecida em 2014 como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, a arte marcial brasileira está em mais de 140 países por todo o mundo, segundo a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Mas a luta também traz benefícios para a saúde, pois movimenta todos os grupos musculares, proporcionando maior flexibilidade e capacidade cardiorrespiratória. Além disso, a prática da atividade tem um efeito preventivo para diversas doenças. “A capoeira tem uma diversidade de estímulos. A musicalidade, a gestualidade, a ritualística e o convívio social podem ser um meio de promoção de saúde”, afirmou o contramestre capoeirista e professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco, Henrique Kohl. Para o mestre Isnaldo Carvalho, “batizado” na atividade capoeirista de Mula, a capoeira é uma arte completa. “Nela nós trabalhamos o equilíbrio, a força, a coordenação motora, a flexibilidade e até promove atividades culturais e sociais”. É papel de todo capoeirista se aprofundar sobre a manifestação, regida pelo toque de instrumentos como o berimbau, pandeiro, atabaque e agogô, além dos cânticos. Outro benefício é proporcionar uma musculatura forte e bem desenvolvida. “A ampla variedade de golpes, como 'queda de rins', bananeiras, esquivas e saltos potencializa o ganho muscular e auxiliam na perda de gordura corporal, devido ao exercício trabalhar bastante a função cardiorrespiratória”, explica o personal trainer e contramestre Douglas Nagô. Segundo ele, a amplitude dos golpes contribui para o aumento da flexibilidade. “Os movimentos forçam bastante a musculatura e isso contribui para a elasticidade dos praticantes”. Executada por todas as idades, a capoeira não requer muitos requisitos para exercitá-la. Basta ter força de vontade. “Todos podem praticar, pois os movimentos podem ser adaptados às limitações das pessoas”, revelou o contramestre Henrique, “batizado” como Tchê. Mestre Mula também não hesita em afirmar que a capoeira é para todos. “É superbenéfica para a saúde. Respeitando a capacidade individual de cada um, é claro. Vários mestres e amigos participam de projetos para pessoas com deficiência ou de idade avançada. Eu mesmo já trabalhei com um grupo apenas de idosos e foi gratificante”. A arte é uma ótima ferramenta de combate ao estresse, à ansiedade e à depressão, pois além de trabalhar as funções motoras e cognitivas, também atua na socialização. Ao entrar numa roda o praticante é obrigado a lidar com questões de timidez, porque a interação com outras pessoas acontece de forma natural. “O grupo percebe você como um deles, na linguagem da capoeira chamamos de camaradagem, o que ajuda na perspectiva terapêutica”, afirma o contramestre Tchê. Para Douglas, a arte marcial é um grande passo para a aproximação de indivíduos. “A capoeira não tem distinção social, de religião, cor ou gênero”. A professora de dança Cirlanny Nascimento constata no corpo e na mente os benefícios da atividade. “Comecei a praticar em 2012 e sinto que a capoeira contribuiu bastante para o meu fortalecimento muscular, aumento da flexibilidade, melhora da capacidade cardiorrespiratória e socialização”. Já para a fisioterapeuta Manuela Brito, a capoeira serve para desestressar. “Minha saúde melhorou muito desde que comecei há cinco anos. Sem dúvida, é a minha terapia. Em nosso grupo todos conversam e se ajudam cada um buscando a sua melhora”. Segundo ela, o horário das aulas (20h30) até atrapalha um pouco, mas ela faz questão de não faltar. “É o ponto alto da semana e onde relaxamos”. A dica para aqueles que têm o desejo de tornar-se um capoeirista é ficar atento ao local, grupo e mestre. A razão para a observação é simples: a atividade é dividida em capoeira angola, regional e contemporânea, e cada uma delas tem as suas particularidades. Então, é indicado se certificar sobre qual estilo se quer praticar. Uma boa ideia é visitar o ambiente e se possível, até mesmo, fazer algumas aulas práticas para experimentar. *Por Marcelo Bandeira

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Cuidados com cílios e pálpebras evitam problemas nos olhos

