Arquivos Algomais Saúde - Página 119 de 160 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Já existem vacinas para alergia

As pessoas que sofrem com alergias respiratórias contam ainda com vacinas antialérgicas, também conhecidas como imunoterapia, que são destinadas àqueles indivíduos que não conseguem ter um controle ambiental adequado, seja com o uso ou não de remédios. “É importante destacar que a vacina não é para todos, mas somente para pacientes com alergia, asma ou rinite que não controlam a doença, mesmo fazendo o uso máximo de medicamentos”, adverte Antônio Aguiar, médico especialista em alergia e pneumologia e diretor da Vaccine. . O objetivo da imunoterapia é diminuir o grau de sensibilidade ao ácaro, principal causador do problema. Segundo Aguiar, a vacina é formulada de acordo com cada paciente a partir de extratos do componente que causa a alergia e aplicada em doses crescentes. “O método desenvolve no paciente o anticorpo específico para o problema”, explica. “Se seguido à risca, o tratamento dura aproximadamente três anos e pode acabar de vez com os sintomas da alergia”, completa o especialista. O tratamento pode acontecer de duas formas: subcutâneo e sublingual. “A avaliação médica é que vai indicar a melhor maneira, mas estudos recentes têm mostrado que a imunoterapia é mais eficaz por meio de gotas sublinguais”, afirmou o médico. É gripe ou resfriado? Além das alergias, as doenças infectocontagiosas também se disseminam com mais frequência nesta época do ano. “No inverno, as pessoas tendem a evitar os ambientes abertos, se concentrando em locais mais fechados e isso facilita o surgimento de epidemias de exacerbações respiratórias, especialmente em crianças, idosos e em enfermos com doenças clínicas com consequente repercussão pulmonar”, explicou o diretor da Vaccine. Os pacientes com problemas respiratórios agudos ou crônicos possuem grande vulnerabilidade porque esses processos inflamatórios podem reduzir as defesas do organismo. “É necessário que as pessoas tomem cuidado. Além de realizar o acompanhamento, é fundamental a utilização das vacinas, especialmente contra germes virais e bacterianos. Quando bem indicadas, o inverno pode ser bem mais confortável”, afirma Guilherme Costa. . Resfriados e gripes são as infecções mais comuns, causadas por diversos tipos de vírus. A similaridade nos sintomas das enfermidades pode acabar por confundir os pacientes, porém, Antônio Aguiar esclarece as diferenças. “O resfriado dura de quatro a cinco dias, causando coriza, obstrução das vias respiratórias, febre baixa, espirros e dor de garganta. Já a gripe é causada pelo vírus Influenza e além desses sintomas, também causa febre alta e queda do estado geral, o que impossibilita a ida ao trabalho". É fundamental que haja o acompanhamento médico, porque as doenças podem provocar sérias complicações caso não sejam diagnosticadas. “É importante ficar de olho, pois uma simples gripe, ou resfriado, pode resultar em uma pneumonia, que é a principal causa de internação hospitalar no Brasil”, alertou Aguiar. A doença que atinge a saúde dos pulmões consiste em uma infecção causada por bactérias, vírus ou fungos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a gripe um dos grandes desafios, pois afeta países por todo o mundo. Por isso é indicada como medida de prevenção para o controle da doença, a etiqueta respiratória e dos hábitos saudáveis, que ajuda a evitar que os infectados possam transmitir o vírus. “O método é bem eficiente e consiste basicamente na conscientização da higiene pessoal que inclui alguns cuidados como evitar o contato físico com pessoas que apresentam os sintomas, lavar as mãos com frequência, evitar levar as mãos ao rosto, usar álcool gel e não compartilhar objetos de uso pessoal”, recomenda Aguiar. Nestes meses do ano acontecem as campanhas de vacinação contra a gripe em todo o País. Segundo o especialista, a vacina é o método mais eficaz para proteger a população da doença. Para que seja eficaz, a vacinação deve ocorrer anualmente, porque o micro-organismo causador da gripe costuma sofrer mutações constantes. “O vírus que está circulando hoje não necessariamente será o que vai circular daqui a um ano. Por isso, se você se vacinou neste ano, no próximo, a vacina simplesmente não funciona mais”, alerta. Por isso, é preciso tomar a vacina novamente porque ela conterá o vírus que está circulando naquele momento. O grupo prioritário ao qual a vacina está indicada é formado por crianças até 6 anos, pacientes com doenças crônicas, gestantes e idosos. A parcela com mais de 60 anos da população se insere em um contexto de prioridade, porque ocorre uma redução da imunidade com o passar do tempo. Existem também vacinas contra a pneumonia e coqueluche. *Por Marcelo Bandeira