Já passou pela sua mente que os cílios e as pálpebras merecem cuidados? Pois fique atento porque eles são essenciais para a proteção dos olhos. O exemplo disso é que temos o reflexo de piscar quando enfrentamos determinadas situações, como ventos mais fortes, raios solares e poeira. As pálpebras também atuam na lubrificação dos olhos, que é importante para evitar o seu ressecamento. Os cílios têm ainda a função de expulsar todo e qualquer tipo de partícula que se aproxime da região. As duas doenças mais comuns que acometem a região são o terçol, que consiste em caroços vermelhos e dolorosos próximos às pálpebras, e a blefarite, caracterizada por caspas alojadas na base dos cílios. Ambas são muito comuns na região Nordeste do País, devido às altas temperaturas. “O calor aumenta a oleosidade da pele, que fica mais propensa ao acúmulo de bactérias e ao surgimento de inflamações”, explicou o oftalmologista especialista em catarata e cirurgia refrativa do Memorial Oftalmo, Fábio Casanova. Ele explica que existem aproximadamente 30 glândulas na região superior da pálpebra e 20 na inferior. “São muitas glândulas que podem ser obstruídas pela gordura”. Inflamação não contagiosa das pálpebras, a blefarite é uma doença caracterizada pela produção excessiva de oleosidade na região. O problema é crônico e atinge pessoas de todas as idades. “É fundamental manter a região limpa, para que não haja o acúmulo de bactérias”, afirmou Casanova. Segundo a médica Simone Trigueiro, oftalmologista especializada em plástica ocular do IOR (Instituto de Olhos do Recife), a blefarite pode desencadear o surgimento do terçol. “É uma inflamação específica de uma das glândulas que compõem a pálpebra. Mas também podem surgir decorrentes do acúmulo de secreção gordurosa de outras glândulas da região”, informa a médica. O terçol é caracterizado por protuberâncias avermelhadas e dolorosas que surgem no canto interior e exterior da pálpebra. De acordo com a oftalmologista Simone Freire, que também atua no IOR, existem outras causas para o problema. “A mão suja é um dos grandes veículos. É preciso evitar coçar os olhos e ter muito cuidado com a maquiagem”. A rosácea é uma doença crônica da pele que normalmente afeta o rosto e atinge o nariz, bochechas, testa e queixo. São pequenas lesões dermatológicas que pode estar diretamente ligadas à blefarite. As causas ainda são desconhecidas, mas estudos apontam para uma combinação de fatores ambientais e hereditários. “Se uma dessas doenças for tratada, consequentemente, vai melhorar a outra”, revelou Casanova. “A rosácea não tem cura, mas o seu quadro pode ser revertido com medicamentos”. A melhor maneira de prevenir todos esses problemas é manter o rosto e as mãos limpos, evitando o acúmulo da secreção gordurosa e bactérias. “O mais indicado é que a higienização ocorra ao final do banho, pois a gordura localizada na região está mais umedecida e será mais fácil de fazer a limpeza”, disse Casanova. Segundo Simone Trigueiro, no caso de pessoas que fazem uso de maquiagem, o importante é lavar o rosto antes de dormir. "O cuidado é ainda maior se houver diagnóstico de algumas das doenças. Indicamos usar um produto de limpeza com PH neutro”. Aposentada há cinco anos, Aurilete Veras, 72 anos, foi diagnosticada com blefarite ainda na infância, quando tinha apenas 10. Desde então, convive frequentemente com o problema. “Atrapalha demais. Quando estou em crise o incômodo é ainda maior. Minhas pálpebras ficam bem inchadas e lacrimejam bastante”, contou a ex-professora de língua portuguesa. Após anos de convívio com a doença crônica, Aurilete aprendeu na prática a importância de uma boa higienização. “Tenho aproximadamente seis crises por ano. Por causa disso, procuro sempre lavar as mãos e o rosto com xampu neutro. Quando trabalhava era um pouco mais difícil, pois, além de lidar com crianças, eu precisava pegar em cadernos, folhas e sem querer passava a mão nos olhos”. Segundo ela, a blefarite compromete bastante sua qualidade de vida. “É muito desagradável, nem maquiagem eu posso usar para não agravar. Até para ler eu tenho dificuldade”, completou a aposentada. IDADE AVANÇADA O envelhecimento também pode afetar a região. Com a idade, o tendão do músculo responsável pelo recolhimento da pálpebra enfraquece e não consegue desempenhar a sua função normalmente. O problema é popularmente conhecido como “pálpebra caída”. “É um processo natural do corpo. Para solucioná-lo é preciso apelar para o procedimento cirúrgico”, indica Simone Freire, que aponta alternativas para amenizar a flacidez na região, como cremes dermatológicos e compressas de gelo. Casanova também recomenda o uso de óculos escuros, que podem retardar o problema. “O sol danifica a pele e suas estruturas, acelerando, assim, o desgaste”, explicou o oftalmologista. Deve-se ressaltar que muitas vezes não se trata de um problema puramente estético. A redução do campo de visão, a miopia e o astigmatismo são decorrentes do processo. “Nesses casos, o procedimento cirúrgico tanto é uma necessidade que os planos de saúde costumam cobrir a cirurgia e o oftalmologista é o especialista mais indicado para realizá-la”, adverte o médico. *Por Marcelo Bandeira

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Desvende alguns mitos sobre o câncer