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Exame de sangue pode avaliar eficácia do tratamento em pacientes com câncer de pele

O câncer de pele é um dos tipos mais recorrentes de câncer no Brasil, correspondendo a 33% de todos os diagnósticos desta doença no país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Entre os tratamentos da doença estão a retirada cirúrgica do melanoma e, em casos mais graves, o uso de medicamentos que agem diretamente na destruição da célula cancerígena. O problema com esta segunda intervenção é a dificuldade de se monitorar o sucesso do tratamento e o retrocesso, ou não, da doença. Para resolver este problema pesquisadores da NYU School of Medicine and Perlmutter Cancer Center iniciaram estudos neste campo e chegaram à conclusão de que exames de sangue podem ser capazes de precisar o quão bem um tratamento contra o câncer de pele está funcionando. “Isso é possível devido ao fato das células cancerígenas, à medida que morrem, espalharem seu DNA pela corrente sanguínea, onde pode ser medido, o que permite melhor diagnóstico e direcionamento do tratamento com base no DNA de cada tumor individualmente”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para o estudo, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 345 pacientes com melanoma de grau III e IV, quando o tumor já se espalhou da pele para outros órgãos, e que possuíam mutações do gene BRAF, que desempenha um papel fundamental em grande parte dos melanomas. Estes pacientes não podiam ser tratados cirurgicamente e eram parte de um grupo maior participando de testes clínicos de medicamentos desenvolvidos para atingir especificamente cânceres com mutações no gene BRAF. “Após análises, o principal achado do estudo foi o fato dos tumores com mutação do gene BRAF poderem ser detectados pelo exame de sangue em 93% dos pacientes antes do início do tratamento”, afirma a especialista. Além disso, os pesquisadores descobriram que os níveis de DNA dos tumores circulando pelo sangue não era mais detectável em 40% dos pacientes que tiverem um resultado clínico positivo após um mês de tratamento direcionado. Em contrapartida, os outros 60% dos pacientes ainda apresentavam níveis detectáveis do DNA de tumores circulando na corrente sanguínea após o mesmo período, indicando que não estavam respondendo bem ao tratamento. Estes sobreviveram, em média, apenas mais 14 meses. Segundo a médica, o método convencional de identificar a progressão da doença em pacientes com melanoma é através de tomografias e marcadores a cada três meses. “Sendo assim, a vantagem do exame de sangue proposto pelo estudo é o fato de poder ser realizado em um período de tempo menor e possuir uma janela de detecção maior dos índices do gene BRAF no sangue dos pacientes, o que pode ser de grande auxílio para os médicos, visto que estes podem realizar os exames de forma mais frequente e eficiente, com resultados disponíveis dentro de poucos dias”, destaca a dermatologista. O próximo passo dos pesquisadores agora é testar a eficácia do monitoramento das amostras de sangue dos pacientes em longos períodos de tempo. Além disso, eles pretendem determinar se as decisões de tratamento baseadas nos resultados dos exames de sangue podem realmente aumentar as chances de sobrevivência do paciente. “Se futuros estudos se provarem bem-sucedidos, os exames de sangue em pacientes com melanoma podem oferecer um indicio precoce da eficácia do tratamento contra a doença, oferecendo a possibilidade de o médico adaptá-lo ou não”, finaliza a Dra. Paola Pomerantzeff. Estudo: https://www.news-medical.net/news/20190516/Blood-test-can-assess-effectiveness-of-treatment-in-patients-with-skin-cancer.aspx

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Cuidado e atenção com o peso das crianças

Segundo dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, cerca de 15% das crianças no Brasil estão na faixa de sobrepeso e obesidade. No Nordeste, 28,15% das crianças entre 5 e 9 anos estão com excesso de peso. Na faixa de 10 a 19 anos, o índice é de 16,6%. A situação é preocupante em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 60 milhões de crianças podem ter sobrepeso ou obesidade até o ano de 2020. O dia 3 de junho é lembrado como Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil. A data é uma forma de conscientizar a população sobe o assunto. Para saber se a criança está no peso ideal, é preciso fazer um cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), com informações do peso de da altura. Com os números em mãos, o pediatra compara os dados com um gráfico. "É muito comum os pais ficaram surpresos ao olharem o gráfico. Às vezes acham que os seus filhos estão apenas um pouco acima do peso ou até um sobrepeso, porém obesidade, jamais. A prevenção com dieta adequada e atividade física é importante para que orientações e mudanças alimentares e comportamentais sejam feitas de forma mais precoce possível e dessa forma, facilitando a modificação do quadro", informa a endocrinopediatra do Hospital Esperança Olinda, Renata Mirelli. Nas crianças e adolescentes, a obesidade pode provocar a hipertensão, elevação do colesterol e triglicerídeos, resistência insulínica (que pode ser percebido pelo escurecimento na região cervical, axilas ou dobras) diabetes e esteatose hepática (gordura no fígado), entre outras. "Essas comorbidades devem ser investigadas, acompanhadas e tratadas o mais precocemente possível para melhorar a expectativa e a qualidade de vida futura dessas crianças”, acrescenta a médica Renata Mirelli. Por isso, o pediatra tem papel fundamental na orientação de medidas preventivas e hábitos de vida saudáveis, além da detecção e intervenção precoce do aumento de peso. Para evitar que se chegue a essa situação ou até contorná-la é preciso que os pais sigam as orientações repassadas pelo médico pediatra, como hábitos de alimentação saudável e prática de exercícios físicos. Os motivos que levam uma criança a engordar são os mais variados. "Nenhuma criança fica com sobrepeso ou obesidade de um dia para o outro. Tudo começa com alguns quilos a mais em relação à estatura, que é 'deixado passar' ou não é dado a orientação necessária. Até que se deparamos com uma situação com sobrepeso ou obesidade", explica a endocrinopediatra Renata Mirelli. A obesidade também está ligada a doenças como hipertensão arterial, aterosclerose coronariana, acidente vascular cerebral, diabetes, apneia do sono, doenças nas articulações e até câncer.

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Mito ou verdade: Antibiótico prejudica os dentes?

Mito. Os antibióticos não causam cárie. No entanto, o dentista Antonio Carlos Moura, do Real Hospital Português, ressalta que alguns antibióticos em forma de xarope contêm açúcares para disfarçar sabores desagradáveis e, quando de uso contínuo, associados à má higienização, podem predispor à lesão cariosa. Já um tipo específico de antibióticos, as tetraciclinas, podem afetar as estruturas dos dentes quando usados na época de formação dentária (gestação e primeira infância).

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Atenção auditiva é afetada por alteração do ritmo cardíaco causado por estresse