Um estudo liderado pela International Agency for Research on Cancer aponta que um a cada cinco homens e uma a cada seis mulheres irão desenvolver câncer ao longo da vida. Só no Brasil, segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 600 mil brasileiros deverão receber o diagnóstico da doença em 2019. Diante destes números, é natural que as pessoas tenham muitas preocupações em relação à doença, porém este receio faz com que o câncer seja um tema sempre atrelado a mitos. Atualmente, ferramentas de busca online e compartilhamento de mensagens por aplicativos são verdadeiros proliferadores das chamadas fake news da saúde e, a única forma de combater notícias sem embasamento científico, é munindo as pessoas com informação. A conscientização sobre o câncer é a melhor ferramenta para o combate e diagnóstico precoce de tumores malignos. Para ajudar nesta missão, especialistas do Grupo Oncoclínicas, esclarecem uma série de mitos sobre a doença. Ingerir adoçantes causa câncer Há muitos anos o adoçante gera desconfiança em relação à segurança na saúde de quem opta por utilizá-los e, por isso, há ainda quem prefira a ingerir o açúcar. “Estudos antigos realizados em ratos utilizando altas quantidades de adoçantes com ciclamato mostraram que de fato causavam câncer. Porém, análises atuais feitas com outros tipos de adoçantes não foram capazes de confirmar essa associação”, esclarece o médico Leandro Apolinário. Ingestão de leite pode causar câncer ou prejudicar o tratamento de um paciente oncológico A ingestão do leite é constantemente alvo de debates entre especialistas e também por consumidores. Conhecido como uma ótima alternativa para a prevenção da osteoporose, o leite também é associado ao surgimento do câncer. “Não existem estudos que comprovem a relação direta na causa de tumores. Porém, a alta ingestão é associada a algumas doenças que podem aumentar o risco do surgimento do câncer, como é o caso da obesidade, por exemplo,” explica Leandro Apolinário. Mamografia realizada anualmente aumenta o risco de mulheres desenvolverem tumores malignos Este é um boato recorrente, e, com as redes sociais ganhou ainda mais força nos últimos anos. Recentemente, uma nova onda de fake news invadiu grupos de WhatsApp por conta de um vídeo que passou a circular e que supostamente trazia dados comprovando que a realização anual do exame aumentaria o risco de mulheres desenvolverem tumores malignos. Todos os anos cerca de 60 mil brasileiras recebem o diagnóstico de câncer de mama. Este é o segundo tipo de tumor que mais atinge as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. “Apesar do diagnóstico gerar preocupação, é preciso ressaltar que a doença tem tratamento e que as chances de recuperação total das pacientes quando o diagnóstico é feito de forma precoce supera a marca de 95% dos casos”, explica o médico Leandro Apolinário. A principal ferramenta para que isso seja possível é a mamografia, um exame que deve ser realizado anualmente a partir dos 40 anos e consegue detectar um nódulo antes mesmo que ele se torne palpável. Tumor reincidente não tem cura Tudo depende essencialmente do tipo e do estágio desse tumor. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais chances de o tratamento ter sucesso. “Quando descoberto tardiamente, podem surgir diversas complicações mesmo após a doença ter sido tratada. Por isso, é fundamental analisar cada caso individualmente”, explica o médico Leandro Apolinário. Refrigerante pode causar tumores Não é novidade que o consumo de bebidas açucaradas como o refrigerante faz mal à saúde. Médicos e nutricionistas sugerem, inclusive, que o consumo desse tipo de produto seja abandonado para que a pessoa tenha uma qualidade de vida melhor e a chance de ter diversos tipos de doenças seja menor. Porém, muito tem se falado que além da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, o refrigerante também causa câncer. “O refrigerante não tem ligação direta com a doença. Mas, é preciso ressaltar que o consumo desse tipo de bebida pode levar a outros tipos de problemas de saúde que, esses sim, podem levar ao surgimento do câncer como é o caso da obesidade, que está ligada a pelo menos 13 tipos de câncer”, salienta Leandro Apolinário.

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Toxoplasmose é mesmo uma doença causada pelo gato?

Também conhecida como ‘doença do gato’, a Toxoplasmose é causada por um protozoário facilmente encontrado na natureza, especialmente em regiões de clima tropical. A enfermidade pode causar implicações sérias para o feto quando adquirida durante a gestação, motivo pelo qual muitas mulheres grávidas são aconselhadas a doarem seus felinos. Para o veterinário Jorge Morais, fundador da rede Animal Place, no entanto, os riscos de contrair a doença não aumentam por conta da gravidez ou da convivência com um gatinho e por isso é preciso desmistificar essa relação, uma vez que o contágio pode ocorrer em lugares públicos, como praias e parques. “Os gatos são vítimas e não os causadores da Toxoplasmose. O principal meio de contágio por humanos é a partir da ingestão de alimentos mal cozidos ou mal lavados”, salienta. Morais recomenda apenas alguns cuidados de higiene, como lavar bem as mãos antes de manusear alimentos, usar luvas na hora de limpar as caixas sanitárias, além de utilizar areia apropriada e de boa qualidade para felinos. Ainda sobre a bandeja sanitária, o profissional dá um alerta para quem tem filhos que estão começando a andar ou engatinhar. “Os pequenos podem colocar a mão na areia e depois levá-la à boca, o que aumenta a chance de contaminação se o animal for portador da doença. O ideal é isolar o local ou ficar muito atento”. Vale acrescentar que a doença pode ser evitada se o tutor fizer exames preventivos em seu bichinho de estimação. “Ao adotar um animal, leve-o ao veterinário e peça um check-up e, no caso dos gatos, também solicite o exame de sangue que detecta a Toxoplasmose”, finaliza.

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Tecnologia transforma o cotidiano de hospitais e a formação de alunos

Quem passa, hoje, em frente a salas de aula de algumas instituições de ensino pode se espantar e imaginar que alunos e professores estão no auge de uma brincadeira. Na Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), por exemplo, é possível encontrar estudantes e docentes jogando videogame. Mas, na verdade, trata-se de uma aula sobre como atender uma pessoa com acidente vascular encefálico (AVE). Na Faculdade de Odontologia da USP de Bauru (SP), está em fase de experimentação o uso de realidade virtual para aprender a aplicar anestesia. Esses são apenas dois exemplos de como a aprendizagem na área de saúde está passando por profundas mudanças. O assunto foi debatido durante o Cidades Algomais FPS 2019, evento que teve como tema central A Educação do Futuro – Inovação e Tecnologia na Formação de Profissionais de Saúde. Realizado pela Algomais e Rádio CBN Recife, aconteceu dia 6 de maio, no Teatro RioMar e patrocínio da Faculdade Pernambucana de Saúde e apoio da Rádio Globo Recife, Hotéis Pernambuco, Luck Viagens e Shopping RioMar. Segundo especialistas, inovações na maneira de dar aulas são fundamentais não só para despertar o interesse dos alunos desta era tecnológica, como também para prepará-los para as transformações no ambiente de trabalho. A tecnologia cada vez mais vai transformar o futuro das profissões de saúde. Algumas vão desaparecer, outras serão substituídas e todas as restantes vão sofrer, sem exceção, modificações importantes na sua prática. “Precisamos preparar esses jovens para exercerem suas profissões por mais de 30 a 40 anos, no mínimo. Mas, se oferecermos um aprendizado semelhante àquele com o qual nos formamos, estaremos condenando esses jovens ao fracasso profissional”, sentencia Gilliatt Falbo, coorndeador acadêmico da Faculdade Pernambucana de Saúde. “O acesso imediato às informações, o uso da simulação realística, a realidade aumentada, a inteligência artificial, os vídeos, os games educacionais, tudo isso vai mudar o perfil do profissional de saúde do futuro”, alerta. Na verdade, o perfil do estudante já é bem diferente de anos atrás. Hoje as pessoas conseguem aprender e ter acesso, a qualquer momento, a uma quantidade grande de conteúdo organizado e gratuito. “Essa situação não tem precedentes na história e gera várias possibilidades”, constata o futurista Luiz Candreva, head de inovação e transformação digital do Hub São Paulo. Candreva, que será palestrante do Cidade Algomais FPS, exemplifica esse novo momento com um artigo do Fórum Econômico Mundial que destacou o feito de um garoto de 16 anos: ele descobriu que perfurando uma semente de milho de uma determinada forma, faz com que a planta cresça mais forte, gere mais frutos, seja mais resistente a pragas e dure mais tempo. Perguntaram ao garoto como fez essa descoberta e ele respondeu dizendo que assiste ao Youtube desde os 6 anos e leu muita coisa sobre esse tema na web. “Um moleque de 16 anos bateu todos os agrônomos do mundo que recebem financiamentos polpudos para pesquisas de desenvolvimento da melhoria do milho. Isso é característica dessa geração que tem acesso à informação e um modelo mental que gera esse desejo de protagonismo, de fazer a coisa acontecer”, analisa o futurista. Instituições de ensino também precisam ficar alertas para a velocidade com que acontecem todas essas mudanças. Ao contrário de um tempo atrás, quando todo um processo ao longo do tempo levava a uma transformação, hoje ela acontece de forma instantânea, imediata e impactante. É a chamada disrupção, que atinge desde taxistas, com os aplicativos de compartilhamento de carros, a hotéis com a chegada do Airbnb. Por isso, a educação, hoje, precisa levar o aluno a adaptar-se às constantes transformações. “Como diria Alvin Toffler, o grande lance do futuro é ensinar as pessoas a aprender e desaprender e aí elas podem se moldar de acordo com as mudanças que vêm pela frente”, ressalta Candreva. Atitude que, segundo Falbo, o próprio professor também deve se apropriar. E, também fazendo uma citação, desta vez, do sertanejo existencialista Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, reforça: “Mestre é aquele que, de repente, aprende”. E essa grande quantidade de informações disponíveis na web acabou também por impactar o paciente que, hoje, chega ao consultório munido de muitos dados sobre seu estado de saúde. “A tendência é as pessoas escolherem junto com seu médico o que é melhor para elas”, estima Falbo. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Mas, em meio a essa profusão de dados, já não é mais possível a um profissional estar atualizado sobre todo o conhecimento relativo à sua área de trabalho. Há uma produção exponencial de informações, de artigos científicos, sendo impossível a um ser humano acompanhar. Mas todas essas informações podem ser acessadas a qualquer momento e lugar pelo smartphone. Mais que isso: já existe inteligência artificial capaz de acumular toda essa informação e subsidiar o médico num laudo. É o que faz o sistema Watson, da IBM. Fala-se que, num futuro breve, o paciente entrará numa tomografia computadorizada e, ao sair, já terá o diagnóstico feito pela máquina. Uma transformação ainda maior está em curso com a popularização dos wearables, as chamadas tecnologias vestíveis, dispositivos tecnológicos que podem ser utilizados pelas pessoas como vestuários. Hoje, por exemplo, existem relógios que monitoram índices como a taxa de glicemia e os batimentos cardíacos. “Mas, no futuro, o aparelho fornecerá informações de oximetria (volume de oxigênio transportado pelo sangue) e vai transmiti-las para o médico. Também vai monitorar a curva glicêmica, fornecer gráficos sobre a variação da glicemia no organismo e avisar o paciente quando deve tomar a insulina”, vislumbra Falbo. Acredita-se também que o médico, com o uso de óculos de realidade virtual, verá acima da cabeça do paciente seu prontuário, com todos os dados sobre sua saúde. Engana-se, porém, quem pensa que essa quantidade de aparelhos e aplicativos tornará a medicina mais fria e desumana. Com as máquinas fornecendo todas essas informações, o profissional de saúde será dispensado de várias tarefas e poderá se dedicar com mais exclusividade para conversar e dar atenção ao paciente. Quem viver, verá. *Por Cláudia Santos, editora da Revista Algomais