Elton Alisson - Em situações de estresse é comum a perda momentânea da capacidade de perceber sons do ambiente. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em colaboração com colegas da Oxford Brookes University, da Inglaterra, fizeram uma descoberta que pode ajudar a compreender esse fenômeno. Segundo o estudo, publicado na revista Scientific Reports, a atividade cerebral relacionada à atenção auditiva acompanha o ritmo do coração. Dessa forma, a alteração na frequência cardíaca induzida pelo estresse compromete a percepção auditiva. A pesquisa, que abre novas perspectivas para o tratamento de distúrbios de atenção e de comunicação, teve apoio da FAPESP e contou com a colaboração de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina do ABC. “Constatamos que pequenos níveis de estresse já são capazes de alterar o ritmo do coração e, dessa forma, comprometer a atenção auditiva”, disse Vitor Engrácia Valenti, professor da Unesp de Marília e coordenador da pesquisa, à Agência FAPESP. De acordo com Valenti, estudos publicados nos últimos anos já indicavam que estímulos auditivos são capazes de induzir flutuações da frequência cardíaca e que o condutor dessas alterações é o nervo vago. Esse nervo, que percorre grande parte do corpo, indo do cérebro ao abdômen, desempenha funções motoras e sensoriais, diminui a frequência cardíaca ao ser ativado. Além disso, o nervo participa da atividade do sistema nervoso parassimpático – responsável, entre outras coisas, por desacelerar os batimentos cardíacos. Em estudos prévios com animais, observou-se que a atividade do nervo vago aumenta durante a estimulação auditiva relaxante e ativa a expressão de uma proteína chamada c-Fos no córtex auditivo. Essa constatação indicou uma associação entre o processamento do som no córtex cerebral e o sistema nervoso parassimpático, explicou Valenti. “Não estava claro, porém, a influência dos estímulos sonoros no controle da frequência cardíaca pelo nervo vago e se há interação entre o controle do ritmo do coração e a atividade cortical cerebral relacionada com a atenção auditiva em humanos”, afirmou. A fim de elucidar essas questões, os pesquisadores fizeram agora um experimento com 49 mulheres em que a regulação do ritmo cardíaco foi submetida a uma sobrecarga induzida por um teste de estresse leve. O teste consistia em falar o maior número possível de palavras em português que começassem com a letra A, sem repeti-las ou usá-las no aumentativo ou diminutivo, em até 60 segundos. O tempo foi limitado para que não houvesse interferência do sistema nervoso simpático – que estimula ações de resposta a situações de estresse, como a aceleração dos batimentos cardíacos, por meio dos efeitos da adrenalina – e da liberação de cortisol na atividade cerebral das voluntárias. Foram avaliadas, antes e depois do teste, a variabilidade da frequência cardíaca e a atividade cerebral das participantes por meio de um exame conhecido como potencial evocado auditivo de longa latência (P300). A variabilidade da frequência cardíaca permite mensurar o controle autonômico do ritmo cardíaco em níveis variados de estresse. Já o potencial evocado auditivo de longa latência possibilita analisar o nível de atenção auditiva a um estímulo sonoro por meio do monitoramento da atividade do córtex pré-frontal e do córtex auditivo por eletrodos colocados na região do osso frontal e na região das articulações dos ossos parietal e frontal. Os resultados dos testes indicaram que o pequeno nível de estresse a que as voluntárias foram submetidas foi suficiente para alterar o ritmo do coração, e que isso aconteceu paralelamente à atenuação da atenção auditiva medida pelo potencial evocado auditivo de longa latência. As análises estatísticas de correlação e regressão linear mostraram que o controle autonômico do coração por meio da atividade do nervo vago e o processamento cerebral dos estímulos auditivos trabalham em consonância. “Isso indica que, em situações de estresse, a informação auditiva é processada de um jeito pior do que seria se a pessoa estivesse em um estado mais tranquilo”, disse Valenti. “Dessa forma, em uma situação de estresse, ao se respirar mais lentamente, por exemplo, é possível ativar o sistema nervoso parassimpático e, com isso, diminuir o ritmo do coração e melhorar a percepção da informação auditiva”, explicou. Na avaliação do pesquisador, a descoberta abre novas perspectivas para o tratamento de casos relacionados com distúrbios de atenção e de comunicação com base na ativação do nervo vago por meio de estímulos elétricos na região auricular para controlar o ritmo do coração. Estudos que utilizam esse método, feitos por pesquisadores do Departamento de Fonoaudiologia da Unesp de Marília com crianças autistas, têm apresentado resultados promissores. “Os dados dos estudos mostraram que as crianças com autismo tiveram uma melhora significativa dos sintomas por meio desse método de tratamento”, afirmou Valenti. Por Agência FAPESP

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Estudo aponta que restrição de fumar em ambientes públicos evitou 15 mil mortes de crianças no Brasil de 2000 a 201