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Realidade virtual, games e bonecos viram recursos pedagógicos

Recursos de aprendizagem criativos, lúdicos e que parecem saídos de um filme de ficção científica começam a ser incorporados pelos cursos da área de saúde. Alguns não são necessariamente uma novidade, mas ganharam um alcance inimaginável com o advento das novas tecnologias. É o caso da imersão, muito utilizada no ensino de idioma, em que os alunos viajam para outro país e aprendem uma nova língua imersos no cotidiano de outra cultura. Ou por estudantes de arqueologia que aprendem o conteúdo estudado em visita a sítios arqueológicos. Mas a imersão também é uma maneira de formar o profissional sem causar prejuízos a vidas humanas. Pilotos de avião, por exemplo, treinam numa primeira etapa em simuladores de voo, antes de dirigir, de fato, uma aeronave. “A educação imersiva coloca o aluno diretamente com o conteúdo da aprendizagem. Uma coisa é o aluno ouvir ou assistir explicações sobre determinado assunto. Outra, é experienciar esse conteúdo”, diferencia Romero Tori, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e palestrante do CAM FPS. O mesmo conceito começa a ser empregado na formação de profissionais de saúde a partir das novas tecnologias. Com o uso de óculos de realidade virtual, é possível simular ambientes hospitalares, consultórios e pacientes com grande realismo e baixo custo. Além de permitir a simulação de procedimentos, como uma cirurgia, a tecnologia imersiva também possibilita vivenciar as consequências de erros, como por exemplo, atingir uma artéria, durante a operação, causando uma hemorragia. “Os alunos vão poder repetir as ações até se sentirem aptos”, salienta Tori. Outra vantagem é que todas as ações do aluno poderão ser gravadas e analisadas posteriormente pelos professores e pelo próprio estudante. “Isso traz impacto na qualidade do profissional formado que, ao fazer seu primeiro atendimento com o paciente real terá a segurança e a habilidade de quem já fez aquilo antes”, analisa o professor. Tori é coordenador do Laboratório de Tecnologias Interativas da Poli-USP, onde desenvolve, junto com alunos e professores de várias áreas, projetos de educação imersiva. Uma das criações é o simulador para treinamento de anestesia odontológica, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Odontologia da USP de Bauru. Ao usar óculos de realidade virtual, o aluno entra num ambiente de consultório, podendo observar a boca do paciente. “A simulação não é só visual, colocamos uma seringa na mão do estudante e ele sente a resistência da mucosa bucal quando introduz a agulha, dando mais realismo”, explica Tori. Isso é possível por meio de um dispositivo háptico (tátil), ao qual a seringa é acoplada e que produz um retorno de força que é controlado por computador. “Todo procedimento é gravado e avaliado pelo sistema. Só que é uma gravação não em forma de vídeo, mas em realidade virtual. Quando o aluno ou o professor forem observar o que foi realizado, vai ser como se estivessem num ambiente real, podem revivenciar o treino”, acrescenta Tori. Ele coordena outro projeto em parceria a Faculdade de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto para treinar a coleta de sangue num ambiente hospitalar. “Nossas próximas pesquisas vão envolver a simulação de emoções nos pacientes virtuais. Eles vão reagir com expressão de dor, medo ou susto, de acordo com as ações do treinando. Também vamos introduzir o uso da inteligência artificial para avaliar com precisão o desempenho do aluno e orientá-lo como se aprimorar”, planeja Romero Tori. PARECE REALIDADE A simulação, na verdade, é um recurso que vem sendo utilizado na formação de profissionais de saúde, antes mesmo da introdução das novas tecnologias. Instituições como a FPS, treinam seus alunos com manequins que guardam uma impressionante semelhança com humanos e apresentam órgãos internos muito parecidos com os das pessoas reais. Também pode-se recorrer a atores que interpretam o papel de paciente com todas as suas reações aos procedimentos a que é submetido. “Poder oferecer ao profissional de saúde a oportunidade de treinamento em um ambiente que não oferece riscos aos pacientes é fundamental. Essa oportunidade de repetição da prática é condição básica para uma boa capacitação”, reconhece Brena Melo, obstetra do Imip e professora da FPS. A médica, que fará palestra sobre o tema no CAM FPS, ressalta que a simulação também pode ser utilizada como uma forma de avaliação ainda mais completa do que um simples teste convencional. “Podem-se analisar todas as competências necessárias a um bom profissional: cognitiva (saber o que deve ser feito), habilidades técnicas (saber como deve ser feito) e atitudes (fazer utilizando critérios éticos, empatia, trabalhando em equipe)". Outra vantagem da simulação é poder treinar o profissional de saúde numa situação rara, vista poucas vezes no dia a dia. Mas também em situações nem tão raras, nas quais a equipe hospitalar precisa estar muito bem treinada e apta para conduzir de maneira adequada o atendimento. “É o caso da hemorragia pós-parto, que acontece com uma certa frequência na maternidade e toda a equipe precisa estar muito bem engrenada na assistência à paciente”, exemplifica Brena. Nesse arsenal pedagógico há espaço até para – quem diria! – o videogame. Os games educativos são jogos digitais que têm o objetivo de formar e desenvolver competências, não apenas de entretenimento. A relação positiva deles com a aprendizagem vem sendo muito estudada nas últimas décadas. “O desafio e a curiosidade presentes nessa ferramenta são aspectos que contribuem para a concentração e dedicação às tarefas”, informa Taciana Duque, coordenadora do Curso de Medicina da FPS. Segundo a médica, estudos têm demonstrado que os jogadores de videogames são capazes de realizar trabalhos que requerem tomada de decisões com mais rapidez do que os não jogadores. Para profissionais como médicos, possibilitam o desenvolvimento de competências essenciais para sua atuação, como o pensamento estratégico e analítico, a capacidade de resolução de problemas e a formulação e execução de um plano de ação. Diante de tantos benefícios, Taciana e os também docentes da FPS Luciana Lima e Raphael Bruno, se renderam às vantagens da ferramenta e desenvolveram o game Um bom dia para salvar vidas. O intuito é treinar profissionais para atender

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Sobrepeso na adolescência têm risco cardíaco semelhante ao da obesidade

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) sugere que adolescentes com sobrepeso têm risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares tanto quanto jovens obesos. Testes de desempenho cardíaco feitos com voluntários entre 10 e 17 anos revelaram que os dois grupos – sobrepeso e obesidade – apresentam resultados muito parecidos. A pesquisa teve apoio da Fapesp e foi publicada na revista Cardiology in the Young. Participaram do trabalho cientistas da Kennesaw State University, dos Estados Unidos, e da Faculdade de Juazeiro do Norte, no Ceará. “Até recentemente, o sobrepeso na adolescência não era considerado um fator de risco tão importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como é a obesidade. Constatamos que os riscos em ambas as condições são parecidos”, disse Vitor Engrácia Valenti, professor da Unesp de Marília e coordenador da pesquisa, à Agência FAPESP. Os pesquisadores dividiram 40 adolescentes em dois grupos, com meninos e meninas na mesma proporção e com diferentes valores de escore-z – escala usada no diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes baseada no número de desvios padrão acima ou abaixo da média da população na mesma idade. O primeiro grupo foi composto por adolescentes com sobrepeso, classificados pelo escore-z com um a dois desvios padrão acima da média (+ 1 e +2). O segundo grupo reuniu adolescentes obesos, identificados pelo escore-z com desvios padrão acima de dois. Os jovens foram submetidos a um protocolo de exercícios físicos moderados, que incluía caminhada de 20 minutos em uma esteira sem inclinação. O objetivo era alcançar 70% da frequência cardíaca máxima estimada para a faixa de idade. A variabilidade da frequência cardíaca dos adolescentes foi medida antes e depois do exercício, a fim de avaliar a velocidade de recuperação cardíaca autonômica na sequência da atividade física. Essa medida permite analisar o risco de uma pessoa apresentar uma complicação cardiovascular imediatamente após uma atividade física e também estimar o risco de vir a ter uma doença cardiovascular no futuro. Durante os primeiros segundos de um exercício físico, há uma redução da atividade do sistema nervoso parassimpático – responsável por estimular ações que relaxam o corpo, como desacelerar os batimentos cardíacos. Já após os primeiros 50 a 60 segundos do esforço físico há um aumento da atividade do sistema nervoso simpático – estimulando ações de resposta a situações de estresse, como a aceleração dos batimentos cardíacos, por meio dos efeitos da adrenalina. Estudos publicados nos últimos anos indicaram que, quanto maior é o tempo que esse sistema nervoso autônomo demora para se estabilizar após o exercício e recuperar a frequência cardíaca normal, maior também é a predisposição para doença cardiovascular ou metabólica, explicou Valenti.  As análises da variabilidade da frequência cardíaca dos adolescentes com sobrepeso e obesos revelaram que não houve diferença significativa entre eles. Os resultados das análises estatísticas também indicaram que não houve diferença na variabilidade da frequência cardíaca das meninas em comparação com a dos meninos. “A média das variáveis do sistema nervoso autônomo foi praticamente igual para os dois grupos de adolescentes, independente do sexo”, afirmou Valenti. “Essas evidências sugerem que os adolescentes com sobrepeso têm a mesma predisposição, ou uma vulnerabilidade muito parecida com a de obesos, de desenvolver uma doença cardiovascular, como hipertensão e insuficiência cardíaca, além de distúrbios metabólicos, como diabetes, dislipidemia e alterações nos níveis de triglicérides e de colesterol”, disse. O número de adolescentes obesos aumentou em todo o mundo nos últimos 40 anos. Nos países desenvolvidos, a taxa de obesidade nesse grupo cresceu entre 30% e 50% por década, segundo estudos recentes. No Brasil, a tendência não é diferente. Por Elton Alisson | Agência FAPESP

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Dia Mundial Sem Tabaco é tema de palestra gratuita no Recife