Pesquisa do INCA e instituições internacionais também mostra que vidas de 10 mil menores poderiam ter sido poupadas, caso a legislação tivesse sido mais restritiva desde o início Rio de Janeiro, 31 de maio de 2019 – Na cerimônia do Dia Mundial Sem Tabaco, 31 de maio, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde lançam, na sede do Instituto, o estudo “Legislação de Ambientes Livres de Fumaça de Tabaco e Mortalidade Infantil”, que aponta que leis que instituíram ambientes 100% livres da fumaça do tabaco reduziram a mortalidade infantil no Brasil ao diminuir a exposição de crianças a esse elemento nocivo. Os estados e Distrito Federal brasileiros implementaram gradativamente, de 2000 a 2012, as chamadas “leis do ambiente livre da fumaça do tabaco”, com diferentes graus de proibição do fumo em locais públicos, até que em 2014 foi regulamentada a lei federal de 2011, proibindo completamente o fumo em locais públicos fechados de uso coletivo. O estudo demonstra que, de 2000 e 2016, a implementação das leis evitou a morte de 15.068 crianças com idade inferior a 1 ano, ou seja, reduziu a taxa de mortalidade infantil. Os pesquisadores também concluíram que a redução da mortalidade infantil foi maior nas unidades da federação que implementaram leis mais restritivas, em relação às unidades com lei mais permissivas. Caso todas as unidades da federação tivessem adotado, desde o início, a proibição total do fumo em locais públicos, outras 10.091 mortes de crianças com idade inferior a 1 ano teriam sido evitadas de 2000 a 2016. O tabagismo passivo está relacionado a várias doenças em crianças, como asma, bronquite, pneumonia e otites aguda e crônica, assim como com a Síndrome de Morte Súbita na Infância. No mundo, o tabagismo passivo causa cerca de 880 mil mortes por ano, sendo que cerca de 54 mil ocorrem em crianças de 0 a 4 anos. “Antes da lei de ambientes livres, bebês e crianças inalavam fumaça de cigarro em qualquer lugar: shoppings, supermercados, salões de festa, transportes públicos, restaurantes etc. Os próprios pais e outras pessoas fumavam ao lado dos carrinhos de bebês, sem restrição. Agora, a exposição à fumaça do tabaco não ocorre mais nos locais públicos fechados, mas continua dentro das residências. Entretanto, outros estudos mostraram que a lei de ambientes livres também impacta, indiretamente, o fumo dentro de casa, por maior conscientização da população. E esse estudo constatou que o uso de tabaco diminuiu, até mesmo, entre gestantes, no período da pesquisa,” ressalta Liz Almeida, epidemiologista responsável pela Divisão de Pesquisa Populacional do INCA e uma das autoras do estudo. Pesquisadores do INCA, Imperial College London (do Reino Unido), Erasmus Medical Centre (da Holanda), The International Union Against Tuberculosis and Lung Diseases (sede na França) e Universidade de São Paulo compilaram dados de mortalidade infantil em todos os municípios brasileiros de 2000 a 2016 e levantaram as diversas legislações de controle do tabagismo nos 26 estados brasileiros e no DF. O Brasil foi escolhido como local desse amplo estudo porque a variação na abrangência da legislação (se mais ou menos restritiva) em cada unidade da federação permitiria a comparação do impacto na mortalidade infantil. Como já era do conhecimento público, no período de 2000 a 2016, a mortalidade infantil apresentou uma curva de queda constante em todos os estados brasileiros, por diversas razões. Mas os pesquisadores identificaram que a implementação de ambientes 100% livres da fumaça do tabaco contribuiu para acentuar essa queda na taxa de mortalidade infantil em 5,2%. “A principal mensagem de saúde pública desse estudo é para os fumantes que residem com bebês e crianças: ao fumar em casa, você não só prejudica a sua saúde, como também coloca em risco aqueles que moram com você, principalmente os pequenos”, ressalta Ana Cristina Pinho, diretora-geral do INCA. Outra conclusão importante do estudo foi que a redução da mortalidade infantil motivada pelas leis de ambientes livres do tabaco foi maior em municípios com alta pobreza e menor nível educacional. Uma possível explicação é a de que a taxa de mortalidade nessas regiões é mais alta, então os benefícios da legislação impactaram uma base maior e resultaram numa queda da taxa ainda mais acentuada. As leis provocaram, portanto, o desejável resultado da redução das desigualdades sociais no país ao diminuir as disparidades regionais do importante indicador da mortalidade infantil. “Nosso estudo reforça o entendimento de que as crianças têm o direito de serem defendidas por ações efetivas de controle do tabaco. Esse é mais um motivo para os governos superarem as interferências da indústria do tabaco e avançarem na implementação de medidas essenciais, que salvam vidas,” afirma André Szklo, pesquisador do INCA e também autor do estudo. Outro autor do estudo, o britânico Thomas Hone, do Imperial College London, acrescenta: “Podemos ver pelo exemplo brasileiro a magnitude do impacto sobre a saúde das crianças da legislação de ambientes 100% livres da fumaça do tabaco. Infelizmente, a maior parte das pessoas no mundo não está protegida por leis de proibição ao fumo. É lamentável que tantos bebês e crianças sofram com o tabagismo passivo, quando essa situação poderia ser prevenida por uma medida de implementação relativamente simples.”  

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Aparelho portátil permite diagnosticar doenças oculares a distância

André Julião – Um aparelho portátil ligado a um smartphone faz imagens precisas da retina, permitindo detectar retinopatias a um custo bem mais baixo do que os métodos convencionais. Criado pela Phelcom Technologies, o Eyer tem ainda a vantagem de possibilitar o diagnóstico por telemedicina, a quilômetros de um médico oftalmologista. A empresa recebeu apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP pela primeira vez em 2016, para desenvolvimento e validação de um protótipo. Recentemente, teve aprovado projeto de comercialização e fabricação do produto no âmbito do Programa PIPE/PAPPE, resultado de parceria da FAPESP com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) (leia mais em: agencia.fapesp.br/30590). Além disso, a Phelcom é incubada na Eretz.bio, do Hospital Israelita Albert Einstein, um dos investidores. Em março, começou a operar sua fábrica em São Carlos, depois de conseguir as certificações do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, são produzidas 30 unidades do Eyer por mês, número que deve chegar a 100 até o fim do ano. O dispositivo já sai da fábrica acoplado a um smartphone de última geração e custa cerca de US$ 5 mil. O aparelho convencional mais usado hoje precisa ser ligado a um computador e custa em média R$ 120 mil. Na frente da câmera do celular, fica um conjunto óptico projetado para iluminação e imageamento da retina. Quando as imagens são produzidas, o aplicativo que opera o aparelho as envia pela internet para um sistema web – chamado Eyer Cloud – que permite armazenar e gerenciar os exames dos pacientes. Caso não haja acesso a wi-fi ou rede 3G ou 4G no momento do exame, as imagens ficam salvas no aparelho e são enviadas para a nuvem assim que houver conexão com a internet. “Houve um esforço grande na área de óptica. Um dos desafios foi fazer uma versão portátil de um equipamento que normalmente é bem grande. Outro foi habilitar a operação não midriática, permitindo capturar exames de retina de qualidade sem a necessidade de dilatação da pupila do paciente”, disse José Augusto Stuchi, CEO da empresa à Agência FAPESP. Não por acaso, o nome da empresa é um acrônimo em inglês das três áreas: física, eletrônica e computação (physics, electronics e computing). Os outros sócios fundadores da Phelcom são Flávio Pascoal Vieira, diretor operacional (COO, na sigla em inglês), e Diego Lencione, diretor técnico (CTO). Os três se conheceram no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa Opto Eletrônica, em 2008, e se aproximaram durante o mestrado na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. O Eyer Cloud é uma inovação da equipe que vem se destacando por armazenar todas as informações adquiridas nos exames e organizar em um banco de dados. Os equipamentos atuais são, na maior parte, off-line, operando junto a um computador que salva as informações em um disco rígido. O usuário do Eyer, por sua vez, deve criar uma conta, como a de e-mail ou de rede social, na qual são salvas automaticamente as imagens adquiridas pelo dispositivo. “Tivemos de garantir a segurança dessas informações e um meio de subi-las rapidamente para a nuvem, para que se pudesse fazer a imagem em um lugar e ela já aparecer on-line”, explicou Stuchi. Esse último fator é essencial para realizar a chamada telemedicina. O Eyer permite que um técnico treinado ou um médico generalista possa fazer as imagens, enquanto um oftalmologista especializado em retina as analisa e emite um laudo de outro lugar. A empresa atualmente realiza parcerias com médicos oftalmologistas para a emissão de laudos da retina. Enviadas as imagens, o médico parceiro emite o parecer no próprio sistema. O pagamento se dá por meio de planos mensais. A depender da quantidade de laudos emitidos, cada um custará entre US$ 5 e US$ 10. Inteligência artificial Além de representarem um novo serviço, os laudos emitidos alimentam um banco de dados que pode ser usado para “ensinar” o computador a identificar padrões associados às principais doenças que afetam a retina, principalmente a retinopatia diabética. Atualmente, a empresa tem mais de 10 mil retinas fotografadas e projeta ter, em pouco tempo, o maior banco de dados do gênero do mundo. Só para o próximo ano, os sócios projetam ter 50 mil pacientes examinados. No ano passado, a Food and Drug Administration, agência que regula a venda de medicamentos, alimentos e equipamentos médicos nos Estados Unidos, aprovou pela primeira vez um algoritmo para diagnóstico de uma doença. A empresa IDx conseguiu autorização para usar um algoritmo que detecta justamente a retinopatia diabética, maior causa de diminuição da visão e de cegueira entre adultos norte-americanos. No Brasil, estima-se que 7,6% da população urbana entre 30 e 69 anos tenha diabetes e, destes, metade tenha retinopatia diabética. “O uso da inteligência artificial para diagnóstico ou para auxiliá-lo é uma tendência no mundo todo. Os computadores processam os dados, enquanto o médico atua na tomada de decisão”, disse Stuchi. O empreendedor afirmou que o sistema da empresa tem atualmente precisão próxima de 80% para detectar retinopatia diabética, sem a necessidade de intervenção humana. Com o aumento de sua base de dados, em breve essa taxa deverá chegar a 95% de precisão, quando a aplicação poderá começar a ser comercializada. O algoritmo norte-americano tem atualmente até 89,5% de chances de dar um diagnóstico correto. “Com o apoio do PIPE, conseguimos contratar um time e manter o foco no projeto, deixando nossos empregos”, disse Stuchi. Com projeções de colocar 150 Eyers no mercado brasileiro nos próximos 12 meses e obter R$ 3 milhões em lucros, a ideia dos sócios agora é expandir as vendas para outros países da América Latina e depois para os Estados Unidos e a Europa. Dispositivo vestível A Phelcom Technologies também tem o apoio do PIPE para desenvolver outro produto inovador. Trata-se de um par de óculos que, quando colocado pelo paciente, faz o exame da retina e também mede a refração, principal exame oftalmológico realizado hoje. O exame de refração define