O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado anualmente em 31 de maio, visa atentar a população sobre os riscos à saúde que o consumo da substância apresenta. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 428 pessoas morrem por dia no Brasil por causa do tabagismo. Amanhã, dia 17 de maio, o Hospital Santa Joana Recife promove uma palestra para chamar atenção à data e tirar dúvidas sobre a dependência do cigarro. O evento acontecerá às 14h no auditório Monsenhor Vieira, localizado no 1º andar do hospital, e será aberto ao público. “Nosso objetivo é sensibilizar tanto os pacientes quanto o público em geral sobre a importância da cessação do cigarro”, afirma a psicóloga Erika Correia, organizadora do evento e palestrante. “O tabagismo é uma doença que mata muito e, ao mesmo tempo, é uma das mais evitáveis. Por isso, é necessário fazer esse trabalho de conscientização e, também, ajudar aqueles que precisam largar o vício.” A ação irá abordar o tabagismo a partir de diferentes perspectivas. “Precisamos entender, por exemplo, o que leva a pessoa a fumar. O que causa essa relação de dependência? Pessoas recorrem ao cigarro para lidar com situações de ansiedade ou frustrações que ocorrem na vida, entre outros casos”, explica Erika. Para a psicóloga, é partindo da identificação do problema que se torna possível trilhar o caminho para longe do vício. Além disso, odontologista e oncologistas também estarão presentes no evento para abordar os diferentes tipos de câncer que podem ser desencadeados pelo cigarro, como os de pulmão e de boca, bem como de outros problemas de saúde relacionados. Para quem está procurando apoio para largar o vício do tabaco, médicos presentes estarão disponíveis para falar sobre as terapias existentes, como é o caso dos adesivos de nicotina para usuários que tenham alta dependência. Serviço Palestra Gratuita sobre o Dia Mundial Sem Tabaco Data: 17/05 Horário: 14h Local: Auditório Monsenhor Vieira - Hospital Santa Joana Recife – Rua Joaquim Nabuco, 200 - Graças

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Endometriose pode levar à infertilidade

Nesta  quarta (8) é comemorado o Dia Nacional da Luta Contra a Endometriose. A data busca conscientizar as mulheres sobre a importância dos exames regulares para detectar a doença. Atualmente, no Brasil, uma em cada dez mulheres desenvolvem a doença. O diagnóstico não é fácil. A doença apresenta uma grande dificuldade na investigação devido às complexidades em detectar o problema no exame físico e ginecológico, levando a um diagnóstico tardio. Estima-se que o intervalo entre o início dos sintomas e a descoberta da condição varia de sete a nove anos, podendo levar, dependendo do caso, à infertilidade feminina. “A ultrassonografia transvaginal / trasretal e a ressonância magnética da pelve são excelentes ferramentas no mapeamento da doença, pois elas conseguem oferecer uma visão complementar dos órgãos afetados”, afirma o radiologista do Lucilo Maranhão Diagnóstico, Dr Lucilo Maranhão Neto. Para iniciar a investigação, a ultrassonografia transvaginal é aconselhada. Com ela é possível analisar os órgãos ginecológicos (útero e ovários) bem como outros locais que podem ser acometidos pelo problema, como a região retrocervical, cúpula vesical, septo retovaginal e retossigmoide, onde se procura focos endometrióticos, fibrose ou aderências. "Isso é melhor avaliado em tempo real, quando o médico pode fazer movimentos suaves com o transdutor para frente e para trás para ver se as estruturas deslizam e se movem normalmente entre si ou se há algum sinal de aderência entre elas", detalha o radiologista. A avaliação pelo ultrassom da endometriose requer um preparo diferente da USG ginecológica de rotina, em que exige-se que a paciente faça um preparo intestinal adequado com medicações laxantes para eliminar os gases e resíduos intestinais. Apesar de possível atuação da ultrassonografia no diagnóstico da endometriose , a detecção por este método é na prática diária limitada (restrita na maioria das vezes aos ovários), sobretudo em locais da pelve de difícil acesso ao método. “A principal restrição da ultrassonografia é visualizar lesões fora da pelve, bem como outras lesões que podem estar presentes dificultando a avaliação pélvica (grandes miomas ou cistos ovarianos)”, esclarece. A ressonância por sua vez é o método de imagem que melhor se presta para o diagnóstico da endometriose profunda, com ela é possível avaliar, com mais definição e com melhor contraste, os tecidos e as áreas profundas da pelve que são difíceis de se avaliar na ultrassonografia. “Devido sua capacidade multiplanar e excelente resolução anatômica e tecidual, a ressonância permite uma visão panorâmica não apenas da pelve, mas de vários lugares que a endometriose costuma comprometer e que são de difícil avaliação mesmo com a laparoscopia desprovida de um exame de imagem prévio. A ressonância chega para complementar o estudo da ultrassonografia, ratificando o diagnóstico”, conclui o médico.