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Prefeitur oferecerá 1.600 vagas para exames no mamógrafo móvel em junho

A partir deste sábado (1º), o mamógrafo móvel da Prefeitura do Recife iniciará a programação de junho e oferecerá 1.600 vagas para realização do exame neste mês. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h, com a distribuição de 80 fichas – 40 para cada turno. O caminhão passará por mais de 20 ações nos Distritos Sanitários 1, 3, 4, 5 e 7. Os locais onde o veículo passará podem ser conferidos no site da Prefeitura do Recife. Para fazer o exame, não é necessário fazer agendamento, mas as mulheres precisam ser moradoras do Recife e devem ter entre 50 e 69 anos (faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde). É necessário levar documento de identificação, cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e comprovante de residência. O resultado do exame é entregue em até 20 dias na unidade de saúde onde o veículo ficou estacionado ou naquela mais próxima ao local da ação. Quem está fora da faixa etária dos 50 aos 69 anos e precisa fazer a mamografia deve procurar a unidade de saúde de referência para pegar um encaminhamento.  

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Proteja-se da chuva: inverno chuvoso favorece asma, gripes e resfriados

A chegada do inverno chuvoso, característico da Região Metropolitana do Recife e da Zona da Mata Pernambucana, acende o sinal de alerta para os que sofrem de doenças respiratórias. Além de aumentar o número de casos de gripes e resfriados, a chuva frequente desencadeia crises de rinite e asma – doenças crônicas que provocam irritabilidade na região nasal e dificuldade para respirar. Tudo isso porque o excesso de umidade favorece o surgimento de ácaros, animais da mesma família das aranhas, invisíveis a olho nu, que são agentes desencadeadores dos problemas respiratórios. “As alergias formam um grande grupo de doenças, que comumente se exacerbam neste período devido ao frio”, justificou Guilherme Costa, pneumologista e broncoscopista do Hospital Jayme da Fonte. No Recife, o ambiente é ainda mais favorável à multiplicação dos ácaros. “A nossa região tem muitos mangues e isso eleva bastante a umidade, principalmente nos dias de chuva”, afirmou. As pessoas alérgicas têm uma reação anormal quando seu organismo entra em contato com determinadas substâncias, como o ácaro. Dentro do nariz, ele e seus excrementos entram em contato com um tipo de célula de defesa do nosso organismo que libera uma substância chamada histamina. Tal processo provoca a crise alérgica, caracterizada por uma irritação nas terminações nervosas, que desencadeia a coceira, estimula a produção de catarro e os espirros. As crises podem surgir pelo contato com partículas de inseto, poeira (onde vivem os ácaros), poluição e fumaça. E, falando em fumaça, o inverno pernambucano também é época de São João, de fogueiras e de fogos. Um verdadeiro martírio para os alérgicos. “É durante as festas juninas que aumenta a exposição à fumaça, desencadeando várias consequências respiratórias e a propensão ao desenvolvimento de doenças infecciosas ou alérgicas”, explica Costa. Portanto, todo o cuidado é pouco nesta estação, principalmente para evitar o agravamento de doenças respiratórias agudas (uma infecção viral, como uma gripe por exemplo) ou crônicas (alergia). “O processo inflamatório dessas doenças pode provocar a quebra das barreiras da defesa do organismo, o que favorece o surgimento de doenças respiratórias infecciosas e bacterianas, como otites, sinusites e pneumonias, dependendo das condições clínicas do paciente”, explica o pneumologista. Crianças, idosos, gestantes, diabéticos e fumantes requerem atenção especial, além daqueles que sofrem de comorbidades (existência de duas ou mais doenças) graves. “O cuidado precisa ser redobrado, pois esses pacientes normalmente apresentam alterações imunológicas”, alerta o médico pediatra do Imip e presidente da Sopepe (Sociedade de Pediatria de Pernambuco), Eduardo Jorge da Fonseca. A dica de ouro é manter o acompanhamento periódico com um especialista. De preferência, que ele seja intensificado nos meses que antecedem a estação. “Muitas situações podem ser devidamente combatidas previamente com medicamentos e cuidados. Basta haver o acompanhamento”, recomenda Costa. Segundo Eduardo Jorge, que também atua como professor da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), existem alguns cuidados que podem contribuir para um inverno tranquilo. “É preciso ter uma boa alimentação, higiene, evitar o tabagismo, inclusive o passivo, e grandes aglomerações”. Outro problema que pode acarretar na piora do quadro da asma e rinite é o refluxo gastroesofágico. “Pacientes asmáticos que têm refluxo podem ter dificuldades para controlar a asma”, destaca Costa. A professora aposentada Carmem Virgínia, 76 anos, que desde 2013 sofre com asma, desenvolveu a doença quando voltou a morar na capital pernambucana. “Nasci no Recife, mas morei em vários Estados do País, por causa do trabalho do meu marido. Após a aposentadoria, voltamos a morar aqui e foi justamente nesta época do ano que eu desenvolvi a doença. Tive uma crise muito forte”, revelou Carmem, acrescentando que a asma é hereditária na sua família. Para levar uma vida longe dos sintomas da doença, Carmem necessita tomar certos cuidados para evitar as crises. “Não posso ter contato com fumaça ou ácaro”, afirmou. Existem alguns sinais que a ajudam a se prevenir. “Quando o nariz começa a corizar, eu já sei. É o primeiro sintoma. A moleza e o cansaço são muito fortes”. Ela também não se descuida nas temperaturas frias, nem é relapsa com a alimentação. “Sempre uso roupas mais quentes para me proteger, bebo muita água e como com frequência frutas e verduras. Se eu não tomar esses cuidados, posso até desmaiar”, alerta. A higiene ambiental é outro fator muito importante. “Minha casa está sempre limpa para evitar poeira. E, quando a minha secretária faz a limpeza, eu saio porque os produtos desencadeiam a crise”. Carmem ainda se dedica à prática da natação. “Sempre gostei muito de nadar e há seis anos, quando descobri a doença, resolvi voltar para melhorar a minha condição física e a saúde do meu pulmão. Quando não nado, devido ao tempo, vou para o pilates”. Na verdade, a atividade física é um importante reforço no combate às chamadas doenças de inverno. No entanto, segundo Guilherme Costa, é preciso cautela. “É necessário que haja um acompanhamento médico, pois alguns pacientes podem apresentar problemas relacionados ao exercício, o que pode aumentar a probabilidade das crises asmáticas”. A partir de uma avaliação especializada, os exercícios podem, sim, contribuir para a qualidade de vida. “É uma medida isolada em saúde de grande impacto na prevenção das doenças”, assegura Eduardo Jorge. *Por Marcelo Bandeira

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Mito ou verdade: Bicarbonato elimina agrotóxicos de alimentos?

Mais ou menos. O bicarbonato de sódio remove todo o resíduo existente em folhas e cascas. Porém, ele não consegue eliminar a parcela de agrotóxico que penetrou nos alimentos. “Alguns estudos indicam que de 5% a 20% do pesticida consegue transpassar a superfície dos alimentos. Ou seja, mesmo que a pessoa higienize, por exemplo, a casca de uma fruta com bicarbonato, ela ainda está suscetível aos riscos do agrotóxico que penetrou nela”, adverte Karla Conolly, nutricionista do Hospital Jayme da Fonte. Para retirar as toxinas da superfície dos alimentos basta colocá-los de molho, por 15 minutos, em um recipiente com uma colher de sopa de bicarbonato para cada litro de água. “Vale ressaltar também que o bicarbonato não elimina os germes. Por isso, é essencial que todos os alimentos sejam clorados e lavados em água corrente”, orienta a nutricionista.

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