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Mobilização pela Luta Antimanicomial

Profissionais de saúde, usuários de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e estudantes se reuniram, nessa segunda-feira (6), na Praça do Hipódromo, para defender o fim dos manicômios. A mobilização, organizada pela Secretaria de Saúde do Recife, abriu a programação de atividades que acontecerão até o fim deste mês em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado no próximo dia 18. O evento dessa segunda começou com dança circular, representando o sentimento de união dos participantes, e uma apresentação do grupo de maracatu formado por usuários e funcionários da Unidade de Cuidados Integrais à Saúde Guilherme Abath. Professores do Programa Academia da Cidade fizeram um aulão de alongamento com os participantes. De acordo com a coordenadora de Saúde Mental do Distrito Sanitário 2, Isabel Gomes, o ato defende o modelo de tratamento que a gestão municipal considera adequado para os usuários. “Acreditamos e lutamos pela autonomia de cada usuário, com o cuidado responsável, no território. O ideal é que o usuário possa interagir com a família, com a sociedade e com os demais dispositivos de convivência social, como escolas e unidades de saúde, por exemplo”, disse Isabel, que é assistente social. Estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio Clóvis Beviláqua levaram cartazes feitos por eles em sala com o tema da saúde mental. O estudante do 1º ano do Ensino Médio Ytalo Luiz produziu um painel sobre esquizofrenia e retratou frases e palavras que representam a Luta Antimanicomial, como “liberdade” e “resiliência”. “A gente aprendeu, principalmente, que as pessoas não precisam ficar isoladas, presas, para serem tratadas. Estar livre aqui fora também vai ajudar nessa melhora”, defendeu o aluno. HISTÓRICO - Os movimentos em defesa da luta antimanicomial ganharam força no fim da década de 70, com as denúncias aos abusos cometidos em instituições psiquiátricas. A partir daí, surgiram movimentos de trabalhadores de saúde mental que colocaram em evidência a necessidade de uma reforma psiquiátrica no Brasil. O Movimento Nacional da Luta Antimanicomial tem o dia 18 de maio como data de comemoração em referência a um encontro de trabalhadores de saúde mental realizado em 1987, em São Paulo. Em 2001, através da Lei Paulo Delgado (Lei n° 10.216/2001), foi instituída a rede de cuidado substitutiva com a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que garantem os direitos dos usuários com transtornos mentais a atendimentos menos invasivos, em que se prioriza o tratamento através da reinserção social. Em todo o País, no mês da Luta Antimanicomial, relembra-se os avanços conquistados no cuidado aos usuários com transtornos mentais e com problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas. No Recife, os hospitais psiquiátricos existentes na cidade foram fechados em 2016. A Política de Atenção à Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Prefeitura do Recife mantém o modelo de cuidado com base na clínica psicossocial, respeitando os princípios da reforma psiquiátrica, dos direitos humanos e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede de Atenção Psicossocial do Recife é composta por Centros de Atenção Psicossocial, residências terapêuticas, unidades de acolhimento e leitos integrais, além dos dispositivos de urgência e emergência do Estado. Programação dos atos em defesa da Luta Antimanicomial: Data: 09/05/19 Horário: 14h Local: Caps Boa Vista Atividade: Roda de conversa com usuários e familiares sobre a importância de participarem e lutarem pelo direitos conquistados na Política de Atenção à Saúde Mental, Álcool e outras Drogas. Público: Trabalhadores, usuários e familiares. Data: 13/05 Horário: 14h Local: Auditório da Diretoria Executiva de Regulação em Saúde Atividade: Fórum sobre Saúde Mental da População Negra Público: Gestores e trabalhadores da rede de saúde Data: 15/05/2019 Horário: 9h30 Local: Praça do Largo da Paz Atividades: • Confecção de um painel com temática relacionada à Luta Antimanicomial; • Oficina da preparação de sucos funcionais e calmantes; • Oficina de pintura de camisas; • Barraca de exposição/venda de ervas medicinais e distribuição de chás; • Barraca informativa “Papo da Saúde Mental”; • Abordagem com entrega de informativos sobre redução de danos e reforma psiquiátrica; • Bazar; • Doutores da felicidade - Atraindo os transeuntes e falando sobre a temática; • Teste rápido de HIV e Sífilis; • Atividades do Programa Academia da Cidade. Data: 15/05/19 Horário: 14h Local: Upinha Eduardo Campos - Bomba do Hemetério Atividade: Fórum de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas sobre a Luta Antimanicomial Data: 16.05.19 Horário: 15h Local: Praça do Ipsep Atividades: • Bate papo sobre redução de danos e reforma psiquiátrica; • Oficina de pintura de camisas; • Atividades do Programa Academia da Cidade. • Teste rápido de HIV e Sífilis; • Orientações nutricionais • Apresentações de atividades desenvolvidas pelos usuários dos Caps José Lucena, Livremente e Davi Capistrano. Data: 17/05/19 Horário: 14h Local: Praça do Derby Atividade: Passeata pela Luta Antimanicomial Público: Redes de Atenção Psicossocial municipais de Pernambuco, usuários, familiares, trabalhadores e gestores Data: 21/05/19 Horário: 8h - 11h30 Local: Praça do Morro da Conceição Atividade: Festival Prata da Casa Ano 2 - Prêmio Dona Ivone Lara: Sensibilização dos trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial quanto ao cuidado de sua saúde mental, por meio da manifestação artística e da reflexão sobre o racismo institucional como fator de adoecimento psíquico. Público: Usuários de Caps e residências terapêuticas, além de técnicos dos serviços. Data: 24/05/19 Horário: 14h Local: Auditório do Museu da Cidade do Recife Atividade: Diálogos em saúde - Espaço para apresentação de estudos realizadas na Rede de Atenção Psicossocial ou interface com a temática da Saúde Mental. Público: Gestores e trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial e Atenção Básica, bem como das demais políticas intersetoriais.

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